CINEMA BRASILEIRO
Filme sobre Marighella e outras produções brasileiras em exibição no Festival de Berlim
No seu ano de despedida do Festival Internacional de Cinema
de Berlim, o diretor Dieter Kosslick programou o filme que dará
urticária no presidente brasileiro, Marighella, primeiro filme de Wagner
Moura como diretor, com estreia em Berlim. O Festival irá do 7 ao 17 de
fevereiro, com Juliette Binoche na presidência do júri.
Faz quatro semanas, o diretor Kosslick havia provocado a alta
hierarquia do catolicismo francês, com a seleção para a competição e
abertura do Festival do filme francês de François Ozon, Grâce à Dieu,
uma denúncia contra a leviandade e cumplicidade do bispo de Lyon, por
não ter punido um padre pedófilo de sua diocese.
O Brasil não tem filme na competição, porém o filme Marighella
exibido junto com os filmes em competição, será visto por todos os
críticos internacionais, que não perderão a oportunidade para
estabelecer relações da época mostrada no filme com o Brasil de hoje,
cujo presidente defendia e defende a ditadura militar de 1964-1985,
contra a qual lutava o escritor e guerrilheiro, Carlos Marighella.
Sem se esquecer as recentes tomadas de posição do ator-diretor Wagner
Moura em favor da democracia brasileira e sua declaração pública de
voto em Guilherme Boulos nas últimas eleições, garantindo um fórum
aberto sobre o Brasil de hoje, na tradicional entrevista coletiva à
imprensa após a exibição do filme.
Wagner Moura é bem conhecido da Berlinale, pois foi o ator principal
no filme Tropa de Elite, de José Padilha, premiado com Urso de Ouro, em
2007, além de seu papel principal na série Narcos, da Netflix. O elenco
do filme Marighella tem Seu Jorge, Adriana Esteves, Bruno Gagliasso,
Jorge Paz, Luiz Carlos Vasconcelos, Humberto Carrão, Bella Camero, Ana
Paula Bouzas.
A escolha do filme seria um recado da Berlinale ao atual governo brasileiro, alvo de severas críticas na imprensa alemã e européia em geral, considerado de extrema direita, além de marcar um retrocesso na política brasileira.
A escolha do filme seria um recado da Berlinale ao atual governo brasileiro, alvo de severas críticas na imprensa alemã e européia em geral, considerado de extrema direita, além de marcar um retrocesso na política brasileira.
Dieter Kosslick não descarta um papel político do Festival dentro da
atualidade, como mostraram as participações dos filmes do iraniano Jafar
Panahi, que tem desobedecido a proibição de filmar pelo governo
iraniano e tem sido proibido de viajar a Berlim. Outro filme apresentado
em Berlim, há três anos, fora de competição, O Botão de Nacre, de Patricio Gusmán, denunciava o governo chileno de Pinochet por lançar ao mar opositores políticos. Leia mais: AQUI
"Porque um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la." Edmund Burke. Veja a nossa vida como está.
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