informações voltadas ao fortalecimento das ações culturais de base comunitária, contracultura, educação pública, educação popular, comunicação alternativa, teologia da libertação, memória histórica e economia solidária, assim como noticias e estudos referentes a análise de politica e gestão cultural, conjuntura, indústria cultural, direitos humanos, ecologia integral e etc., visando ao aumento de atividades que produzam geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade"
Uma canção para lembrar a fonte disso tudo. Dias e noites SUPER, pessoas SUPERFICIAIS. Alimentadas neste sentido por um sistema de
comunicação, por um sistema religioso e por um sistema educacional, que a
despeito dos esforços de muitos educadores e gestores abnegados,
precisa avançar , e muito. Mesmo com parlamentares despreparados,
hilários e “folclóricos”, apresentando e defendendo projetos de lei
tipo “escola sem partido.” ou “escola com censura”.
Para o
sistema de comunicação avançar, precisamos dar mais audiência aos
veículos independentes, críticos e éticos. No campo religioso, o Papa
Francisco tem muito a oferecer.
Por uma vida mais preenchida com
sonhos, desejos e realizações no campo da liberdade, igualdade,
alegria, solidariedade, respeito, fé e esperança.
Isso refletirá
em nossas escolhas, incluindo os candidatos a cargos eletivos. Podemos
começar trabalhando em favor disso, buscando fazer um Natal diferente,
ocasião muito propicia para pensarmos sobre o que tratamos acima. Um
bom começo pode ser escolher uma boa trilha sonora, que aponte para o
SENTIDO do argumento defendido acima.
O mesmo SENTIDO da
estrela que guiou os pastores e reis magos, em direção a Belém e a
manjedoura onde o menino Deus nasceu. O menino que nos traz as
melhores recordações e os melhores presentes de VIDA. Que nesse Natal
ele renasça ainda com mais força dentro de nossos corações, para que a
vida na terra possa ser um testemunho sempre renovador e reinventado da
sua presença verdadeira.
E mesmo quem não tem fé, pode fazer
como o nosso grande professor Darcy Ribeiro, que pediu próximo ao seu
leito de morte para ser abençoado por Deus, com a mediação de Frei Leonardo Boff. Sobre o menino Deus, Darcy Ribeiro, afirmou gostar de um
Deus que renasce sempre uma vez a cada ano. Afirmando isso, ele quis
afirmar gostar do símbolo e da poesia que significa o verdadeiro natal,
o que é próprio de quem tem um coração de criança.
Outras
canções, com SENTIDO e bom para serem ouvidas no tempo do advento e no
tempo do natal, estão disponíveis abaixo:
Zezito de Oliveira
Advento como um tempo de delicadeza. "Pretendo descobrir no último momento, um tempo que refaz o que desfez , que
recolhe todo o sentimento. E bota no corpo uma outra vez."
Paroquianos
de um templo da Holanda tentam evitar a expulsão de um casal armênio e
seus três filhos. A polícia não pode entrar no local para prendê-los
durante o serviço religioso
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Acho
que já contei isso uma vez, mas no tempo em
que eu trabalhava em uma grande multinacional eu ouvi no elevador uma
conversa entre dois publicitários: "Graças a Deus" o Natal é cada vez mais Papai Noel, e menos Jesus Cristo !!!
Acho que é hora de inverter isso ! José Ricardo Oliveira
Poema do Menino Jesus
Num meio-dia de fim de Primavera Tive um sonho como uma fotografia. Vi Jesus Cristo descer à terra. Veio pela encosta de um monte Tornado outra vez menino, A correr e a rolar-se pela erva E a arrancar flores para as deitar fora E a rir de modo a ouvir-se de longe. Tinha fugido do céu. Era nosso demais para fingir De segunda pessoa da Trindade. (...) Um dia que Deus estava a dormir E o Espírito Santo andava a voar, Ele foi à caixa dos milagres e roubou três. Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido. Com o segundo criou-se eternamente humano e menino. Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz E deixou-o pregado na cruz que há no céu E serve de modelo às outras. Depois fugiu para o Sol E desceu no primeiro raio que apanhou. Hoje vive na minha aldeia comigo. É uma criança bonita de riso e natural. Limpa o nariz ao braço direito, Chapinha nas poças de água, Colhe as flores e gosta delas e esquece-as. Atira pedras aos burros, Rouba a fruta dos pomares E foge a chorar e a gritar dos cães. E, porque sabe que elas não gostam E que toda a gente acha graça, Corre atrás das raparigas Que vão em ranchos pelas estradas Com as bilhas às cabeças E levanta-lhes as saias. A mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas Quando a gente as tem na mão E olha devagar para elas. (...) Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro. Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava. Ele é o humano que é natural. Ele é o divino que sorri e que brinca. E por isso é que eu sei com toda a certeza Que ele é o Menino Jesus verdadeiro. (...) A Criança Nova que habita onde vivo Dá-me uma mão a mim E outra a tudo que existe E assim vamos os três pelo caminho que houver, Saltando e cantando e rindo E gozando o nosso segredo comum Que é saber por toda a parte Que não há mistério no mundo E que tudo vale a pena. A Criança Eterna acompanha-me sempre. A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado. O meu ouvido atento alegremente a todos os sons São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas. Damo-nos tão bem um com o outro Na companhia de tudo Que nunca pensamos um no outro, Mas vivemos juntos e dois Com um acordo íntimo Como a mão direita e a esquerda. Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas No degrau da porta de casa, Graves como convém a um deus e a um poeta, E como se cada pedra Fosse todo o universo E fosse por isso um grande perigo para ela Deixá-la cair no chão. Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens E ele sorri porque tudo é incrível. Ri dos reis e dos que não são reis, E tem pena de ouvir falar das guerras, E dos comércios, e dos navios Que ficam fumo no ar dos altos mares. Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade Que uma flor tem ao florescer E que anda com a luz do Sol A variar os montes e os vales E a fazer doer aos olhos dos muros caiados. Depois ele adormece e eu deito-o. Levo-o ao colo para dentro de casa E deito-o, despindo-o lentamente E como seguindo um ritual muito limpo E todo materno até ele estar nu. Ele dorme dentro da minha alma E às vezes acorda de noite E brinca com os meus sonhos. Vira uns de pernas para o ar, Põe uns em cima dos outros E bate palmas sozinho Sorrindo para o meu sono. Quando eu morrer, filhinho, Seja eu a criança, o mais pequeno. Pega-me tu ao colo E leva-me para dentro da tua casa. Despe o meu ser cansado e humano E deita-me na tua cama. E conta-me histórias, caso eu acorde, Para eu tornar a adormecer. E dá-me sonhos teus para eu brincar Até que nasça qualquer dia Que tu sabes qual é. Esta é a história do meu Menino Jesus. Por que razão que se perceba Não há-de ser ela mais verdadeira Que tudo quanto os filósofos pensam E tudo quanto as religiões ensinam ? Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
É só chegar e entrar na Roda! Você não precisa saber dançar, só
precisa se fazer presente para conhecer, vivenciar e partilhar das
Danças Circulares dos Povos, promovendo a paz, a alegria, a
saúde, a harmonia, a leveza e o bem-estar, ajudando a tornar cada vez
mais acesa a chama dessa tradição entre os povos! Experimente! Venha
usando roupas leves. Recomendamos também trazer água para se hidratar,
sucos, frutas e biscoitos para partilhar.
Como chegar ao local: A comunidade bom pastor está localizada próximo ao Terminal Rodoviário
da Av. Maracaju no bairro Stos. Dumont. Saindo do terminal Maracaju em
direção a Av. Visconde de Maracaju, sentido Soledade, Lamarão e Conj.
João Alves, ao sair do terminal, entrar na segunda rua a direita após o
terminal, na esquina desta segunda rua encontra-se a Igreja Adventista.
Esta rua é a Efrem Fernandes Fontes, no numero 65 está localizado a
comunidade bom pastor, que fica localizada a 250 metros da Igreja
Adventista.
Excelente!
Não tem comparação! Haddad é um dos melhores candidatos a presidente
que tivemos. O nível intelectual e ético é incomparável. Não precisa ter ou ser muito, para compreender isso.
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A BESTIALIDADE REPETIDA PELAS RÁDIOS... A desinformação se alastra com o vento nas pueris informações de nossas rádios, todas elas.
Hoje pela manhã, insisto e ligo na 94FM, quando Netão lê algo que um
ouvinte envia para a rádio e ele endossa. Repete a mentira como se
verdade fosse. Lê e se indigna pelo fato de Fernando Haddad estar
passando férias nos EUA. Diz em tom jocoso, "deveria estar passando
férias na Venezuela". Nem uma coisa, nem outra. Haddad não está de férias e esteve
sim nos EUA, mais precisamente em Nova York e por um motivo dos mais
auspiciosos, o de participar a convite, da criação de uma Frente
Progressista Internacional, idealizada pelo senador norte-americano
Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis
Varoufakis. A coalização tem o objetivo de se contrapor ao avanço da
extrema-direita "por toda parte", segundo Varoufakis. Seu lançamento
ocorreu em Nova York no dia 1º de dezembro. Netão e a turma da manhã da
94FM fingiu desconhecer o fato, mas fez questão de passar adiante a
visão conservadora do mundo, uma distorcendo os fatos e os passa ao
ouvintes da pior forma possível. Assim se dá a informação pelos
meios da mídia massiva brasileira. Incontestáveis reis da grosseria e da
mentira. Escrevo para restabelecer a verdade dos fatos e para dar mais
um toque na bestial informação que chega aos ouvidos dos ouvintes. Será
que ainda vale a pena e eles se sentirão tocados para mudar de rumo?
Tudo bem, o que poderia ter dito e não o fez é que, João Pedro Stedile e
Guilherme Boulos poderiam representar o país até com mais desenvoltura
na tal frente, mas preferem seguir pelo caminho da desinformação. Tudo
dominado. Por Henrique Perazzi de Aquino.
--------------------------------------------------- Evento no People’s Forum em Nova York: O que deu errado quando o Brasil foi para a direita? Clique AQUIpara assistira segunda participação. --------------------------------
Haddad critica submissão de Bolsonaro a Trump: 'acoplamento cego'
Ex-prefeito de São Paulo está nos Estados Unidos para lançamento de uma coalizão internacional progressista
por Redação RBA
publicado
29/11/2018 12h13
REPRODUÇÃO/FACEBOOK
Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidas, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp
São Paulo – O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) criticou a submissão do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) às ideias do líder americano Donald Trump. Durante o evento "Brazil Talk: O Brasil após as Eleições", na Universidade de Columbia-EUA, ele classificou o direcionamento da política externa como "cego e sem mediação". "Esse movimento do Brasil em direção aos Estados Unidos, de um
acoplamento quase que sem mediação, cego – esse movimento 'vamos fazer
tudo o que os EUA quiserem, os Estados Unidos de Trump' –, vai moldando
uma nova ordem, vai comprometer conquistas que são caras do que a gente
chama de Ocidente", disse ele, durante a palestra. Haddad também falou sobre a utilização das redes sociais, em diversos
países, como plataforma de disseminação de mentiras que interferem no
pleito eleitoral. Segundo ele, o PT não estava preparado para os ataques
na última semana do primeiro turno, quando foram disparadas diversas notícias falsas em massa, via WhatsApp, contra o petista, alavancando sua taxa de rejeição em 20%. "Aquilo definiu a eleição.
A gente não tinha como reparar por completo aquele prejuízo", afirma
ele, que critica a falta de investigação contra o aplicativo de troca de
mensagens. "Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Itália vivem no mesmo
fenômeno de operação de rede. As ações do Facebook caíram e no
WhatsApp, que possui um sistema de pessoa para pessoa, não há como
rastrear, ou seja, podem fazer milhões de disparos com notícias falsas,
mas sem identificar quem enviou", finaliza. No último dia 21, Fernando Haddad anunciou que, nesta viagem aos Estados Unidos, ingressará com uma ação judicial contra o WhatsApp no país-sede da empresa –
o aplicativo pertence ao Facebook. O objetivo, de acordo com ele, é
forçar a empresa a esclarecer como o aplicativo de rede social foi
utilizado no Brasil para a disseminação em massa de notícias falsas
durante o período eleitoral. Ainda neste mês, o WhatsApp informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
que não teria sido contratado pela campanha de Bolsonaro para fornecer
"serviços de impulsionamento de conteúdo na rede mundial de
computadores", mas não informou nada sobre as empresas que prestaram
serviço e fizeram uma avalanche de mentiras pelo aplicativo, como foi denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo. O ex-candidato à Presidência pelo PT está nos Estados Unidos para o lançamento de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis, no próximo sábado (1º), em Nova Iorque. Na agenda de Haddad ainda também estão previstas
conversas com a centro-esquerda europeia, também ameaçada pela onda
conservadora. De acordo com ele, o Podemos da Espanha, a Geringonça, de
Portugal e partidos progressistas da Itália, França e Alemanha, também
preocupados com a ameaça de cortes de direitos sociais em seus países.
Não pode torcer contra governo Bolsonaro para “ganhar o poder”, diz Haddad
Por Mirthyani Bezerra, do UOL, em São Paulo
28/11/2018 22h22
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT-SP), que perdeu o
segundo turno da eleição presidencial para Jair Bolsonaro (PSL), disse
nesta quarta-feira (28) acreditar que, se o futuro governo “der errado”,
o PT pode vir a ganhar uma eleição, fazendo referência ao pleito de
2022. Mas ressaltou que não se deve torcer para que o governo do seu
adversário falhe para “ganhar o poder”.
“Você não pode ficar torcendo para um governo dar errado para você
ganhar o poder. A melhor coisa do mundo é você ganhar de quem está indo
bem, porque mostra que você foi melhor na sua mensagem”, disse o petista
durante palestra na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados
Unidos.
E completou: “Se der errado, é possível que o PT possa ganhar uma
eleição, mas não é assim que a gente deve trabalhar, a gente deve
trabalhar com a hipótese de eles darem certo e de a gente dar mais certo
do que eles”.
Haddad está em viagem pelos Estados Unidos anunciada por ele na
semana passada. O ex-prefeito foi convidado a participar do lançamento
de uma coalizão internacional progressista idealizada pelo senador
americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis
Varoufakis, dia 1º de dezembro, em Nova York. Nesta quinta, ele fará
nova palestra na cidade americana.
Durante o evento “Brazil Talk: O Brasil após as Eleições”, na
Universidade de Columbia, Haddad evitou fazer críticas diretas a
Bolsonaro, centrando sua palestra nos desafios da esquerda como um todo
diante do crescimento de “governo fascistas ou de extrema-direita”.
Chegou a afirmar entender o que o futuro ministro da Relações
Exteriores, Ernesto Araújo, quis dizer quando mencionou a relação entre
marxismo e Revolução Francesa, o que causou polêmica pelo anacronismo,
dado que Karl Marx nasceu anos depois do episódio.
“Nosso futuro chanceler está dizendo que o ocidente que ele preza não
é o da Revolução Francesa, que ele classifica como uma revolução
marxista, que aconteceu algumas décadas antes de o Marx nascer. Fora a
brincadeira, eu até entendo o que ele quis dizer, porque o socialismo se
apropriou de ideias da revolução francesa: igualdade, liberdade e
fraternidade. Então ele está fazendo uma confusão anacrônica, mas que
faz algum sentido”, disse.
Fazendo referência ao ensaio “Trump e o Ocidente” publicado por
Araújo em uma revista do centro de estudos do Itamaraty, Haddad diz que o
futuro chanceler fala “coisas interessantes”, mas que o discurso dele é
contra a visão moderna de democracia.
“Por que ele fala da Grécia? Porque na Grécia a democracia era direta
e era uma democracia da maioria, não tem esse negócio de direito de
minoria. Na democracia antiga, não existe esse conceito. Se uma tribo
resolvesse adorar um deus e dissesse ’em nome da minha liberdade vou
desrespeitar esse deus [o deus adorado pela comunidade] (…), não podia
fazer isso”, disse.
E completa: “democracia grega e romana não dialoga com a liberdade moderna, com os direitos civis e políticos”, diz.
Moral, bons costumes e religião
Durante sua palestra, Haddad tocou diversas vezes na temática da
religião e de como o discurso da moral e dos bons costumes influenciou,
segundo ele, o resultado das eleições no Brasil.
“O discurso da moral e bons costumes teve um peso muito
significativo, tanto que as fake news versavam na sua grande maioria
sobre isso. Certamente havia alguém monitorando e vendo que dava certo,
porque ninguém gasta dinheiro sem saber se estava dando certo ou não”,
disse fazendo referência velada à reportagem da Folha de S. Paulo que
denunciou esquema de disparos em massa de mensagens contra o PT via
WhatsApp.
Para ele, assim como aconteceu com as jornadas de 2013, quando
milhões de pessoas foram às ruas em protestos motivados inicialmente
contra o aumento da tarifa do transporte público, o PT não estava
preparado para o que aconteceu na última semana antes do 1º turno. “Ele
não tinha uma experiência para aquela ofensiva que definiu a eleição.
Tentamos recuperar o prejuízo, conseguimos em parte no segundo turno,
mas o resultado já estava dado”, disse.
“O PT tem que se preparar para esses novos tempos e não falo só do PT, falo da esquerda em geral”, diz.
Questionado sobre a importância do voto dos evangélicos nas eleições
deste ano, Haddad afirmou que o casamento entre igreja e política “é
complexo”. “Hoje tem um fenômeno de crescimento no neopentecostalismo no
Brasil. Um dos erros é imaginar a incompatibilidade disso com projeto
generoso de sociedade”, disse completando que “não é verdade que o
diálogo é impossível”
----------------------------------- Entrevista de Haddad concedida a jornalista Monica Bergamo da Folha de São Paulo,em 26 de novembro de 2018, antes da viagem aos EUA.
'A Nova Direita' disseca a atuação de fundações conservadoras e ultraliberais
Think-tanks atrelados aos
interesses capitalistas internacionais lançam "cortina de fumaça"
moralista para encobrir agenda impopular de "reformas", predação das
riquezas e destruição de direitos
por Redação RBA
publicado
29/11/2018 15h28
Marcelo Camargo/Ag Brasil
Debate político concentrado em temas morais encobriu propostas como a reforma da Previdência
São Paulo – A ascensão de políticos populistas e de extrema-direita,
como Donald Trump, nos Estados Unidos, e mais recentemente, Jair
Bolsonaro, no Brasil, é consequência da crise do capitalismo que eclodiu
há uma década em todo o mundo. Mas também é resultado da capacidade de
organização dos mesmos agentes que produziram a crise que conseguiram
espalhar pelo mundo a ideologia neoliberal que serve para sequestrar o
Estado. A partir de uma rede de organizações, fundações e institutos, as
forças do capital conseguiram imprimir nas sociedades a ideia que o
inimigo a ser combatido é o Estado. Mais do que isso, conseguiram também
difundir valores morais conservadores que tem servido como "cortina de
fumaça" para encobrir os verdadeiros interesses econômicos desses
grupos, que estimulam e se beneficiam da crise da democracia. É sobre a ação desses grupos responsáveis por propagar o ideário ultraliberal e conservador que trata o livro A Nova Direita: Aparelhos de ação política e ideológica no Brasil contemporâneo (Expressão Popular), escrito por Flávio Henrique Calheiros Casimiro,que é doutor em história social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pró-reitor do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais. Em entrevista ao Brasil de Fato, Casimiro diz que, pelo menos desde os anos 1980, a direita brasileira, como no resto do mundo, vem se organizando a partir desse modus operandi. "Mais
do que pensar o que a esquerda deixou de representar nos espaços, o
importante é entender como a direita assume essa estratégia como
fundamental para continuação e atualização da dominação de classe. No
Brasil, houve um aumento das organizações de esquerda, mas houve
substancialmente um avanço da direita nesses espaços." O lançamento do livro, nessa quarta-feira (28), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, contou com um debate com a participação da professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, que também estuda a ascensão da direita no Brasil, e da coordenadora nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Kelli Maffort, com mediação da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli. "O que se tem na verdade é uma sofisticação do capital internacional, que se organiza aqui no Brasil através de think-tanks,
como o Instituto Millenium, o Lide, Estudantes pela Liberdade,
Instituto Von Mises etc. para promover valores ultraliberais e
conservadores", afirma Esther Solano. Segundo ela, o governo Bolsonaro é
a representação desse casamento do pensamento neoliberal – liderado
pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, com uma ideologia fundamentalista e conservadora, encarnado nos nomes que vão comandar as pautas de Educação e Relações Exteriores. Esther diz que os representantes do capital, cientes de que suas
pautas "reformistas" são de difícil aceitação pela maioria da população –
como as ditas "reformas" trabalhista e da Previdência –, mobilizam
setores da classe média a partir de pautas moralistas.
"Na campanha do Bolsonaro, quase não se falou de reforma da
Previdência, mesmo se sabendo que é a principal proposta que ele deve
adotar. Se falou basicamente de Escola Sem Partido, sexualização das
crianças, Foro de São Paulo, comunismo. Eles têm todo um conjunto de
simbologias, termos e conceitos que estão sendo jogados na esfera
pública, para criar uma moralização do debate." Para a coordenadora do MST, A Nova Direita serve para
entender como as forças do capital se articulam internacionalmente. Ela
diz que, diferentemente das outras, dessa vez não se trata de uma crise
conjuntural do capitalismo, mas de uma "civilizatória e estrutural", e
que a derrota eleitoral para a esquerda também traz lições e
oportunidades. "Se a classe dominante se apresenta de forma tão explícita, os
trabalhadores também estão sendo chamados a se apresentarem como classe.
Esse é o ponto que nós temos que seguir nas nossas diferentes
trincheiras, no movimento popular, na academia, na militância
partidária, no movimento sindical", afirmou.
O Festival de Artes de São Cristóvão – FASC começou em 1972, quando eu
era ainda uma criança. Naquela mesma época meus irmãos mais velhos
começaram a ingressar na UFS e a andar com colegas universitários. Foi
por meio desses grupos que eu passei a ouvir as primeiras conversas
sobre o FASC. Entre os comentários que eu escutava atento, dois
assuntos, especialmente, despertavam o meu interesse pelo badalado
evento cultural: as narrativas sobre a ousadia e a liberdade de
expressão e comportamento experimentada pela juventude durante o
festival e a intensa e diversificada programação artística. Depois de alguns anos apenas ouvindo e imaginando coisas, lá pelo início
da década de 1980, finalmente, fiz minha estreia no FASC. E que começo!
O grupo de teatro Cenário de Espetáculos – que eu integrava tocando
flauta doce – e mais alguns artistas, alugaram uma pequena casa em uma
das entradas da cidade. O Cenário não tinha conseguido entrar na
programação oficial, mas, resolveu ir por conta própria, puxar um
cortejo e apresentar encenações pelas ruas da cidade. Luiz Carlos
Dussantus, Vitória e Dinha Barreto, Itamar Freitas, Elíude Silva… Eram
alguns dos integrantes do grupo, presentes naquela aventura. Uma
noite, fomos para a bica. Foi a primeira vez que eu vi o sol nascer. Já
com o dia claro, resolvi vir a Aracaju dar notícias – celular não
existia. Entrei no coletivo e apaguei. O ônibus passou na porta da minha
casa, na Rua de Laranjeiras, onde eu deveria ter descido, mas, só fui
acordado no ponto final, na rodoviária velha. Nas edições
seguintes continuei indo para curtir, sem estar necessariamente
integrando alguma atividade artística. Certa vez eu estava na companhia
de uma galera bem descolada – como se dizia na época – e rolou um show
da dupla Sá e Guarabyra. Nos entrosamos com os músicos e voltamos para
Aracaju de carona com eles. Em São Cristóvão assisti espetáculos
artísticos que só foram apresentados em Sergipe graças ao FASC, pois,
não tinham apelo comercial suficiente para virem por outro meio, embora
tivessem grande relevância estética. Desses o que de modo mais vivo
continua na minha memória é o show “Suspeito”, de Arrigo Barnabé. Em outra edição a produção do FASC promoveu o “Rock in Bica”. Subi ao
palco acompanhando Rivando Gois que fazia um excelente Raul Seixas
cover. Eu era um péssimo guitarrista, fui chamado emergencialmente, devo
ter errado em quase todas as músicas, mesmo assim, o show foi vibrante
do começo ao fim. Depois passei uma temporada fora de Sergipe. De
longe, soube que o FASC fora interrompido. Para minha alegria e sorte,
de novo na terrinha, vejo o evento reativado. Com isso, voltei a
frequentar o nosso maior festival de artes. Em 2017, batuquei meu
tamborim pelas ruas e becos da histórica cidade com o Burundanga. Também em 2017, talvez pelo peso da idade, me incomodou ter ido ao FASC
e, ao final das noitadas, ter que voltar para Aracaju. Agora em 2018
superei o incômodo: aluguei uma casinha em São Cristóvão e pude
desfrutar o prazer de me jogar pela cidade histórica sabendo que um
colchão me esperava na Ladeira da Alegria. Nada dura para sempre,
mas, torço para que o FASC tenha longa vida pela frente. Por um simples
motivo: tem sido, ao longo do tempo, um dos poucos ou o único grande
evento realizado em Sergipe, essencialmente voltado para a difusão das
artes. Ao contrário das muitas festas de mera reprodução da cultura de
massa. Vale registrar, além dos grandes shows musicais, que
alcançam maior visibilidade, nesta 35ª edição do FASC houve: Salão de
Literatura, mostra de filmes, Salão de Artes Visuais, um palco para
artes cênicas, cortejos de grupos populares, concertos musicais, feiras,
exposições variadas... Não seria possível acompanhar tudo. Do
que participei, faço alguns destaques: o cortejo da Chegança de Santa
Cruz de Itabaiana, exposições na Casa do Iphan e na Casa do Folclore, a
mostra de curtas universitários, shows de Dami Doria, Samba de Coco da
Ilha Grande, Joésia Ramos, Sergival, Céu, Pífano de Pife, Patrícia
Polayne e Chico César. Órgãos fiscalizadores do uso de recursos
públicos têm apertado prefeituras que torram muito dinheiro em festas
que dão ênfase a atrações da indústria do entretenimento, usando
orçamento da cultura. O FASC tem sido diferente, pois, investe em arte –
um artigo necessário e pouco difundido e apoiado. Viva o FASC! Antônio Passos Publicado no Jornal do Dia, em 22/11/2018. Fotos: Alexandra Dumas (no 35º FASC).
Confira a cobertura do 35º FASC na página oficial do facebook. AQUI.
Sob o FASCínio da arte e à luz da razão
Por Marcos Santana (*)
A trigésima quinta edição do Festival de
Artes de São Cristóvão (FASC), ocorrida no período de 15 a 18 de
novembro de 2018, para muitos, proporcionou uma verdadeira sensação de
encantamento, de deslumbramento mesmo, com tamanha riqueza e variedade
de manifestações artísticas autênticas. Pude constatar isso no brilho do
olhar de inúmeras pessoas, e até em algumas lágrimas que teimavam em
correr pelos rostos, como aconteceu comigo, por mais que tentasse
contê-las.
(Foto: Daniele Pereira)
Nas várias caminhadas que fiz pelas ruas
do Centro Histórico da cidade, em diferentes horários, circulando entre
grupos folclóricos que realizavam cortejos em meio aos casarões
centenários, ouvi relatos emocionados, tanto de visitantes quanto de
moradores. Muitos me explicaram sobre como aquela experiência os havia
remetido a momentos felizes vividos há décadas.
Todavia, é preciso registrar, também,
todo o trabalho árduo que é feito silenciosamente, iniciado muitos meses
antes da realização do evento em si. Me refiro, por exemplo, às várias
reuniões com os empreendedores locais, na tentativa de conscientizá-los a
respeito da necessidade de aperfeiçoarem seus processos produtivos e de
atendimento. Ao árduo trabalho de captação de recursos, por meio do
convencimento dos patrocinadores quanto à viabilidade do investimento.
Da mesma forma, em relação aos moradores
que puderam alugar suas residências para hospedar os turistas. E para
nossa felicidade, neste ano já tivemos em funcionamento o primeiro
empreendimento de hotelaria no formato hostel, uma modalidade muito
utilizada atualmente em todo o mundo.
Em suma, o que considero fundamental
ressaltar, apesar de todas as dificuldades inerentes a um evento de
grande porte, é o fato de que existe uma dimensão socioeconômica a ser
considerada no tocante ao FASC. Algo que vai muito além de todos os
benefícios subjetivos ligados à valorização da nossa cultura, à
preservação das nossas tradições, ao resgate da nossa identidade. Ou
seja, há um legado que é concreto, que é objetivo: o festival movimentou
diretamente a vida de muitas pessoas, garantindo-lhes um ganho
econômico efetivo, obtido com dignidade.
E é exatamente a partir da consciência
que tenho a respeito dessa linha tênue que existe entre o sonho de
recuperar a autoestima do meu povo, tendo a promoção da sua cultura como
elemento fundamental, de um lado; e as responsabilidades com a garantia
do exercício dos direitos e do acesso às políticas públicas, de outro;
que me coloquei, ainda quando elaborava o meu programa de governo, um
desafio: resgatar o FASC, sem jamais comprometer o andamento das obras e
serviços públicos, nem o pagamento aos servidores dentro do mês
trabalhado, como tenho feito desde janeiro de 2017. Como ponderou Max
Weber, na política, há que se nortear pela ética da convicção, sem
jamais perder de vista a ética da responsabilidade.
Assim, determinei à comissão organizadora do 35º FASC,
assim como o fiz no ano anterior, que fossem tomadas todas as medidas
necessárias para que a integridade do conjunto arquitetônico fosse
preservada, especialmente a Praça São Francisco, este patrimônio mundial
do qual tanto nos orgulhamos. E cuja importância, para mim, vem de
muito antes do reconhecimento oficial pela Unesco. Nasceu junto com a
minha formação como ser humano, como cidadão sancristovense, ou seja,
está na essência da minha identidade.
E assim foi feito, nas duas versões do
evento, com a contratação de empresas e profissionais qualificados e
reconhecidos pela experiência e competência com que atuam no mercado.
Cada prego colocado, cada estrutura montada, obedeceu aos mais rígidos
critérios técnicos, de forma que, ao final do evento, os locais ficassem
exatamente como eram anteriormente.
Quero agradecer, do fundo do meu
coração, a todos os patrocinadores e apoiadores que acreditaram nesse
projeto, destinando recursos financeiros e agregando suas marcas ao
FASC. Da mesma forma em relação aos servidores que se empenharam na sua
construção, a todos os voluntários que contribuíram individualmente para
que tudo acontecesse com primazia.
Agradecer ao governador Belivaldo
Chagas, que com sua discrição característica, prestigiou a abertura
oficial. À Polícia Militar, que garantiu, mais uma vez, que nenhuma
ocorrência grave acontecesse, num evento de quatro dias, que contou com
um público de dezenas de milhares de pessoas. Aos veículos de
comunicação que divulgaram e transmitiram as atividades.
Enquanto eu estiver à frente da gestão de São Cristóvão, a Cidade Mãe de Sergipe,
o FASC será realizado com amor, dedicação e responsabilidade. Os
protagonistas serão sempre os artistas, nas suas mais diferentes
expressões, e sobretudo o público, que é a própria razão da sua
existência. Jamais cederemos a pressões de qualquer natureza, seja da
indústria cultural, seja de caprichos individualistas ávidos por
efêmeros minutos de notoriedade.
Como bem disse o genial Lenine: “A gente espera do mundo, e o mundo espera de nós, um pouco mais de paciência”.
(*) Prefeito do Município de São Cristóvão.
NOTICIAS DE SERGIPE - OS PÁSSAROS TRAZEM, parafraseando o titulo da
canção abaixo. Percebam como o Festival de Arte de São Cristóvão (FASC)
se encaixa nas palavras e nos versos
"Uma notícia está chegando lá do Maranhão
Não deu no rádio, no jornal ou na televisão
Veio no vento que soprava lá no litoral
De Fortaleza, de Recife e de Natal
A boa nova foi ouvida em Belém, Manaus João Pessoa, Teresina e Aracaju E lá do Norte foi descendo pro Brasil Central Chegou em Minas, já bateu bem lá no Sul Aqui vive um povo que merece mais respeito Sabe, belo é o povo como é belo todo amor Aqui vive um povo que é mar e que é rio E seu destino é um dia se juntar O canto mais belo será sempre mais sincero Sabe, tudo quanto é belo será sempre de espantar Aqui vive um povo que cultiva a qualidade Ser mais sábio que quem o quer governar A novidade é que o Brasil não é só litoral É muito mais é muito mais que qualquer Zona Sul Tem gente boa espalhada por esse Brasil Que vai fazer desse lugar um bom país Uma notícia está chegando lá do interior Não deu no rádio, no jornal ou na televisão Ficar de frente para o mar de costas pro Brasil Não vai fazer desse lugar um bom país A novidade é que o Brasil não é só litoral É muito mais é muito mais que qualquer Zona Sul Tem gente boa espalhada por esse Brasil Que vai fazer desse lugar um bom país Uma notícia está chegando lá do interior Não deu no rádio, no jornal ou na televisão Ficar de frente para o mar, de costas pro Brasil Não vai fazer desse lugar um bom país." Compositores: Milton Nascimento / Fernando Brant
"eu e meus companheiros queremos cumplicidade pra brincar de liberdade no terreiro da alegria."Chico César in estado de FASC.
--------------------------------------- Há
tempos Sergipe e São Cristóvão foi manchete em razão do escândalo do
roubo da merenda escolar. O que fazer para se tornar manchete nacional
em razão da realização do Festival de Arte de São Cristóvão? Falemos
bem do FASC, assim São Cristóvão pode ter manchete positiva. Em
especial, por causa de um país que parece estar repetindo a tragédia
política que São Cristóvão viveu durante alguns anos recentes. 19 de Novembro de 2018.
Imagine a prefeitura de São Cristóvão e a UFS, apresentando em um
seminário aberto, os resultados das pesquisas sobre a opinião do
público que frequentou o 35º Festival de Arte de São Cristóvão neste
último final de semana em São Cristóvão (SE), e anotando as novas
sugestões que podem surgir nos debates.19 de novembro de 2018
Ana Carolina Westrup
A Dimensão Cultural do FASC
Em dezembro de 72, sob a batuta do regime militar, nascia o Festival de
Arte de São Cristovão, o nosso conhecido FASC. Uma arquitetura
que já se iniciou no flerte com os movimentos culturais de vanguarda,
sabotando o projeto ditatorial que na verdade buscava criar uma
coesão/identidade nacional, a partir de eventos organizados pelas
Universidades Federais em comemoração ao Sesquicentenário da
Independência do Brasil.
Na
sua 35ª edição, tão importante quanto a sua dimensão histórica, o FASC
traz uma grande interrogação para o que se costumeiramente se constituiu
como políticas culturais nas municipalidades sergipanas, em que a busca
pelo retorno eleitoral define como entrada, prato principal e a
sobremesa o entreterimento, quase sempre baseado naquilo que o “público
quer”. Muitas vezes, reféns dos conhecidos detentores do
cardápio exclusivo de artistas do mainstream, os gestores municipais
repetem a sistemática limitação histórica quando o assunto é cultura, ou
melhor, políticas culturais: festas grandiosas, caríssimas e com pouco
ou quase nenhum retorno identitário ou de acesso a bens culturais fora
do que o mercado cultural disponibiliza a peso de ouro. A 35ª
edição do Fasc mostrou que a dimensão cultural deve ser encarada de
forma muito mais ampla, uma dimensão que o economista Celso Furtado,
ainda na década de 70, já revelava: "o desenvolvimento seria menos o
resultado da acumulação material do que um processo de invenção de
valores, comportamentos, estilos de vida, em suma, de criatividade"¹. O desenvolvimento de uma sociedade precisa se alimentar da criatividade
do povo, como princípio da cidadania e da emancipação. Para isso, o
acesso aos bens culturais que pouco estão aos olhos nus da maioria da
população brasileira, nos mais diferentes estilos e segmentos, é
fundamental, não pelo provável gosto refinado ou cult, mas pela
necessidade de gerar um ciclo de reflexão, de pertencimento e de
apropriação de conhecimento. Claro que esse olhar
multidimensional para cultura é extremamente arriscado para qualquer
gestor que está sob o julgo de uma parcela da sociedade que espera o
mais do mesmo, fruto exatamente desse ciclo vicioso que já foi indicado
no texto, mas o homem público e mulher pública que quer deixar marcas
para além da cédula eleitoral precisa encarar esse dilema de forma
acolhedora à população que ainda é refratária a espaços como esses, mas
também potencializando experiências exitosas. Ao andar nas ruas
da cidade-mãe convivi com essas duas realidades, obviamente. De Julico
da The Baggios afirmando a importância das outras edições do FASC na sua
formação cidadã e artística, como também de uma senhora que apesar de
não gostar dos estilos musicais, artísticos e da invasão do “povo de
fora”, estava feliz com o retorno financeiro da sua banquinha de bobó de
camarão. De denominador comum entre essas duas personagens
estava, exatamente, a atuação da Prefeitura. The Baggios foi uma das
bandas mais aclamadas do festival, fazendo parte do horário nobre da
segunda noite de apresentação do FASC, e a senhora do bobó, entre tantos
outros moradores, foram cadastrados para fazer parte de uma feirinha
localizada de forma estratégica no meio do evento, com a proposta de
aquecer a economia local. Que nessa dialética e coragem, São
Cristovão continue como um prisma de diversidade cultural e um farol que
nos clareia para caminhos possíveis. 1 –FURTADO, Celso. 1978. Criatividade e dependência na civilização industrial. 19 de novembro de 2018 -------------------------------------------------
Lembrando
um momento emocionante do show do Chico César no Festival de Arte de
São Cristóvão, entre outros, ontem, domingo, 18/11/2018. A emoção por
ser uma canção composta com os sentidos e sentimentos do autor voltados
para Bárbara, musa e esposa do autor que estava em Aracaju, ao tempo
em que ele estava em Caracas. Daí o nome de canção Caracajus. E a emoção de Chico César ao cantar a canção, foi maior ainda, porque foi a primeira vez que ele cantou a canção em Sergipe.
Festival de Arte de São Cristóvão! Programação TOP. Mais que 10, mais que 100. Segundo a minha filha Maíra Ramos é TOP 1000. O caráter reflexivo e formação politico cultural, talvez
ainda dependa de mais tempo para compreensão e amadurecimento. Como
acontece com Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e outras
cidades, no caso de eventos de natureza semelhante. Parabéns ao prefeito de São Cristóvão Marcos Santana e ao secretário de cultura, Gaspeu Fontes.
01 de Outubro de 2018
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O Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), pode servir como um espaço
e ambiente virtuoso para estimular um movimento cultural
potencialmente autônomo e independente. A ser realizado por
artistas e grupos culturais da cidade e do entorno, que poderão produzir
com mais qualidade em termos artisticos e de produção, dentro de
condições mais favoráveis e sustentáveis. Isso nos dias em que não há
FASC, assim como em um futuro não esperado ou aguardado, quando houver
gestões da prefeitura de São Cristóvão sem compromisso com a realização
do FASC.
Cheguei a essa conclusão, quando integrei o grupo
de ativistas culturais que se mobilizaram em 2011 para clamar ou bradar
pelo retorno do FASC.
Os instrumentos que podem realizar a
estratégia proposta acima é o processo de construção coletiva do
seminário "Pensar o FASC", assim como os temas e metodologia das rodas
de conversas e oficinas.
Cantando a mesma toada do ano passado e ao mesmo tempo celebrando o que foi e está sendo conquistado.
Para entrar no espírito que move e alegra a publicação de um conjunto de textos, fotos e referências como está realizado acima, recomendamos a canção abaixo.