A Associação dos Moradores do Bairro América e Adjacência (AMABA) foi parceira de um dos arraiais de bairro mais importante na Aracaju dos anos de 1980. O qual se destacou pela organização, qualidade da programaçãó, recepção aos visitantes de fora da comunidade e pelo “aconchego”. Nesse caso, pelo fato de estar localizado no centro do lugar conhecido como Alto do Miolo, cercado de casas de famílias por quase todos os lados. Ficando instalado em um local que lembrava os terreiros ou as pequenas praças ou largos existentes nas pequenas cidades ou povoados do interior , o que colaborava para fazer a brincadeira de São João bem mais familiar e comunitária do que nos tempos atuais. Tempos em que prefeituras e governos do estado, centralizam o arraial em um lugar extenso para comportar uma multidão de pessoas, oriundas de diversos locais.
As palavras abaixo foram proferidas por Givaldo dos Santos, um dos fundadores da AMABA que permaneceu presente como diretor de 1983, ano de fundação, até 1988.
“ Para realizar o São João no Alto do Miolo, entramos em contato com Ferreira que era marcador de quadrilha junina , e a AMABA ajudou ele na montagem da sua quadrilha e do primeiro arraial. Isso foi no ano de 1985.
Eu lembro que a gente foi uma vez conversar com a secretária de cultura e ela ficou de ajudar. Aí Ferreira disse que para ele bastava 100 mil cruzeiros, o que é equivalente hoje entre R$5.000,00 e R$10.000,00, não sei ao certo, é mais ou menos isso. Então ela cismou, disse que não ia dar dinheiro a ninguém, nem a AMABA. Doou as madeiras, mas antes disso, a gente andava atrás do prefeito Jackson Barreto para solicitar apoio, mas Jackson queria colocar o arraial na Praça Franklim Roosevelt.
Aí ele fez isso, mas então uns caras ficaram entrando no arraial da praça com cavalos. Aí numa daquelas reuniões com Jackson Barreto falamos com ele, além de ficarmos andando atrás dele, pra lá e pra cá.
E em todos os lugares onde Jackson estava, lá estava eu e Francisco Alves, primeiro presidente da AMABA, para cobrar dele o apoio para o arraial do Alto do Miolo. Além de que o arraial da praça fracassou, ninguém tomava conta. E com essas duas razões, o prefeito Jackson Barreto tomou a decisão de apoiar o nosso arraial.
Então Jackson assinou uma autorização para levarmos a uma pessoa na Rua de São João para que pudéssemos adquirir tablado e umas cordas. Foi aí que montamos o primeiro Arraial do Alto do Miolo. Aí corremos atrás de quadrilhas, de troféus, corremos atrás e ganhamos alguns. Obtivemos doação de carne de um açougue bastante conhecido, Messias Casa da Carne. A empresa Nutrial doou linguiça calabresa.
De lá, começaram a participar do grupo de organização, Dona Aparecida, o esposo, seu Léo e todo mundo ajudava ali. E eu continuava ajudando nos anos seguintes, pegava as carnes com Messias, calabresa na Nutrial, fardos de refrigerante na Coca Cola.
Depois houve uma briga que dividiu a AMABA , influenciando o pessoal do Alto do Miolo também. Um dos dirigentes da AMABA se aproveitando dessa briga criou a Associação Comunitária do bairro América.
Por outro lado, houve a criação da Liga de Quadrilha Juninas que começou a dar suporte a Ferreira e a sua quadrilha, inclusive financeiro e então houve a separação. Também havia gente que estava na organização do arraial que pensava que a AMABA ganhava dinheiro pelo trabalho em coordenar a organização.
Daí, a Associação Comunitária do bairro América passou a administrar o Arraial a partir de 1989.
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