terça-feira, 21 de junho de 2022

Querida Amazônia! Querido Francisco!!

 


https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2022-06/papa-voces-estao-na-fronteira-com-os-mais-pobres-amazonia.html?fbclid=IwAR29bSVqS0J9fnuChgTDETe93cH8VMLunVhZ8gQe3dqguWBznYBDbotFNzk

Papa: “vocês estão na fronteira, com os mais pobres, onde eu gostaria de estar”

Francisco encontra os bispos do Regional Noroeste e Norte1. O Papa insistiu aos bispos que “escutem os povos indígenas, escutem as comunidades de base, o Espírito Santo age através dessas pessoas”.

Padre Modino

Começou nesta segunda-feira a Visita ad Limina dos Regionais Noroeste e Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Poderíamos dizer que começou com o momento principal, pois depois de celebrar a Eucaristia junto ao túmulo do Apóstolo Pedro, os 17 bispos presentes, junto com o administrador da Diocese de Roraima, se encontraram com o Papa Francisco, o Sucessor de Pedro.

Um momento para viver a catolicidade, um momento de alegria, segundo dom Leonardo Steiner. Aos pés do túmulo onde está sepultado o primeiro Papa, aquele que receberá o capelo cardinalício no dia 27 de agosto, insistiu em “expressar a alegria das nossas Igrejas”, destacando, a partir da sua experiência em Manaus, “o carinho enorme que o Povo de Deus tem pelo Papa, e nós nos alegramos com nossas comunidades”.

Segundo o arcebispo de Manaus, “o túmulo de Pedro, para nós bispos, tem o significado não apenas do primado”, destacando o caráter extraordinário da figura de Pedro, “porque tem muitas fragilidades, tem muitas fugas, muitas pedras, mas um homem de fidelidade”. Dom Leonardo Steiner afirmou, se dirigindo aos bispos, que “na figura de Pedro, nós nos vemos, nos entendemos e compreendemos como pessoas, mas nos vemos, nos entendemos e nos compreendemos também como bispos”, ressaltando que fazem parte desse ministério de séculos.

Ele falou aos bispos que “diante do túmulo de Pedro peçamos além da fidelidade, a graça da gratidão, gratidão por podermos exercer na Igreja esse ministério ao serviço das nossas comunidades”. Dom Leonardo, ao elo das palavras de São Paulo, disse que “a força não está em nós mesmos, a força está no ministério recebido”. Diante da tentação de centrar tudo em si próprio, chamou a perceber que “a força do Espírito, a força do Reino de Deus, esteja a guiar as nossas Igrejas e a guiar nosso próprio ministério”.

O arcebispo de Manaus chamou a descobrir “a nossa finitude, que é cheia de fragilidade, fraqueza”, sendo o próprio ministério que liberta, “na medida em que vamos retornando, nos entusiasmando, buscando, servindo, nos entregando”, fazendo ver a necessidade de sair das amarras de si mesmos e das amarras do sistema. Ele também quis agradecer aos Papas que os nomearam, insistindo em que “não é nenhuma promoção, mas é uma graça que Deus nos deu”, ressaltando que é um serviço à Igreja, que tem que ser feito com alegria.

A celebração eucarística foi seguida por “um encontro inesquecível e memorável”, segundo dom Edson Damian. Ainda emocionado, depois de mais de duas horas de encontro, iniciado com a saudação pessoal a cada um dos membros da visita ad Limina, onde o Papa Francisco foi recebendo e se interessando pelos presentes de cada uma das igrejas particulares, o Presidente do Regional Norte1 insistiu em que o Papa Francisco diz logo no início: “aqui eu quero que vocês digam tudo o que quiserem, perguntem tudo o que quiserem, façam críticas também, aqui precisa liberdade, porque quando não há liberdade, não existe diálogo”, segundo dom Edson. Palavras que deram passo a um longo diálogo em que o Papa “foi ouvindo as perguntas, as colocações de cada um”.

O Bispo de São Gabriel da Cachoeira agradeceu ao Papa Francisco pelo Sínodo para a Amazônia e o Sínodo sobre a sinodalidade. Ele, que é bispo da diocese com a maior porcentagem de população indígena do Brasil, lhe expressou ao Santo Padre o grande agradecimento dos povos indígenas “porque pela primeira vez, são escutados, e eles se sentiam tão felizes”, destacando o trabalho fantástico de escuta feito no processo sinodal do Sínodo para a Amazônia, algo que está sendo repetido com o Sínodo atual, mostrando o Papa aos povos indígenas, “como ele os leva a sério”.

O Papa insistiu aos bispos que “escutem os povos indígenas, escutem as comunidades de base, o Espírito Santo age através dessas pessoas, dos pobres da Igreja, e vocês estão na fronteira, vocês estão com os mais pobres, vocês estão onde eu gostaria de estar”.

Em relação com o Sínodo atual, dom Edson Damian afirmou que “este Sínodo é colocar em prática as intuições mais profundas do Concílio Vaticano II, é voltar àquilo que a Igreja sempre devia ser e ela acabou perdendo, a sinodalidade, onde a Igreja é o Povo de Deus, unido com seus pastores, todos caminhando juntos”.

O Presidente do Regional Norte1, falando da Praedicate Evangelium, ressaltou que segundo o Papa Francisco “é o resultado de 9 anos de trabalho da Igreja, com aquele grupo de cardeais que me ajudaram muito, e já dá para sentir esse espírito todo, que é a nossa Igreja que está predicando o Evangelho, o Evangelho acima de tudo, anunciar o Evangelho, e o Evangelho deve chegar a todos os povos, a começar pelos pobres, pelos migrantes, por aqueles que estão nas fronteiras”.

Finalmente, o bispo de São Gabriel da Cachoeira destacou das palavras do Papa, que disse: “mesmo sendo dois regionais, vocês são profundamente unidos, estão sintonizados. Todas as perguntas que vocês fizeram foram complementando o nosso diálogo esclarecendo esse encontro que me deixa profundamente feliz”, insistindo o bispo em que: “e nós mais ainda”.


EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL

QUERIDA AMAZONIA

DO SANTO PADRE
FRANCISCO

AO POVO DE DEUS E A TODAS AS PESSOAS DE BOA VONTADE

PAN-AMAZÔNIA ANCESTRAL
https://www.youtube.com/watch?v=Jb5u7G2t2k8


SÍNODO PARA A AMAZÔNIA (subtítulos: ES, EN, GE, IT, FR, PL)




TUDO ESTÁ INTERLIGADO (subtítulos IT, ES, DE)



https://www.youtube.com/watch?v=PLsAtfUGcHU







Canção pra Amazônia. Salvemos a Amazônia ou a humanidade não terá futuro. Povos Indígenas, guardiões




Nando Reis - A história de "Canção pra Amazônia"

https://www.youtube.com/watch?v=dcRiOugKBkA


"NÃO CHORE POR MIM AMAZÔNIA"





Ladainha dos Defensores e das Defensoras da Amazônia: Teologia do martírio é libertadora


https://www.youtube.com/watch?v=raIRVCD_zhg



JUSTIÇA PARA BRUNO E DOM


CHICO MENDES PARA NUNCA ESQUECER



WAHANARARAI - BRUNO PEREIRA - Remix ANDRÉ ABUJAMRA





Ótimas perguntas, Ótimas provocações:

"Como é possível que, numa região fortemente militarizada, que conta com as presenças ostensivas de uma delegacia geral de Polícia Civil, uma Delegacia da Polícia Federal, um batalhão de Polícia Militar do Amazonas – PMAM, um presídio estadual, um efetivo da Força Nacional do Brasil, um Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Tabatinga (DTCEA-TT), um Comando de Fronteira do Exército (8º Batalhão de Infantaria de Selva), uma Capitania dos Portos da Marinha do Brasil e uma unidade do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, as principais atividades econômicas locais sigam sendo o contrabando, o garimpo ilegal e o narcotráfico? Por que esse efetivo fortemente armado não cumpre seu papel, e a fronteira ocidental do Brasil segue sendo uma peneira para que ingressem na terra indígena todo e qualquer aventureiro que lance mão, como acontece no Brasil desde 1500?

Como o narcotráfico se conecta à atividade garimpeira, provendo recursos, explorando a prostituição, corrompendo militares, mantendo o fluxo de mão-de-obra necessária ao garimpo, sustentando o exército de assassinos de aluguel?

Como a pesca ilegal e predatória no rio Solimões e seus afluentes conecta-se ao narcotráfico? Como a atividade pesqueira foi “sequestrada” pelo crime organizado de modo a fornecer barcos e canoas destinadas ao escoamento da droga?

Como funciona o comércio de ouro em Tabatinga e cidades vizinhas? Quem compra e quem vende o ouro, nas lojinhas espalhadas pelas cidades do Alto Solimões e do Vale do Javari? É até estranho. São “lojinhas” tão banais e aparentemente inofensivas, quanto os pontos de jogo do bicho no Rio ou em São Paulo. Só que essas lojinhas são só aparentemente inofensivas, haja vista a fortuna amealhada por apenas uma empresa, responsável pela revenda de ouro para os mercados especulativos.

A FD Gold, por exemplo, de propriedade de Dirceu Frederico Sobrinho, também presidente da Associação Nacional do Ouro (Anoro), foi acusada em agosto de 2021 pelo Ministério Público Federal despejar no mercado nacional e internacional 1.370 quilos de ouro ilegal somente entre 2019 e 2020. Detalhe, Dirceu é muito próximo do general Hamilton Mourão (ex-comandante militar da Amazônia) e de altos dignitários do governo de Jair Bolsonaro.

Ah, mas isso é problema “deles” lá!

Errado: a sede da FD Gold, fica na avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo. Em maio, a FD Gold declarou-se proprietária de 77 kg de ouro encontrados em um avião, em Sorocaba. A carga, avaliada em 23 milhões de reais, estava sendo escoltada pelo tenente-coronel Augusto Tasso, lotado na Casa Militar, responsável pela segurança do governador Rodrigo Garcia (PSDB), de São Paulo. Coincidência? Precisa desenhar ou é fácil perceber a conexão entre as forças de segurança e a exploração predatória da Amazônia?"


acrescentado em 22/06/2022

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