O texto abaixo foi produzido para entrega aos companheiros (as) que participaram da reunião presencial do Fórum Sergipe de Participação Social realizada na último terça-feira, 23/12, no espaço cultural do sindicato dos bancários. Foram impressos cerca de 25 cópias, tendo sido entregues o total de 20. Alguns dos participantes da reunião não tiveram acesso ao texto impresso, porque o número, salvo engano chegou a quase 40 participantes.
Uma das lideranças presentes comentou de forma sintética e objetiva sobre questões presentes na análise de conjuntura já citada, mas trazendo abordagem mais referenciada no contexto político local.
Segundo esta, a falta de atuação conjunta e estruturada das quatro principais lideranças de esquerda de Sergipe — todas ligadas ao PT e ocupando cargos relevantes no governo e no congresso federal — para fortalecer técnica e economicamente as organizações de base representadas pelas bandeiras estendidas no chão. Mas ao contrário em outra direção, a prioridade das quatro lideranças do PT de Sergipe em destaque no governo federal, foi a interlocução principal e destinação de atenção em matéria de articulação e de recursos do governo federal para prefeituras e governo do estado.
Essa falha, prosseguiu, enfraquece a presença da esquerda nos territórios, obrigando-a a disputar espaço em condições desiguais com as igrejas evangélicas, que atuam de forma organizada e com apoio financeiro, porém fortalecendo em sua maioria lideranças politicas da direita e da extrema-direita
Encerrando a argumentação alertou que a atuação mais eficaz da direita, inclusive com recursos, ameaça a reeleição do presidente Lula e o crescimento das bancadas de centro-esquerda e esquerda no Congresso.
UM OLHAR SOBRE A CONJUNTURA DE UM
EDUCADOR POPULAR E AGENTE CULTURAL SEXAGENÁRIO. De
Zezito de Oliveira para os companheiros do Fórum de Participação Social da
SG-PR. Em Aracaju no dia 23/12/2025.
Resumo:
"O texto analisa os desafios políticos e culturais para a reeleição de Lula frente a uma ofensiva coordenada da direita, apoiada por interesses econômicos, midiáticos e pelo imperialismo estadunidense. A extrema-direita domina o debate público com pautas comportamentais e desinformação, desviando o foco de questões econômicas e sociais essenciais. Apesar da provável vitória de Lula, devido aos seus resultados positivos, há o risco de um Congresso ainda mais hostil, o que poderia inviabilizar a governabilidade. O autor defende que, para sustentar uma vitória duradoura e impedir o retorno da extrema-direita, é essencial retomar o trabalho de base, a educação popular e a ação cultural, combinando melhorias materiais com o avanço da consciência política das pessoas."
Não é novidade para quem acompanha a escalada da campanha imperialista dos EUA na atual quadra histórica sob a direção do governo de Donald Trump, que o PT e as forças aliadas enfrentarão um aparato de poder econômico e de comunicação muito poderoso para impedir a reeleição do presidente Lula.
O que já vem acontecendo desde sempre
com maior ou menor intensidade, como no caso mais recente da operação lava
jato, resultado como sabido, da aliança de um setor do judiciário, dos grandes
donos da mídia e da maioria no congresso constituída com a força de multidões
manipuladas com base nos manuais de guerra psicológica da CIA, atualmente também
conhecida como guerra híbrida.
O que isso significa, falar em cultura
e comunicação neste caso, é falar de duas questões imbricadas, fora uma
terceira que subjaz em meio a isso, a questão da soberania da nação, ou de
cidadania, se quisermos reduzir, mas de não menos importância, a aspectos dos
direitos civis, sociais e culturais dos brasileiros enquanto pessoas.
E não é novidade para muitos que
acompanham a história contemporânea do Brasil, em especial desde a década de
1960, o quanto o imperialismo estadunidense no campo econômico se fez
acompanhar de um investimento robusto em matéria de cultura e de comunicação,
investimento aqui onde se misturam propósitos ideológicos e propósitos
comerciais.
Pois bem, isso tem aspectos bastantes
evidentes em nosso cotidiano, dentre inúmeros exemplos, podemos citar por parte
da rede de comunicadores ou “influencers” de extrema direita, o sequestro do
debate público por meio da primazia de questões relacionadas à pauta de
costumes ou pauta comportamental, em detrimento de questões essenciais no campo
da economia e das relações sociais, entre outros aspectos, como é o caso da
pauta 6X1 e a redução da jornada de trabalho.
Sem contar a construção de factoides
construídos com base no preconceito e na desinformação de diversos tipos e natureza,
e com isso também sequestrando a pauta do debate público, como é o caso mais
recente das sandálias havaianas.
Diante do exposto acima, o que estamos
vendo nas pesquisas e que se repetirá na urna? Mesmo com todos os avanços
obtidos no campo econômico e social, muitos trabalhadores votarão em candidatos
com posicionamento político - ideológico totalmente ou relativamente contrário
aos programas sociais as políticas afirmativas, as políticas de valorização do
salário mínimo e em defesa de condições dignas de trabalho e etc.
E agora, o que nos resta a fazer? Em
termos de resultado eleitoral é esperado a vitória eleitoral do presidente
Lula, isso por conta dos resultados positivos no campo da economia e na área
social, aqui incluindo as áreas da educação e da cultura, mesmo com as críticas
que fazemos, no caso da primeira especialmente, assim como em decorrência da
capacidade acima da média do nosso presidente em matéria de estratégia política
e de comunicação, mas se mesmo assim , o presidente Lula não conseguir ser derrotado pela aliança transnacional da direita com a extrema direita, a eleição
de um congresso ainda pior do que esse, poderá tornar a governabilidade algo inviável
em termos mais civilizatórios, dessa
maneira o parlamento brasileiro contra o governo Lula 4.0, fará o equivalente a pressão naval ou pirataria do governo dos EUA contra o governo
da Venezuela conforme as últimas
notícias publicadas na imprensa, o que
de certa maneira já vem acontecendo por meio do sequestro de parte do orçamento
público por meio das emendas parlamentares.
E quanto a nós, não temos muito tempo, e
nossas armas apresentam limitações, mas de outro modo não fomos capazes de conseguir
utilizar o potencial das armas que temos, isso na minha opinião por termos
abandonado no decorrer destes anos o processo de formação com base nos
princípios e na metodologia da educação popular.
E o que podemos fazer, nesse pouco
tempo que resta para o encerramento do terceiro mandato do presidente Lula,
muitos dirão que será preciso mais ação com relação ao contato com as pessoas,
com relação a ampliação do número de adeptos do projeto político em que
acreditamos, mas por outro lado é verdade que precisaremos garantir que um
governo Lula 4.0 e o grupo de parlamentares eleitos ou reeleitos do nosso campo
sejam melhores, no sentido de podermos
sustentar a afirmação recorrente do presidente Lula de que o Brasil nunca mais
elegerá um candidato de extrema direita, e a garantia disso passa por um
trabalho de base no cotidiano e permanente com educação popular e ação
cultural, que considere, além das vitórias eleitorais, a primazia das políticas
voltadas a melhoria das condições
materiais de nossa gente combinado ao avanço da consciência de classe , que
também é consciência cidadã, consciência ecológica, consciência cultural e etc.
Sobre a reunião do Fórum de Participação Social em Sergipe, voltaremos ao assunto com uma segunda postagem.
E afinal, o que é o Fórum de Participação Social? Vamos responder com ajuda da IA e com links do governo federal sobre.
- Diálogo e Articulação: Esses fóruns mapeiam políticas prioritárias, articulam-se com conferências nacionais (como as de Educação - CONAEs) e promovem a troca de experiências para aprimorar o sistema participativo.
- Ferramentas Digitais: A plataforma Brasil Participativo é um espaço digital onde cidadãos podem apresentar ideias, votar em prioridades e participar de debates, sendo um canal fundamental para essa participação.
- Legislação: Instituídos por portarias, como a nº 188/2024, e estruturados por decretos, como o Decreto 11.407/2023, que cria o Sistema de Participação Social, esses fóruns integram e coordenam a relação entre governo e sociedade civil.
- Principais Objetivos:
- Construção Coletiva: A ideia central é que, juntos, governo e sociedade, se pensa e decide de forma mais justa e democrática.
- Influência nas Políticas: Permitir que a sociedade civil influencie a formulação, execução, fiscalização e avaliação de políticas públicas (saúde, educação, etc.).
- Fortalecimento da Cidadania: Valorizar o conhecimento e os saberes construídos no cotidiano da vida e da luta dos cidadãos, fomentando a educação popular e a cidadania ativa.
- Em resumo, os Fóruns de Participação Social são um braço do governo federal que busca ouvir e incorporar a voz da sociedade civil na gestão das políticas públicas, tornando o processo mais transparente, inclusivo e democrático.
RENATO SIMÕES, SGPR: SECRETÁRIO NACIONAL DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL Governo federal cria fóruns de participação social para atuar nos territórios. aqui
Governo federal institui Fórum Interconselhos para fortalecer participação social. aqui
- Reportagem da Carta Capital que faz referência aos números que constam na manchete dessa postagem. aqui


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