Os avanços na política cultural da gestão de Marcelo Déda à
frente do Governo de Sergipe deram o tom da entrevista concedida pela
titular da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Eloísa Galdino, ao
Jornal da Cidade, publicada na edição do último domingo, 17. A
realização de eventos pioneiros, como o Festival Sergipano de Teatro, a
promoção de diversas atividades de capacitação dos agentes culturais do
Estado e o investimento na recuperação do patrimônio histórico de
Sergipe foram alguns dos destaques.
Logo quando o jornal chegou às bancas e casas dos assinantes, muitas
pessoas se manifestaram nas redes sociais. O diretor da Casa Rua da
Cultura, Lindemberg Monteiro, por exemplo, elogiou no facebook a
entrevista da secretária. “A Secult, com todas as dificuldades de
orçamento, tem se esforçado para criar e apoiar projetos que valorizem a
produção cultural e o reconhecimento do valor e importância da nossa
identidade cultural e intelectual. Quem ganha com esse trabalho é a
sociedade”, disse.
Na mesma plataforma, o ator e produtor teatral, Pedro Carregosa,
exaltou a postura da atual gestão da Secult no que diz respeito ao
relacionamento com a classe artística. “Sobretudo no que se refere ao
diálogo, é um avanço e tanto. Isso sem falar nas realizações físicas,
como as dos museus e outros espaços, e as imateriais, que são os grandes
eventos. Parabéns”, escreveu Pedro.
Leia a íntegra da entrevista abaixo:
Jornal da Cidade – A Secult possui um dos menores orçamentos do Governo. Como é trabalhar com tamanha limitação financeira?
Eloísa Galdino – Quando o governador me convidou
para assumir a pasta da Cultura, encarei como um grande desafio e assim
tem sido. A limitação financeira para a execução da política cultural é
um obstáculo comum em todo o país, e digo isso com propriedade, pois fui
presidente do Fórum Nacional de Secretários da Cultura por dois anos e
pude acompanhar a realidade dos outros Estados. Porém, com força de
trabalho, construção de parcerias - inclusive com o Governo Federal - e
diálogo permanente com os agentes culturais, já conseguimos produzir
resultados expressivos para o desenvolvimento cultural do Estado, por
isso posso dizer com tranqüilidade que nenhum outro governador fez tanto
pela cultura sergipana como Marcelo Déda.
Jornal da Cidade – Qual desses resultados é o mais marcante na sua avaliação?
Eloísa Galdino – Foram muitos, mas destaco aqui a
mudança na seleção de projetos apoiados pelo Governo via Secretaria da
Cultura. Antes da posse do governador Marcelo Déda, a distribuição de
recursos era feita, em muitos dos casos, na base do 'relacionamento'
prejudicando artistas e produtores que não possuiam relação com as
pessoas da Secult. O que nós fizemos? Passamos a fazer seleções
públicas através de editais, seguindo um modelo bem-sucedido implantado
pelo ministro Gilberto Gil durante o primeiro mandato de Lula como
presidente do Brasil. Assim, todos os agentes culturais do Estado
passaram a ter oportunidade de acessar recursos do poder público através
de processos transparentes e técnicos, sem necessidade de abordar o
gestor com o pires na mão. E é com orgulho que posso dizer que já
ultrapassamos a casa dos R$ 3 milhões em editais que abrangem várias
áreas, da literatura ao audiovisual.
Jornal da Cidade – E nesse contexto, deu para contemplar todos os segmentos culturais?
Eloísa Galdino – Nós temos resultados para mostrar
em praticamente todas as áreas. Nas artes cênicas, por exemplo, atuamos
com inúmeras oficinas de capacitação na capital e interior, aprimoramos a
Semana Sergipana de Dança e fizemos com que o Festival Sergipano de
Teatro, antiga demanda da classe, se tornasse realidade em 2010 e como
um evento consolidado no nosso calendário – em março realizaremos a
terceira edição. Com os músicos sergipanos, proporcionamos
aperfeiçoamento profissional através do projeto ‘Música (in) Formação’,
além da promoção do Verão Sergipe, onde a maioria das atrações é
sergipana, do Festival de Novas Composições de Forró, e transformamos o
Arraiá do Povo, que acontece anualmente na Orla da Atalaia, numa festa
junina onde apenas forrozeiros sergipanos se apresentam. Esses são
apenas alguns exemplos das muitas ações da Secult e vamos avançar em
outras linguagens que ainda precisam de mais ações, como é o caso da
literatura e das artes visuais. Além disso, temos um edital permanente
de intercâmbio cultural, que permite aos artistas sergipanos das mais
diferentes linguagens a possibilidade de difundir seu trabalho fora de
Sergipe e até do Brasil.
Jornal da Cidade – Muitos prédios em Sergipe tombados como
patrimônio histórico e cultural visivelmente precisam de reparos em sua
estrutura...
Eloísa Galdino – Sim, sabemos das necessidades
estruturais e de restauração do nosso patrimônio e o Governo do Estado
não está de braços cruzados diante da situação, afinal, foi na gestão de
Marcelo Déda que mais se investiu na recuperação do patrimônio
histórico e cultural de Sergipe: foram mais R$ 40 milhões, oriundos do
tesouro do Estado e de parcerias com o Governo Federal. Foi através
desse investimento que contribuímos para que a Praça São Francisco, em
São Cristóvão, fosse tombada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade,
transformamos a antiga sede do governo no belo Palácio-Museu Olímpio
Campos e instalamos no antigo Atheneuzinho a mais moderna unidade museal
do Nordeste que é o Museu da Gente Sergipana. Esses são apenas alguns
exemplos da atuação do governo nesta área, porque se citarmos a criação
do Campus da Cultura, em Laranjeiras, inaugurado com direito à presença
do então presidente Lula, vamos perceber que investimos mesmo foi na
revitalização de toda a cadeia de cultura.
Claro que ainda há muito o que ser feito, e uma equipe de
engenheiros e arquitetos do PAC das Cidades Históricas, que em Sergipe
passa a ser coordenado pela Secult nesse ano, já trabalha para dar
continuidade a essa ação marcante do poder público que vem recuperando o
nosso patrimônio histórico. São Cristóvão e Aracaju já receberão obras
este ano.
Jornal da Cidade – O empréstimo do Proinveste que o Governo
do Estado tenta aprovar na Assembléia Legislativa contribuiria
diretamente para projetos da Secult?
Eloísa Galdino – Com certeza. A sociedade sergipana
está com grandes expectativas em torno dos bons frutos que os recursos
do Proinveste possibilitarão ao nosso Estado e com a cultura não é
diferente. Parte do montante, algo em torno de R$ 8 milhões, será
investida na reforma e modernização do Arquivo Público do Estado de
Sergipe e da Biblioteca Pública Epifânio Dória.
Jornal da Cidade – As figuras que integram a classe artística
costumam ser atuantes, combativas e formadoras de opinião. A relação do
poder público com ela é turbulenta?
Eloísa Galdino – Não classifico como turbulenta
porque é natural que haja confronto de idéias quando o modelo de
construção do nosso trabalho está baseado no diálogo com aqueles que
produzem cultura no nosso Estado. Através do debate com os artistas,
produtores, estudiosos e técnicos, elaboramos projetos marcantes para
diversas áreas. Foi assim com a área do teatro, da música, da dança, do
cinema, da literatura, etc. E continuará sendo assim, pois agentes
culturais e poder público, ao contrário do que muitos pensam, não estão
em lados opostos. Todos estamos no mesmo barco e defendo a mesma
bandeira: a da cultura sergipana.
O diálogo com os agentes culturais sergipanos é uma marca consolidada da atual gestão da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). E com o Festival Sergipano de Teatro (FEST), que já nasceu a partir de uma construção coletiva entre poder público e classe artística, não poderia ser diferente. Por isso, representantes da Secult se reuniram com atores e produtores teatrais de Sergipe para discutir o formato da terceira edição do evento, que terá início no próximo mês de março.
O encontro aconteceu na tarde de segunda-feira, 18, no Teatro Atheneu, um dos espaços que receberá espetáculos do III FEST. A secretária da Cultura, Eloisa Galdino, conduziu a reunião e destacou a importância de mais uma vez o poder público e a sociedade civil atuarem juntas na realização de um grande projeto que prioriza, acima de tudo, a difusão da cultura sergipana.
"Mesmo atravessando uma situação financeira delicada, o Governo de Sergipe garantirá a realização da terceira edição do Festival Sergipano de Teatro, um evento que nasceu na nossa gestão, mas leva a assinatura de todos aqueles que militam pelo desenvolvimento das artes cênicas em Sergipe, já que é uma ação que surgiu a partir de uma antiga demanda da classe artística", garantiu.
O coordenador das artes cênicas da Secult, Isaac Galvão, também esteve na reunião e falou sobre alguns pontos que foram colocados pela classe em um relatório enviado à Secult. "Viemos aqui dispostos a discutir item por item que foi contestado pela classe, para mais uma vez garantir um diálogo aberto com os que fazem teatro em Sergipe", afirmou.
Após a leitura e votação de todos os pontos levantados pelos representantes da classe artística, ficou definido que o Festival Sergipano de Teatro contará, na sua terceira edição, com 16 grupos que serão selecionados via edital, outros dois convidados, além de três que virão de outros estados intercambiar com os grupos sergipanos.
A edição 2013 terá um diferencial: o festival abrirá espaço, também, para a área circense, com a presença de seis grupos que serão encaixados na programação. Além disso, serão realizadas mesas redondas ao decorrer do evento e uma exposição ao final de sua realização.
"Além do que foi definido aqui, avaliaremos todas as propostas do ponto de vista financeiro e orçamentário e construiremos tudo que estiver ao nosso alcance para realizar mais um festival de muito sucesso e que satisfaça o público e os artistas sergipanos", encerrou a secretária Eloisa.
(Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult)
Governo e classe artística discutem formato do III Festival de Teatro
O diálogo com os agentes culturais sergipanos é uma marca consolidada da atual gestão da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). E com o Festival Sergipano de Teatro (FEST), que já nasceu a partir de uma construção coletiva entre poder público e classe artística, não poderia ser diferente. Por isso, representantes da Secult se reuniram com atores e produtores teatrais de Sergipe para discutir o formato da terceira edição do evento, que terá início no próximo mês de março.
O encontro aconteceu na tarde de segunda-feira, 18, no Teatro Atheneu, um dos espaços que receberá espetáculos do III FEST. A secretária da Cultura, Eloisa Galdino, conduziu a reunião e destacou a importância de mais uma vez o poder público e a sociedade civil atuarem juntas na realização de um grande projeto que prioriza, acima de tudo, a difusão da cultura sergipana.
"Mesmo atravessando uma situação financeira delicada, o Governo de Sergipe garantirá a realização da terceira edição do Festival Sergipano de Teatro, um evento que nasceu na nossa gestão, mas leva a assinatura de todos aqueles que militam pelo desenvolvimento das artes cênicas em Sergipe, já que é uma ação que surgiu a partir de uma antiga demanda da classe artística", garantiu.
O coordenador das artes cênicas da Secult, Isaac Galvão, também esteve na reunião e falou sobre alguns pontos que foram colocados pela classe em um relatório enviado à Secult. "Viemos aqui dispostos a discutir item por item que foi contestado pela classe, para mais uma vez garantir um diálogo aberto com os que fazem teatro em Sergipe", afirmou.
Após a leitura e votação de todos os pontos levantados pelos representantes da classe artística, ficou definido que o Festival Sergipano de Teatro contará, na sua terceira edição, com 16 grupos que serão selecionados via edital, outros dois convidados, além de três que virão de outros estados intercambiar com os grupos sergipanos.
A edição 2013 terá um diferencial: o festival abrirá espaço, também, para a área circense, com a presença de seis grupos que serão encaixados na programação. Além disso, serão realizadas mesas redondas ao decorrer do evento e uma exposição ao final de sua realização.
"Além do que foi definido aqui, avaliaremos todas as propostas do ponto de vista financeiro e orçamentário e construiremos tudo que estiver ao nosso alcance para realizar mais um festival de muito sucesso e que satisfaça o público e os artistas sergipanos", encerrou a secretária Eloisa.
(Por Maíra Andrade, da Ascom/Secult)
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