domingo, 14 de fevereiro de 2016

O melhor da Ação Cultural em 2015 - Edição on-line do boletim impresso da Ação Cultural



A voz da periferia que pensa. Mais Rap, por favor!
 
Durante o ano de 2015, as atividades da Ação Cultural foram realizadas sem o aporte de recursos financeiros públicos, apenas com trabalho voluntário e cobrança de taxas com preços populares, no caso de duas oficinas culturais — a de danças circulares e a oficina colaborativa de audiovisual.
Também foi no ano de 2015 que realizamos pela primeira vez um trabalho educativo e cultural tendo como eixo o RAP. E isso foi muito importante, porque desde há alguns anos, era uma possibilidade aguardando condições favoráveis para acontecer.
A iniciativa teve início a partir de 10 de abril, em razão da procura de alguns jovens ligados aos grupos Filosofia de Loucos, Relato Verdadeiro e Resistentes da Favela, interessados em começar uma espécie de escolinha de hip-hop no Conj. Jardim. A proposta foi acatada pela direção da Escola Júlia Teles, que abriu as portas e a Ação Cultural ficou de apoiar com a sua experiência acumulada na realização de oficinas culturais e com equipamentos de áudio.
O objetivo da iniciativa que recebeu o nome de Rap Identidade Cultural é realizar oficinas com os quatro elementos do Hip-Hop, além do Rap, o break (dança), o grafite e DJ, visando colaborar para o fortalecimento do senso crítico, autoestima e sentido de pertencimento de adolescentes e jovens à escola e à comunidade por meio da cultura Hip-Hop.
A iniciativa Rap Identidade Cultural terminou o ano com 5 alunos participantes, 3 instrutores, e produziu uma canção de Rap, cuja gravação em estúdio foi realizado neste início de 2016.

A realidade das periferias em tela de cinema

 
A atividade teve início no dia 15 de agosto e foi realizada nos dias de sábado, quinzenalmente, como uma ação de extensão do projeto Rap Identidade Cultural, e recebe o nome de Cine Realidade. A primeira sessão foi inaugurada com a exibição do filme "Uma onda no ar", seguido de um debate sobre a democratização dos meios de comunicação, o qual contou com a mediação do radialista Renato Nogueira. Após esta sessão, até dezembro, seguiram-se mais outras seis, com média de participação que variou entre 8 e 18 participantes.
Conforme Maíra Ramos, jovem secretária da Ação Cultural e integrante da equipe de produção do Cineclube, "os filmes apresentados tem como contexto, a realidade que os jovens de periferia vivem no dia-a-dia, incluindo aspectos culturais ligados à dança, ao rap, as rádios comunitárias, ao teatro, entre outros elementos que podem mudar a
vida da juventude. O Cine Realidade não vem apenas para mostrar uma coisa óbvia, mas também para gerar um diálogo entre os jovens sobre o valor de um trabalho educativo e cultural dentro dessas periferias, incluindo o Conj. Jardim."

Ação Criativa, Empreendedora e Solidária com Audiovisual. Junto e Misturado.
 

É assim que pode ser resumida a proposta da oficina colaborativa de audiovisual. Esta iniciativa é resultado de uma discussão realizada na assembleia geral da Ação Cultural em 2014, a qual definiu a realização no ano de 2015 de oficinas artísticas a preços populares, com o intuito de empoderar esteticamente jovens da periferia, abrir mercado de trabalho para arte-educadores e gerar arrecadação extra para a Ação Cultural. Com esse propósito, foi realizada a oficina colaborativa de audiovisual. A realização uniu a Ação Cultural, a Paróquia São Francisco de Assis e os realizadores em audiovisual Marcel  Magalhães e Rafael Lins, visando disseminar conhecimentos básicos, teóricos e práticos, reunindo nos dias 01 e 02 de agosto 17 jovens e 3 adultos. A grande maioria ligada a atividades de cunho religioso, social e de comunicação, desenvolvidos por grupos e movimentos vinculados à paróquia São Francisco de Assis, no bairro Santos Dumont, e a outras paróquias de bairros adjacentes. A contribuição de cada um dos parceiros foi a seguinte: A paróquia São Francisco de Assis fez a divulgação na igreja e no bairro, além de ceder gratuitamente o espaço , o lanche, a água e o apoio de colaboradores voluntários. A Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania colaborou com a produção do release, divulgação na internet, apoio pedagógico e produção, além da cessão de equipamentos do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania. Já no caso de Mareei Magalhães, a colaboração foi realizada com a redução do valor do cachê, criação da arte do flyer/cartaz de divulgação e cessão de equipamentos complementares.

É nós, na oficina de danças circulares mais bonita da cidade.
 
Contando com a maior quantidade de pessoas em uma oficina colaborativa de danças circulares promovida pela Ação Cultural, desde a primeira, realizada no ano de 2004, esta 7ª edição de 06 e 07 de junho de 2015 foi bastante satisfatória.
Para isso, foi de grande importância a colaboração das pessoas, nos bastidores, em forma de mutirão, a partir de uma visão de economia solidária, a qual combinou trabalho voluntário e trabalho remunerado do focalizador, com base no conceito de ganha-ganha e preço justo. Outras despesas também aconteceram com base nisso, como foi o caso das diárias da comunidade Bom Pastor e do taxista, que ficou à disposição da equipe de produção, etc.
Segundo o coordenador geral da equipe responsável por esta oficina colaborativa, Maxivel Ferreira, o evento dançante foi um sucesso: "A Oficina de Danças Circulares dos Povos superou minhas expectativas (ainda que elas tenham sido sempre positivas!) e renovou meu espírito para essa tão prazerosa atividade. Sou grato a todos pela maravilhosa oportunidade de estar entre pessoas tão alegres, agradáveis, e tendo como facilitador um amigo tão talentoso e dedicado. Foi uma experiência vivificante, singular, e que certamente nos possibilitará novos belos encontros, novas partilhas e aprendizados nesse sempre dinâmico círculo de alegria, paz e meditação!"
Para Vera Lúcia, participante da oficina, o evento também foi muito positivo: "Aprendi que as danças circulares não é apenas dançar. É um autoconhecimento, pois nela integramos ritmo, concentração, postura, leveza e harmonia entre os passos com todos os outros integrantes, como também o prazer de aprender novos conhecimentos. Para mim foi dez. E pretendo continuar."
Já Luiz Joacy afirma: "Recomendo a quem puder participar de rodas de danças circulares, pois além de serem gostosas e não exigirem nenhum conhecimento prévio de dança (são danças coletivas que se dança em círculo), são terapêuticas. "
Além da oficina, a Ação Cultural é ao mesmo tempo parceira e integra, por meio de dirigentes e colaboradores, o grupo de Danças Circulares, o qual promove mensalmente uma roda de danças em um dos anexos da Igreja São Francisco de Assis, no bairro Santos Dumont.

Conferência Municipal de Juventude 2015  - A juventude quer viver a cidade.
 
Quem quer escolas que ensinem pra valer e de forma criativa? Quem quer mais espaços e oportunidades para aprender e praticar dança, música, capoeira, lutas marciais, basquete, futebol, etc? Quem quer um bom sistema de saúde, que atenda sem muita demora e com mais atenção? Quem quer transportes públicos mais baratos, confortáveis e em maior quantidade? Quem quer cursos profissionalizantes gratuitos e de qualidade? Quem quer drogas e violência mais distantes?
A conferência municipal de juventude de Nossa Senhora do Socorro aconteceu no dia 19 de setembro de 2015, das 14h às 18h, na Praça da Cultura (CEU), localizado no conjunto Marcos Freire I, próximo a Igreja São Marcos Evangelista. Por causa das duas conferências nacionais de juventude realizadas nos anos de 2008 e 2011, muitas propostas apresentadas e aprovadas, foram incorporadas a projetos de lei no Congresso Nacional e em programas governamentais. Para chegar à instância nacional, as conferências acontecem primeiramente nos municípios, e depois nos estados. Os jovens participantes são aqueles envolvidos em atividades escolares, culturais, esportivas, religiosas, sociais, ecológicas, partidárias, comunitárias, etc. A iniciativa de convocar e organizar a conferência municipal cabe à prefeitura. Quando isso não acontece, as organizações da sociedade civil podem fazer isso. No município de Nossa Senhora de Socorro a iniciativa coube à Associação Cultural e Esportiva Piabinhas de Sergipe. A Ação Cultural/Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, juntamente com outros agentes culturais, políticos e sociais também compuseram a comissão organizadora municipal da 3ª Conferência Municipal de Juventude de Nossa Senhora do Socorro, com o tema local "A juventude quer viver a cidade".











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