Mauricio, José Cosme (Nano) em primeiro plano e Zezito de Oliveira. Entrevista realizada na calçada em frente à Igreja dos Capuchinhos, bairro América.
Tem sido muito bom a realização de entrevistas para o livro Amaba/Projeto Reculturarte.
Particularmente percebo um grande contentamento, tanto da minha parte, como de quem é entrevistado. Até porque, muitas pessoas nunca tiveram oportunidades de fazer isso.
De falar, de ser ouvido sobre as suas vivencias culturais, como também sócio- politicas e socio-afetivas nas décadas de 1980 e/ou 1990, pelo menos na proporção e intensidade como acontece no momento da entrevista.
E fazer isso, de uma forma também critica, sem ficar preso a idealizações romantizadas.
Embora isso varie, para mais ou para menos, a depender da trajetória da vida de cada um.
E por fim, percebo a força terapêutica dos relatos memoriais.
Mesmo lembranças de um tempo contraditório como os anos de 1980 e 1990. Tempos "perdidos" economicamente para a maioria da população, como definidos pelos estudiosos do período, mas por outro lado, tempos de " ganhos" sob o ponto de vista da organização politica, social e cultural de parcela significativa da população. E a AMABA é parte disso. Assim também como os entrevistados.
Mesmo lembranças de um tempo contraditório como os anos de 1980 e 1990. Tempos "perdidos" economicamente para a maioria da população, como definidos pelos estudiosos do período, mas por outro lado, tempos de " ganhos" sob o ponto de vista da organização politica, social e cultural de parcela significativa da população. E a AMABA é parte disso. Assim também como os entrevistados.
O que pode significar boa dica de Bem Viver para os mais jovens. Uma das principais possibilidades é participar significativamente dos acontecimentos culturais, sociais e políticos, começando, sempre que possível, pelo lugar de moradia ou escola.
Isso também como confirma estudos acadêmicos, trará enormes benefícios em termos orgânicos e psiquicos, especialmente. Além da construção de um potente capital cultural , social e simbólico. Aqui lembrando o sociólogo Pierre Bordieu.
Mais na frente, penso em um documentário. Espero conseguir os meios para realizá- lo. Embora por enquanto, me mantenho concentrado na tarefa da pesquisa e produção de texto para o livro, além da divulgação da iniciativa, visando um trabalho de preparação do público .
E para completar, analistas políticos que ouço/assisto pela internet, lamentavelmente não consigo recordar os nomes, afirmam que os ataques que o Brasil e os brasileiros, estão sofrendo nesse momento, é uma resposta aos avanços e conquistas que começaram a ser construídos na década de 1980 e que culminou com um dos mais importantes ciclos de desenvolvimento econômico, social e cultural, senão o mais importante da Republica, representado pelos 14 anos dos governos Lula e Dilma, tragicamente abortado por mais um golpe das elites com o apoio de parcelas expressivas da classe media.
E para concluir, prosseguindo o raciocinio do titulo desse pequeno comentário, um país para ser desconstruído, para ser destruído, precisa ser atacado na memória, na cultura e na educação.
E se o plano é reduzir o Brasil ao status de colônia do Estados Unidos, faz todo sentido.
Curiosamente não pensava em realizar esse trabalho em um período tão conturbado como o que estamos atravessando.
E também, não esperava que esse trabalho pudesse estar incorporado as atividades de luta e resistência do tempo presente, contra a ascensão e retorno à ideias e situações que levaram a provocar o surgimento da AMABA e do Projeto Reculturarte.
Uma iniciativa gestada com o objetivo de fortalecer o enfrentamento educativo, cultural e politico contra ideias e situações autoritárias, elitistas, e excludentes, em tempos de ditadura em baixa, em descenso. Tanto no aspecto material, como no aspecto simbólico. Junto e misturado.
Uma iniciativa gestada com o objetivo de fortalecer o enfrentamento educativo, cultural e politico contra ideias e situações autoritárias, elitistas, e excludentes, em tempos de ditadura em baixa, em descenso. Tanto no aspecto material, como no aspecto simbólico. Junto e misturado.
Lembrando, o titulo acima, é inspirado na frase “Um país se faz com homens e livros”, da autoria do escritor Monteiro Lobato.
Zezito de Oliveira
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