Vamos nos informar e debater sobre os resultados das diversas estratégias de prevenção, tratamento, combate e/ou convivência? Sem paixões e preconceitos. (Zezito de Oliveira - gestor de conteúdo do blog) -Recomendamos a leitura dos comentários no site da Carta Capital. AQUI
A repressão militar consumiu dinheiro e gerou
violência sem conter a expansão do poder do narcotráfico. Os Estados
Unidos parecem dispostos a abandonar a política da “guerra às drogas”.
Enquanto isso, países como Portugal liberam o consumo e colhem bons
resultados. Na América do Sul, cabe ao pequeno Uruguai do presidente
José Mujica levar adiante um debate que avança mais depressa em outras
regiões do planeta.
Na reportagem de capa de CartaCapital desta semana, Willian Vieira mostra os esforços para combater o problema em diversos países. Mas o mundo não se tornou mais liberal da noite para o dia: o modelo repressivo é que se tornou um fracasso retumbante. No Brasil, o debate ainda é incipiente: o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defende um modelo semelhante ao português, enquanto o projeto de Osmar Terra (PMDB-SP) aumenta as penas contra os usuários.
No site da CartaCapital, leia como, apesar do trilhão de dólares gasto na guerra às drogas, os Estados Unidos voltaram a conviver com a epidemia do consumo de heroína. De Nova York, Eduardo Graça escreve sobre este problema. No site, leia também uma entrevista com o mentor da reforma portuguesa, João Goulão, que é presidente do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência.
Leia também o debate sobre a internação compulsória dos usuários. Drauzio Varella escreve por que é a favor desta medida e Wálter Maierovitch, por outro lado, diz que ela é retrógrada.
Outro olhar:
Na reportagem de capa de CartaCapital desta semana, Willian Vieira mostra os esforços para combater o problema em diversos países. Mas o mundo não se tornou mais liberal da noite para o dia: o modelo repressivo é que se tornou um fracasso retumbante. No Brasil, o debate ainda é incipiente: o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defende um modelo semelhante ao português, enquanto o projeto de Osmar Terra (PMDB-SP) aumenta as penas contra os usuários.
No site da CartaCapital, leia como, apesar do trilhão de dólares gasto na guerra às drogas, os Estados Unidos voltaram a conviver com a epidemia do consumo de heroína. De Nova York, Eduardo Graça escreve sobre este problema. No site, leia também uma entrevista com o mentor da reforma portuguesa, João Goulão, que é presidente do Observatório Europeu da Droga e Toxicodependência.
Leia também o debate sobre a internação compulsória dos usuários. Drauzio Varella escreve por que é a favor desta medida e Wálter Maierovitch, por outro lado, diz que ela é retrógrada.
Outro olhar:
Especialista defende política de prevenção contra drogas no Brasil
Mina disse que, de maneira geral,
apenas 5% da população mundial usam regularmente algum tipo de droga
ilícita, enquanto 95% não usam qualquer droga. (Tânia Rêgo/ABr)
Rio de Janeiro - Prevenção é a política que o governo brasileiro deve
adotar para combater a expansão das drogas no país, disse à Agência Brasil
a pesquisadora Mina Carakushansky, diretora da Associação Brasileira de
Alcoolismo e Drogas (Abrad) e da Federação Mundial contra as Drogas
(Wfad, a sigla em inglês). Ela participa neste sábado (11) de seminário
de prevenção ao uso de drogas e à dependência química, promovido pela
Abrad, na Câmara Comunitária da Barra da Tijuca.
A Wfad é uma comunidade multilateral de organizações não governamentais
e indivíduos, sediada na Suécia. Fundada em 2009, a entidade tem como
objetivo trabalhar para um mundo livre de drogas. A federação apoia as
convenções de narcóticos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Leia mais:
Mina disse que, de maneira geral, apenas 5% da população mundial usam
regularmente algum tipo de droga ilícita, enquanto 95% não usam qualquer
droga. “A gente ouve muito falar em tratamento contra drogas, que é
necessário. Mas ouve-se falar muito pouco em prevenção”. O seminário,
ressaltou, visa a chamar a atenção da sociedade para a necessidade de
prevenção às drogas no Brasil.
Para ela, se a verba destinada pelo governo federal para o enfrentamento do crack,
no total de R$ 4 bilhões até 2014, conseguisse tratar e recuperar os
atuais dependentes dessa droga, isso não ia resolver o problema, porque
logo apareceriam outros usuários. “O paralelo que a gente tem que fazer
em relação às drogas que hoje são ilegais, as drogas psicoativas, é o
mesmo que se faz em relação ao tabaco, à dengue, à tuberculose ou à
febre amarela”. Ou seja, combater as drogas por meio de campanhas
preventivas maciças que mostrem à população as consequências que o vício
pode trazer.
Mina assegurou que a prevenção evita que haja novos problemas ou, pelo
menos, que os problemas proliferem. “A solução real está em a gente
evitar que aquelas pessoas caiam no precipício das drogas”. O seminário
abordará a prevenção às drogas em suas múltiplas formas, dentro das
empresas, da família, nas escolas, nos clubes sociais. Serão oferecidas
palestras e oficinas para educadores, jornalistas, psicólogos, médicos,
enfermeiros, assistentes sociais e lideranças comunitárias.
A política de prevenção deve ser iniciada na infância, defendeu Mina,
para que o Brasil consiga atingir no futuro a posição de países de
primeiro mundo na luta contra as drogas. Segundo ela, a Suécia é o país
que melhor êxito obteve na prevenção contra as drogas, em comparação com
as demais nações europeias que apresentam características similares de
educação, moradia, bem-estar da população, meios econômicos e
democracia.
Titular da Secretaria Especial de Prevenção à Dependência Química em
2000, o primeiro órgão desse tipo no Brasil, Mina criticou o movimento
pela legalização das drogas. Lembrou que a própria Suécia, após várias
experiências de liberalização das drogas, resolveu adotar uma política
de prevenção forte e ampla, que se mantém, independentemente da posição
política ou ideológica do governo. “A política de drogas não muda. É
sempre a mesma”. Ela admitiu que não há ainda perfeição na Suécia. “Mas
em relação ao que se pode fazer, é um exemplo a ser imitado”.
Dados da ONU indicam que o Brasil é o primeiro país consumidor de crack
no mundo e o segundo maior consumidor de cocaína. Mina alertou, porém,
que não adianta fazer comparações entre o Brasil e outros países, porque
são realidades diferentes. A Suécia, por exemplo, liberalizou as
drogas em 1965. Diante do crescimento do consumo e dos problemas sociais
que surgiram, o governo voltou atrás três anos depois e as leis foram
endurecidas.
A pesquisadora reiterou que a prevenção contra as drogas deve começar
na infância. O ideal é que ela comece na família. “É uma cultura que a
pessoa não desenvolve da noite para o dia. É uma cultura desenvolvida
com campanhas, com esclarecimentos”. Mudanças de humor e de
comportamento devem acender um alerta nos pais ou responsáveis. “No
início, é relativamente fácil neutralizar isso. Agora, quando se torna
dependente, é mais difícil”.
O caso do cigarro é, disse ela, o melhor exemplo de que é possível
fazer coisas positivas no Brasil. No início da campanha do governo
contra o fumo, 35% da população fumavam. À medida que os conhecimentos
científico e tecnológico avançaram e a campanha de esclarecimento se
intensificou, o índice de consumo baixou para 15%. Segundo ela, o
hábito de fumar já é visto como algo que não é positivo.
Mina lembrou ainda que o Brasil conseguiu um feito grande em relação à
própria população com a redução do consumo de cigarro, porque diminuíram
os custos com saúde e houve um prolongamento da vida de pessoas que
antes poderiam ficar doentes. Para fazer campanhas preventivas e
esclarecedoras desse nível, é preciso que haja vontade política e
pessoas que pensem no bem-estar do povo, destacou.
A diretora da Abrad e da Wfad manifestou-se contra o projeto de
descriminalização do consumo de drogas, porque vários países citados
como exemplos de sucesso estão voltando atrás em suas decisões. É o caso
de Portugal, citou. “Porque aumentaram muito os índices de
criminalidade, de overdose”. Ela está certa de que todos os movimentos
que visem a dar acesso livre às drogas e facilitar sua obtenção, “anos
mais tarde vão voltar atrás”. Reiterou que todas as drogas, dependendo
da potência, causam efeitos perigosos ao organismo.
Edição: Graça Adjuto
- Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0
Mujica compara mercado ilegal de maconha com prática de abortos clandestinos
Portal EBC* - 16.05.2013 - 19h51 | Atualizado em 16.05.2013 - 19h58
Brasília - Ao falar sobre o projeto de lei para legalizar o consumo e a
venda de maconha cedendo o controle ao Estado, o presidente do Uruguai,
José Mujica, comparou a situação do mercado ilegal de cannabis com a
prática de abortos clandestinos. O Parlamento uruguaio descriminalizou a
interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação, por meio do
cumprimento de procedimentos regulados pelo Estado.
Para o presidente Uruguaio, a hipótese de regular o mercado de maconha
é uma tentativa para arrebatar os narcotraficantes e tratar os
consumidores problemáticos. “Se permanecem clandestinos ou escondidos
não se pode fazer nada por eles”, afirmou à imprensa.
A legalização “tira o problema da sombra e nos permite tentar
influenciar” para que a mulher “volte atrás em sua decisão”, argumentou
Mujica. “A ideia primária é tratar de ajudá-la e eventualmente
convencê-la a evitar o aborto, porque muitas vezes há um problema de
falta de meios, solidão, falta de informação ou prejuízos familiares”
acrescentou o mandatário, que considera que a legalização do aborto
permite salvar vidas.
Mujica considera que o narcotráfico é “mais problemático” que o consumo
dessa e de outras drogas, porque “tende a multiplicar” o grau de
violência na sociedade, “uma enfermidade que corrói por baixo” na
definição de Mujica. “Nunca fumei maconha porque sou de outra época e
não defendo nenhuma adicção”, afirmou.
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