sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Gil notifica padre por dizer que 'orixás não ressuscitaram' Preta Gil e ironizar religiões afro

 


Via Faustino Teixeira no facebook

Cantor pede retratação e dá prazo de 10 dias para Diocese onde religioso atua informar quais providências foram tomadas

mônica bergamo

Atualizado: 14.ago.2025 às 19h08

FSP

Gilberto e Flora Gil enviaram uma notificação extrajudicial ao padre Danilo César, da Paróquia de São José, em Areial (PB), e à Diocese de Campina Grande após o sacerdote citar a morte de Preta Gil em tom ofensivo às religiões afro-brasileiras, durante uma homilia no último dia 27.

No documento, assinado pelos advogados do casal, eles afirmam que o religioso classificou as religiões de matriz africana como "forças ocultas" e expressou o desejo de que "o diabo levasse" seus praticantes. Em seguida, ironizou a família, questionando "cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?".

Após a repercussão, o vídeo foi removido do canal da paróquia no YouTube e o perfil do padre no Instagram saiu do ar. A coluna tentou contato com a Diocese, mas não obteve resposta.

A notificação aponta que as falas representaram "enorme desrespeito" ao luto da família e à memória da cantora, morta em 20 de julho, aos 50 anos.

Também cita que o episódio violou a liberdade religiosa prevista na Constituição e pode configurar o crime de discriminação por motivo de religião, previsto na Lei nº 7.716/1989, com pena de até cinco anos de prisão.

Os representantes do músico e de sua esposa pedem retratação pública pelo mesmo canal e formato em que as declarações foram feitas, ou seja, durante missa transmitida ao vivo no YouTube, além da apuração e responsabilização eclesiástica do padre.

Eles fixaram prazo de dez dias úteis para que a Diocese informe, por escrito, quais providências foram tomadas.

Até o momento, segundo a notificação, não houve qualquer manifestação pública ou contato da Diocese ou do padre com a família Gil.

Outras entidades também tomaram ação, como a Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza. O presidente da entidade, Rafael Generino, registrou boletim de ocorrência e prometeu acionar o Ministério Público da Paraíba.


Nenhum comentário: