Enviado por luisnassif, qua, 20/02/2013 - 00:25
Por um erro besta meu, acabei apagando o post original, com seus mais de 250 comentários. Mil perdoes.
Leia a noticia e os novos comentários. AQUI
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A visita da blogueira cubana Yoani Sanchéz ao Brasil, comprova:
somos um país fantástico, o único do mundo livre que preserva suas
tradições, sem medo do ridículo!
Parte do país está no século 21; há algumas manchas de século 19, nos rincões mais profundos. Mas a parte mais visível, a parte pública, está em plena... Guerra Fria. É como o japonês do Gordo e do Magro. Que ficou anos na trincheira, por não ter sido informado sobre o fim da Guerra.
Parte do país está no século 21; há algumas manchas de século 19, nos rincões mais profundos. Mas a parte mais visível, a parte pública, está em plena... Guerra Fria. É como o japonês do Gordo e do Magro. Que ficou anos na trincheira, por não ter sido informado sobre o fim da Guerra.
É um regalo para os saudosistas, para os que cultivam a memória dos anos 60, o rock, a foto do Che.
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Em outros tempos, o Departamento de Estado norte-americano bancava
Svetlana Alliluyeva, a filha de Stalin que abjurou o comunismo e a
Rússia. Vivia-se o auge da guerra fria e da disputa entre dois modelos
políticos.
Agora, em pleno 2013 (!), na era da Internet e das comunicações, na
era da globalização, vinte e tantos anos após a queda do Muro de Berlim,
após o desmanche da União Soviética, o país da saudade e da nostalgia
revive... a Guerra Fria. Em vez do patrocínio nobre do Departamento de
Estado americano à filha do maior ditador soviético, a fina flor dos
exilados cubanos bancando a blogueira cubana Yoani que não quer deixar a
ilha.
O grande fantasma comunista são dois velhinhos em final de vida, em
uma ilha distante, que não representa ameaça nem aos seus vizinhos de
fronteira e só interessa aos cubanos de Miami e – lógico – à fina flor
da intelectualidade midiática brasileira.
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Monta-se um show formidavelmente ridículo, recorrendo a uma fórmula
tão velha quanto andar para frente: provoca-se e, como dois e dois são
quatro, atrai-se a ira de jovens radicais – sem nenhuma expressão
política maior, a não ser colocar sua energia jovem para fora. Vinte
jovens na faixa de vinte anos fazendo barulho. E, aí, senadores
vetustos, colunistas indignados, comunicadores-humoristas alertam para o
perigo da ditadura comunista, do fim da liberdade de expressão.
Recria-se a velha guerra sem quartel do bem contra o mal na tenda
espírita do Twitter
Daqui a pouco o fantasma do Padre Peyton ressurgirá em um perfil do
Facebook, amaldiçoando os corruptos da terra com a fantasma da
excomunhão.
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Como lembrou Jair Fonseca, comentarista do meu blog: "na sociedade do
espetáculo (a sociedade capitalista, segundo Debord) estamos em pleno
reino do simulacro - a cópia da cópia, segundo Platão. Para Fredric
Jameson, o pós-moderno é a lógica cultural do capitalismo tardio, com o
retorno de fantasmagorias sob a forma da paródia e do pastiche. E não
apenas na arte..."
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No dia em que um historiador se debruçar sobre esses tempos loucos,
não perceberá diferença entre os alucinados do Twitter e a velha mídia.
Constatará que o grande personagem desses tempos de realidade virtual é o
professor Hariovaldo. Trata-se de um personagem fictício, que tem um
blog representante dos "homens de bem". Comparando com outros
colunistas, o historiador terá enorme dificuldade em separar a paródia
do parodiado.
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