terça-feira, 18 de novembro de 2025

Acorda pra ver Sergipe, Brasil, o Fasc tá aí...

 Programação completa do FASC, de 20 a 23/11/2025.

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A foto é antiga, não propriamente da década de 1980, mas dá uma ideia de como me sentia no FASC..

Abaixo o meu depoimento sobre a experiência com o FASC nos anos 1980 até meados dos anos 1990, além deste há outros bons depoimentos de memória agradecida  de quem participou nessa década e na anterior quando o FASC começou, mais precisamente no ano de 1972. 

Nesse período residia no Rio de Janeiro onde vivi em um ambiente cultural bastante rico, mas com ressalvas ou limitações, considerando as dificuldades de acesso da maioria da população da zona norte ou dos subúrbios, ou periferias de agora,  as chamadas belas artes, inicialmente   pintura, escultura, poesia, música e dança e desde o século vinte acrescido  da  fotografia artística e do cinema, considerando os espaços mais restritos ao centro da cidade e a zona sul para se poder usufruir do bom, do mel e do melhor neste campo. 

Uma realidade que mudou pouco em todo o Brasil, a exceção da rede SESC, principalmente em São Paulo e dos CEUs, quando Marta Suplicy foi prefeita desta cidade. E  a cidade de São Cristóvão, apesar da efervescência cultural dos últimos anos porque ainda não atentou para a importância e necessidade de um teatro municipal? O  que pode se tornar possível com esforços conjuntos dos governos municipal, estadual e federal. 

Um teatro que poderia proporcionar uma boa experiência estética, afetiva e cultural como a que tive quando na década de 1980,  ao assistir dentro do FASC,  a peças de grupos sergipanos e nordestinos no pequeno e um tanto  precário,  mas aconchegante teatro da Escola Paulo Sarazate.

E porque artistas, intelectuais e jornalistas  sergipanos, além de outros formadores de opinião não colocam um teatro municipal como bandeira de união pensando na cidade e na sua cultura como projeto de longo prazo? Sem ficar limitado ao efêmero, ao pontual, ao e-vento. Com os recursos garantidos pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura garanto que dinheiro  para grupos de teatro, de dança, da música, entre outros,  se apresentarem não irá faltar, assim como para realização de atividades de formação e qualificação cultural. 

Com a palavra inicialmente o SATED,  a UFS e a Prefeitura de São Cristóvão

Zezito de Oliveira

 Parafraseando Belchior: “Sou um homem latino sergipano,  sem parentes importantes e sem dinheiro no banco e que mora em uma cidade, Aracaju,  com alguns ares de interior”. Nasci em São Cristóvão, cidade cuja praça principal (S.Francisco)é patrimônio histórico da humanidade, título conquistado em 2010. 

O FASC em Minha Vida

       Em meados da década de 80, um pai de família sergipano, que residia no Rio de Janeiro, decidiu retornar com a família ao seu Estado de origem. O seu filho mais velho, um menino que amava os Beatles, Chico Buarque/Caetano Veloso, Luiz Gonzaga e a Cor do Som, sentiu-se muito inquieto em retornar para um “deserto cultural” onde prevalecia um modo de fazer política fundamentado nos valores e atitudes  típicos do mau e velho sistema do coronelismo.

Para chegar a estas conclusões, o menino partiu dos assuntos dominantes nas rodas de conversas das tias e tios, que às vezes visitavam seus pais, das leituras dos jornais alternativos, a exemplo do Pasquim e outros, e ainda dos jornalões (O Globo e o JB).

Mas, quando tudo está ou parece perdido, sempre existe uma luz, como disse pouco depois um jovem compositor, e o menino se deparou com o Festival de Arte de São Cristóvão, conhecido também como FASC, e aí, quando era tempo do festival, o menino se sentia bastante iluminado culturalmente.

Isso ocorria pelo fato de o FASC lhe recordar as temporadas populares de teatro (vamos comer teatro), os projetos de acesso à música popular (seis e meia), à música clássica (projeto aquarius), os cineclubes da zona sul, eventos e ambientes culturais frequentados pelo ousado menino suburbano

E no FASC o menino pode encontrar um pouco de tudo isso, e ainda melhor, concentrado em um mesmo local, em dias consecutivos, e na antiga cidade onde o menino nasceu, cenário bem propício para uma ação cultural comprometida com a qualidade, a diversidade e a democratização do acesso da população às mais diversas manifestações culturais e artísticas.

Além de curtir as atrações artísticas, nessa ocasião o menino era hóspede da sua querida avó Nanã (Sara), que residia em um casarão próximo à igreja do Rosário, local onde o menino viveu até os sete anos, quando se mudou com a família para Aracaju e, logo depois, para o Rio de Janeiro.

Das atrações artísticas do FASC, o menino tinha uma especial predileção pelas apresentações dos grupos de teatro no auditório do Colégio Paulo Sarazate, em razão da temática regionalista que predominava nos textos encenados. Por ter vivido distante do nordeste por  longos anos, precisava disso para se banhar e mergulhar nas fontes culturais de sua terra natal. 

Outro momento inesquecível eram os cortejos dos grupos folclóricos, trazendo-lhe uma das poucas recordações que o tempo não apagou: a homenagem aos Santos Reis, cuja data é celebrada em janeiro.

Neste ano de 2011, o menino, agora homem feito, colabora com um grupo de moradores da cidade com o objetivo de obter dos poderes públicos o compromisso efetivo com a retomada e continuidade do FASC, suspenso em 1993 por decisão da Universidade Federal de Sergipe e retomado, de forma descontínua e em proporção reduzida, pelas administrações municipais que se sucederam desde então.

       O menino, e agora homem feito, sou eu, que depois de tantas andanças por outros lugares, sempre buscando contribuir “para a felicidade geral da nação”, agora acrescenta sua experiência de agente e educador cultural em favor da cidade que o viu nascer.

[https://scprofasc.blogspot.com/2011/04/memorias-do-fasc.html


Agente cultural Hora Reis

Os dias em que se realizava o Festival de Artes de São Cristóvão, o FASC, eram marcados por  um clima de liberdade e magia que decorriam da união de artistas e visitantes na procura da beleza estética nas suas mais diferentes manifestações populares, nascidas das entranhas do povo simples de nossa terra. 

Entretanto, a beleza que marcava o FASC não estava apenas nas apresentações artísticas e culturais, mas também na multifacetada aparência do público que para lá afluíam de todo o Estado de Sergipe e além fronteiras: eram “bichos-grilos”, hippies, estudantes de “aparência comportada”, intelectuais, artistas consagrados e outros em busca de seu lugar ao sol, artesãos e vendedores de doces e petiscos. 

Como nunca fui de hábitos noturnos, voltava cedo para casa, em Aracaju, o que me fazia perder os espetáculos e atrações que iam noite adentro. Mas, pela manhã, logo cedo,  no sábado e no domingo, 

retornava à quarta cidade mais antiga do Brasil para respirar aquele ar de alegria e beleza, apreciando as barracas de dormir armadas nas praças ou  próximo às igrejas. Completava o cenário as barracas dos vendedores montadas no passeio que circundava as praças e mesmo em um dos lados de algumas  ruas mais largas.

Sentia-me culturalmente iluminado, na feliz expressão cunhada pelo professor Zezito. Violência, se havia, nunca presenciei. Mas via a solicitude com que a população local acolhia os visitantes e artistas populares. 

No começo da tarde, os grupos folclóricos começaram seu desfile pelas ruas estreitas da velha capital. 

Os brincantes, muitos deles idosos, esbanjam uma vitalidade de nos dar inveja, a nós, os jovens de então: dançar samba de coco, de pareia, naquelas centenárias ruas de calçamento irregular,  sob um sol escaldante e  trajes que muitas vezes aumentava o calor, não era para qualquer um. Só quem via sentido para sua vida naquelas brincadeiras era capaz de suportar o cansaço com um sorriso de satisfação estampado no rosto: era um momento de glória ser visto  por milhares de visitantes que apreciam o espetáculo proporcionado por aquelas pessoas simples, do povo de São Cristóvão, e de outras cidades sergipanas e nordestinas. 

Havia muito mais a ser visto, mas a lente de meu interesse mirou apenas o que havia de mais popular naquele que foi um dos maiores festivais de artes do País. 

Que o FASC retorne, “para o bem de todos e felicidade geral da nação” !

[https://scprofasc.blogspot.com/2011/04/memorias-do-fasc-3.html


Poeta Araripe Coutinho

A emoção é sempre algo vacilante, faz-nos sentir crianças e ao mesmo tempo grandes. Emoção está cada vez mais rara nos dias de hoje. "Tempo  de partido, tempo de homens partidos" - diria nosso poeta de Itabira, Drummond.

Ao receber o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Praça de São Francisco na cidade de São Cristóvão, 4ª cidade mais antiga do Brasil, é elevada ao grau de importância para o mundo que ela sempre, na verdade, teve, independente do título ou não. Agora, evidente, de fato e de direito.

A Praça de São Francisco está  localizada no centro da cidade e é cercada pelas também históricas Igreja de São Francisco, Convento de  São Francisco, Capela da Ordem Terceira - atualmente sede do Museu de  Arte Sacra -, Santa Casa, Igreja da Misericórdia e Palácio  Provincial. 

A praça é a única no Brasil com um traçado urbanístico de origem tipicamente da colônia espanhola. Sua construção é do período  conhecido como União Ibérica (1580-1640), quando os reinos de Portugal e Espanha tiveram como único soberano os reis Felipe II, Felipe III e  Felipe IV da Casa da Áustria.

Tirando os dados históricos , a Praça São Francisco, na verdade, guarda uma peculiaridade belíssima para o povo de Sergipe. Foi nela que vi mais de dez festivais de Arte de São Cristóvão, organizados  pela Universidade Federal de Sergipe, quando não era, como hoje, oficiosa. Ali, se apresentaram centenas de grupos nacionais e internacionais sob a batuta de intelectuais e mestres como Albertina Brasil, João Cardoso do Nascimento, então reitor e Luiz Bispo que fora nomeado pelo Presidente Médici para ser o novo magnífico, sob a ideia de Núbia Marques, já professora da UFS e poeta consagrada. Isso em 1972. De lá pra cá a Praça São Francisco, hoje patrimônio da Humanidade, recebeu vários grupos do Brasil inteiro, alunos e artistas consagrados que fizeram aquele espaço se imortalizar. Foram emoções  grandes, espetáculos inesquecíveis de balé, dança contemporânea,  música, circo, folclore, literatura e cinema, oficinas de artesanato, mostra de livros, recitais, teatro, gastronomia e festa, muita festa.

Da formação do Fasc até quando ele conseguiu resistir, porque o atual reitor, Josué Modesto dos Passos Subrinho, fez a proeza de enterrá-lo,  passaram nomes gloriosos da UFS. 

O Fasc mais rico foi sem dúvida, o que tinha Maria da Glória Santana de Almeida, a professora Glorinha, à  frente. 

Ela era Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários e  conseguiu junto aos Ministérios uma fábula em dinheiro, prestigiando todos os artistas e grupos importantes. Foi a glória! De vários  reitores me lembro de Aloísio de Campos, Gilson Cajueiro de Holanda, Eduardo Antonio Conde Garcia, Clodoaldo Alencar Filho (um apaixonado  pelo Fasc), além de nomes como José Carlos Teixeira, Thétis Nunes, Luiz Fernando Ribeiro Soutelo, Lu Spinelli, Maria Nely dos Santos,  Terezinha Oliva, Francisco José Alves, Luiz Antônio Barreto e Aglaé  Fontes de Alencar, Luiz Eduardo Oliva, João Costa, Tereza Prado, Eluzia Carvalho, Gizelda Moraes, José Costa, Fernando Lins, Jorge lins e tantos outros.

A arte de Sergipe na música também foi destaque sempre, ali na praça, de Nino Karva à reação, de Amorosa à Joésia Ramos, Naurea ao quinteto de cordas, orquestras, Antonio Carlos Du Aracaju a Chico e Antonio Rogério, Patrícia Polayne e Crys Emmel, além de tantos que incendiaram o palco com seus talentos. A Praça São Francisco guarda em si a grande glória de tudo isso. Dos  braceletes, que as freiras fazem iguais na Suíça, à queijada de dona Geninha que, quando viva, enrolava-as em papel cor de rosa e verde, aquele velho papel de pão; de Vesta Viana endeusada por Jorge Amado e  Zelia Gati por sua obra - tudo ali é mágico, é poético, é deslumbrante.

Mas o mais divino e ambicioso prêmio da Praça São Francisco, além de sua gente, sua arte e seu significado, é o Museu Histórico de São Cristóvão, localizado ali, na Praça São Francisco, que guarda a mais bela obra "Ceci e Peri",de Horácio Hora, o pintor sergipano que morreu  em Paris, enterrado no Père-Lachaise, onde estão nomes como Honoré de Balzac, Paul Éluard, Oscar Wilde, La Fontaine, Piaf, Chopin, Allan Cardec, Molière, Marcel Proust, Raymond Roussel e foi erroneamente transladado para Laranjeiras, sua terra natal, estando servindo de esterco para cavalos amarrados ao seu monumento. Ele que estava  enterrado no mais nobre cemitério da França ao lado também de Victor Hugo. Mas nada disso tira a imagem de Ceci e Peri, imortalizada por Horácio, inspirada na obra de José de Alencar, uma das mais belas  páginas da literatura mundial. Ceci e Peri, por si só, já remete à Praça São Francisco a título de patrimônio da humanidade. Isso falo porque é impossível não chorar diante da tela. A moça branca deitada no barco, protegida pelo índio, como num filme de Visconti, uma ópera de Villa Lobos. Atentamos também para o Museu de Arte e Sacra que guarda as mais belas imagens já vistas no país, depois de Ouro Preto, onde um dia, Clodovil, chorou ao visitar.

Por tudo isso, diante da janela do museu, que dá para o pátio do convento, vendo as folhas verdes dos antúrios entremear o espaço cortando a tarde, cujo sol é lilás e a brisa verde, é que a Praça São Francisco, tão bem cultuada pelo historiador Thiago Fragata, é hoje um portal vivo de lágrimas e riqueza. Riqueza eterna, essa que o tempo não corroi.

[https://scprofasc.blogspot.com/2011/04/araripe-coutinho-do-festival-de-arte.html ]


Gestor público Marcos Santana

Eu tinha apenas 12 anos de idade quando aconteceu o 1º Festival de Arte de São Cristóvão - FASC. A nossa pequena cidade ficou cheia de gente. De repente uma trupe invadiu nossas ruas e vielas; homens e mulheres, muitos cabeludos, armaram suas barracas nas nossas praças. Foram três dias de magia. Depois deste primeiro FASC, muitos outros aconteceram. Até alguns que se apoderaram dessa denominação (FASC) mas que dá ideia original nada tinham. O último FASC aconteceu em 2005 e eu já tinha 46 anos e pude reviver deliciosamente os dias de magia que vivi na minha adolescência. Que venha de novo o FASC. E que venha pra nunca mais ir embora. Viva o FASC, viva São Cristóvão, viva João Bebe Água.

[https://scprofasc.blogspot.com/2011/08/viva-o-fasc-viva-sao-cristovao-viva.html]


Músico Antônio Vieira (Brasinha)

O FASC (Festival de Arte de São Cristóvão), jamais deveria ter sofrido solução de continuidade. Foi, enquanto durou, um dos maiores encontros de arte e cultura do nordeste brasileiro. Participei de 03 festivais na categoria arte musical, cantando ao lado do saudoso Hilton Lopes, e tocando/cantando com o grupo Repente. Torço pelo retorno do Festival, neste momento em que a juventude necessita rever valores, e nada melhor do que a arte, para servir de instrumento neste sentido. Sucesso ao pessoal da comissão pró-FASC. Um abraço!

[https://scprofasc.blogspot.com/2011/05/o-fasc-festival-de-arte-de-sao.html]


A inspiração para a manchete é a canção "Lambada da Delicia" de Gerônino.. 


MANIFESTO PROFASC

Durante mais de vinte anos ininterruptos, a cidade de São Cristóvão foi palco de um dos festivais de artes mais importantes do país: O Festival de Arte de São Cristóvão ou FASC, como também ficou conhecido, que teve a sua primeira edição realizada no ano de 1972, ocasião em que foi aguardado como o momento maior das comemorações do sesquicentenário da independência brasileira em solo sergipano.
O Festival prosseguiu até 1993, quando foi encerrado por decisão da Universidade Federal de Sergipe, instituição que idealizou e foi a responsável pela organização do evento até aquele ano. Em 1996 e 2006, por exemplo, a prefeitura de São Cristóvão tomou a iniciativa de realizá-lo, sem contudo assegurar a sua continuidade
Durante todo o tempo de sua existência, o festival favoreceu o intercâmbio de uma parcela importante da produção cultural sergipana e brasileira, tanto daquelas de caráter erudito, como das manifestações ligadas às culturas populares ou baseadas no imenso potencial de inspiração que estas proporcionam a poetas, teatrólogos, coreógrafos, músicos, artistas plásticos, cineastas e demais atores culturais.
O FASC também foi um espaço para a descoberta e incentivo de novos talentos artísticos, proporcionando a geração de renda para artistas, intelectuais, técnicos, produtores e para o setor de serviços e comércio, que se beneficiaram dos investimentos governamentais dispendidos para a realização do evento.
Outro aspecto importante foi a divulgação positiva do estado de Sergipe em todo o território nacional, por meio do material institucional e/ou promocional distribuído principalmente para universidades federais, órgãos públicos de cultura e turismo, assim como entidades de representação de artistas e de intelectuais, grupos culturais, órgãos de comunicação etc..
Por tudo isso, a população de São Cristóvão tem se manifestado pelo retorno do Festival de Arte, o que ocorreu especialmente por ocasião da realização das duas primeiras conferências municipais de cultura, a primeira em 2005 e a segunda em 2009 e, ainda, na formulação do diagnóstico cultural elaborado em 2010, a partir da iniciativa GT – Economia da Cultura São Cristóvão (GT-Ecult), sob a liderança da Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo.
Para fortalecer esta demanda em relação a todos os atores sociais e políticos que contribuíram para o sucesso do FASC (UFS, Prefeitura e Governo do Estado, artistas, intelectuais, imprensa e empresas privadas e estatais etc.) está sendo criada uma comissão da sociedade civil, denominada PROFASC, que tem por objetivo reunir cidadãos de São Cristóvão e dos municípios adjacentes para proporem alternativas e sugestões que tornem possível a retomada da realização do FASC com a participação da comunidade, incluindo-o como evento permanente do calendário cultural de nosso Estado.
Esta necessidade foi apontada pelo pesquisador Ribeiro Filho, em dissertação de mestrado, intitulada “Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008 (UFS)”, na qual afirma que: “O município e a sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”.
É na perspectiva do exercício da cidadania cultural que conclamamos todos os cidadãos sergipanos, especialmente os residentes em São Cristóvão, para somar fileiras visando inaugurarmos uma nova era, no tocante à participação da comunidade nas discussões e decisões relativas ao FASC.
À Prefeitura de São Cristóvão e ao Governo do Estado, solicitamos e esperamos que a mesma postura exitosa da parceria firmada entre a Prefeitura de Laranjeiras e o Governo do Estado, que garantiram a realização ininterrupta e bem sucedida do Encontro Cultural de Laranjeiras, independentemente das alianças partidárias e diferenças políticas, seja também assumida entre aqueles entes governamentais em favor da retomada e continuidade do FASC.
Ao Governo do Estado solicitamos que o conhecimento técnico, os recursos humanos e materiais, bem como possíveis incentivos fiscais, que garantem o patrocínio da iniciativa privada ao Festival Sergipe Verão, aos festejos juninos e ao PRECAJU, sejam também utilizados em favor da realização do FASC.
À Universidade Federal de Sergipe solicitamos que disponibilize o conhecimento técnico e os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para a obtenção do patrocínio dos Ministérios da Educação, Cultura e Turismo e empresas estatais.

Comissão da Sociedade Civil PROFASC – São Cristóvão, 12 de Março de 2011

Um comentário:

Nicy Alves disse...

Ler o desenrolar desse menino e seu amor pela arte, faz reacender a nostalgia de um tempo bom. Tempo em que a cultura era sensorial.