segunda-feira, 29 de junho de 2020

As lives da Ação Cultural apresentando saídas para essa encruzilhada braba que nos meteram.





Duas lives  com temática “festejos juninos” realizadas com tema e convidados especiais. E ainda temos a terceira, a ser realizada nessa  próxima quinta-feira, 2 de julho, às 20 horas, e com base na mesma temática.
Nessa terceira live temática,  contaremos com  dois  importantes pesquisadores sergipanos do campo da cultura popular. Paulo Correa que é também radialista e produtor cultural,  e Wendel  Salvador,  professor da rede pública de ensino e mestrando de culturas populares na  UFS
Em 2 de  agosto, voltaremos ao tema, por ocasião da lembrança da data de falecimento do saudoso Gonzagão.
Também registramos e agradecemos a participação de muita gente nos comentários , gente   especial  também.
E por último, um questionamento e algumas conclusões..
1 – Os mega arraiais, como  Forrocaju,  esvaziaram os arraiais de bairro, embora estes já estivessem em franca decadência no inicio dos anos 2000,  por conta da politicagem que começou a dominar estes espacos. Se bem que não tivessem  como escapar disso,  em razão da quase total dependência das prefeituras, governo do estado e de alguns parlamentares para a instalação e manutenção dos arraiais de bairro.
 Porém o Forrocaju com as características de evento de massa, destrói os aspectos sociais, comunitários e culturais que formam a base da forte sociabilidade proporcionada pelo São João Antigo. Estes mega eventos de São João acabam por fazer parte de um ciclo incessante de grande festas, onde se misturam uma série de ritmos e artistas de diferentes estações e estilos musicais, o que levou a emissora que retransmite a programação  da Rede Globo na Bahia, agora em 2020, apresentar um artista de pagode para representar o  estado na live de São João do pool de emissoras  Globo Nordeste.
Dois questionamentos que podem ser objetos de pesquisa, caso já tenham sidos, podem ser disponibilizados para conhecimento.
1-      Em que grau ou dimensão, em comparação com Aracaju,  acontece em outras praças nordestinas, o esvaziamento do São João das comunidades , tanto nas grandes cidades, como nas cidades do interior, por conta dos mega arraiais?
2-      Os novos formatos de organização dos festejos juninos também criam outras formas de sociabilidade, como bem  descrito na canção “O atirador e a pegadora” do mestre Gilberto Gil. Que novas formas de sociabilidade são estas  e que impactos  tem na convivência coletiva, na consciência do valor cultural dos festejos juninos, nas escolhas estéticas e politicas de seus frequentadores mais constantes, na formação do ethos pessoal e coletivo, na visão de pertencimento social e cultural, na auto estima  e etc.?
Algumas conclusões:
As escolas precisam incorporar o eixo cultura popular  como componente estruturante das suas  ações pedagógicas e de sociabilidade,   tanto dentro como fora da sala de aula.  Mas isso de forma critica e criativa, questionando os valores e padrões da indústria cultural, e não incorporando  de forma acrítica como acontece muitas vezes.

E para isso, é fundamental politicas públicas que proporcionem  formação permanente em cultura popular  para os  professores da educação básica . E por que não dizer, dos professores do ensino superior também, já que estes são formadores dos professores da educação básica.
É preciso que haja financiamento público , incluindo com a participação da iniciativa privada via  Lei Roaunet, afim de proporcionar recursos financeiros, materiais e humanos, nesse caso principalmente  mestres da cultura popular, artistas,  arte-educadores e animadores culturais, afim de apoiar projetos pedagógicos e culturais  nas escolas, cujo eixo estruturante seja cultura popular.
É preciso reunir as pessoas que tem experiência  comprovada em  iniciativas de ações pedagógicas e culturais com base no eixo cultura popular, que trabalham em diversos espaços culturais e educativos afim de socializar experiências bem sucedidas.
Um  fórum democrático onde professores mestres da cultura popular, professores da educação básica, arte educadores e agentes/animadores culturais, possam falar com o mesmo tempo e condições dos  pesquisadores do tema cultura popular que atuam no ensino superior.
Diversos espaços de discussão sobre cultura popular aqui em Sergipe, não atentaram muito para o que estamos propondo acima, e já disse pessoalmente para seus  organizadores, tanto presencialmente, como pelas redes sociais. Se Deus nos ouve, que ouçam também, enquanto a vaca não for toda para o brejo e ficar toda atoladinha, sem poder sair mais...
E por último, além de cobrar dos poderes públicos e das instituições precisamos fazer a nossa parte, ouvir boa música,  ler mais sobre cultura popular, frequentar  mais os espaços que preservem a cultura popular ou que discutam sobre a mesma, aqui vale para os espaços físicos, assim como lives. 
Quem tiver crianças em casa então... A responsabilidade é dobrada!!
Mais na frente,  traremos textos para provocar/instigar o debate, com base nas outras lives que realizamos.  As opiniões externadas pelos que assistiram as nossas lives também serão objetos de vários textos. Mas tudo com o tempo...
O importante para nós,  que os temas heterodoxos de nossas lives e os convidados pouco comuns,  possam inspirar outras ações no campo das politicas públicas e de ações no campo da  comunicação e da educação..
Já temos nos acompanhando com muito apuro e atenção,  uma pré candidata a vereadora,  e dois de nossos participantes  foram convidados para participar de programa de rádio e de uma outra live com o mesmo tema.
As  lives da Ação Cultural  também estão proporcionando a divulgação e comercialização de livros escritos por nossos convidados, assim como  divulgação de trabalhos acadêmicos , livros, documentários, canções e etc., apresentados pelos convidados  nas lives, além das sugestões que fazemos. 
Gratidão a todxs que estão colaborando para o sucesso das lives da Ação Cultural.
Assim também colaboramos para fazer um país. Abrindo os braços, as nossas mentes e os nossos corações para o melhor que herdamos de nossos antepassados,  e que serve como base de criação e de invenção para quem está presente no mundo atualmente. Aqui lembrando bela canção gravada por Marina Lima.
Porque o valor que damos a preservação da cultura popular é bem por isso, por ser fonte de inspiração para novas criações, para novas invenções.  Mas sem deixar de fazer a necessária  salvaguarda daquilo que recebemos de nossos antepassados.

.Viva São João! Viva São Pedro! Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!!!

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