terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Play list - Para homenagear Marighella e Luiz Carlos Prestes com canções e filmes.



CINEMA BRASILEIRO 

Filme sobre Marighella e outras produções brasileiras em exibição no Festival de Berlim

Por Rui Martins em 22/01/2019 na edição 1021- Observatório da Imprensa

Seu Jorge e Wagner Moura durante as filmagens do filme Marighella. (Crédito: O2 Filmes/Divulgação)

No seu ano de despedida do Festival Internacional de Cinema de Berlim, o diretor Dieter Kosslick programou o filme que dará urticária no presidente brasileiro, Marighella, primeiro filme de Wagner Moura como diretor, com estreia em Berlim. O Festival irá do 7 ao 17 de fevereiro, com Juliette Binoche na presidência do júri.
Faz quatro semanas, o diretor Kosslick havia provocado a alta hierarquia do catolicismo francês, com a seleção para a competição e abertura do Festival do filme francês de François Ozon, Grâce à Dieu, uma denúncia contra a leviandade e cumplicidade do bispo de Lyon, por não ter punido um padre pedófilo de sua diocese.
O Brasil não tem filme na competição, porém o filme Marighella exibido junto com os filmes em competição, será visto por todos os críticos internacionais, que não perderão a oportunidade para estabelecer relações da época mostrada no filme com o Brasil de hoje, cujo presidente defendia e defende a ditadura militar de 1964-1985, contra a qual lutava o escritor e guerrilheiro, Carlos Marighella.
Sem se esquecer as recentes tomadas de posição do ator-diretor Wagner Moura em favor da democracia brasileira e sua declaração pública de voto em Guilherme Boulos nas últimas eleições, garantindo um fórum aberto sobre o Brasil de hoje, na tradicional entrevista coletiva à imprensa após a exibição do filme.
Wagner Moura é bem conhecido da Berlinale, pois foi o ator principal no filme Tropa de Elite, de José Padilha, premiado com Urso de Ouro, em 2007, além de seu papel principal na série Narcos, da Netflix. O elenco do filme Marighella tem Seu Jorge, Adriana Esteves, Bruno Gagliasso, Jorge Paz, Luiz Carlos Vasconcelos, Humberto Carrão, Bella Camero, Ana Paula Bouzas.
A escolha do filme seria um recado da Berlinale ao atual governo brasileiro, alvo de severas críticas na imprensa alemã e européia em geral, considerado de extrema direita, além de marcar um retrocesso na política brasileira.
Dieter Kosslick não descarta um papel político do Festival dentro da atualidade, como mostraram as participações dos filmes do iraniano Jafar Panahi, que tem desobedecido a proibição de filmar pelo governo iraniano e tem sido proibido de viajar a Berlim. Outro filme apresentado em Berlim, há três anos, fora de competição, O Botão de Nacre, de Patricio Gusmán, denunciava o governo chileno de Pinochet por lançar ao mar opositores políticos. Leia  mais: AQUI



"Porque um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la." Edmund Burke.  Veja a nossa vida como está.

















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