quarta-feira, 2 de novembro de 2022

O povo brasileiro venceu a maior fraude eleitoral da história do Brasil republicano.

 O revival ou tentativa de reimplantação do modo de fazer politica da república velha,  e que por pouco não obteve total êxito...Embora tenha garantido a eleição e a reeleição de um bocado de gente nefasta, perversa e desqualifica para o congresso.


Talvez o maior esquema de estelionato de uma eleição; e, ainda assim, perderam😂😂

Cabe uma CPI do Assédio Eleitoral ou da Compra do Voto... Será que conseguimos assinatura suficiente no congresso?  Considerando o fato de estar infestado com eleitos graças a este tipo de expediente.



Leia mais detalhes e assista a reportagem completa.

Profissão Repórter vai até cidades que mais votaram em Lula e em Bolsonaro nas eleições; assista ao programa e conheça

Nossa equipe se dividiu em três estados: foi até Ouricuri, no sertão pernambucano, que teve a maior porcentagem de votos para o petista; Indaial, em Santa Catarina, a maior para o atual presidente; e Coronel Sapucaia (MS), onde houve um empate entre os dois candidatos.

E como afirma Ivandro da Costa Sales,  professor de Sociologia aposentado da UFPE e Frei Betto.

AMIGAS, AMIGOS,
Que alívio!
Estamos convocados a tirar lições do que vivemos a partir de 2003. Corremos muito risco e sofremos demais.

" O bolsonarismo é uma seita extremista que hospeda o pior do ser humano: o falso cristão, o militar miliciano, o rico racista  e violento e o pobre ignorante".

Relembro o que escrevi em outubro.

"Mesmo que as forças mais democratas vençam a eleição para presidente da república, a pauta antidemocrática e da falsa moral bolsonarista será muito bem defendida na Câmara federal e no Senado pelo Centrão e por esses cães de guarda: Hamilton Mourão, Sérgio Moro, Deltan Dallagnol,  Ricardo Salles, Mario Frias, Damares Alves, Magno Malta, Teresa Cristina, Pazuello, Carla Zambelli,  Eduardo Bolsonaro e tantos governadores fiéis e obedientes.
Dá para cancelar a viagem tão arriscada?
Usar bem a grande e decisiva trincheira:
•     Organizações populares fortes e competentes. (bom senso X senso comum. Boa argumentação X abestalhamento. Viva GRAMSCI).
•     Um Novo Príncipe: gestão da sociedade realizada por  um coletivo de representes do governo e das diversas organizações da sociedade civil. (De novo Gramsci: Estado Ampliado).

A democracia parlamentar representativa é uma trincheira. Não é decisiva, mas pode conseguir deter a fúria e pressa dos agressores.

Dicas de pedagogia: acertar, aprofundar e saciar as fomes do estômago e da alma das pessoas e grupos injustiçados da sociedade. Atenção: num processo democrático de intercâmbio de modos de sentir, pensar, agir, se expressar, evitando assim a prática autoritária e ineficaz de impor verdades, princípios, palavras de ordem.

Até seria oportuno pesquisar a pouca influência que tiveram na votação do primeiro turno das eleições o apelo de nossos artistas populares tão queridos, a nossa tão grande vibração e militância, as declarações  e elogios de tanta gente importante do Brasil e exterior. Não acertamos nas fomes do estômago e da alma? Quais seriam"?

Acrescento: A hegemonia e dominação do capital se realizam muito bem na democracia representativa e de modo bem mais palatável do que nas ditaduras. Então?

Como saltar fora? O que seria ser revolucionário agora e sempre?

Abraço e beijo aliviados e esperançosos.
Ivandro
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LULA E A FOME DE BELEZA
 
Frei Betto
 
       Acabolsonaro! O povo brasileiro escolheu Lula para governar o Brasil pela terceira vez. O Inominável pode chiar, ofender, mas será despejado do Palácio do Planalto na manhã de 1º de janeiro de 2023. Voltará a ser um cidadão comum, sem imunidades, sujeito a responder, perante a Justiça, às inúmeras, sérias e graves acusações que pesam contra ele.
       Lula ganhou, mas ainda não venceu. Sabe que enfrentará dificuldades significativas ao seu desempenho presidencial. Terá que lidar com um Congresso Nacional hegemonicamente conservador. E com governadores declaradamente bolsonaristas à frente de estados que exercem papel preponderante na política e na economia do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
       O mais atribulado desafio será enfrentar a cultura bolsonarista impregnada em milhões de cidadãos que incensavam o “mito” e, agora, assistem a sua queda e amargam a vitória lulista. Essa gente não é organizada, mas é  autoritária, agressiva, violenta. Seu propósito é sabotar as instituições democráticas, propagar fake news e a filosofia do negacionismo, reforçar preconceitos (às mulheres, aos negros, aos indígenas e aos gays) e anarquizar a cultura. 
       Acometida de pareidolia, essa gente enxerga comunismo no vermelho de vestes cardinalícias. O bolsonarismo não é um sistema filosófico, é uma seita religiosa em torno de um líder miliciano. Não busca justiça, age por vingança. Não tem proposta, faz protesto. Não confia na força da lei, e sim na lei da força. Não tem adversários, mas inimigos. Valoriza mais a polícia que a política. Não respeita direitos humanos e apregoa a violência. Não dialoga, atira. Não crê em Deus, usa seu Santo Nome em vão. Considera a democracia um estorvo; a cultura, um caldo de cultura marxista; a diversidade, uma aberração; a crítica, uma ofensa.
       Para governar o Brasil, Lula precisará  demonstrar excepcional jogo de cintura. O PT tende a ocupar o vazio deixado pelo PSDB. Terá que atender as demandas dos pobres e dos ricos. Mas, como adverte o Evangelho, “ninguém é capaz de agradar a dois senhores...” (Mateus 6,24).
       Lula tem plena consciência do que deveria e poderia ter feito em seus dois primeiros mandatos e não fez. Resta saber se terá condições políticas de levar adiante seus propósitos – reformas estruturais, políticas sociais robustas, combate à fome e ao desemprego, aumento significativo da qualidade da Saúde e da Educação; preservação ambiental. 
       O caminho para fortalecer o governo Lula não é propriamente o conchavo de bastidores, as alianças partidárias, os pactos federativos. Essa via já foi trilhada e resultou em escândalos e sobressaltos. Não se pode confiar num jogo em que o parceiro não age com lisura. A costura por cima sempre favorece quem despreza os que estão por baixo. 
       O caminho é o da conscientização, organização e mobilização populares. Sem povo na rua e nas redes, o governo Lula correrá o risco até mesmo de sofrer impeachment. Para se consolidar, terá que saciar a fome de pão e, também, a fome de beleza – pela educação política do povo. Há que promover um imenso mutirão paulofreiriano. 
 
Frei Betto é escritor, autor de “Por uma educação crítica e participativa” (Rocco), entre outros livros. Livraria virtual: freibetto.org
Assine e receba todos os artigos e futuros livros do autor: mhgpal@gmail.com


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