A voz da periferia
que pensa. Mais Rap, por favor!
Durante o ano de
2015, as atividades da Ação Cultural foram realizadas sem o aporte de recursos
financeiros públicos, apenas com trabalho voluntário e cobrança de taxas com
preços populares, no caso de duas oficinas culturais — a de danças circulares e
a oficina colaborativa de audiovisual.
Também foi no ano de
2015 que realizamos pela primeira vez um trabalho educativo e cultural tendo
como eixo o RAP. E isso foi muito
importante, porque desde há alguns anos, era uma possibilidade aguardando
condições favoráveis para acontecer.
A iniciativa teve início
a partir de 10 de abril, em razão da procura de alguns jovens ligados aos
grupos Filosofia de Loucos, Relato
Verdadeiro e Resistentes da Favela,
interessados em começar uma espécie de escolinha de hip-hop no Conj. Jardim. A
proposta foi acatada pela direção da Escola Júlia Teles, que abriu as portas e
a Ação Cultural ficou de apoiar com a sua experiência acumulada na realização
de oficinas culturais e com equipamentos de áudio.
O objetivo da
iniciativa que recebeu o nome de Rap Identidade Cultural é realizar oficinas
com os quatro elementos do Hip-Hop, além do Rap, o break (dança), o grafite e
DJ, visando colaborar para o fortalecimento do senso crítico, autoestima e
sentido de pertencimento de adolescentes e jovens à escola e à comunidade por
meio da cultura Hip-Hop.
A iniciativa Rap Identidade Cultural terminou o ano
com 5 alunos participantes, 3 instrutores, e produziu uma canção de Rap, cuja
gravação em estúdio foi realizado neste início de 2016.
A realidade das
periferias em tela de cinema
A atividade teve início
no dia 15 de agosto e foi realizada nos dias de sábado, quinzenalmente, como
uma ação de extensão do projeto Rap
Identidade Cultural, e recebe o nome de Cine Realidade. A primeira sessão
foi inaugurada com a exibição do filme "Uma onda no ar", seguido de
um debate sobre a democratização dos meios de comunicação, o qual contou com a
mediação do radialista Renato Nogueira. Após esta sessão, até dezembro,
seguiram-se mais outras seis, com média de participação que variou entre 8 e 18
participantes.
Conforme Maíra Ramos,
jovem secretária da Ação Cultural e integrante da equipe de produção do
Cineclube, "os filmes apresentados tem como contexto, a realidade que os
jovens de periferia vivem no dia-a-dia, incluindo aspectos culturais ligados à
dança, ao rap, as rádios comunitárias, ao teatro, entre outros elementos que
podem mudar a
vida da juventude. O
Cine Realidade não vem apenas para mostrar uma coisa óbvia, mas também para
gerar um diálogo entre os jovens sobre o valor de um trabalho educativo e
cultural dentro dessas periferias, incluindo o Conj. Jardim."
Ação Criativa,
Empreendedora e Solidária com Audiovisual. Junto e Misturado.
É assim que pode ser
resumida a proposta da oficina colaborativa de audiovisual. Esta iniciativa é
resultado de uma discussão realizada na assembleia geral da Ação Cultural em
2014, a qual definiu a realização no ano de 2015 de oficinas artísticas a
preços populares, com o intuito de empoderar esteticamente jovens da periferia,
abrir mercado de trabalho para arte-educadores e gerar arrecadação extra para a
Ação Cultural. Com esse propósito, foi realizada a oficina colaborativa de
audiovisual. A realização uniu a Ação Cultural, a Paróquia São Francisco de
Assis e os realizadores em audiovisual Marcel Magalhães e Rafael Lins, visando disseminar
conhecimentos básicos, teóricos e práticos, reunindo nos dias 01 e 02 de agosto
17 jovens e 3 adultos. A grande maioria ligada a atividades de cunho religioso,
social e de comunicação, desenvolvidos por grupos e movimentos vinculados à
paróquia São Francisco de Assis, no bairro Santos Dumont, e a outras paróquias
de bairros adjacentes. A contribuição de cada um dos parceiros foi a seguinte:
A paróquia São Francisco de Assis fez a divulgação na igreja e no bairro, além
de ceder gratuitamente o espaço , o lanche, a água e o apoio de colaboradores voluntários.
A Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania colaborou com a produção
do release, divulgação na internet, apoio
pedagógico e produção, além da cessão de equipamentos do Ponto de Cultura Juventude
e Cidadania. Já no caso de Mareei Magalhães, a colaboração foi realizada com a
redução do valor do cachê, criação da arte do flyer/cartaz de divulgação e cessão de equipamentos complementares.
É nós, na oficina de danças circulares mais bonita da
cidade.
Contando com a maior
quantidade de pessoas em uma oficina colaborativa de danças circulares
promovida pela Ação Cultural, desde a primeira, realizada no ano de 2004, esta 7ª
edição de 06 e 07 de junho de 2015 foi bastante satisfatória.
Para isso, foi de
grande importância a colaboração das pessoas, nos bastidores, em forma de mutirão,
a partir de uma visão de economia solidária, a qual combinou trabalho voluntário
e trabalho remunerado do focalizador, com base no conceito de ganha-ganha e
preço justo. Outras despesas também aconteceram com base nisso, como foi o caso
das diárias da comunidade Bom Pastor e do taxista, que ficou à disposição da
equipe de produção, etc.
Segundo o coordenador
geral da equipe responsável por esta oficina colaborativa, Maxivel Ferreira, o
evento dançante foi um sucesso: "A Oficina de Danças Circulares dos Povos
superou minhas expectativas (ainda que elas tenham sido sempre positivas!) e
renovou meu espírito para essa tão prazerosa atividade. Sou grato a todos pela
maravilhosa oportunidade de estar entre pessoas tão alegres, agradáveis, e
tendo como facilitador um amigo tão talentoso e dedicado. Foi uma experiência
vivificante, singular, e que certamente nos possibilitará novos belos
encontros, novas partilhas e aprendizados nesse sempre dinâmico círculo de
alegria, paz e meditação!"
Para Vera Lúcia,
participante da oficina, o evento também foi muito positivo: "Aprendi que
as danças circulares não é apenas dançar. É um autoconhecimento, pois nela
integramos ritmo, concentração, postura, leveza e harmonia entre os passos com
todos os outros integrantes, como também o prazer de aprender novos conhecimentos.
Para mim foi dez. E pretendo continuar."
Já Luiz Joacy afirma:
"Recomendo a quem puder participar de rodas de danças circulares, pois
além de serem gostosas e não exigirem nenhum conhecimento prévio de dança (são
danças coletivas que se dança em círculo), são terapêuticas. "
Além da oficina, a
Ação Cultural é ao mesmo tempo parceira e integra, por meio de dirigentes e
colaboradores, o grupo de Danças
Circulares, o qual promove mensalmente uma roda de danças em um dos anexos
da Igreja São Francisco de Assis, no bairro Santos Dumont.
Conferência Municipal
de Juventude 2015 - A juventude quer
viver a cidade.
Quem quer escolas que ensinem pra valer e de forma
criativa? Quem quer mais espaços e oportunidades para aprender e praticar dança,
música, capoeira, lutas marciais, basquete, futebol, etc? Quem quer um bom
sistema de saúde, que atenda sem muita demora e com mais atenção? Quem quer
transportes públicos mais baratos, confortáveis e em maior quantidade? Quem
quer cursos profissionalizantes gratuitos e de qualidade? Quem quer drogas e
violência mais distantes?
A conferência
municipal de juventude de Nossa Senhora do Socorro aconteceu no dia 19 de
setembro de 2015, das 14h às 18h, na Praça da Cultura (CEU), localizado no conjunto
Marcos Freire I, próximo a Igreja São Marcos Evangelista. Por causa das duas conferências
nacionais de juventude realizadas nos anos de 2008 e 2011, muitas propostas
apresentadas e aprovadas, foram incorporadas a projetos de lei no Congresso Nacional
e em programas governamentais. Para chegar à instância nacional, as conferências
acontecem primeiramente nos municípios, e depois nos estados. Os jovens participantes
são aqueles envolvidos em atividades escolares, culturais, esportivas, religiosas,
sociais, ecológicas, partidárias, comunitárias, etc. A iniciativa de convocar e
organizar a conferência municipal cabe à prefeitura. Quando isso não acontece,
as organizações da sociedade civil podem fazer isso. No município de Nossa
Senhora de Socorro a iniciativa coube à Associação Cultural e Esportiva
Piabinhas de Sergipe. A Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania,
juntamente com outros agentes culturais, políticos e sociais também compuseram
a comissão organizadora municipal da 3ª Conferência Municipal de Juventude de
Nossa Senhora do Socorro, com o tema local "A juventude quer viver a
cidade".
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