Kizomba foi uma festa afro, realizada na sede da AMABA, em que meninos
e meninas formaram equipes, e ficaram de apresentar performances
artísticas e exposição de forma oral, assim como por meio de cartazes e
objetos, sobre alguns temas ligados a cultura afro-brasileira.
Finalizou o projeto Zumbi dos Palmares - 300 anos, realizado com o patrocínio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Consistia em uma proposta de círculos de estudos sobre a história e a
cultura negra, realizada em 1995, ano do tricentenário do herói negro
Zumbi dos Palmares. Os temas escolhidos pelas equipes foram capoeira/maculelê, dança moderna, com base na cultura afro e candomblé. A equipe vencedora, a que escolheu o tema candomblé, ganhou uma viagem à Bahia.
O grupo que viajou foi formado por Zezito (idealizador do projeto e orientador das pesquisas e das rodas de conversa) , Crécia, Clésia, Everaldo (Vevé), Nilson e Ana Paula, adolescentes participantes da Banda Afro e do corpo de dança da referida banda.
Na viagem a Bahia, Vevé e o grupo conheceram vários lugares. Disse ele: “Lembro de termos ficado em uma casa na ladeira do carvão no bairro Garcia, próximo ao terminal, de onde fomos a pé para o Pelourinho. Também conhecemos o Farol da Barra. Fiquei encantado com o Pelourinho, vimos o ensaio do grupo Olodum. Fiquei triste quando voltamos no domingo.”
Ana Paula, tinha como um de seus grandes sonhos ir a Salvador. Ela lembrou também a visita ao mercado modelo e a subida pelo elevador Lacerda, além da ida para conhecer a lagoa do Abaeté.
E para concluir podemos afirmar como o compositor Ary Barroso. Você já foi a Bahia? Não, então vá.
Reforçando com o artigo abaixo publicado na revista Carta Capital.
Salvador é a meca negra: todo negro precisa ir pelo menos uma vez
O livro contará mais detalhes sobre o projeto Zumbi dos Palmares - 300 anos e a viagem à Salvador.
AMABA - Associação dos Moradores do Barro América e Adjacências.
Projeto Reculturarte - Reeducação, Cultura e Arte
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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
Amostra grátis do livro sobre a AMABA/Projeto Reculturarte (1). A ser lançado em 2019.
sábado, 19 de janeiro de 2019
Uma prévia do livro sobre a AMABA/Projeto Reculturarte a ser lançado em 2019.
Mais informações sobre a AMABA/Projeto Reculturarte AQUI
Como uma forma de pré campanha para divulgação do livro, estaremos publicando semanalmente, dois ou três parágrafos com passagens bem interessantes dos capítulos já escritos, sempre acompanhado de uma foto do projeto. Importante que haja repasse ou compartilhamento via zap, facebook, instagram, twitter e etc...
A religião na AMABA/Projeto Reculturarte.
À guisa de introdução
A religião muitas vezes pode ser
fonte de cura, mas pode ser também fonte de neurose e de perdição. Os exemplos
são tantos que nem precisa muito esforço para pesquisar no google. Basta
procurar noticias sobre a campanha de pressão em favor de Bolsonaro, que muitos
pastores doidos e/ou mercenários desenvolveram. No caso da igreja católica
também, porém com mais discrição.
Mas assim como pode ser o que
citei, a religião pode ser fonte de cura e de libertação, libertação do
preconceito, da discriminação, da solidão, da depressão, do racismo, do
machismo, do desejo de acumular bens e de explorar o semelhante.
Ontem, 23 de janeiro de 2019,
entrevistando uma mulher que conheci menina, participante do projeto
Reculturarte do inicio até meados da década de 1990, percebi que a devoção e um
milagre de Nossa Senhora na vida dela, não significou retrocesso e recuo em matéria
do que ele aprendeu e vivenciou no convívio com o grupo de educadores e
dirigentes da AMABA que participaram da formação humana integral que ela
recebeu durante este tempo.
Uma das passagens em que ela me
chamou a atenção foi quando disse que, mesmo sendo muito devota, não frequenta
a igreja com muita regularidade, por razões cujas descrições dada, remete ao que falei sobre um ambiente que
favorece a criação e reprodução de gente neurótica.
E até mesmo o Papa Francisco tem
chamado a atenção acerca disso. E a propósito da dimensão religiosa ou
espiritual no seio do projeto Reculturarte, os momentos de oração e os estudos
bíblicos eram componentes importantes dos retiros/acampamentos do Reculturarte.
Fora as conversas constantes
nestes momentos e nas oficinas artísticas regulares, sobre valores humanos,
defendidos no Evangelho e em outros livros bíblicos, como respeito, dignidade,
solidariedade, união, transparência, diálogo, respeito às diferenças e
etc...Assim como uma busca em tentar viver isso nas relações, embora como bem
disse ela, por parte de alguns educadores , se ficava a desejar em alguns
pontos.
Em um outro pequeno texto escrevi
que o que éramos mesmos, ou que formávamos no fundo mesmo, uma comunidade
terapêutica de base. Que as palavras e exemplos do querido Papa Francisco e de
pastores como Henrique Vieira, Odja Barros, que recentemente esteve no curso deverão do Ceseep/PUC-SP, uma das escolas que ajudou a formar educadores do Reculturarte, e tantos (as) outras, possam inspirar o cuidado que
precisamos ter com a formação de pessoas seguras, maduras, conscientes,
alegres, solidárias e centradas.
A formação de quem estava a
frente do processo educativo e cultural na AMABA/Projeto Reculturarte, esteve
bastante influenciada pela Teologia da Libertação. Já os protestantes que
faziam parte das duas agências de fomento que patrocinaram o trabalho,a CESE e a Visão Mundial, estavam
influenciados tanto por essa, como pela Teologia da Missão Integral.
E foi graças a isso, que também
as referencias da nossa herança cultural e espiritual, indígena e africana,
sempre foram respeitadas e até incorporadas em nosso processo educativo e
cultural, como no caso da banda e da dança afro e da belíssima festa Kizomba
realizada em 1995, quando a sede da AMABA foi transformada literalmente em um
barracão ou terreiro de candomblé.
Reiterando, comunidades
terapêuticas de base, como uma das possibilidades de saída para um Brasil em
transe.
P.S.: O pequeno texto que escrevi
e onde citei pela primeira vez o termo “comunidade terapêutica de base” “No
decorrer da caminhada matinal do dia 15/01/2019, a lembrança de um país cheio
de gente pirada, de gente maluca, inclusive ocupando a presidência e alguns
ministérios.
Daí me ocorre a idéia de
comunidades terapêuticas de base, como podemos definir o que foi a AMABA/Projeto
Reculturarte.
Nas entrevistas com os que
participaram dessa iniciativa sociocultural nos anos de 1990 no bairro américa,
periferia de Aracaju, salta aos olhos o quanto as ações culturais, esportivas e
de reforço escolar, colaboraram com a auto estima, o sentido de pertencimento e
coesão, o centramento, a construção de sentido e projeto de vida, a consciência
cidadã, a alegria, o bem viver.
Portanto, precisamos ir além da
discussão sobre o investimento em comunidades terapêuticas para tratar de
dependentes químicos, assim como da discussão sobre a redução da maioridade penal, o que fará entupir os
presídios e empurrar mais jovens para os braços do crime organizado.
O mais necessário é evitarmos a
necessidade disso, de gente pirada, de gente maluca, elegendo gente igual. E
para tal, precisamos de mais comunidades terapêuticas de base. O que pode
também prevenir a quantidade de adolescente e jovens enredados no crime e na
violência.”
Zezito de Oliveira - educador e agente cultural
Zezito de Oliveira - educador e agente cultural
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