Ponte Gilberto Amado em fase de construção - Fonte: Infonet
4/02/2013 - 08:32
Cristian Góis
Há um largo rio que separa Sergipe do seu povo
Não há a menor sombra de dúvida sobre a importância e a beleza da ponte
Gilberto Amado, inaugurada na semana passada pela presidenta Dilma. É
uma obra monumental. As pontes, no mínimo, significam caminhos abertos
para algum tipo de desenvolvimento. É só observar o quanto foram e são
importantes às pontes Joel Silveira e a que liga Aracaju a Barra dos
Coqueiros. Nenhum retoque a ser feito, apesar de consumir bilhões de
reais de recursos públicos e fazer a festa de grandes empreiteiras, que
mais cedo ou mais tarde, “colaboram” com algumas campanhas eleitorais.
No entanto, governar não é somente fazer pontes de concreto. Gerir um Estado não se resume em apenas tocar obras físicas, visíveis. Sergipe, por exemplo, necessita, com urgência, de outras pontes vitais para o desenvolvimento do Estado e das pessoas que mais precisam, de muitos, da maioria, e não apenas de poucos grupos privados. Há um largo rio que separa o Estado de Sergipe da educação pública. Há um gigantesco mar que isola o governo da saúde pública. Há um abismo impressionante que deixa de um lado o Estado e, de outro, o meio ambiente, o saneamento básico, os servidores públicos, a segurança. São muitas as pontes que ainda faltam ser construídas em Sergipe.
Os alunos e professores das escolas públicas sentem-se isolados, jogados à desesperança, distante dos recursos do Estado. Profissionais da saúde ficaram lá, mergulhados no caos da falta de condições para prestar assistência mínima às pessoas que clamam por socorro. Rios, mangues, dunas agonizam vendo chegar livremente à destruição por meio de grandes obras privadas sem controle. Servidores públicos gritam pelo mínimo reconhecimento e lá, do outro lado e de muito longe, o Estado finge que não ouve e nem vê, nem os funcionários, nem a educação, nem a saúde, nem o meio ambiente, nem a segurança pública. O clamor de muitos é para que pontes sejam construídas entre Sergipe e seu povo.
Mas há um problema central para a construção dessas pontes entre o Governo e a educação, saúde, meio ambiente, segurança, funcionalismo, etc. Não é dinheiro. É visibilidade eleitoral. Obras físicas, de concreto, além de bilhões de reais e acordos com poderosas empreiteiras, sempre rendem excelentes motivos de publicidade eleitoral. A cultura política leva os eleitores, no geral, a entender que o “bom político” é aquele que constrói. Não há outro o problema, por exemplo, que envolve a discussão dos empréstimos do Proinvest entre Governo e oposição. As necessárias pontes das políticas públicas entre Sergipe e a educação, saúde, servidores públicos têm, na lógica perversa eleitoral, pouca visibilidade e baixos rendimentos financeiros eleitorais. Essa é a questão.
No entanto, governar não é somente fazer pontes de concreto. Gerir um Estado não se resume em apenas tocar obras físicas, visíveis. Sergipe, por exemplo, necessita, com urgência, de outras pontes vitais para o desenvolvimento do Estado e das pessoas que mais precisam, de muitos, da maioria, e não apenas de poucos grupos privados. Há um largo rio que separa o Estado de Sergipe da educação pública. Há um gigantesco mar que isola o governo da saúde pública. Há um abismo impressionante que deixa de um lado o Estado e, de outro, o meio ambiente, o saneamento básico, os servidores públicos, a segurança. São muitas as pontes que ainda faltam ser construídas em Sergipe.
Os alunos e professores das escolas públicas sentem-se isolados, jogados à desesperança, distante dos recursos do Estado. Profissionais da saúde ficaram lá, mergulhados no caos da falta de condições para prestar assistência mínima às pessoas que clamam por socorro. Rios, mangues, dunas agonizam vendo chegar livremente à destruição por meio de grandes obras privadas sem controle. Servidores públicos gritam pelo mínimo reconhecimento e lá, do outro lado e de muito longe, o Estado finge que não ouve e nem vê, nem os funcionários, nem a educação, nem a saúde, nem o meio ambiente, nem a segurança pública. O clamor de muitos é para que pontes sejam construídas entre Sergipe e seu povo.
Mas há um problema central para a construção dessas pontes entre o Governo e a educação, saúde, meio ambiente, segurança, funcionalismo, etc. Não é dinheiro. É visibilidade eleitoral. Obras físicas, de concreto, além de bilhões de reais e acordos com poderosas empreiteiras, sempre rendem excelentes motivos de publicidade eleitoral. A cultura política leva os eleitores, no geral, a entender que o “bom político” é aquele que constrói. Não há outro o problema, por exemplo, que envolve a discussão dos empréstimos do Proinvest entre Governo e oposição. As necessárias pontes das políticas públicas entre Sergipe e a educação, saúde, servidores públicos têm, na lógica perversa eleitoral, pouca visibilidade e baixos rendimentos financeiros eleitorais. Essa é a questão.
Para esclarecer
Em razão da coluna passada, alguns leitores foram levados a acreditar que sou contra tomar empréstimos. Veja o que está escrito lá: “Isso não significa que gestões públicas não devem se endividar. Contrair dívida parece necessário para realizar grandes ações. No entanto, antes de assumir compromissos de tal monta, que implicará em pagamentos de juros estratosféricos e a perder de vista, faz-se necessário fazer o dever de casa”.
Não é novidade
Quando o prefeito de Aracaju convocou extraordinariamente os vereadores para em dois dias aprovar 12 projetos, muitos deles complexos, repete o que sempre fez como governador. Não é novidade nenhuma tomar empréstimos duvidosos, prometer ações faraônicas, acabar com mecanismos democráticos (eleição para diretor de escola), favorecer a iniciativa privadas com benesses do poder público, etc, etc, etc. Ao que se viu, nos primeiros dias de gestão, o ex-governador João Alves (DEM) continua exatamente o mesmo de longas datas e isso não novidade nenhuma.
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Ponte Gilberto Amado pronta - Fonte: Jornal do Dia
A Ponte
Lenine
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
Com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
Nagô, nagô, na Golden Gate
Entreguei-te
Meu peito jorrando meu leite
Atrás do retrato-postal fiz um bilhete
No primeiro avião mandei-te
Coração dilacerado
De lá pra cá sem pernoite
De passaporte rasgado
Sem ter nada que me ajeite
Nagô, nagê, na Golden Gate
Coqueiros varam varandas no Empire State
Aceite
Minha canção hemisférica
A minha voz na voz da América
Cantei-te, ah
Amei-te
Cantei-te, ah
Amei-te
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