sábado, 26 de julho de 2025

Onde está Deus em Gaza? Onde está a humanidade dos que crêem? (reflexão para os que crêem ou não)

 

A impressionante foto da criança, com os ossos aparentes e usando um saco plástico como fralda rodou o mundo, trazendo os olhos de todos para a grave crise humanitária no território palestino: https://bbc.in/3TYNy51

Pietà (1498–1499), by Michaelangelo. St. Peter's Basilica, Vatican City 

Fico pensado na crise de fé e/ou de pertença religiosa para muitos de  nós que assistimos impotentes ao genocidio em Gaza, quando muitos se dão conta, crianças, adolescentes e jovens, principalmente,    que são homens de fé, ou que se consideram assim, os que promovem essa ignominia....
Assim fica mais fácil entender o avanço da secularização e a crise do cristianismo e das outras religiões, principalmente as monoteístas,  na Europa e em outras partes do mundo....
E nem é contra a manifestação da fé no Deus de Abraão, Isaac e Jacó, que une as três religiões envolvidas no conflito do Oriente Médio, que muitos se rebelam por meio da descrença ou da indiferença,  é pela desumanidade  que faz com que nem os direitos em caso de guerra assegurados na Convenções de Genebra,  sejam garantidos a população palestina e o paradoxo, Israel consegue repetir contra a população de Gaza o que os nazistas fizeram com os judeus na segunda guerra....
E neste caso, voltamos aquela velha pergunta de Elie Wiesel, homem de fé e sobrevivente do exterminio em camp0 de concentração nazista  "Onde estava Deus em Auschwitz" 
Já no site "Aleteia" encontramos um pequeno artigo que buscar responder  “Onde estava o ser humano?”. Leiamos: 
"Em 1967, o filósofo tcheco Milan Machovec perguntou ao teólogo católico alemão Johann Baptist Metz se os cristãos ainda eram capazes de rezar depois do que aconteceu em Auschwitz. Metz respondeu: “Podemos rezar depois de Auschwitz porque há pessoas que rezaram em Auschwitz”.
Sim, é possível rezar, porque judeus e cristãos morreram rezando o Shema’ Jisra’el e invocando o Pai-Nosso.
É possível rezar sobretudo para o cristão, que funda a possibilidade da sua oração na situação de silêncio e de abandono por parte de Deus, na invocação que Jesus fez na cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mc 15,34; Mt 27, 46).
É possível rezar porque, no inferno dos campos de concentração, a história da santidade continuou, de Edith Stein e Dietrich Bonhoeffer a São Maximiliano Maria Kolbe, a tantos judeus e cristãos que foram modelos luminosos de vida e espiritualidade, como Etty Hillesum, sem nome e sem rosto.
Diante da degeneração da violência humana, em todas as suas formas, o que precisamos perguntar, então, é se ainda está vivo o sentido de humanidade nas pessoas, se ainda está vivo o desejo de relação com a realidade de Deus. Então, a pergunta a ser feita não é “Onde estava Deus em Auschwitz?”, e sim “Onde estava o ser humano?”.

 E lembremos de Guernica, se Gaza for um prenúncio do que pode vir por aí, como aconteceu depois com a segunda guerra mundial, é bom fazermos, àqueles que tem Deus verdadeiramente no coração, ir além da oração, necessária, mas insuficiente para alcançarmos o Reino de Deus que não é do mundo da exploração, da cobiça, do egoismo, mundo este que precisa ser derrotado para a continuidade da vida humana nesse planeta e como preparação para o reino de Deus definitivo e além, para os que que tem fé. 

E arrematando, fiquemos com uma citação de José Saramago, escritor português e prêmi0 nobel de literatura, que em  entrevista concedida ao jornalista Ubiratan Brasil, publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 17 de outubro de 2009, afirmou: 

– Como podem homens sem Deus serem bons?

Sua resposta foi:

– Como podem homens com Deus serem tão maus?

Zezito de Oliveira

Leia também:
(Foto: Guernica de Picasso reinterpretada por Arnold August)

Guernica de Pablo Picasso
Laura Aidar Arte-educadora, fotógrafa e artista visual

Guernica é uma obra do pintor espanhol e cubista Pablo Picasso. Ela retrata o bombardeio à cidade de Guernica durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

Trata-se de uma das obras mais emblemáticas do artista e foi produzida em 1937. Atualmente, a tela está em exposição no “Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia”, em Madrid, na Espanha.

leia mais  AQUI


O dia em que deixei de acreditar em Deus
"Vivi plenamente, acima de tudo no longo período de clandestinidade, a violência disseminada pela Segunda Guerra Mundial, fui gravemente ferido e sou um dos poucos sobreviventes à explosão de uma mina, a qual saltei enquanto fugia de uma emboscada inimiga", escreve Umberto Veronesi, renomado oncologista e ex-ministro da Saúde da Itália, em artigo publicado pelo jornal La Repubblica, 17-11-2014. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.

Leia mais AQUI

"Onde estava Deus?", pergunta Bento 16

Em emotiva visita ao campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, pontífice diz ser impossível entender "triunfo do mal"

Papa evitou falar seu idioma no local onde 1,5 milhão foram mortos, a maioria judeus, mas disse que estava lá como filho do povo alemão. 

Leia mais AQUI

Sobre o Reino de Deus que nos referimos acima, estamos de acordo com Tolstói

Para Liev Tolstói, o "Reino de Deus" é um conceito central em sua obra O Reino de Deus Está Dentro de Vós (1894), representando uma visão radical do cristianismo como uma prática de vida baseada na não violência, no amor ao próximo e na rejeição de todas as estruturas de poder coercitivo. Abaixo estão os principais aspectos dessa interpretação:

1. Uma Proposta Prática, Não Dogmática

Tolstói via o cristianismo não como um conjunto de dogmas ou rituais, mas como um guia ético para a vida cotidiana. Ele criticava a Igreja Ortodoxa Russa e outras instituições religiosas por distanciarem-se dos ensinamentos originais de Cristo, especialmente o Sermão da Montanha. Para ele, o "Reino de Deus" se manifesta quando os indivíduos vivem os princípios de amor, perdão e não resistência ao mal .

2. Não Violência e Resistência Pacífica

Inspirado pela passagem de Lucas 17:21 ("O Reino de Deus está dentro de vós"), Tolstói defendia que a verdadeira fé exige a rejeição absoluta da violência, mesmo em legítima defesa. Ele argumentava que mandamentos como "Não matarás" são inegociáveis e que governos e igrejas que apoiavam guerras ou punições estavam traindo o evangelho .

3. Crítica às Estruturas de Poder

Tolstói denunciava a hipocrisia das elites religiosas e políticas que justificavam a opressão em nome da "ordem social". Ele via o Estado e a Igreja como aliados na manutenção de sistemas violentos, contrastando com a mensagem libertadora de Cristo. Sua crítica influenciou pensadores como Gandhi, que citou o livro como fundamental para sua filosofia de não violência .

4. Autonomia Individual e Consciência

O "Reino de Deus" para Tolstói é uma realidade interior, alcançada quando o indivíduo se liberta da submissão a autoridades externas e age conforme a consciência moral. Ele enfatizava que a verdadeira mudança social começa com a transformação pessoal, rejeitando a obediência cega a leis ou hierarquias .

5. Utopia Social e Comunhão com a Natureza

Em sua fase pacifista, Tolstói pregava uma vida simples, em harmonia com a natureza e em comunidades autossuficientes, longe do consumismo e da exploração. Essa visão ecoava sua interpretação do "Reino de Deus" como uma sociedade baseada na igualdade e no apoio mútuo 2814.

Impacto e Controvérsia

A obra foi banida na Rússia e Tolstói foi excomungado pela Igreja Ortodoxa em 1901. Sua neta, Tania Tolstói, republicou o livro em 1988, destacando sua relevância para épocas de crise 268.

Em resumo, para Tolstói, o "Reino de Deus" é uma revolução ética interior que se estende à sociedade, exigindo a prática constante do amor e da não violência, em oposição a qualquer forma de coerção ou injustiça.

IA deepseek






Nenhum comentário: