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Cantor pede retratação e dá prazo de 10 dias para Diocese onde religioso atua informar quais providências foram tomadas
Atualizado: 14.ago.2025 às 19h08
FSP
Gilberto e Flora Gil enviaram uma notificação extrajudicial ao padre Danilo César, da Paróquia de São José, em Areial (PB), e à Diocese de Campina Grande após o sacerdote citar a morte de Preta Gil em tom ofensivo às religiões afro-brasileiras, durante uma homilia no último dia 27.
No documento, assinado pelos advogados do casal, eles afirmam que o religioso classificou as religiões de matriz africana como "forças ocultas" e expressou o desejo de que "o diabo levasse" seus praticantes. Em seguida, ironizou a família, questionando "cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?".
Após a repercussão, o vídeo foi removido do canal da paróquia no YouTube e o perfil do padre no Instagram saiu do ar. A coluna tentou contato com a Diocese, mas não obteve resposta.
A notificação aponta que as falas representaram "enorme desrespeito" ao luto da família e à memória da cantora, morta em 20 de julho, aos 50 anos.
Também cita que o episódio violou a liberdade religiosa prevista na Constituição e pode configurar o crime de discriminação por motivo de religião, previsto na Lei nº 7.716/1989, com pena de até cinco anos de prisão.
Os representantes do músico e de sua esposa pedem retratação pública pelo mesmo canal e formato em que as declarações foram feitas, ou seja, durante missa transmitida ao vivo no YouTube, além da apuração e responsabilização eclesiástica do padre.
Eles fixaram prazo de dez dias úteis para que a Diocese informe, por escrito, quais providências foram tomadas.
Até o momento, segundo a notificação, não houve qualquer manifestação pública ou contato da Diocese ou do padre com a família Gil.
Outras entidades também tomaram ação, como a Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza. O presidente da entidade, Rafael Generino, registrou boletim de ocorrência e prometeu acionar o Ministério Público da Paraíba.
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