terça-feira, 26 de março de 2019

Sobre a ditadura civil-militar de 1964. Quanto mais gente souber melhor.

Romero Venâncio

UMA NOTA PARA ESTA SEMANA - DE 25 DE MARÇO A 01 DE ABRIL DE 2019
Confesso que o momento é triste. Pessoalmente, luto cotidianamente para organizar uma memória em forma de narrativa para me justificar   
 nesse mundo...Desde 2013, sentimos no ar uma perplexidade que a cada ano se aprofundou até seu ponto alto que foi 2018 e a "bolsonarização de um brasil". Vemos, quase que impotentes, pessoas de todas as idades defendendo tortura e torturadores; pedindo a volta dos militares como governantes; a defesa do golpe de 1964 e toda uma cultura fascistas que ganhando capilaridade em todos os setores da sociedade brasileira... Um ódio espalhado em tudo e como método de fazer e pensar em política. Um sentimento ronda nosso pequeno brasil: a memória sendo jogada na lata do lixo. Para que erve memória quando qualquer um pode fazer sua leitura em redes sociais várias e achar que tem uma verdade meramente emprenhada pelos ouvidos e por leituras sem fonte alguma encontradas nas mesmas redes sociais ou em livros de que beiram o ridículo em limitadas argumentações.
Em outros momentos da história desse Brasil, as esquerdas em geral e boa parte de intelectuais e educadores faziam numa semana como esta de agora seminários, exibições de filmes, palestras, publicação de livros, ensaios, textos em jornais e até atividades de rua no intuito de disputar uma narrativa dentro da sociedade sobre o significado do golpe de 1964 e tudo que ele representou em 21 anos de duração... Nós temos uma literatura vasta e importante no que diz respeito a leitura do golpe; temos um cinema que muito falou da ditadura em suas várias fazes históricas; temos um teatro, uma poesia, um pintura, uma escola fotográfica ou ainda um setor do jornalismo que sabe e viveu o golpe e a ditadura... Onde estamos todos e todas? vejo apenas tímidas iniciativas (importantes, por certo!) e bem restritas... Isto me preocupa demais. Pode ser que tenhamos uma reviravolta nesta semana (pois sabemos que política e história não são retas euclidianas!!!)... Mas nada indica grande mudanças por estes dias até... Me preocupa demais nesse momento esse clima sombrio. Uma esquerda que não sabe organizar sua memória e aprender com a memória dos de baixo, sofrerá num eterno presente e frustrará o futuro...

Regina Dalcastagnè

SUGESTÕES DE LEITURA, ENQUANTO ELES COMEMORAM O ANIVERSÁRIO DO INFAME GOLPE DE 1964:


A expedição Montaigne (1982), de Antonio Callado

A festa (1976), de Ivan Ângelo

Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva.

Amores exilados (1997), de Godofredo de Oliveira Neto
A noite da espera (2017), de Milton Hatoum
Antes do passado: o silêncio que vem do Araguaia (2012), de Liniane Haag Brum
A resistência (2015), de Julián Fuks
As meninas (1973), de Lygia Fagundes Telles
Avalovara (1973), de Osman Lins
A voz submersa (1984), de Salim Miguel
Azul corvo (2010), de Adriana Lisboa
Bar Don Juan (1971), de Antonio Callado
Cabo de guerra (2016), de Ivone Benedetti
Em câmara lenta (1977), de Renato Tapajós
Em liberdade (1981), de Silviano Santiago
Feliz ano velho (1982), de Marcelo Rubens Paiva
Felizes poucos (2016), de Maria José Silveira
História natural da ditadura (2006), de Teixeira Coelho
Incidente em Antares (1971), de Érico Veríssimo
K.: relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucisnki
Lobos (1997), de Rubem Mauro Machado
Mulheres que mordem (2015), de Beatriz Leal
Não falei (2004), de Beatriz Bracher
Não verás país nenhum (1981), de Ignacio Loyola de Brandão
Nem tudo é silêncio (2010), de Sônia Regina Bischain
Nos idos de março (2014), org. de Luiz Ruffato
O indizível sentido do amor (2017), de Rosângela Vieira Rocha
O fantasma de Buñuel (2004), de Maria José Silveira
O que é isso companheiro? (1979), de Fernando Gabeira
O torturador em romaria (1986), de Heloneida Studart
Os carbonários (1980), de Alfredo Sirkis
Os pecados da tribo (1976), de José J. Veiga
Os que bebem como os cães (1975), de Assis Brasil
Os tambores silenciosos (1977), de Josué Guimarães
Os visitantes (2016), de Bernardo Kucinski
Outros cantos (2016), de Maria Valéria Rezende
Palavras cruzadas (2015), de Guiomar de Grammont
Paris – Rio – Paris (2017), de Luciana Hidalgo
Poemas do povo da noite (2017), de Pedro Tierra
Primeiro de abril (1994), de Salim Miguel
Quarup (1967), de Antonio Callado
Reflexos do baile (1977), de Antonio Callado
Retrato calado (1988), de Luiz Roberto Salinas Fortes
Silêncio na cidade (2017), de Roberto Seabra
Sombras de reis barbudos (1972), de José J. Veiga
Um romance de geração (1980), de Sérgio Sant’Anna
Volto semana que vem (2015), de Maria Pilla
Zero (1975), de Ignacio Loyola de Brandão

Zezito de Oliveira
Talvez tenhamos esperado muito da escola, para disputar a memória a favor da democracia, dos direitos humanos e da liberdade. Ainda há tempo para sindicatos e demais organizações e movimentos sociais realizar no campo da formação e da comunicação, mais ações constantes no intuito de defender e celebrar as conquistas que a memória das lutas e das resistências nos deixaram.
As escolas de samba Paraiso do Tuiuti, Mangueira e diversas outras já perceberam como isso foi/é necessário, assim como muitos artistas, escritores, intelectuais e professores A disputa pela memória histórica também é luta e resistência e precisa de investimento.


blog do Sakamoto - Bolsonaro quer celebrar 1964 porque não sabe como construir 2019... 


Mais arte para educar melhor sobre democracia, direitos humanos, liberdade... Historiador discute ditadura militar através da MPB.


36 livros sobre o golpe de 1964 e a ditadura militar brasileira

SELEÇÃO E COMENTÁRIOS DA BIBLIOGRAFIA - ROMERO VENÂNCIO

Para recobrar a memória... ou de como o empresariado apoio o golpe, a ditadura e a tortura depois de 1964...
  











Para recobrar a memória... como a igreja católica no Brasil se posicionou durante o período da ditadura. Um dos melhores livros sobre o assunto!!!





Para recobrar a memória. Os protestantes/Presbiterianos e o golpe de 1964 e depois... Em tempos de relembrar o passado e de fato expor os fatos ocorridos há mais 50 anos e aquilo que a CNV (comissão nacional da verdade) propôs como parte de sua tarefa geral- identificar e investigaras ações repressivas praticadas pelas igrejas que reproduziram, interna e paralelamente, perseguições que o Estado realizava no âmbito da sociedade. O rigor e a originalidade do autor como pesquisador trouxeram à luz o debate acerca de um grupo presbiteriano na região de Campinas- SP e de sua publicação independente ( o Jornal Presbiteriano), que podem ser tomados como resistência ao governo eclesiástico que chegou ao poder em 1966 na Igreja Presbiteriana do Brasil e, por conseguinte, ao regime militar e ditatorial no país pelo golpe de 1964. Na terminologia político-teológica de Robinson Cavalcanti, o grupo presbiteriano oposicionista da região de Campinas, que não foi o único no país, pode ser tomado como o remanescente fiel que se recusou a subir no trem da ditadura militar ou dele desceu muito rapidamente.


Antes de comemorar a Ditadura, por favor, leia este livro.

A versão digital em: http://bnmdigital.mpf.mp.br/#!/ 
em busca de raizes mais fundas de nossa cultura para entender esse triste momento atual....


para recobrar a MEMÓRIA. ou de como o teatro resistiu a ditadura...






Para recobrar a MEMÓRIA... ou da literatura que representou e resistiu a ditadura...



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