segunda-feira, 29 de julho de 2019

“Nossa luta não é só por democracia, mas por outra civilização”, diz Mujica. Boas noticias para quem precisa e merece. (3)

Para o senador e ex-presidente do Uruguai, a mudança cultural deve ser o motor das novas gerações.  Jornalistas Livres



Para o senador e ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, o atual contexto político do Brasil e da América Latina, com o avanço das forças de direita, não pode ser visto com desânimo. “Nós aprendemos muito mais com as derrotas do que com as vitórias. É preciso levantar e começar de novo”, declarou Mujica durante o Seminário Democracia na América Latina, que reuniu milhares de pessoas nesta quarta-feira (27) em Curitiba.
Segundo o senador, a democracia está em risco no mundo inteiro devido a duas questões centrais: a concentração da massa financeira nas mãos dos ricos e a crescente desigualdade na Terra. “Nunca o homem teve tantos recursos e meios científicos e técnicos para erradicar a fome e a miséria dos povos˜, disse o ex-presidente, enfatizando que o grande problema não é ecológico, mas político. “Temos 80 senhores que possuem o mesmo que outros 3 bilhões de habitantes”.
O ex-presidente destacou que, antes de mais nada, é preciso mudar a cultura. “Sem mudar a cultura não muda nada”, sentenciou. Como cultura, entende-se, a mentalidade de vida. Deixar o consumismo de lado, promovendo principalmente a vida e a felicidade humana como centro da sociedade.

Mujica opinou ainda que o crescimento econômico só se justifica se ocorrer para o desenvolvimento da felicidade humana. “Fomos transformados em uma máquina de consumismo. A acumulação capitalista necessita que compremos, compremos e gastemos e gastemos. Vendem mentiras até que te tiram o último dinheiro. Essa é a nossa cultura e a única saída é a contracultura”, afirmou.

Democracia em foco

Organizado pelo laboratório de Culturas Digitais, projeto do Setor de Educação da UFPR, o evento ocorreu com o objetivo de fomentar o debate sobre a ameaça aos regimes democráticos na América Latina, a partir do atual contexto de golpe institucional no Brasil.

Sobre esse assunto, na opinião de Pepe Mujica, é necessário pensar um outro modelo de democracia. “A democracia do futuro não pode ser a democracia de gente sob medida, de campanhas e propaganda para satisfação do mercado. Aquela vende um candidato político como se fosse pasta de dente. Se a política é isso estamos fritos”, criticou.

“A democracia é uma luta permanente, não é o conformismo. E o nosso papel é lutar por um mundo melhor. O que vale é a vida”, finalizou.

Convidados
Participaram da mesa, junto com Mujica, a integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná e Secretária de Direitos Humanos da ABGLT, Heliana Hemeterio dos Santos; o Doutor em História pela FFLCH-USP, Gilberto Maringoni; a Mestre em Educação pela UFPR e professora da Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), Lívia Morales; e a pesquisadora na área de políticas educacionais e movimentos sociais da UFPR, Andrea Caldas.

Durante sua exposição, Gilberto Maringoni criticou incisivamente a política de Estado mínimo proposta pelo governo interino de Michel Temer. De acordo com ele, as propostas de cortes orçamentários nos programas sociais representam uma opção política. É o livre mercado e ele só tem uma alternativa: o ajuste fiscal e reduzir direitos sociais. Não tem saída porque estamos sem dinheiro”, disse ele, reproduzindo o discurso majoritário do atual Governo Federal.

Hemeterio questionou a efetividade da construção democrática em um país no qual, a cada 23 minutos, um jovem negro é morto. “A democracia latino-americana não inclui o povo negro. Não podemos falar de democracia a partir do nosso umbigo, sem incluir as mulheres negras, as mulheres lésbicas, as mulheres pobres, avaliou.

A professora Livia Morales, da UNILA, destacou a necessidade de respeitarmos e valorizarmos as diversidades. “A política é o lugar da diferença. Quem gosta de tudo igual ao mesmo tempo é facista. Precisamos aprender a lidar com as diferenças, conversar com as pessoas”, afirmou.
As falas foram recheadas de palmas e gritos por “fora Temer”e “fora Beto Richa”.

Tecnologia e participação social
Apesar de não ser aberto para perguntas, o seminário utilizou a tecnologia para fomentar o debate. Por meio da ferramenta “Delibera”, construída pelo Laboratório de Cultura Digital, os participantes puderam enviar perguntar e votar nas mais interessantes.

O esforço de desenvolver ferramentas e metodologias de participação é um dos principais focos do projeto. Segundo o coordenador executivo do Laboratório, João Paulo Mehl, as pessoas precisam se apropriar do conhecimento gerado e também gerar conhecimento. Ele reforça que a tecnologia não deve ser tratada apenas sob o ponto de vista do especialista, mas de todos, desde os povos indígenas, aos programadores, designers e quilombolas.

Nesse sentido, a tecnologia utilizada e desenvolvida pelo Laboratório, por meio dos software livres, é aberta para ser revista, aprimorada e replicada por qualquer pessoa. Um dos exemplos de utilização da plataforma “Delibera” se dá no Conselho Nacional de Política Cultural, onde a ferramenta permite dar transparência e elaborar metodologias de decisões coletivas para o aprimoramento e fortalecimento de políticas publicas e programas.

Para Mujica, as tecnologias “não têm moral”. Portanto, caberá aos homens e mulheres da nova geração fazer o bom uso delas. “A evolução tecnológica, gostemos ou não, irá mudar a dinâmica social”, lembrou, afirmando que a interação proporcionada pelos meios digitais promovem outro tipo de integração, que pode fazer com que a democracia no futuro seja muito mais desenvolvida do que a atual democracia representativa.

Fotos: Leandro Taques/Jornalistas Livres
JORNALISTAS LIVRES
Rede de Jornalismo independente em defesa da Democracia e dos Direitos Humanos.

Medellín: cultura e jornalismo em tempos de guerra | POR TODOS OS CAMINHOS


Nos anos 90, programa de TV Arriba Mi Barrio mostrava a face humana de uma cidade em meio a guerra conflagrada. Sob constantes ameaças, figuras como Jorge Melguizo e Luis Fernando Vélez não hesitavam em defender direitos humanos Por Célio Turino Vídeo: Gabriela Leite



Escritor Lira Neto: Acho engraçado. Escrevi doze livros. Colaboro com vários jornais e revistas. Faço doutoramento em história na Universidade do Porto. Atualmente trabalho em três novos livros. E os bolsonaristas me mandam um "vai trabalhar, vagabundo!". Trabalho intelectual, para eles, é ofensa. Perfil: www.facebook.com/lira.neto.9





Atualização: Cultivar a subversão da alegria não significa deixar de denunciar - e lutar - contra a tristeza autoritária do bolsonarismo. É, ao contrário, uma forma de luta, um antídoto contra o derrotismo prévio e imobilista, a permanência no luto político. É chegada a hora de reagir. Lira Neto

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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Resistência com criatividade é Re-existência. Boas noticias para quem precisa e merece.(2)


sábado, 20 de julho de 2019

Boas noticias para quem precisa e merece. (1) 

Cultura de base comunitária, economia solidária, educação popular, teologia da libertação e pensamento critico sobre o Brasil. 


A nova idade midia
São muitas noticias ruins. Os maus, os perversos e predadores buscar basear o seu projeto de barbárie na criação e propagação destas, objetivando deixar a nossa psique e o ambiente social,  empesteado, triste e tóxico. A intenção é mantermo-nos refém do medo, da desesperança, do desalento, além de nos envolver na sua vibração ou sintonia do ódio.
Por isso uma seleção semanal de boas noticias para quem precisa e merece. Porque tem muitas coisas boas acontecendo e muita gente boa no mundo.
Como afirmou recentemente a professora, artista e ativista cultural  Maíra Magno no facebook " bicho é muita gente fazendo coisa linda pelo mundo a fora."


Zezito de Oliveira






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