quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Fórum de Participação Social da Presidência da República e o contraste com resultado de pesquisa publicada hoje, 25/12/2025 - Datafolha: 35% dos brasileiros se identificam com a direita e 22% com a esquerda.

 O texto abaixo foi produzido para entrega aos companheiros (as) que participaram da reunião presencial do Fórum Sergipe de Participação Social realizada na último terça-feira, 23/12,  no espaço cultural  do sindicato dos bancários.  Foram impressos cerca de 25 cópias, tendo sido entregues o total de 20. Alguns dos participantes da reunião não tiveram acesso ao texto impresso, porque o número, salvo engano chegou a quase 40 participantes. 

Uma das lideranças presentes comentou de forma sintética e objetiva sobre questões presentes na análise de conjuntura já citada, mas  trazendo abordagem mais  referenciada  no contexto político local.

Segundo esta, a falta de atuação conjunta e estruturada das quatro principais lideranças de esquerda de Sergipe — todas ligadas ao PT e ocupando cargos relevantes no governo e no congresso  federal — para fortalecer técnica e economicamente as organizações de base representadas pelas bandeiras estendidas no chão. Mas ao contrário em outra direção,  a prioridade das quatro lideranças do PT de Sergipe em destaque no governo federal,  foi a interlocução principal e destinação de atenção em matéria de articulação e de recursos do governo federal para prefeituras e governo do estado.

Essa falha, prosseguiu, enfraquece a presença da esquerda nos territórios, obrigando-a a disputar espaço em condições desiguais com as igrejas evangélicas, que atuam de forma organizada e com apoio financeiro, porém  fortalecendo em sua maioria lideranças politicas da direita e da extrema-direita

Encerrando a argumentação alertou que a atuação mais eficaz da direita, inclusive com recursos, ameaça a reeleição do presidente Lula e o crescimento das bancadas de centro-esquerda e esquerda no Congresso.


A intenção do texto abaixo,  em negrito,  foi realizar uma análise introdutória da conjuntura atual em linguagem acessível, mas chamando a atenção para importância e necessidade  da educação popular e da ação cultural. Até porque o pressuposto de uma das razões de estarmos nessa situação foi o abandono dessa premissa.  A iniciativa de escrevermos e realizarmos a distribuição do texto é  por  ser pouco comum análise de conjuntura  no contexto mais recente dos espaço de articulação e mesmo de formação no contexto de  muitos  movimentos sociais contemporâneos e mesmo quando realizada,  a questão cultural e educativa fica em segundo plano.  

UM OLHAR SOBRE A CONJUNTURA DE UM EDUCADOR POPULAR E AGENTE CULTURAL SEXAGENÁRIO. De Zezito de Oliveira para os companheiros do Fórum de Participação Social da SG-PR. Em Aracaju no dia 23/12/2025.


Resumo:  

"O texto analisa os desafios políticos e culturais para a reeleição de Lula frente a uma ofensiva coordenada da direita, apoiada por interesses econômicos, midiáticos e pelo imperialismo estadunidense. A extrema-direita domina o debate público com pautas comportamentais e desinformação, desviando o foco de questões econômicas e sociais essenciais. Apesar da provável vitória de Lula, devido aos seus resultados positivos, há o risco de um Congresso ainda mais hostil, o que poderia inviabilizar a governabilidade. O autor defende que, para sustentar uma vitória duradoura e impedir o retorno da extrema-direita, é essencial retomar o trabalho de base, a educação popular e a ação cultural, combinando melhorias materiais com o avanço da consciência política das pessoas."     

Não é novidade para quem acompanha a escalada da campanha imperialista dos EUA na atual quadra histórica sob a direção do governo de Donald Trump, que o PT e as forças aliadas enfrentarão um aparato de poder econômico e de comunicação muito poderoso para impedir a reeleição do presidente Lula.

O que já vem acontecendo desde sempre com maior ou menor intensidade, como no caso mais recente da operação lava jato, resultado como sabido, da aliança de um setor do judiciário, dos grandes donos da mídia e da maioria no congresso constituída com a força de multidões manipuladas com base nos manuais de guerra psicológica da CIA, atualmente também conhecida como guerra híbrida.

O que isso significa, falar em cultura e comunicação neste caso, é falar de duas questões imbricadas, fora uma terceira que subjaz em meio a isso, a questão da soberania da nação, ou de cidadania, se quisermos reduzir, mas de não menos importância, a aspectos dos direitos civis, sociais e culturais dos brasileiros enquanto pessoas.

E não é novidade para muitos que acompanham a história contemporânea do Brasil, em especial desde a década de 1960, o quanto o imperialismo estadunidense no campo econômico se fez acompanhar de um investimento robusto em matéria de cultura e de comunicação, investimento aqui onde se misturam propósitos ideológicos e propósitos comerciais.

Pois bem, isso tem aspectos bastantes evidentes em nosso cotidiano, dentre inúmeros exemplos, podemos citar por parte da rede de comunicadores ou “influencers” de extrema direita, o sequestro do debate público por meio da primazia de questões relacionadas à pauta de costumes ou pauta comportamental, em detrimento de questões essenciais no campo da economia e das relações sociais, entre outros aspectos, como é o caso da pauta 6X1 e a redução da jornada de trabalho.

Sem contar a construção de factoides construídos com base no preconceito e na desinformação de diversos tipos e natureza, e com isso também sequestrando a pauta do debate público, como é o caso mais recente das sandálias havaianas.

Diante do exposto acima, o que estamos vendo nas pesquisas e que se repetirá na urna? Mesmo com todos os avanços obtidos no campo econômico e social, muitos trabalhadores votarão em candidatos com posicionamento político - ideológico totalmente ou relativamente contrário aos programas sociais as políticas afirmativas, as políticas de valorização do salário mínimo e em defesa de condições dignas de trabalho e etc.

E agora, o que nos resta a fazer? Em termos de resultado eleitoral é esperado a vitória eleitoral do presidente Lula, isso por conta dos resultados positivos no campo da economia e na área social, aqui incluindo as áreas da educação e da cultura, mesmo com as críticas que fazemos, no caso da primeira especialmente, assim como em decorrência da capacidade acima da média do nosso presidente em matéria de estratégia política e de comunicação, mas se mesmo assim , o presidente Lula não conseguir ser  derrotado pela aliança transnacional  da direita com a extrema direita, a eleição de um congresso ainda pior do que esse, poderá tornar a governabilidade algo inviável  em termos mais civilizatórios, dessa maneira o parlamento brasileiro contra o governo Lula 4.0, fará o  equivalente a pressão naval ou  pirataria do governo dos EUA contra o governo  da Venezuela conforme as últimas notícias publicadas na imprensa,  o que de certa maneira já vem acontecendo por meio do sequestro de parte do orçamento público por meio das emendas parlamentares.

E quanto a nós, não temos muito tempo, e nossas armas apresentam limitações, mas de outro modo não fomos capazes de conseguir utilizar o potencial das armas que temos, isso na minha opinião por termos abandonado no decorrer destes anos o processo de formação com base nos princípios e na metodologia da educação popular.

E o que podemos fazer, nesse pouco tempo que resta para o encerramento do terceiro mandato do presidente Lula, muitos dirão que será preciso mais ação com relação ao contato com as pessoas, com relação a ampliação do número de adeptos do projeto político em que acreditamos, mas por outro lado é verdade que precisaremos garantir que um governo Lula 4.0 e o grupo de parlamentares eleitos ou reeleitos do nosso campo sejam melhores,  no sentido de podermos sustentar a afirmação recorrente do presidente Lula de que o Brasil nunca mais elegerá um candidato de extrema direita, e a garantia disso passa por um trabalho de base no cotidiano e permanente com educação popular e ação cultural, que considere, além das vitórias eleitorais, a primazia das políticas voltadas a  melhoria das condições materiais de nossa gente combinado ao avanço da consciência de classe , que também é consciência cidadã, consciência ecológica, consciência cultural e etc.

Sobre a reunião do Fórum de Participação Social em Sergipe, voltaremos ao assunto com uma segunda postagem. 

E afinal,  o que é o Fórum de Participação Social? Vamos responder com ajuda da IA e com links  do governo federal sobre.

O Fórum de Participação Social da Presidência da República é um espaço estratégico de diálogo e construção coletiva que integra governo e sociedade civil para debater e formular políticas públicas, atuando em nível nacional e territorial (estadual/DF) através de fóruns e conselhos, com o objetivo de fortalecer a democracia e garantir a participação popular em decisões sobre prioridades e execução de programas federais, como o PPA (Plano Plurianual). 
Como funciona:
Estrutura Nacional e Territorial: Existem fóruns estaduais e distritais que replicam a ideia de participação social em cada território, conectando os movimentos sociais e organizações da sociedade civil ao governo federal.

  • Diálogo e Articulação: Esses fóruns mapeiam políticas prioritárias, articulam-se com conferências nacionais (como as de Educação - CONAEs) e promovem a troca de experiências para aprimorar o sistema participativo.
  • Ferramentas Digitais: A plataforma Brasil Participativo é um espaço digital onde cidadãos podem apresentar ideias, votar em prioridades e participar de debates, sendo um canal fundamental para essa participação.
  • Legislação: Instituídos por portarias, como a nº 188/2024, e estruturados por decretos, como o Decreto 11.407/2023, que cria o Sistema de Participação Social, esses fóruns integram e coordenam a relação entre governo e sociedade civil. 
  • Principais Objetivos:
  • Construção Coletiva: A ideia central é que, juntos, governo e sociedade, se pensa e decide de forma mais justa e democrática.
  • Influência nas Políticas: Permitir que a sociedade civil influencie a formulação, execução, fiscalização e avaliação de políticas públicas (saúde, educação, etc.).
  • Fortalecimento da Cidadania: Valorizar o conhecimento e os saberes construídos no cotidiano da vida e da luta dos cidadãos, fomentando a educação popular e a cidadania ativa. 
  • Em resumo, os Fóruns de Participação Social são um braço do governo federal que busca ouvir e incorporar a voz da sociedade civil na gestão das políticas públicas, tornando o processo mais transparente, inclusivo e democrático. 

  • Governo federal cria fóruns de participação social para atuar nos territórios. aqui

  • Governo federal institui Fórum Interconselhos para fortalecer participação social. aqui

  • Reportagem da Carta Capital que faz referência aos números que constam na manchete dessa  postagem. aqui


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