Hoje não tem show
Temos alguns sistemas de políticas públicas, mas eles nunca vão funcionar sem a governança da população. Conselheiros e conselheiras sem formação, gestores e gestoras autoritários, fundos irrisórios, planos não executados. A maioria da população nem sabe para que servem esses sistemas.
Alucinados e alucinadas transformam as políticas de Estado em mera peça decorativa da democracia.
Esses dias, enquanto eu olhava para as demandas dos grupos de cultura, banheiro químico, por exemplo, pensei: não seria mais fácil criar uma política pública que atendesse toda a população? Barracas, palco e apoio para eventos comunitários, com uma parceria entre a secretaria responsável pelo trânsito e a secretaria de cultura.
Precisamos de mecanismos novos e práticos de acesso à estrutura para todos os bairros.
Nosso Executivo não presta mesmo. Independente do partido, querem um governo centralizado em figuras grotescas, tentando fazer o papel das políticas públicas. O fato é que, conforme começo a escrever, vou percebendo que muitos agentes políticos são leigos e, muitas vezes, querem tirar proveito de uma poda, de um buraco na rua, de uma fila no hospital. É incompreensível que essas amenidades não sejam transformadas em políticas de Estado.
(Olha ai vereadores e vereadoras, prefeitos e sociedade)
Um simples 0800 ou e-mail com um sistema digital para receber as demandas, e você conseguiria solicitar o serviço.
Conselheiros e conselheiras, em sua maioria, não sabem o que fazem nesse lugar tão importante. As secretarias sequer têm programas de educação para controle social e governança de formação para a sociedade, conselheiros e funcionários é permanente.
E aí entram os aspones das secretarias e dos prefeitos e prefeitas, que só atrapalham porque desconhecem tudo que diz respeito à democracia. Apropriam-se do público, às vezes são violentos e às vezes apenas burro e de mero gosto pelo poder.
O empenho da sociedade civil deveria fortalecer os colegiados e potencializar o controle social.
Neri Silva Silvestre: Produtor cultural, articulador e gestor cultural, idealizador do Sarau na Quebrada, poeta e agitador cultural. Sempre foi um sujeito inquieto. Quando jovem lança com o grêmio escolar, o Jornal Macunaíma, daí não parou mais. Esteve à frente como coordenador do 1° Ponto de Cultura de Santo André (SP) de 2010/2013. Produziu inúmeros eventos que vão da música à literatura.
Zezito de Oliveira - professor de História, produtor cultural e escritor. Especialista em Arte-Educação e Políticas Públicas de Cultura e Empreendedorismo Cultural. Um dos fundadores da Associação dos Moradores do Bairro América (AMABA), do Centro Sergipano de Educação Popular (CESEP) e da Associação Cultural de Sergipe (Ação Cultural). Trabalha há 40 anos com projetos socioculturais voltados para crianças, adolescentes e jovens da periferia (oficinas, saraus, mostras culturais e cineclube). Autor do livro AMABA: O esquecido círculo de cultura da Aracaju dos anos 1980” produzido com apoio da Lei Aldir Blanc 1 e integrante da equipe técnica do filme “América: Reconstruindo Aracaju” baseado no livro citado acima, produzido com apoio da Lei Paulo Gustavo.


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