quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Reinado do Povo=Reinado de Deus em Utopia de Zé Vicente.

  A expressão "Reinado do Povo", central na canção "Utopia" de Zé Vicente, não é uma citação bíblica direta, mas é uma interpretação teológica profunda que encontra sólidas bases no conjunto da mensagem bíblica, especialmente quando lida a partir de uma ótica da Teologia da Libertação.




Zé Vicente, compositor ligado à música católica popular e à opção preferencial pelos pobres, constrói em "Utopia" uma visão do Reino de Deus não como uma realidade distante e celestial, mas como um projeto histórico a ser construído aqui e agora, com a participação ativa do povo.

Vamos analisar como essa expressão se fundamenta biblicamente:

1. O Conceito Básico: O "Reino de Deus" ou "Reinado de Deus"

A expressão "Reinado do Povo" é um paralelo direto ao tema central da pregação de Jesus: o Reino de Deus (ou "Reino dos Céus" em Mateus).

Marcos 1:15: "O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho."

Lucas 4:43: "É necessário que eu anuncie o evangelho do Reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado."

O "Reino de Deus" não é um território, mas uma situação de soberania, onde a vontade de Deus se realiza plenamente. É um reinado de justiça, paz, amor e fraternidade.

2. A "Virada" Teológica: O Povo como Agente do Reino

A teologia tradicional muitas vezes enfatizava o Reino como um dom que Deus dá ao homem. A teologia por trás de "Reinado do Povo" enfatiza que o Reino é também uma tarefa que Deus confia ao homem, em especial aos pobres e oprimidos. É aqui que a base bíblica se torna mais nítida.

a) As Bem-Aventuranças (Lucas 6:20-23 / Mateus 5:3-12)

Jesus proclama felizes os pobres, os que têm fome, os que choram. No evangelho de Lucas, isso é uma declaração direta e escatológica: o Reino já lhes pertence. Eles não são meros receptores passivos, mas os herdeiros e protagonistas do novo mundo que Deus está inaugurando. O "Reinado do Povo" começa com a valorização radical desses grupos.

b) O Cântico de Maria (Magnificat) - Lucas 1:46-55

Este é talvez o texto bíblico mais próximo do espírito de "Utopia". Maria profetiza uma verdadeira revolução social promovida por Deus:

"Derribou do trono os poderosos e elevou os humildes; aos famintos encheu de bens, e aos ricos despediu de mãos vazias."

Aqui, Deus age na história através do povo humilde (simbolizado em Maria) para estabelecer seu reinado de justiça. É a ação de Deus usando o povo como instrumento de transformação.

c) A Missão de Jesus em Isaías (Lucas 4:18-19)

Jesus define sua própria missão citando Isaías:

"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos."

O "Reinado do Povo" que Zé Vicente canta é a concretização desta libertação. É um reinado onde as correntes da opressão são quebradas, o que implica uma ação coletiva do povo organizado.

d) A Igreja Primitiva como Embrião do Reinado (Atos dos Apóstolos 2:44-45; 4:32-35)

A comunidade dos primeiros cristãos é descrita como um modelo de sociedade alternativa, onde os bens eram partilhados e "não havia necessitados entre eles". Esta é uma manifestação prática do "Reinado do Povo" – uma comunidade que vive os valores do Reino, colocando o povo e suas necessidades no centro.

3. A Ideia da "Utopia" como Profecia

A "utopia" da canção não é uma ilusão, mas uma profecia e uma esperança ativa. Na Bíblia, os profetas constantemente anunciam um futuro de paz e justiça (ex: Isaías 2:4, 11:6-9; Miqueias 4:3-4). Esse futuro é uma "utopia" bíblica – ainda não realizada, mas que orienta a caminhada e a luta do povo no presente.

Conclusão

A expressão "Reinado do Povo" em Zé Vicente encontra base bíblica não em uma frase isolada, mas na releitura do conceito de "Reino de Deus" a partir dos pobres. Ela se fundamenta em:

A proclamação de Jesus sobre o Reino de Deus.

A opção de Deus pelos pobres e oprimidos como herdeiros e agentes principais desse Reino (Bem-Aventuranças, Magnificat).

A missão libertadora de Jesus, que inclui a transformação social.

O exemplo da comunidade primitiva, que vivia uma forma de "reinado do povo" através da partilha.

Portanto, "Reinado do Povo" é uma tradução contemporânea e engajada do "Reino de Deus". É a crença de que Deus, em sua aliança com a humanidade, escolheu o povo, especialmente os pequenos e excluídos, para serem construtores ativos de uma sociedade justa e fraterna – a "Utopia" que, pela fé e pela ação, deixa de ser um sonho e se torna um projeto histórico.


A biografia do poeta Miró da Muribeca

 Miró da Muribeca havia sido, ou melhor, ele é homenageado no nosso Dicionário amoroso do Recife. Em 2014 publiquei sobre o poeta no livro:  

Festival no Recife celebra a obra do poeta Miró da Muribeca — Foto: Wesley D'Almeida/PCR/Divulgação


“João Flávio foi transformado em Miró pelos amigos, porque lembrava ao jogar o bom Mirobaldo, um craque da pelota do Santa Cruz Futebol Clube. No tempo em que o maior talento de João era o futebol, os seus amigos o apelidaram de Miró, forma reduzida de Mirobaldo, que se pronuncia com a vogal ‘o’ aberta da fala nordestina. Depois, na fase em que assumiu o jogo mais raro e difícil da poesia, achou por bem continuar assim, Miró.” 

Como neste lindo poema:  

“Acho que foi a primeira vez que conheci a dor

Um domingo de 1971

Naquele tempo o domingo era o dia mais feliz,

Minha mãe fazia um macarrão com carne de

lata e Q-suco

Ficávamos brincando de mostrar a língua vermelha

Pra provar que éramos felizes…

Norma era tão linda com seus cabelos negros,

Que me deu um branco aos 11 anos

Quando me pediu um biscoito maizena e um

gole de fratele vita …

Domingo era o dia mais feliz

Antes de Norma beijar um outro na boca.”

Aquelas coisas mínimas, constrangedoras, que nem às paredes confessamos, ele, como um novo louco, arrebenta de si. Mais do que escrever, por vezes transcreve. Com uma sensibilidade que observa o inobservável. Este poema a seguir não precisa da performance do poeta no palco. Basta a sensibilidade do leitor.  

“Deus, Tu que agora carregas um homem,  

Puxando pelas rédeas o seu cavalo e uns  

sacos de cimento  

De cada lado um sol insuportável …  

Deus, Choves agora no meu coração  

Para que eu não pense em comprar um 

guarda-chuvas de balas  

E fazer justiça com as próprias mãos.” 

Em Miró da Muribeca –  Estou quase pronto, biografia bem pesquisada por Wellington de Melo, entre depoimentos sobre as quedas do poeta no alcoolismo, aparece um Miró que fala um retrato da sociedade de classes por toda a sua vida. Na altura dos seus 22 anos de idade, isso se deu, conforme publicado no livro:     

“— Quando eu publiquei um poema no jornal dos funcionários da Sudene, saiu meu nome e a sigla de onde eu trabalhava, DSG, Departamento de Serviços Gerais. O filho da puta do meu chefe, seu Fernando, chegou na fila para bater cartão e perguntou: ‘Quem é João Flávio?’. Eu disse: ‘Sou eu’. ‘Sente aqui. Olhe, a gente não quer ninguém daqui metido com o pessoal lá de cima. Vocês são serventes’. ‘Mas eu sou poeta, sou escritor’, eu disse. Levei três dias de suspensão. Falei para Wilson (poeta Wilson Araújo de Sousa), e ele falou com Maria do Carmo (poeta Maria do Carmo Barreto Campello de Mello), que me resgatou e me colocou um mês para trabalhar na sala dela, fazendo nada.  

O episódio bate com o relato que eu ouvira de Maria do Carmo, que afirmou tê-lo colocado sob suas asas para que ninguém o perseguisse. No entanto, em conversa com o filho da poeta, o médico Paulo Barreto Campello, descobri que a perseguição vinha de antes da publicação:  

— Não queriam publicar o poema de Miró no jornal, porque ele era faxineiro. Minha mãe então falou com o superintendente, dizendo que, se não publicassem, ela iria à imprensa.” 

Há um outro momento da biografia que lembra os dias de Lima Barreto no hospício. Houve uma vez em que os psiquiatras receberam o imenso Lima Barreto, e escreveram incrédulos e zombeteiros no seu prontuário: “diz-se escritor”. É incrível e sintomático da sociedade brasileira, que de modo semelhante isso ocorreu com Miró. Está no livro:  

“Quando Wilson falou pela primeira vez com os médicos do Alfa, um deles relatou que estavam pensando em chamar um acompanhamento psiquiátrico. 

‘Ele está alegando que é poeta, mostrando um comportamento estranho, recitando uns poemas’, informou a médica. ‘Você sabia que ele é um dos grandes poetas de Pernambuco?”, perguntou Wilson. ‘É?’, perguntou surpresa a médica.” 

Não fosse a rede de apoio dos amigos e admiradores, o poeta Miró teria morrido muito antes dos quase 62 anos de idade. Ele, à semelhança do outro gênio Noel Rosa, teria vivido menos que um sopro. Certa vez, ele chegou a falar:  

— Você sabia que tem uma bolsa de apostas no Recife para saber quando eu vou morrer? 

Não acertaram o dia. Mas em 31 de julho de 2022 o poeta faleceu. No texto de Wellington de Melo, lemos:  

“Adroaldo, sempre uma fortaleza de cuidado, um porto seguro emocional para Miró, também fez um relato tocante:  

— No meu plantão ele falou que estava morrendo. Saí do quarto para chorar. Não queria fazer isso na frente dele.” 

O seu encanto e feitiço vinham e vêm da união de Poesia e Verdade, como falava Goethe. Para o Brasil que ainda não o conhece, Miró aparece aqui em um dos seus vídeos:   

Miró da Muribeca não precisa mais dos qualificativos “preto e pobre”, que na sociedade de classes e racista são desqualificativos. Guardadas as diferenças, seria qualificar de maneira semelhante Machado de Assis e Cruz e Sousa. Eles são grandes escritores, ponto. Portanto, Miró da Muribeca é muito bom poeta, ponto. E ganhou a sua primeira biografia.  

A biografia Miró da Muribeca – Estou quase pronto, escrita por Wellington de Melo, será lançada no Recife nesta quinta-feira, 23 de outubro de 2025, às 19h, no Bar do Teatro Mamulengo, Recife Antigo.  

***

Urariano Mota é natural de Água Fria, subúrbio da zona norte do Recife. Escritor e jornalista, publicou contos em Movimento, Opinião, Escrita, Ficção e outros periódicos de oposição à ditadura. É colunista do Vermelho. As revistas Carta Capital, Fórum e Continente também já veicularam seus textos. Autor de Soledad no Recife (Boitempo, 2009) sobre a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973, de O filho renegado de Deus (Bertrand Brasil, 2013), uma narração cruel e terna de certa Maria, vítima da opressão cultural e de classes no Brasil, do Dicionário Amoroso do Recife (Casarão do Verbo, 2014), e de A mais longa duração da juventude (Editora LiteraRUA) que narra o amor, política e sexo dos militantes contra a ditadura.

Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico (2008) Wilson Freire (documentário completo)




terça-feira, 21 de outubro de 2025

O real adversário de Lula em 2026 De militante do PT a gestor público do MDB, Isaac Faria encarna uma nova lógica da política. E profetiza: “EMENDAS vão vencer a eleição”.

 Cartas Marcadas

Parte 18

Terça-feira, 21 de outubro de 2025



Cartas Marcadas é uma newsletter semanal que investiga a ascensão da extrema direita, as ameaças à democracia e os bastidores do poder em Brasília.

As pesquisas estão cada vez melhores para Lula. A oposição está sem rumo. E, por ora, o presidente não tem adversário competitivo à altura. Mas, por pelo menos duas razões, o jogo não está decidido.

Em primeiro lugar, a mais óbvia: em maio, Lula aparecia empatado com Tarcísio de Freitas em simulações de segundo turno. Desde então, o petista recuperou fôlego, mas uma reviravolta ou a ascensão de um novo candidato alinhado à extrema direita está longe de ser impossível.

O segundo motivo é que o resultado das urnas para o Legislativo, especialmente o Senado Federal, pode definir algo muito mais valioso do que um novo mandato presidencial de Lula: o destino da democracia.

Entender o risco que o país corre exige sair de Brasília e olhar para o chão onde o poder realmente se constrói. É o que diz uma célebre frase do ex-governador paulista Franco Montoro: “Ninguém vive na União ou no estado. As pessoas moram no município”.

Nesta semana, te levo a uma padaria aos pés do Edifício Martinelli, sede da prefeitura de São Paulo, onde almocei – acredite se quiser – com um membro da gestão de Ricardo Nunes, do MDB.

Mas não era um mero burocrata. Era um personagem que talvez você se recorde. Alguém que não concordo. Mas que tenho certeza que deve ser ouvido. Vamos a ele.

‘O barulho daquela entrevista foi muito produtivo’

Há um ano, Isaac Faria se tornou um personagem improvável no debate nacional. Líder comunitário do extremo sul de São Paulo, ele virou manchete com uma frase que disse para mim em uma entrevista publicada no Intercept Brasil, durante as eleições de 2024 — uma frase que sintetizava uma virada: “Eu era do PT. Agora sou Centrão.”

De lá para cá, Isaac trocou as ruas das periferias por um cargo na gestão do prefeito Ricardo Nunes, como assessor da Cohab, uma empresa estatal responsável por executar políticas públicas de habitação.

Perguntei como isso aconteceu. Ele me disse: a repercussão da entrevista, em plena reta final do segundo turno da eleição paulistana, fez com que ele se aproximasse ainda mais do grupo político de Nunes. O convite para um cargo na gestão, conta, foi “natural”.

“Todo o barulho que aconteceu por causa daquela entrevista foi muito produtivo. Muita gente entendeu o que eu quis dizer. Outros me chamaram de traidor, mas isso é a democracia”, afirmou.

A entrevista, de fato, teve uma enorme repercussão: a história de Isaac foi citada por analistas, políticos e jornalistas como exemplo da importância das emendas parlamentares nas eleições — algo que os dados já revelavam depois do primeiro turno.

Mas, até aquele momento, ninguém tinha encontrado um Isaac, alguém que traduzisse como essas quantias bilionárias de dinheiro despejadas em cidades de todo o país mudaram lealdades, percepções e votos.

Agora, a história de Isaac traz um outro aspecto da mesma engrenagem: o Centrão não só dá emenda. Ele dá cargo. E isso faz com que um líder comunitário como Isaac esteja liberado para defender todos os dias o projeto de seus chefes: “Se o Tarcísio for candidato a presidente, o Nunes é candidato a governador. E eu vou apoiar os dois”, admitiu.

Durante o almoço, fiz questionamentos desconfortáveis ao agora funcionário público Isaac, que exibia orgulhoso seu novo crachá. Perguntei se aceitar o cargo não daria razão àqueles que o criticaram pela entrevista de 2024, dizendo que ele só queria uma “boquinha”.

“Vou te falar a verdade. Eu acordo todo dia pensando o que posso aprender e tudo que posso fazer para beneficiar minha comunidade. A política tem custo para ser feita. Não se faz política sem estrutura. E eu estou usando essa estrutura para fazer política para o meu povo.”

Também perguntei a Isaac se ele compactuava com Nunes e Tarcísio na defesa da anistia a condenados da tentativa de golpe de 8 de Janeiro. “Você acha que no M’Boi Mirim as pessoas ligam para isso?”, ele disse, me devolvendo a pergunta. Eu retruquei: “Você não liga?”.

“Sabe o que importa pra mim? A piscina pública nova, as novas moradias populares que eu fui entregar com o prefeito, o asfalto que a gente está colocando onde nunca teve e as obras”. Obras que, segundo ele, “finalmente estão acontecendo com agilidade”.

“Quando eu estava no PT, ninguém me chamava para discutir emenda. Hoje eu entendo a importância delas. Com elas, o recurso chega. Eles falam e eu vou lá ver se o ar-condicionado foi instalado, se a piscina foi construída. E foi. Política não pode ser discurso vazio. A comunidade quer ver o prédio, o elevador, o equipamento funcionando”, disse.

Quando pergunto se ainda há salvação para a esquerda, ele suspirou: “O navio está afundando. Na minha quebrada, eu vejo um ranço que não sei se dá para resolver.” E complementa: “Eu não sou adversário do Lula. Só que, com as emendas, eu vejo as coisas acontecerem com mais velocidade do que com as coisas do governo. E me pergunto: por quê?”.

Essa resposta eu não pude dar ao Isaac. Os números talvez ajudem a explicar. Entre 2014 e 2025, o Brasil saiu de um modelo em que as emendas eram periféricas no orçamento federal para outro em que se tornaram a principal ferramenta de poder no país.

Ministérios outrora cobiçados agora são menos atrativos do que um mandato parlamentar. Em 2014, o total pago em emendas somava cerca de R$ 9 bilhões. Em 2022, na reta final do governo Bolsonaro, já ultrapassava R$ 35 bilhões com o orçamento secreto.

Em 2023 e 2024, mesmo com Lula no Planalto, o montante continuou no mesmo patamar — agora institucionalizado como emendas impositivas. Ou seja: o mecanismo que garantiu o domínio da direita no Congresso não recuou com a vitória de Lula. Ele sobreviveu a ela.

Lula parece ter entendido isso. Depois de pesquisas aterrorizantes no início do ano, o presidente viajou menos ao exterior e mais ao interior do país para inaugurar obras e encontrar a população – mesmo que em solenidades fechadas, mobilizando “os mesmos de sempre”.

“Isso faz diferença”, disse. “O povoquer saber de duas coisas: o que o governo entrega e o preço da comida”, disse Isaac, com um tom quase arrogante. Mas a verdade é que, desde que almocei com ele, em agosto, o custo dos alimentos só caiu – e a popularidade de Lula só cresceu.

Mas, infelizmente, o favoritismo atual nas pesquisas nacionais não é garantia de estabilidade democrática. Como o meu colega Leandro Becker destrinchou em uma excelente série de reportagens no Intercept, a extrema direita tem outra batalha prioritária: o Senado.

O plano é conquistar maioria em 2026 e, com isso, controlar a pauta de impeachments de ministros do Supremo, vetar autoridades e, se Lula vencer, travar o governo.

E para esse plano sair do papel, as emendas terão papel-chave. Afinal, quem mais lucra com o modelo atual são justamente o Centrão e a extrema direita, porque têm mais cadeiras no Congresso e, portanto, mais orçamento para irrigar seus redutos.

Sim, Lula pode perfeitamente ganhar a Presidência — e ainda assim perder o país.

Leia as últimas edições de Cartas Marcadas.

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https://www.intercept.com.br/2025/10/21/petista-centrao-emendas-eleicao/



domingo, 19 de outubro de 2025

Como foi a 9ª Reunião online dos representantes de Pontos de Cultura de Sergipe realizada em 14 de Outubro de 2025?

O objetivo foi prosseguir na retomada da  Rede Sergipe de Pontos de Cultura, discutir o futuro dos Pontos de Cultura no estado e planejar a participação nos Fóruns/Teia estadual e nacional.

Pauta 

 A primeira discussão será sobre o tema mais votado e assim sucessivamente, caso não haja condições de esgotar um tema, este ficará em suspenso para dar vez ao tema seguinte ou prosseguirá, empurrando os temas menos votados para a reunião seguinte. 

De acordo com enquete no grupo estadual dos Pontos de Cultura no whatsapp, os temas mais votados foram o A e o B. 

a - Avaliação da reunião de sábado com chamada e preparação realizada pela SECULT b – Informe/resumo sobre as oito reuniões realizadas de retomada da Rede Sergipe Cultura c) – discussão sobre o formulário de mapeamento dos Pontos de Cultura da Rede com especial atenção as informações básicas e a estrutura de governança de cada um.. d) – Inicio da discussão sobre o Regimento Interno dos Fóruns Estaduais e Nacional , elaborado pela Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e validado pela SCDC e) discussão sobre a Teia Estadual – Programação – Logistica – Orçamento.

1. Apresentação dos Participantes: A reunião começou com a apresentação de diversos representantes de Pontos de Cultura de diferentes municípios de Sergipe (Aracaju, Boquim, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão, Simão Dias, Glória), destacando a variedade de suas atividades:

*    Ação Cultural (Zezito de Oliveira) - Foco em audiovisual/cineclube, teatro/dança, cultura digital - Aracaju e Região Metropolitana - Desde 2004.

Coletivo Sintonia Periférica: Hip-hop, desde 2007.

Grupo Imbuaça (Ponto de Cultura "Nosso Palco é a Rua"): Teatro, existe há mais de 30 anos (Ponto de Cultura desde 2004/2005). Oferece curso anual gratuito.

Grupo Teatro Triunpolante ("Teatro para Todos"): De Aracaju.

Associação Casamor: Ponto de Cultura focado em memória e história da comunidade LGBT, desde 2017.

Ponto de Cultura Terreiro São Cosme e São Damião: De Boquim.

Ponto de Cultura Companhia de Dança Loucurart: De Aracaju.

Liga das Quadrilhas Juninas de Aracaju e Sergipe: Ponto de Cultura desde 2024.

Movimento de Empoderamento Feminino Baque  Mulher Aracaju: Grupo de Maracatu. 

Centro Cultural Erukere Nganga Lunga  (Pai Andson de Oxossi): Foco em cultura popular, teatro e audiovisual.

Associação Comunitária de Desenvolvimento do Povoado Triunfo (Ana Maria): De Simão Dias, iniciando processo de certificação.

Pontão Albertino Brasil (Alexandre Campos): De Glória.

Ilê Axé Águas de Fé (Pai Rafael de Ortundo): Representante do Conselho Municipal de Igualdade Racial e Movimento Jovem de Axé.

Ponto de Cultura Barracão Cultural Mãe Maria (Claudemir Santos da Conceição): De São Cristóvão.

Coletivo Underground 79 (Michael Silva): De Nossa Senhora do Socorro.

2. Revisão de Reuniões Anteriores (Histórico e Destaques): Zezito de Oliveira apresentou um resumo de reuniões anteriores (relatórios completos disponíveis no  blog da cultura):

1ª Reunião (7 de agosto de 2005): Foco na organização da Rede Sergipe de Cultura de Pontos de Cultura e preparação para as Teias Nacional e Estadual. Discutiu a escolha de representantes e programação da Teia Estadual (não houve planejamento de programação por conta da incerteza orçamentária).

o Esclarecimento sobre Delegados: Os atuais representantes funcionam como uma "comissão de transição" (remanescentes de 2014 e  membros de alguns novos Pontos de Cultura), para diálogo com a Secult sobre logística, orçamento e programação do fórum/teia. Os representantes oficiais da comissão estadual serão escolhidos para o período pós Teia/Fórum estadual  2026 até a Teia/Fórum  seguinte, a serem  escolhidos no fórum estadual de novembro ou dezembro do corrente ano.

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/08/1-reuniao-de-pontos-de-cultura-em.html

2ª Reunião (com Mestre Wertenberg, Comissão Nacional):

o Discussão sobre a Teia Nacional prevista para 2026 e a necessidade de recursos da PNAB.

o Aumento do número de Pontos de Cultura certificados em Sergipe (de 30 em 2014 para 70+ atualmente).

o Desafios de desarticulação e falta de continuidade nas ações culturais desde 2014.

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/08/como-foi-segunda-reuniao-da- retomada-da.html

4ª Reunião: Focou em um problema com o edital de Nossa Senhora do Socorro, que apresentava erros e foi suspenso após mobilização. Um novo edital foi lançado, mas ainda é criticado por não priorizar pontos certificados.

o Discussão sobre Editais: Mencionou-se que o ciclo 2 dos editais da Rede Nacional de Pontos de Cultura exigirá categorias específicas para pontos certificados e não certificados.

5ª Reunião (com Célio Turino):

o Célio Turino destacou a necessidade de políticas culturais menos burocráticas e a dimensão cidadã dos Pontos de Cultura, criticando formatos engessados.

o Recomendou seu livro "Sementeira" para aprofundar a compreensão sobre política cultural e "Cultura Viva". 

Sementeira: grãos para transformar radicalmente a sociedade via políticas culturais

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/02/sementeira-graos-para-transformar.html

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/08/pontos-de-cultura-realiza-quarta.html

6ª e 7ª Reuniões :

o Foco na organização dos Fóruns Nacional (Aracruz, 24-25 de março) e Estadual. A comissão estadual precisa definir data e local para o fórum de Sergipe.

o Discussão sobre autonomia política e material das comissões e a importância dos Pontões.

o Proposta de criação de Grupos de Trabalho (GTs) estaduais (5 GTs sugeridos, em contraste com 33 nacionais), como para culturas urbanas/hip-hop.

o Modelo colegiado de representação (por território) para maior democracia e diversidade. A tecnologia atual (WhatsApp, videoconferências) pode mitigar problemas de comunicação de modelos anteriores.

o Critérios de Cotas: Discussão de cotas para delegados (30 vagas por estado, 18 reservadas para grupos específicos: 20% negros, 10% indígenas, 10% pessoas com deficiência, 10% jovens, 10% idosos, 50% mulheres, 18% LGBT). A autodeclaração será usada, mas a necessidade de clarificação da Comissão Nacional sobre a implementação foi destacada.

o Temas Sugeridos para o Fórum Estadual: Governança e Cultura Viva, Justiça Climática, Política e Memória  Cultura Viva, Trabalhadores da Cultura. Estes temas estão de acordo com o proposto no regimento para o Fórum Nacional e Fóruns Estaduais.. 

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/09/como-foi-reuniao-da-rede-sergipe- de.html

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/09/como-foi-7-reuniao-da-rede-sergipe- de.html

3. Debates e Sugestões dos Participantes:

Lindolfo Amaral (Imbuaça): Expressou preocupação com o foco excessivo na viagem à Teia Nacional em detrimento da organização interna e estruturação dos Pontos de Cultura em Sergipe. Questionou o número de pontos certificados e os desafios jurídicos de editais anteriores, sugerindo a inclusão de pontos certificados ou em processo que ainda não fazem parte do grupo.

Pai Andson de Oxossi: Enfatizou a necessidade de os "fazedores de cultura" se imporem e se articularem, superando uma mentalidade "missionária". Propôs temas adicionais para o Fórum Estadual:

o Gestão e Sustentabilidade dos Pontos de Cultura (preparação para editais, prestação de contas).

o Cultura e Transformação Social (reflexões locais, papel dos Pontos, reconhecimento histórico).

o Cultura, Memória e Identidade (resgate de trabalhos abandonados, especialmente de negros e de axé).

o Cultura e Juventude (novas linguagens, inteligência artificial).

o Cultura Viva e Educação/Saúde Popular.

o Sustentabilidade e Economia (auto-subsistência).

o Cultura e Natureza/Meio Ambiente.

o Comunicação (redes sociais, IA, comunicação popular).

Acima como captado na gravação pela IA , abaixo como enviado por Andson Clio via whatsapp para o relator.

1. Territórios Culturais e Redes Vivas

2. Gestão Comunitária e Autonomia dos Pontos de Cultura

3. Cultura e Transformação Social

4. Memória, Ancestralidade e Identidades

5. Juventudes e Novas Linguagens

6. Cultura Viva e Educação Popular

7. Sustentabilidade e Economia Viva

8. Cultura, Natureza e Bem Viver

9. Comunicação e Visibilidade das Ações Culturais

10. Democracia Cultural e Participação Social

Rafael (Ilê Axé Águas de Fé): Compartilhou a experiência de um orçamento de R$90 mil para uma conferência municipal e o custo estimado das passagens para o Espírito Santo (R$2000-2500). Alertou para a "enxurrada de informações" e a dificuldade de novos Pontos de Cultura em compreender o conceito de "Cultura Viva", solicitando uma abordagem mais didática.

4. Esclarecimentos e Próximos Passos:

Zezito concordou com a necessidade de uma abordagem mais didática, mencionando o uso de IA para resumos e a criação do glossário "cultura de base comunitária " no blog da Cultura.  Sugeriu que os Pontões estaduais poderiam produzir materiais mais acessíveis.

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/07/glossario-da-cultura-de-base.html

Reafirmou a importância de criar Grupos de Trabalho (GTs) estaduais para desenvolver temáticas específicas (ex: ancestralidade africana, cultura digital e etc..).

Ação Imediata: Agendar uma reunião com a Secult ou a equipe a fim de  obter informações objetivas sobre a Teia/Fórum Estadual (data, local, orçamento, duração).  

Logística do Fórum Estadual: Lindolfo sugeriu que a definição de tempo e formato do fórum depende do perfil do evento, número de participantes, e estrutura (refeições, salas, som, hospedagem para o interior). O Gonzagão foi sugerido como local pelo secretário adjunto, Neu Fontes

Formação de Grupo de Trabalho: Um pequeno grupo (Zezito, Isabela, Lindolfo, Andson e outros que se dispuseram) se reunirá na segunda-feira, às 18h (online), para elaborar uma proposta inicial de programação e logística para o Fórum Estadual/Teia, a ser apresentada e validada pelo grupo maior. O orçamento de R$300 mil para despesas do fórum e viagens dos delegados foi mencionado.


5. Aviso Final:

Conferência de Cultura em São Cristóvão será realizada em 25 de outubro (sábado).

Solicitação para que todos os participantes identifiquem-se no chat com nome, Ponto de Cultura e município para a lista de presença.

João Pedrosa, TRIOPULANTE - Teatro Para Todos, Aracaju

Rafael Machado - Ponto de Cultura CasAmor. Aracaju-SE

Zezito de Oliveira - Ação Cultural - Aracaju

Isabela Bispo; Pontos de Cultura que estou representando nesta reunião: instituto Piabinhas e Pescando Memórias (atuação N. S do Socorro e São Cristóvão).

Marta Queiroz Ponto de Cultura São Cosme e Damião. Cidade de Boquim-Se

Rafael Machado Ponto de Cultura CasAmor Aracaju-SE

Gilvan César Cruz Silva - Gil Caboclo, dirigente do Ponto de Cultura São Cosme e Damião.

Claudemir Santos da Conceição,  representante do Ponto de Cultura Barracão Cultural Mãe Maria São Cristóvão - SE

Pétala Tâmisa, representante do Ponto de Cultura do Movimento de Empoderamento Feminino - Baque Mulher Aracaju/SE

Luiza Margarida Santos Kummer - Ponto de Cultura Companhia de dança Loucurarte- Aracaju/SE

Lindolfo Amaral, Grupo Imbuaça, Ponto de Cultura Nosso Palco é a Rua. Aracaju/SE

Sueli Pereira, Presidente da LIGA DAS QUADRILHAS JUNINAS DE ARACAJU E SERGIPE. Ponto de Cultura deste 2024

Griot Nagô/ Sintonia Periférica - Cultura Hip Hop - Aracaju Sergipe 

Osmario dos Santos Campos, Pontão de Cultura. Albertina Brasil. Nossa senhora da glória.

Leia também: 

domingo, 12 de outubro de 2025

Reunião Geral dos Pontos de Cultura fortalece articulação e prepara para o Fórum Estadual

 Sábado, 11 de Outubro de 2025 às 16:00:00

O encontro reuniu representantes de diversos pontos do estado, além do escritório do MinC em Sergipe, promovendo um espaço de escuta, integração e fortalecimento da rede Cultura Viva

Glossário - Qual a diferença de Fóruns e Teias de Pontos de Cultura - Observatório Ação Cultural

 Questão fundamental para entender o ecossistema da cultura de base comunitária  no Brasil. Embora ambos sejam eventos importantes para os Pontos de Cultura, sua organização e, principalmente, seus propósitos são distintos, mesmo que complementares... 

https://acaoculturalse.blogspot.com/2025/10/glossario-qual-diferenca-de-foruns-e.html 

Ministério da Cultura divulga orientações sobre uso dos recursos federais para Fóruns e Teias de Pontos de Cultura

https://www.gov.br/culturaviva/pt-br/rede-cultura-viva/cultura-viva-na-aldir-blanc/cartilhas-e-orientacoes/final_manual_orientacoes_estados.pdf

O regimento do V Fórum Nacional de Pontos de Cultura (FNPdC) foi aprovado pela Comissão Nacional dos Pontos de Cultura e entrará em vigor na data de sua publicação, sendo homologado na plenária de abertura do Fórum, em março de 2026, em Aracruz, ES. Ele define as regras para as discussões do evento, que terá o tema "Pontos de Cultura pela Justiça Climática", e deve ser baixado no Portal Gov.br. 

O documento também está disponível para download em formato PDF através do link:  https://share.google/fQ6CFbw5UzLoebz8T

ROTEIRO PARA REUNIÃO DE SEGUNDA FEIRA, 20/10/2025, DO GT TEMPORÁRIO – FÓRUM/TEIA SERGIPE.

A estrutura para realizar uma "Teia" (encontro estadual e nacional) e um fórum (virtual ou presencial) dos Pontos de Cultura é complexa e requer um planejamento cuidadoso em várias frentes. A natureza colaborativa e descentralizada do movimento é seu maior trunfo, mas também impõe desafios logísticos.

1. ESTRUTURA DE PRODUÇÃO (A "Alma" do Evento)

Esta é a estrutura responsável pelo conceito, conteúdo e pela articulação política e cultural.

A. Comissão Organizadora Nacional (Coletiva e Representativa)

  • Composição: Representantes eleitos dos Pontos de Cultura de todas as regiões do Brasil, membros do Ministério da Cultura (ou secretarias estaduais/municipais), e parceiros da sociedade civil.
  • Funções:
    • Definir o tema central do evento ( "Pontos de Cultura pela Justiça Climática".  ).
    • Elaborar a programação artística e de conteúdo (palestras, debates, oficinas).
    • Realizar uma Chamada Pública para seleção dos Pontos de Cultura que se apresentarão e participarão das mostras.
    • Garantir que a diversidade regional, étnico-racial, de gênero e de linguagem artística esteja representada.

B. Grupos de Trabalho (GTs) Temáticos

  • São subgrupos da Comissão Organizadora focados em áreas específicas:
    • GT de Programação Artística: Curadoria dos shows, intervenções, mostras de cinema e exposições.
    • GT de Programação de Conteúdo: Organização dos fóruns, debates, rodas de conversa e oficinas.
    • GT de Comunicação: Criação da identidade visual, gestão das redes sociais, produção de conteúdo e relação com a imprensa.
    • GT de Metodologia e Documentação: Define a dinâmica dos debates (open space, world café, etc.) e garante a registro (atas, vídeos, relatório final) dos resultados.

C. Produção Executiva

  • Funções:
    • Transformar as decisões da Comissão Organizadora em ações práticas.
    • Elaborar o cronograma mestre e o plano de trabalho.
    • Gerenciar o orçamento global.
    • Contratar serviços (som, luz, palco, alimentação) em diálogo com a logística.
    • Coordenar a montagem e desmontagem da estrutura física.

2. ESTRUTURA DE LOGÍSTICA (O "Corpo" do Evento)

Esta é a estrutura que torna o evento fisicamente possível e funcional.

A. Logística de Infraestrutura e Local

  • Seleção do Local: Deve ser acessível, ter tamanho adequado (auditórios, tendas, arena principal, espaços de convivência) e permitir a instalação de uma "aldeia" dos Pontos de Cultura.
  • Estrutura Física:
    • Palcos: Principal e secundários, com backstage.
    • Tendas/Auditórios: Para oficinas, debates e fóruns.
    • Área de Alimentação: Cozinha comunitária, restaurantes credenciados ou food trucks.
    • Alojamento: Estrutura para hospedagem dos participantes (alojamento coletivo, hotéis conveniados).
    • Banheiros Químicos e Chuveiros: Em quantidade suficiente para o público.
    • Espaço para "Aldeia dos Pontos": Stands ou tendas para que cada Ponto de Cultura exponha seu trabalho e interaja com o público.

B. Logística de Transporte e Acesso

  • Translado Nacional: Gestão de passagens aéreas ou ônibus interestaduais para os participantes de todas as regiões. É um dos maiores custos.
  • Translado Local: Ônibus fretados para transporte entre alojamento, aeroporto/rodoviária e o local do evento.
  • Acessibilidade: Garantir que toda a estrutura seja acessível a pessoas com deficiência (rampas, tradutores de LIBRAS, audiodescrição).

C. Logística de Alimentação e Hospedagem

  • Alimentação: Fornecimento de refeições (café da manhã, almoço e jantar) por meio de credenciamento (cupons) ou sistema de alimentação paga.
  • Hospedagem: Gestão dos leitos nos alojamentos ou quartos em hotéis, considerando a distribuição por regiões, gênero e necessidades específicas.

D. Logística Técnica e de Segurança

  • Som, Luz e Vídeo: Equipamento de alta qualidade para todos os espaços, com equipes técnicas especializadas.
  • Energia Elétrica: Projeto elétrico robusto, com geradores de backup para evitar falhas.
  • Internet Livre: Wi-Fi de boa qualidade e aberto é fundamental para a cobertura colaborativa e comunicação.
  • Segurança: Contratação de empresa de segurança privada e planejamento com a polícia local para o entorno.
  • Saúde: Posto médico de plantão e parceria com um hospital próximo para emergências.

E. Logística de Comunicação e Credenciamento

  • Site e Plataforma Digital: Para inscrições, programação em tempo real e, no caso do fórum virtual, para hospedar as discussões.
  • Sistema de Credenciamento: Eficiente para evitar filas, com entrega de kits (com crachá, programação, cupons de alimentação).
  • Central de Informações: Física e digital, para tirar dúvidas dos participantes.

Fluxo Integrado de Produção e Logística

Fase

Produção (O Quê e Porquê)

Logística (Como e Onde)

Pré-Evento (6-12 meses)

- Formar Comissão Organizadora e GTs.
- Definir tema e programa.
- Abrir Chamada Pública.
- Fechar orçamento.

- Selecionar e reservar o local.
- Fechar contratos com fornecedores (som, luz, etc.).
- Criar sistema de inscrição/credenciamento.
- Negociar transporte e hospedagem.

Durante o Evento (3-10 dias)

- Coordenar a programação (artistas, palestrantes).
- Mediar debates e fóruns.
- Coletar insumos para a documentação.

- Gerenciar a operação no local (montagem, equipes).
- Operar credenciamento, alimentação, transporte.
- Garantir manutenção da infraestrutura e segurança.
- Prestar suporte aos participantes.

Pós-Evento (1-3 meses)

- Sistematizar as discussões em um relatório final.
- Avaliar o evento com os participantes.
- Divulgar os resultados e acordos.

- Desmontar a estrutura.
- Fechar financeiro com todos os fornecedores.
- Prestar contas dos recursos (transparência total).


Conclusão

A estrutura para uma Teia e Fórum dos Pontos de Cultura é, acima de tudo, híbrida e colaborativa. Ela combina a força da gestão coletiva e horizontal (da produção) com a eficiência e o planejamento detalhado (da logística). O sucesso depende da integração perfeita entre esses dois mundos, sempre guiada pelo princípio de que o evento é um espelho da própria diversidade e potência dos Pontos de Cultura que representa. A transparência e a participação ativa da rede em todas as etapas são não apenas um método, mas a razão de ser do evento.

 



Protestos "No Kings": milhões nas ruas dos Estados Unidos contra um país cada vez mais autoritário e militarizado

 No Kings! not ridiculous tyrant! - Rei não- Não aos ridiculos tiranos.

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Sapo antifascista! Quê? Sim, um homem vestido de sapo viralizou após ser atingido por spray de pimenta e falar: “já comi tamales mais picantes”. O “sapo antifa” ganhou até piadaa no programa do Stephen Colbert. Mas é aquilo, isso em meio a protestos violentos - por lado da ICE - em Portland.

SENADOR REVELA QUEM SÃO OS VERDADEIROS DONOS DOS EUA EM PROTESTO GIGANTE


NO KINGS ROBERT DE NIRO CONVOCA PARA EVENTO ANTI-TRUMP QUE REUNIRÁ MILHÕES NOS EUA | 17.10.25




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Trans brasileira é enviada pelos EUA para ala masculina de Guantánamo

O que é o Movimento "No Kings"?

O "No Kings" (Sem Reis, em português) não é uma organização formal com líderes, sede ou uma plataforma política única. Em vez disso, é um lema, um princípio ideológico e um grito de guerra que emerge principalmente de círculos libertários, conservadores da velha guarda, constitucionalistas e de alguns grupos de direita alternativa nos Estados Unidos.

O cerne do movimento é uma oposição radical à concentração de poder, especialmente no poder executivo do governo federal. Seus adeptos acreditam que as instituições políticas americanas – a Presidência, o Congresso, o sistema de agências regulatórias (o "Estado Profundo" ou "Deep State") – se afastaram dos princípios originais da Constituição dos EUA, criando uma nova forma de "monarquia" ou governo tirânico.

O nome "No Kings" é uma referência direta à fundação dos EUA, que foi uma rejeição explícita ao domínio do Rei George III da Grã-Bretanha. O lema evoca esse espírito revolucionário, sugerindo que uma nova revolução contra um governo central opressivo é necessária.

Principais Crenças e Características

Antiautoritarismo Extremo: A crença central é que nenhuma pessoa ou instituição deve ter poder incontestável sobre os cidadãos. Isso se aplica a presidentes de ambos os partidos, burocratas não eleitos e grandes corporações que coludem com o governo.

Desconfiança do "Estado Profundo" (Deep State): Acreditam que uma rede de burocratas de carreira, agências de inteligência e funcionários públicos permanentes opera para minar a vontade do povo e dos presidentes eleitos, governando efetivamente sem supervisão democrática.

Soberania Estadual e Local: Defendem um governo federal extremamente limitado, com a maior parte do poder residindo nos estados e nas comunidades locais, conforme idealizado pelos Pais Fundadores (especialmente pelos Anti-Federalistas).

Não é um Movimento Partidário: Embora muitas de suas críticas sejam direcionadas a figuras do Partido Democrata, os adeptos do "No Kings" são igualmente críticos dos republicanos que eles consideram "RINOs" (Republicans In Name Only - Republicanos Só no Nome) por expandirem o governo e o poder executivo.

A Importância para a Democracia nos EUA: Uma Perspectiva de Duas Faces

A importância do "No Kings" para a democracia americana é complexa e pode ser vista de duas maneiras fundamentalmente opostas:

1. Como um Guardião da Democracia e dos Princípios Fundadores (Perspectiva dos Apoiadores)

Nesta visão, o movimento é uma força vital para a saúde da república:

Freio ao Poder: Atua como um freio cultural e filosófico crucial contra a tendência natural do governo de expandir seu próprio poder. Ele lembra aos governantes que seu poder deriva do consentimento dos governados.

Defesa da Constituição: Posiciona-se como um defensor intransigente da Constituição original, especialmente da Carta de Direitos (Bill of Rights), contra interpretações que consideram expansivas e distorcidas.

Empoderamento do Indivíduo: Enfatiza a soberania individual e a responsabilidade pessoal, que são pedras angulares da identidade política americana.

Alerta Contra a Tirania: Serve como um lembrete constante de que a liberdade é precária e deve ser vigilante e ativamente defendida.

2. Como uma Ameaça à Democracia e à Estabilidade (Perspectiva dos Críticos)

Nesta visão, o movimento representa sérios perigos para o sistema democrático:

Erosão da Confiança nas Instituições: Sua retórica antigovernamental radical mina a confiança do público em todas as instituições – eleitorais, judiciais e midiáticas – o que é essencial para o funcionamento de uma democracia estável.

Paralisia Governamental: A visão de um governo federal mínimo e impotente pode levar a uma oposição a qualquer ação governamental, mesmo em crises nacionais, resultando em paralisia e incapacidade de enfrentar problemas complexos.

Teorias da Conspiração: Muitas vezes está entrelaçado com teorias da conspiração sobre o "Estado Profundo" e eleições roubadas, o que dificulta o debate factual e a busca por soluções baseadas em evidências.

Conclusão

O movimento "No Kings" é um sintoma moderno de uma tensão que existe desde a fundação dos EUA: a tensão entre a necessidade de um governo eficaz e o medo de que esse governo se torne um tirano.

Para seus defensores, é a encarnação do espírito revolucionário americano, uma defesa necessária da liberdade contra a usurpação do poder.

Para seus críticos, é uma força desestabilizadora e anárquica que ameaça o contrato social e o funcionamento ordenado do governo.

Sua "importância" para a democracia americana, portanto, depende inteiramente do ponto de vista. Ele demonstra que o debate sobre a natureza do governo, o poder e a liberdade continua tão vivo e acalorado hoje quanto era em 1776. Ele força uma discussão contínua sobre os limites do poder governamental e o papel do cidadão em uma república, questões que estão no próprio cerne da experiência democrática dos EUA.

Texto com IA deepssek

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Republicano compartilhou montagem no Truth Social no mesmo dia em que milhares protestaram contra seu governo nos EUA;

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VÍDEO: Protestos contra Trump reúnem milhares de pessoas nas ruas dos EUA

Manifestantes em diversas cidades dos Estados Unidos protestaram contra as políticas de imigração, educação e segurança do governo de Donald Trump


domingo, 5 de outubro de 2025

Fomos enganados! Os EUA nunca foram suficientemente democráticos como apregoavam e agora menos ainda.

 Rodrigo Tavares

Professor catedrático convidado na NOVA School of Business and Economics, em Portugal. Nomeado Young Global Leader pelo Fórum Econômico Mundial, em 2017.

(Folha de SP)