sábado, 24 de agosto de 2013

Primavera em Aracaju mais uma vez inicia com Zé Vicente, artista, missionário, educador e ecologista

Pelo segundo ano consecutivo Zé Vicente estará em Aracaju nos dias iniciais  da primavera. No ano de 2012 participou  da Jornada Ecológica  e neste ano  de 2013 retorna  para participar do II Congresso Arquidiocesano Biblico-Catequético.
Como a Ação Cultural tem um trabalho antigo de parceria com Zé Vicente,  desde os tempos em que alguns de seus dirigentes e colaboradores participaram da Pastoral da Juventude, é muito natural o empenho em  favorecer o sucesso do encontro musical com  Zé Vicente que acontecerá no dia 21 de Setembro, a partir das 17 horas,  no seminário maior Nossa Senhora da Conceição, localizado no Loteamento Pousada Verde, bairro Lamarão, Aracaju, Entrada Franca.
A pretensão da Ação Cultural é mobilizar aquelas pessoas que estão ligadas no projeto Sarau Multicultural, realizado pela entidade, para participarem do encontro musical com Zé Vicente como uma espécie de Sarau estendido.
Para mais informações sobre a vinda de Zé Vicente a Aracaju em 2012, clique AQUI e sobre a programação de 2013, clique AQUI
Durante a realização do mini-curso intitulado arte na catequese e em especial no encontro musical, Zé Vicente apresentará algumas  músicas conhecidas do seu cancioneiro, como também as suas mais recentes composições presentes no novo CD, cujos detalhes podem ser conferidos abaixo:

Novo CD traz canções com rimas e ritmos populares  "Zé Vicente da Esperança"

O novo CD de Zé Vicente      já está nas Lojas  Paulinas Brasil!   "Zé Vicente da Esperança", mais  um  trabalho  a   serviço  da  vida  e  da esperança. Uma das canções chama-se Ciranda do Menino Deus




 Zé Vicente fala do novo cd que está por vir! Mais     um    lançamento     da    Gravadora Paulinas-COMEP


   
O CD "Zé Vicente da Esperança", é o 13º álbum do cantor, que é também compositor e poeta
 
Texto abaixo: Honório Barbosa, 18/08/2013, jornal DIÁRIO DO NORDESTE, Fortaleza. Orós (CE). 

Zé Vicente, cantor e compositor, é um artista preocupado com a ecologia, em sintonia com a caminhada de seu povo. Por meio da arte, ele defende todas as relações de solidariedade, de identidade cultural, de valores igualitários, de respeito à vida no meio ambiente, e ao próximo. Hoje, com mais de 30 anos de trajetória artística musical, lança o CD "Zé Vicente da Esperança", seu 13º álbum pela gravadora Paulinas-Comep.

"Minha esperança é que esse CD seja de fato um marco na caminhada dos jovens e de todo o povo que busca uma fé madura e comprometida com as transformações sociais nesses tempos de tantos desafios", afirma o cantor. O álbum traz 14 canções inéditas, músicas com um tom festivo, poesias, rimas e ritmos populares. "São músicas populares, celebrativas e culturais", diz.

O novo trabalho apresenta um som pontuado de poemas e cores, das boas coisas de nossa terra, ao ritmo popular e bem brasileiro. O artista novamente traz rimas que falam de amor, esperança, ecologia, diálogo entre raças e tradições religiosas.

Neste trabalho, participam Osvaldinho do Acordeon, o arranjador Luiz Antonio Karam, os músicos Adeíldo Lopes, Ocimar de Paula e Tico Delisa. Nos solos, duas convidadas, Raquel Passos, cantora capixaba, e Ana Paula do Grupo Chamas. Nos vocais, Maria Diniz, Rita Kfouri, Paulinho Campos e Emmanuel.

Poeta popular

Cearense, do sítio Aroeiras, zona rural de Orós, Zé Vicente é ´naturalmente ecológico´, poeta popular e educador por meio da arte. "Meu pai era paraibano do município de Catolé do Rocha e minha mãe, cearense. Meus primeiros anos foram mergulhados em clima de muita alegria, contato direto e permanente com a roça, rodas de brincadeiras, músicas de Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, Angela Maria, Roberto Carlos e outros", revela.

Oriundo de um berço familiar católico, Zé Vicente cresceu na Igreja, nas novenas, nos terços, benditos e missões de Frei Damião, além de uma intensa participação nas Comunidades de Base e vivência com as músicas do Padre Zezinho. "Conheci, naqueles dias, o velho e amado Patativa do Assaré. Toda essa base, certamente teve uma grande influência para gerar em mim, o artista que sou", ressalta.

Em 1973, Zé Vicente passou a morar na cidade de Iguatu, onde foi estudar. "Entrei no movimento estudantil, mesmo limitado pela ditadura militar, nos grupos de jovens da Igreja Católica,onde vivenciamos uma experiência de cinco anos com teatro amador", conta. Naquela época, surgiu o Teatro de Amadores de Iguatu (TAI), que promovia apresentações de palco, com música e poesia. "Foi meu começo como artista", lembra.

O entusiasmo ocupava o coração dos jovens que enfrentavam desafios e venciam obstáculos, pois o cantor lembra que havia ameaças sutis de agentes da ditadura. No início da década que pôs fim à ditadura militar, Zé Vicente iniciou as primeiras composições. "Inaugurei uma produção que chamo de música celebrativa", definiu. "Tento circular entre uma dimensão mais social, cultural e mística", completa.

Em 1983, foram gravadas as primeiras músicas pela Comep-Paulinas. Em 2013, faz 30 anos de carreira, com 14 CDs gravados, e mais um livro de poemas com CD. "Tenho mais uns três CDs gravados de maneira autônoma e participei de Projeto de um CD para o Unicef, onde ajudei na coordenação artística, com Ângela Linhares e outros artistas cearenses", pontua.

Zé Vicente analisa que no meio da música religiosa há trabalhos bons, mas existem também composições que visam o mercado, de conteúdos e qualidade questionáveis. "Busco cantar e ser fiel às nossas raízes culturais e à realidade nordestina, tanto no estilo musical, quanto na poesia. Os temas mais constantes vêm da tradição religiosa, com abertura social", frisa.

Novo trabalho

O mais recente CD, com o título, Zé Vicente da Esperança´, na explicação do próprio cantor, apresenta um novo sobrenome do poeta ecologista e lavrador, filho do sertão, da seca, da força da natureza e do povo nordestino, e que não abre mão da teimosa esperança. "É ela que nos faz vencer o deserto e chegar à terra da fartura, da justiça e da paz".

Neste ano, Zé Vicente já passou por vários lugares do Ceará, da Paraíba, Rio Grande do Norte, de Pernambuco, Piauí, Maranhão, Espírito Santo e Brasília. A agenda está ocupada até dezembro. "Faço encontros musicais, prefiro esse termo aos shows, e oficinas de música e poesias na educação, na animação das pastorais sociais das Igrejas que me chamam e dos movimentos da sociedade civil", explica.

Outro projeto

Além da programação musical intensa, Zé Vicente a cada mês encontra espaço e visita o recanto da roça, no sítio Aroeiras, em Orós, onde promove o projeto Sertão Vivo, de arte, cuidados humanos e ambientais.

O projeto Sertão Vivo nasceu pelos idos de 1995, a partir do cuidado com a terra. "Não queimamos à toa, não envenenamos´, frisou o cantor. "São realizadas ações de arte-vida, trilhas ecológicas nos espaços preservados, oficinas de música, teatro, pinturas, alimentação de qualidade, terapias naturais e alternativas, fóruns sobre o lixo e outros temas urgentes, festejos tradicionais, como São João, Natal, aniversários, encontros com guardadores de experiências de chuvas e sementes", finaliza.

Mais informações
Zé Vicente
Município de Orós
Telefone: (85) 9997. 6177
e-mail: zvi@uol.com.br


Produção Aracaju
Ruberlan - (79) 3214-5944 - promoaracaju@paulinas.com.br

Zezito - 79 8864-5927 (oi) ou 8117-2290 (claro) - zezitodeoliveira@gmail.com (apoio a mobilização e divulgação como Sarau multicultural estendido) 
Para informações referentes ao Congresso Biblico_Catequético Terezinha - (79) 9971 5211 (vivo)
 rccatequeseemacao@hotmail.com    - www.catequesesergipe.com.br/congresso

  Ouça um dos primeiros LPs, o terceiro, gravado por Zé Vicente em parceria com Babi Fonteles


 



"Babi Fonteles & Zé Vicente Em Canto" - O Long Play


Eu sou do tempo do LP, ou long play.
Quem não gravou um LP, não conhece a emoção do demorado processo que era a produção daquele imenso disco preto, cheio de sulcos a serem preservados de arranhões, que tocava um som com fundo de chuva fina.

O primeiro - e o único - LP que gravei, "Babi Fonteles & Zé Vicente Em Canto", uma produção independente, carrega consigo muitas histórias. Desde sua primeira versão em cassete, em 1991, este álbum me levou a lugares a pessoas entre os/as mais inusitados/as de minha vida. Lembro, por exemplo, o show realizado no Teatro Romano, em Verona, na Itália, no dia 13 de junho de 1992, quando milhares de pessoas se apinhavam dentro do recinto para nos assistir e, depois, invadindo o palco para cantar nossas canções e pedir bis inúmeras vezes, até que os seguranças nos pedissem para parar, por receio de que a estrutura do palco não aguentasse o peso de tanta gente.

Compartilho com vocês, amig@s, este trabalho já em sua maioridade de 18 anos!

Guardarei as histórias para contá-las aos poucos, neste espaço. Por ora, ofereço a vocês o texto escrito a quatro mãos com o parceiro Zé Vicente, que serviu de apresentação no encarte do LP.

Abaixo, ofereço o link para que você possa ouvir  as músicas e a capa da versão em CD, fabricada a partir do ano 2000 pelas Edições Paulinas. 
Babi Fonteles

BOM LEMBRAR!

Junho de 91.
Nos encontramos em Recife,

Primeira gravação em cassete de “Em Canto”.
Era inverno no litoral
Chovia, chovia.
Tudo marcado de novidade e sonho.
A banda juvenil “Flor da Pele”
- Geraldo, Naldo, Léo, César Michilles –
Meninos lindos, plenos de audácia e alegria!
Ana Diniz, a Bisquí, presente
Companheira na voz e no carinho.
Margareth Malfliet nos olhando de longe
Encorajando com sua solidariedade concreta,
Dizendo sempre “vão sem frente!”
A vocês, cambada querida,
A quem deu força sem nada exigir,
Um beijo de ternura e saudade!
Nasceu “Em Canto”
Com direito até àquelas vigílias e lágrimas
Noite adentro,
Coisas da vida!
Março de 93,
Fortaleza 31 graus.

Estamos gravando o disco “Em Canto”.

Novo adjunto de energias, recursos, suores e paixão!
Tem mais gente se “em cantando”
Na cartada,
Nossos parentes artistas:
Pingo de Fortaleza, Eugênio Leandro, Flávio Paiva,
Luis Carlos Fonteles e tantos outros
Indicam contatos importantes,
Vêm participar com brilho e cumplicidade.
Nossos queridos Zé Maria, Lúcia, Durval, Geosa
Nos entregam a “chave da casa”
E nos sentimos em família!
O bloco de apoio econômico
E é um leque que se abre sempre mais
Contemplando até apoios “anônimos”,
Incluindo algumas instituições a quem recorremos
Na certeza da importância cultural do nosso projeto,
Mas na humildade de quem necessita:
Companheiros(as) de Cà Forneletti – Itália,
Universidade Federal do Ceará (UFC),
CBC & Associados Propaganda LTDA.
Estamos certos, outras mãos chegarão
E já respiramos aquele ar de satisfação
E reconhecimento!
Olhamos aqui, prá dentro da gente,
E sussurramos ao coração:
- vamos, pé na estrada
Afirmando na música
Que vale a vida, a beleza,
Todos os passos de resistência cultural
Ensaiados por nós, povo,
Aqui, no sertão do mundo.
A hora exige
O coração pede.
Valeu, povo querido!

Zé e Babi.

Link para ouvir: 

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