segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Como e porque os fascistas voltaram o poder na Itália? Por que a Itália se tornou um desastre político?

NEOFASCISMO - Extrema direita vence eleições na Itália, aponta boca de urna

Caso o resultado se confirme, será a primeira vez, desde o fim da Segunda Guerra, que o país terá um primeiro-ministro simpático a Benito Mussolini


Neofascismo vence eleições na Itália

Neoliberais normalizam o fascismo. Esquerda renuncia ao discurso antissistema. Os Fratelli ganham por se afastarem do governo – que agora comandarão… Futuro está muito mais incerto do que pensam os que creem no “fim da História”. (acrescentado a esse post em 27/09/2022)

PRIMEIRO ELES TOMARAM ROMA - Como  a extrema direita conquistou a Itália após a Operação Mãos Limpas.

Há pouca explicação detalhando por que deu tudo errado na Itália nas últimas três décadas. O crescimento econômico estagnou, a infraestrutura desmoronou e os jovens desempregados não têm mais futuro. Esses problemas são reflexos da política que dominou o país, dos escândalos de Silvio Berlusconi à ascensão da extrema direita.

Muitos comentaristas culpam o mal-estar da Itália por males culturais – apontando para a corrupção da vida pública ou um atraso supostamente endêmico. Nessa leitura, a Itália não convergiu com as reformas neoliberais montadas por outros países europeus, ficando atrás do resto do mundo.
Primeiro eles tomaram Roma oferece uma perspectiva diferente: a Itália não está deixando de acompanhar seus pares internacionais, mas está mais adiantada no mesmo caminho de declínio neoliberal que os demais países estão seguindo. Na década de 1980, a Itália ostentava o Partido Comunista mais forte do Ocidente; hoje, a solidariedade social está em colapso, os trabalhadores sentem-se cada vez mais atomizados e as instituições democráticas tornam-se cada vez mais obsoletas.

Estudando a ascensão de forças como o Lega de Matteo Salvini, este livro mostra como a extrema direita se valeu de uma fraudulenta operação judicial e um poço profundo de desespero social, ignorado pelo centro liberal. A história recente da Itália é um aviso do futuro – e o colapso da vida pública corre o risco de se espalhar por todo Ocidente.

SOBRE O AUTOR
David Broder é escritor e tradutor morando atualmente em Roma. É editor da revista Jacobin e escreve regularmente sobre política italiana para publicações como a Internazionale.


 

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“Neste livro bem pesquisado e bem escrito, David Broder mostra como a ascensão da Lega e de seu atual líder Matteo Salvini emergiu após décadas de estagnação econômica, desespero social e niilismo político na sociedade italiana. E como o fracasso abjeto da esquerda italiana em representar os interesses dos trabalhadores contribuiu para o sucesso da extrema direita.”
– Paulo Gerbaudo

“Disseca habilmente as tendências políticas e sociais que explicam o renascimento da Lega Nord desde 2013.”
– Tony Barber, Financial Times

“David Broder desvenda o mistério de como uma das democracias mais estáveis da Europa, ostentando direitos trabalhistas soberbos e uma próspera economia manufatureira, tornou-se um caso perdido quase da noite para o dia – atormentado por instabilidade política, pobreza e emigração em massa.”
– Robert Maisey, Tribune

“Nenhum outro livro oferece uma análise tão clara e concisa do quanto a Itália mudou para pior neste mundo neoliberal.”
– Chris Bambery, Brave New Europe

“David Broder nos prestou um grande serviço com este relato sucinto da democracia neoliberal italiana. Se vemos o que aconteceu na Itália como excepcional, não apenas não entendemos o que aconteceu, mas também não recebemos o aviso de que o que acontece lá pode acontecer aqui. Fomos avisados”.
– Chris Bambery, Counterfire

Leia também:

Não há substituto para os partidos de massa da classe trabalhadora

https://jacobin.com.br/2022/09/nao-ha-substituto-para-os-partidos-de-massa-da-classe-trabalhadora/   

POR LOREN BALHORN -  TRADUÇÃO GERCYANE OLIVEIRA

Robert Michels desenvolveu sua “lei de ferro da oligarquia” depois de ver a burocratização do movimento socialista no seu início. Suas advertências são relevantes hoje – mas o caminho para a transformação social ainda passa pela construção de partidos políticos que consigam mobilizar as massa da classe trabalhadora.

Livro  “O alfaiate de Ulm”. 

Artigo de Valter Pomar comenta a obra “O alfaiate de Ulm”, de Lucio Magri, que, segundo ele, “pode ser lido com muito proveito por quem tem interesse em compreender os dilemas da classe trabalhadora, da esquerda brasileira e especialmente do Partido dos Trabalhadores”.

 https://pt.org.br/sobre-o-alfaiate-de-ulm-esta-historia-tambem-nos-diz-respeito/   


Atentemos! Semelhanças do Brasil com a Itália...

1- Brasil e Itália - Países com forte predominância do catolicismo. Possivelmente os dois países mais católicos do ocidente.

2- Operação Lava Jato inspirada na Operação Mãos Limpas.  Coincidência interessante.. Moro é descendente de italianos.. Bolsonaro ídem.

3- A Itália contava no pós guerra com o maior partido comunista do ocidente.. O Brasil conta com o maior partido socialista do ocidente no pós queda  muro de Berlim... 

4-  Um percentual expressivo de pais fundadores da esquerda brasileira são de origem italiana. (anarquistas, socialistas e comunistas). 

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