Duas lives com temática “festejos juninos” realizadas com
tema e convidados especiais. E ainda temos a terceira, a ser realizada nessa próxima quinta-feira, 2 de julho, às 20
horas, e com base na mesma temática.
Nessa terceira live temática, contaremos com dois importantes pesquisadores sergipanos do campo
da cultura popular. Paulo Correa que é também radialista e produtor cultural, e Wendel
Salvador, professor da rede
pública de ensino e mestrando de culturas populares na UFS
Em 2 de agosto, voltaremos ao tema, por ocasião da
lembrança da data de falecimento do saudoso Gonzagão.
Também registramos e agradecemos
a participação de muita gente nos comentários , gente especial também.
E por último, um questionamento e
algumas conclusões..
1 – Os mega arraiais, como Forrocaju, esvaziaram os arraiais de
bairro, embora estes já estivessem em franca decadência no inicio dos anos 2000,
por conta da politicagem que começou a
dominar estes espacos. Se bem que não tivessem como escapar disso, em razão da quase total dependência das
prefeituras, governo do estado e de alguns parlamentares para a instalação e
manutenção dos arraiais de bairro.
Porém o Forrocaju com as características de
evento de massa, destrói os aspectos sociais, comunitários e culturais que formam
a base da forte sociabilidade proporcionada pelo São João Antigo. Estes mega
eventos de São João acabam por fazer parte de um ciclo incessante de grande
festas, onde se misturam uma série de ritmos e artistas de diferentes estações e
estilos musicais, o que levou a emissora que retransmite a programação da Rede Globo na Bahia, agora em 2020, apresentar
um artista de pagode para representar o
estado na live de São João do pool de emissoras Globo Nordeste.
Dois questionamentos que podem
ser objetos de pesquisa, caso já tenham sidos, podem ser disponibilizados para
conhecimento.
1- Em
que grau ou dimensão, em comparação com Aracaju, acontece em outras praças nordestinas, o
esvaziamento do São João das comunidades , tanto nas grandes cidades, como nas
cidades do interior, por conta dos mega arraiais?
2- Os
novos formatos de organização dos festejos juninos também criam outras formas
de sociabilidade, como bem descrito na
canção “O atirador e a pegadora” do mestre Gilberto Gil. Que novas formas de
sociabilidade são estas e que impactos tem na convivência coletiva, na consciência do
valor cultural dos festejos juninos, nas escolhas estéticas e politicas de seus frequentadores mais constantes, na
formação do ethos pessoal e coletivo, na visão de pertencimento social e cultural, na auto estima e etc.?
Algumas conclusões:
As escolas precisam incorporar o
eixo cultura popular como componente
estruturante das suas ações pedagógicas
e de sociabilidade, tanto dentro como fora da sala de aula. Mas isso de forma critica e criativa,
questionando os valores e padrões da indústria cultural, e não incorporando de forma acrítica como acontece muitas vezes.
E para isso, é fundamental politicas
públicas que proporcionem formação permanente
em cultura popular para os professores da educação básica . E por que não
dizer, dos professores do ensino superior também, já que estes são formadores
dos professores da educação básica.
É preciso que haja financiamento
público , incluindo com a participação da iniciativa privada via Lei Roaunet, afim de proporcionar recursos
financeiros, materiais e humanos, nesse caso principalmente mestres da cultura popular, artistas, arte-educadores e animadores culturais, afim de apoiar
projetos pedagógicos e culturais nas
escolas, cujo eixo estruturante seja cultura popular.
É preciso reunir as pessoas que
tem experiência comprovada em iniciativas de ações pedagógicas e
culturais com base no eixo cultura popular, que trabalham em diversos espaços
culturais e educativos afim de socializar experiências bem sucedidas.
Um fórum democrático onde professores mestres da
cultura popular, professores da educação básica, arte educadores e agentes/animadores
culturais, possam falar com o mesmo tempo e condições dos pesquisadores do tema cultura popular que
atuam no ensino superior.
Diversos espaços de discussão
sobre cultura popular aqui em Sergipe, não atentaram muito para o que estamos
propondo acima, e já disse pessoalmente para seus organizadores, tanto
presencialmente, como pelas redes sociais. Se Deus nos ouve, que ouçam também, enquanto a vaca não for toda para o brejo e ficar toda atoladinha, sem poder sair mais...
E por último, além de cobrar dos
poderes públicos e das instituições precisamos fazer a nossa parte, ouvir boa
música, ler mais sobre cultura popular,
frequentar mais os espaços que preservem
a cultura popular ou que discutam sobre a mesma, aqui vale para os espaços físicos,
assim como lives.
Quem tiver crianças em casa
então... A responsabilidade é dobrada!!
Mais na frente, traremos textos para provocar/instigar o
debate, com base nas outras lives que realizamos. As opiniões externadas pelos que assistiram
as nossas lives também serão objetos de vários textos. Mas tudo com o tempo...
O importante para nós, que os temas heterodoxos de nossas lives e os
convidados pouco comuns, possam inspirar
outras ações no campo das politicas públicas e de ações no campo da comunicação e da educação..
Já temos nos acompanhando com
muito apuro e atenção, uma pré candidata
a vereadora, e dois de nossos participantes
foram convidados para participar de
programa de rádio e de uma outra live com o mesmo tema.
As lives da Ação Cultural também estão proporcionando a divulgação e
comercialização de livros escritos por nossos convidados, assim como divulgação
de trabalhos acadêmicos , livros, documentários, canções e etc., apresentados pelos convidados nas lives, além das sugestões que fazemos.
Gratidão a todxs que estão
colaborando para o sucesso das lives da Ação Cultural.
Assim também colaboramos para
fazer um país. Abrindo os braços, as nossas mentes e os nossos corações para o
melhor que herdamos de nossos antepassados, e que serve como base de criação e
de invenção para quem está presente no mundo atualmente. Aqui lembrando bela canção gravada por Marina Lima.
Porque o valor que damos a
preservação da cultura popular é bem por isso, por ser fonte de inspiração para
novas criações, para novas invenções. Mas
sem deixar de fazer a necessária salvaguarda daquilo que recebemos de nossos antepassados.
. Viva São João! Viva São Pedro! Viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu!!!
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