“Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de caridade por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval. Estive recordando sambas e frevos, do disco do Baile da Saudade: ô jardineira por que estas tão triste? Mas o que foi que aconteceu… Tu és muito mais bonita que a camélia que morreu. Brinque, meu povo povo querido! Minha gente queridíssima. É verdade que quarta-feira a luta recomeça. Mas, ao menos, se pôs um pouco de sonho na realidade dura da vida!”
Dom Hélder Câmara
Mariana Rios se impressiona com consumo excessivo de álcool no carnaval
A atriz Mariana Rios ficou impressionada com o que viu em um
bloquinho de rua no último fim de semana. As cenas resultantes do
consumo excessivo de bebidas alcoólicas por quem estava curtindo o
carnaval a deixaram “em choque”, segundo relatou nos stories do
Instagram nesta segunda-feira, 25.
“Mesmo hoje com internet, com tanta informação, com tudo ao nosso alcance, ver pessoas caídas no meio da rua, na calçada, quatro horas da tarde, completamente bêbadas, perdidas, com grupo de amigos em volta filmando, uns rindo, outros tentando chamar ambulância (…) Foi feio, foi horrível ver a situação delas”, disse a atriz.
Mariana quis passar um alerta para seus seguidores. “A gente precisa muito colocar a mão na consciência, ainda mais nessa época de carnaval, (porque) as pessoas se jogam mesmo, parece que não tem amanhã e essa coisa de bebida – ‘ah, não uso drogas, só bebo’ – é muito sério, muito grave”, comentou.
A respeito das pessoas que bebem e dizem que têm controle total sobre a situação, a atriz disse que “as coisas não são assim”. “Todo mundo tem problemas, às vezes a gente está em um momento mais vulnerável, se sente mais fraco e recorre a esse tipo de coisa”, afirmou Mariana.
Citando as consequências do consumo excessivo de álcool, ela fez um questionamento: “Para que começar com uma coisa assim, para experimentar, para fazer amizade para depois isso te trazer tanta coisa ruim e virar uma doença? Uma doença que merece respeito, por isso fico chateada, por isso o post do Fabio Assunção”, comentou.
Mariana Rios foi uma das artistas que saíram em defesa do ator por conta de diversas piadas e brincadeiras que têm sido feitas envolvendo a dependência química dele.
Uma mensagem divulgada nas redes sociais com uma foto de Assunção traz o seguinte texto: “Além da figura pública, apresento a vocês um ser humano portador de uma doença chamada dependência química. Alguém faz piada com atores que têm câncer?”
Mariana terminou sua declaração com mais uma recomendação para as pessoas: “Fiquem perto dos seus amigos que estão entrando nessa e cuide de você. Não precisa disso para ser feliz, de bebida, de droga. Só precisa da gente, de olhar com carinho pra gente”, disse.
É possível sim!
“Mesmo hoje com internet, com tanta informação, com tudo ao nosso alcance, ver pessoas caídas no meio da rua, na calçada, quatro horas da tarde, completamente bêbadas, perdidas, com grupo de amigos em volta filmando, uns rindo, outros tentando chamar ambulância (…) Foi feio, foi horrível ver a situação delas”, disse a atriz.
Mariana quis passar um alerta para seus seguidores. “A gente precisa muito colocar a mão na consciência, ainda mais nessa época de carnaval, (porque) as pessoas se jogam mesmo, parece que não tem amanhã e essa coisa de bebida – ‘ah, não uso drogas, só bebo’ – é muito sério, muito grave”, comentou.
A respeito das pessoas que bebem e dizem que têm controle total sobre a situação, a atriz disse que “as coisas não são assim”. “Todo mundo tem problemas, às vezes a gente está em um momento mais vulnerável, se sente mais fraco e recorre a esse tipo de coisa”, afirmou Mariana.
Citando as consequências do consumo excessivo de álcool, ela fez um questionamento: “Para que começar com uma coisa assim, para experimentar, para fazer amizade para depois isso te trazer tanta coisa ruim e virar uma doença? Uma doença que merece respeito, por isso fico chateada, por isso o post do Fabio Assunção”, comentou.
Mariana Rios foi uma das artistas que saíram em defesa do ator por conta de diversas piadas e brincadeiras que têm sido feitas envolvendo a dependência química dele.
Uma mensagem divulgada nas redes sociais com uma foto de Assunção traz o seguinte texto: “Além da figura pública, apresento a vocês um ser humano portador de uma doença chamada dependência química. Alguém faz piada com atores que têm câncer?”
Mariana terminou sua declaração com mais uma recomendação para as pessoas: “Fiquem perto dos seus amigos que estão entrando nessa e cuide de você. Não precisa disso para ser feliz, de bebida, de droga. Só precisa da gente, de olhar com carinho pra gente”, disse.
É possível sim!
"Quando Dom Hélder escreveu o texto acima, a realidade do carnaval era bastante diferente daquilo que em regra temos hoje. Nestes idos de 1975, o mercado não tinha se apropriado das festas e dos corpos na proporção como acontece nos dias atuais.
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'CÉU NA TERRA': o baile público, pré-carnavalesco, no Largo das Neves foi bem isso. Músicas lindas (sopro divino), belamente executadas, para uma multidão dançando, no chão da praça. Ao fundo, a torre da igrejinha e a límpida noite carioca que chegava.
São momentos assim que tornam a vida mais amena, valendo a pena. (Chico Alencar em 2014)
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A possibilidade de fazer um carnaval essencial nos dias de hoje.
A sugestão, com investimento em recursos humanos, materiais e financeiros.
1 - Organizar uma sequência de rodas de conversa sobre História (as) do (s) Carnaval (ais).
2 - Organização de oficinas para a confecção de instrumentos, roupas, adereços e objetos de decoração.
3 - Realização de mostra temática Cinema e Carnaval.
4 - Realização de festa de carnaval em locais fechados e/ou aberto como culminância do processo iniciado
Reconhecendo que o carnaval comercial não deixará de acontecer por causa disso e nem temos essa presunção.
Quem quiser pode usar a sugestão acima, é creative commons. Mas mandem noticias.
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Carnaval, desengano: quando os sonhos tomam a cidade
Em dez anos, Belo Horizonte tornou-se uma das referências das novas festas de rua no Brasil. Aqui se narra como começou esta virada – esta pequena revolução tão necessária para nosso futuro.
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O que diz Leonardo Boff...Carnaval: “adeus, carne”, uma metáfora do reino da liberdade
Fonte: Site de Leonardo Boff
10/02/2013
Dei uma entrevista à jornalista da Globo, Patrícia Kalil para [http://redeglobo.globo.com/globocidadania].
Ela consultou outros especialistas sobre o tema, especialmente Roberto
da Matta. Aproveitou algo do minha contribuição. Fez um bela e extensa
matéria da qual eu mesmo aprendi muito. Leiam-na que vale a pena.
Como é carnaval, tomo a liberdade de publicar a minha parte, esperando não magoar a entrevistadora. Uso as perguntas dela.
lboff
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1. Li referências do tempo em que o carnaval nasce primeiro
como manifestação popular na antiguidade para agradecer a chegada da
primavera (ou da vida no hemisfério norte). Depois, durante o período
medieval, a festa é assumida pela Igreja, algo que pelo que pesquisei só
permanece até o final da idade média. Por que o carnaval deixa de ser
da igreja? Em algum lugar ele ainda é vinculado à Igreja?
R/ O berço do carnaval ocidental se encontra na Igreja, apesar dos antecedentes na cultura greco-latina. O próprio nome carnaval lembra esse fato. A palavra “Carnaval” é a combinação de duas palavras latinas: “carnis” que é carne e “vale” que é uma saudação, geralmente no final das cartas ou no final de uma conversa. Significa “adeus”. Então antes de começar o tempo da quaresma na quaarta-feira de cinzsas, que é tempo de jejuns e penitências, se reservaram uns dias anteriores para dizer “adeus” à “carne”. Pois durante todo o tempo da quaresma não se podia comer carne, como ainda hoje em algumas regiões na Baviera alemã. De festa de cunho religioso passou a ser uma festa meramente profana, na qual tudo podia ocorrer como bebedeiras e até prostituição aberta. Ai a Igreja se afastou mas nunca totalmente. Em muitos lugares, como no convento franciscano em que vivi em Munique, nos meus tempos de estudo universitário, os frades no carnaval dançavam no convento e chamavam freiras dos conventos vizinhos para dançar com eles. E depois se revezavam: os frades iam dançar no convento das freiras. E se bebia vinho e cerveja e muitas salsichas com mostarda. Mas tudo na maior decência. Não deixava de ser engraçado de ver aqueles hábitos de frades e de freiras esvoaçando em círculos. Eu como brasileiro no início ficava escandalizado, pois no Brasil não havia isso. Mas acabei entendendo o sentido de liberdade antes de começar o tempo do rigor e das penitências que eram sentidas à mesa, mais sóbria e na falta de cerveja e vinho.
R/ O berço do carnaval ocidental se encontra na Igreja, apesar dos antecedentes na cultura greco-latina. O próprio nome carnaval lembra esse fato. A palavra “Carnaval” é a combinação de duas palavras latinas: “carnis” que é carne e “vale” que é uma saudação, geralmente no final das cartas ou no final de uma conversa. Significa “adeus”. Então antes de começar o tempo da quaresma na quaarta-feira de cinzsas, que é tempo de jejuns e penitências, se reservaram uns dias anteriores para dizer “adeus” à “carne”. Pois durante todo o tempo da quaresma não se podia comer carne, como ainda hoje em algumas regiões na Baviera alemã. De festa de cunho religioso passou a ser uma festa meramente profana, na qual tudo podia ocorrer como bebedeiras e até prostituição aberta. Ai a Igreja se afastou mas nunca totalmente. Em muitos lugares, como no convento franciscano em que vivi em Munique, nos meus tempos de estudo universitário, os frades no carnaval dançavam no convento e chamavam freiras dos conventos vizinhos para dançar com eles. E depois se revezavam: os frades iam dançar no convento das freiras. E se bebia vinho e cerveja e muitas salsichas com mostarda. Mas tudo na maior decência. Não deixava de ser engraçado de ver aqueles hábitos de frades e de freiras esvoaçando em círculos. Eu como brasileiro no início ficava escandalizado, pois no Brasil não havia isso. Mas acabei entendendo o sentido de liberdade antes de começar o tempo do rigor e das penitências que eram sentidas à mesa, mais sóbria e na falta de cerveja e vinho.
2. Encontrei referência que citam a origem do nome como
carnis levare (de retirar a carne) e como carnis valles (retirar o
prazer). Qual das duas deram origem ao nome carnaval?
R/ Ficou respondida anteriormente
R/ Ficou respondida anteriormente
3. Calha que essa festa popular pagã usa o calendário cristão
para se posicionar. E o carnaval, ao longo do último século, sofreu
transformações importantes dentro do seu papel em comunidades e
valorização do ritmo negro para hoje ser algo mais ligado ao
showbusiness e não necessariamente social. Como o senhor vê o papel do
carnaval no Brasil, historicamente, e a relação entre Igreja e essa
festa popular
R/ O carnaval possuía no passado e posssui ainda hoje grande
significado sociológico e antropológico. Há a intuição no povo e uma
certeza entre os estudiosos de que a sociedade com suas hierarquias e
papéis definidos é uma construção humana. Ela é fruto da vontade,
geralmente, dos poderosos que estabelecem as leis e as ordens que os
beneficiam. É o mundo da ordem estabelecida. A sociedade é assim uma
construção que tem algo de arbitrárip.O carnaval é a inversão desta
ordem. É conduzir a todos ao estado original onde não havia hierarquias e
papéis, ordem no qual todos eram iguais. No carnaval cria-se um caos
criador. Invertem-se os papéis. O rei deixa de ser rei e cria-se o rei
Momo; o rico se veste de pobre; o pobre se veste de rico; a empregada
anônima vira a princesa da ilha encantada; o vendedor de rua se
transmuta em príncipe e o príncipe num escravo. Até no carnaval romano
os escravos, durante aqueles dias, ficavam libertos. A sociedade precisa
tirar as máscaras e voltar ao seu estado “natural”. O carnaval possui
uma função socialmente terapêutica: pela inversão dos papéis todos podem
se recriar, dar vazão ao que no fundo gostariam de ser. Essa
reviravolta, para acontecer, deve vir acompanhada de uma mudança de
consciência; dai a importância da bebida e da comida que produz esta
alteração: alteram-se as relações entre todos. Agora não funciona o
tempo do trabalho com leis, normas, prescrições e comandos. Funciona o
tempo livre, liberto das injunções,o ansiado reino da liberdade de cada
um ser, pelo menos por um momento, aquilo que lhe passar pela cabeça.
Pelo fato de no tempo medieval tudo era regido pela religião e pela
Igreja, os carnavais se realizavam dentro do espírito de alegria e de
liberdade permitidas por estas instâncias. Era a famosa festa dos
foliões. Leigos podiam se vestir de bispos e até de papas. As máscaras
eram para esconder as identidades e no fundo para dizer que tudo na
sociedade e tambem na Igreja são máscaras. Bobos somos todos que as
tomamos a sério e cremos nelas. São os papéis sociais. Mas chega um
momento que nos damos conta de que as máscaras são apenas máscaras e que
os papéis sociais são criados e distribuidos conforme a vontade dos
que detém o poder. E que no fundo somos todos humanos que tem as mesms
necessidades básicas que são intransferíveis. O presidente da república
não pode dizer ao secretário: vá fazer pipi para mim. Ele mesmo tem que
ir. Na medida em que a sociedade foi separando o sagrado do profano, o
carnaval escapou do controle da Igreja. Ganhou sua identidade própria.
Mas o seu significado básico continua o mesmo. O importante é que seja
feito pelos populares, por aqueles que socialmente nada contam. No
carnaval eles contam. São aplaudidos quando normalmente são eles que
devem aplaudir. Especialmente importante é o carnaval para os
afro-descendentes: sempre estiveram por baixo, eram os invisíveis. Agora
se tornam visíveis, mostram a sua rica humanidade que lhes tinha sido
roubada e continua ainda a ser roubada. Dai que no carnaval mostram todo
o seu potencial criador. Bem dizia o Betinho: o carnaval carioca é a
nossa Mitsubishi.Quer dizer: tudo funciona maravilhosamente como
funciona a fábrica de automóveis japonesa.
4. Para finalizar e porque o carnaval é uma festa altamente
ligada ao prazer e a liberdade, direitos cada vez mais exigidos, por que
a condenação do prazer é algo tão marcante na vida religiosa? O vilão é
mesmo o prazer ou é o egoísmo, a falta de humanidade, de compaixão, de
respeito pelo próximo e pela vida? Por que tanta culpa pelo prazer? Por
que, afinal, o homem sente prazer.
R/ A essência do carnaval é tirar os super-egos castradores e
ordenadores da vida social. Eles são responsáveis pela ordem. A ordem
sempre impõe limites, cerceia o campo da liberdade, quando esta quer não
ter cerca nenhuma para se expressar. Quer espontaneidade e supõe
criatividade. É nesse âmbito que o ser humano se sente feliz. Porque há
um momento em que os controles caem e os homens da ordem não tem mais
poder para impor a ordem. Eles mesmos aproveitam a liberdade e tiram a
máscara. Viram gente, gente livre, que brinca, come e bebe sem se impor
ordem. O prazer é essencial na vida, também para as religiões, embora
tenham sublimado o prazer projetando-o no céu. Mas não existe céu sem
terra. O prazer começa no tempo e culmina na eternidade. Prazer é
irradiação da vida, a sensação de estar sem amarras e viver segundo seu
ritmo interior. A busca da droga se deve a isso: ela produz prazer.
Somente que este prazer é destrutivo. Para curar alguém da droga
precisa-se inventar outras fontes de prazer que não sejam destrutivas.
Qualquer outro método é condenado à ineficácia. O carnaval resgata os
direitos do prazer, do corpo embelezado, ou libertado de adereços e
roupas. O carnaval, de forma secular, nos lembra que o céu não é outra
coisa que um eterno e infinito carnaval de Deus e com Deus, onde o ser
humano pode ser radicalmente humano, por isso totalmente livre, livre
para plasmar a sua vida, construir a sua figura e viver de festa em
festa. A Igreja antiga, especialmente a oriental, a ortodoxa, elaborou
toda uma reflexão do céu como uma dança celeste e Deus como o Grande
Dançarino. Criou o universo num momento auge de sua dança: jogou para um
lado as galáxias, para outro as estrelas, depois inventou a fauna e a
flora e num passe mágico de dança, o ser humano. Tudo é fruto do Deus
dançarino. Não há festa sem bebida e sem comida. Elas expressam a vida.
Não bebemos nem comemos para matar a fome. Isso é outro momento. Bebemos
e comemos para celebrar. E toda festa tem que ter abundância de comida e
bebida, senão não é festa. Mesmo nas comunidades em que trabalhei,
muito pobres, as festas eram feitas com abundante pipoca e coca-cola, a
ponto de sobrar. Tem que sobrar senão a festa não é boa. O carnaval tem
sempre excessos. Mas eles não devem ser entendidos moralisticamente.
Eles tem uma função humana: violar a ordem, afastar os limites,
exorcizar os controles, pois tudo isso foi inventado pelos seres
humanos, especialmente, pelos que tem poder de se impor aos outros. No
carnaval se volta ao caos originário. Ele nunca é caótico, mas criativo.
No carnaval todos tem a sensação: finalmente estamos livres, podemos
viver como gostaríamos, podemos inverter os papéis porque eles não
passam de papéis. O carnaval é uma metáfora do que pode ser a
humanidade um dia reconciliada e feliz.
Mas como tudo o que é sadio pode ficar doente, assim no
carnaval há doenças no sentido de alguns extrojetarem seu exibicionismo,
se embebedarem em demasia e aproveitarem a liberdade reconquistada
para se vingar dos desafetos. Mas essa é uma patologia, uma doença. E
toda doença remete à saúde. Quer dizer, o carnaval é algo saudável
especialmente em sociedades de grande desigualdade. No carnaval as
desigualdades caem. Todos estamos juntos para festejar, comer e beber
numa ilimitada fraternidade.
Eu não posso me imaginar o céu senão como um eterno carnaval
ou então uma luminosa virada de ano na praia de Copacabana, na qual
todos se confraternizam, conhecidos e desconhecidos, chorando de alegria
pela beleza dos fogos. Quando alguém chega ao céu, imagino eu, Deus lhe
prepara como recepção um carnaval ou uma festa de virada de ano com
fogos e luzes sem fim. E a alegria começará e o bom é que será então
eterna. Bom carnaval para quem gosta.
A opinião do monge Marcelo Barros...
Quando o carnaval chegar - Marcelo Barros
Quinta-feira, 3 de março de 2011- Fonte -site do CEBI
Em várias regiões do Brasil, a expectativa do Carnaval é a de uma festa de liberdade e confraternização, mesmo se, cada vez mais, a sociedade do consumo é dominada pelo comércio de drogas, bebidas e exploração humana. Tradicionalmente, comunidades religiosas criam alternativas espiritualistas para preencher os dias de Carnaval. Ao contrário, grupos de tradição afro-descendente organizam blocos de Afoxé. Participam do Carnaval na comunhão do Espírito. Isso é importante e positivo porque a festa é uma dimensão fundamental da fé.
Em várias regiões do Brasil, a expectativa do Carnaval é a de uma festa de liberdade e confraternização, mesmo se, cada vez mais, a sociedade do consumo é dominada pelo comércio de drogas, bebidas e exploração humana. Tradicionalmente, comunidades religiosas criam alternativas espiritualistas para preencher os dias de Carnaval. Ao contrário, grupos de tradição afro-descendente organizam blocos de Afoxé. Participam do Carnaval na comunhão do Espírito. Isso é importante e positivo porque a festa é uma dimensão fundamental da fé.
Quem ama louva e quem louva festeja. Uma sociedade
massificante faz espetáculos. Uma comunidade faz festa. No espetáculo,
espectadores pagantes apreciam um show. Mesmo se interagem, continuam
sendo platéia. Na festa, ao contrário, todos são atores e protagonistas.
A festa cria envolvimento afetuoso e revela que cada um depende de
todos, na construção de um corpo comum. Por isso, a verdadeira festa,
mesmo se não tiver nada de explicitamente religioso, é profundamente
espiritual.
Alguém já comparou um desfile de escolas de samba ou
de bloco de carnaval de rua com uma grande liturgia. É claro que o atual
desfile carnavalesco está organizado como espetáculo. Nele, há
elementos negativos como o espírito de competição, uma exploração do
corpo humano como objeto de comércio, além da eventualidade de drogas,
abuso de bebidas e até violência. Mas, se até em celebrações religiosas
no templo, os profetas bíblicos denunciaram o risco do exibicionismo dos
sacerdotes, a hipocrisia de fingir santidade e a pouca relação entre
culto e justiça, não é de estranhar que em uma festa considerada
mundana, tenhamos de lutar contra elementos negativos.
Em um mundo que favorece o desamor e provoca tantos
casos de depressão, é urgente retomar o verdadeiro espírito da festa.
Roger Schutz, fundador e prior da comunidade ecumênica de Taizé, se
perguntava: "Se o espírito da festa desaparecer do mundo, como
sobreviverão as comunidades?". Há quem ligue a fé e a espiritualidade
com uma excessiva seriedade e ar de tristeza. No velho catolicismo
ibérico, predominam imagens do Senhor Jesus, amarrado no tronco de
torturas e coroado de espinhos. A figura de Maria é principalmente a de
Nossa Senhora das Dores. E os santos parecem todos grandes sofredores.
Não se trata de negar que, muitas vezes, esta vida é
mesmo um vale de lágrimas. Mas, temos de encontrar a forma de ser
felizes. Jesus disse que veio ao mundo para que a nossa alegria seja
completa (Cf. Jo 16 20 ss). Conforme o evangelho de Mateus, sua primeira
palavra pública foi um convite a sermos todos felizes, bem-aventurados.
Na tradição cristã, uma abadessa beneditina medieval, Santa Mectildes
nomeava Jesus como seu "companheiro de brincadeiras". E até hoje, no
Catolicismo popular, existem grupos de folia nos quais os foliões não
são os do Carnaval de agora, mas os devotos do Divino ou dos Santos
Reis.
A festa pode ter também uma dimensão profética de
antecipar o dia da vitória final contra todos os elementos negativos do
mundo. No começo dos anos 70, Cacá Diegues fez um filme chamado "Quando o
Carnaval chegar". Os atores eram, entre outros, Chico Buarque, Maria
Bethânia e Nara Leão. Em plena ditadura militar, o filme tomava o
Carnaval como símbolo da festa da libertação do povo e da vitória contra
a censura e as repressões. Até hoje, muita gente lembra disso ao cantar
a melodia do Chico: "Quem me vê assim, parado, distante, parece que eu
nem sei sambar. Tou me guardando pra quando o Carnaval chegar".
A ONU consagrou 2012 como o ano da valorização das
culturas africanas e do reconhecimento da dignidade das pessoas e
comunidades afro-descendentes. Neste último mês, no norte da África,
povos desarmados e principalmente jovens, através da internet,
conseguiram derrubar regimes ditatoriais fortemente armados e violentos.
Ao menos na Líbia, a repressão foi muito violenta e muita gente está
sendo morta. Mas, da parte do povo, há uma insistência nas manifestações
pacíficas, mas radicais: as pessoas só voltarão para casa quando se
sentirem representadas por governos democráticos e respeitadores da
dignidade humana. Também no Brasil, as comunidades afro-descendentes têm
se organizado e conquistado alguns direitos.
Quem sabe, neste Carnaval, possamos recuperar destas
sabedorias tradicionais a forma de fazer festa como celebração da vida e
acolher o outro como companheiro de caminhada para o grande Carnaval do
reinado divino no mundo.
Marcelo Barros é monge beneditino e colaborador do CEBI. Entre os seus vários livros estão: A dança do novo tempo, Parábolas do projeto divino no mundo, O Espírito vem pelas águas e A vida se torna Aliança.
Quando o carnaval chegar
[ Chico Buarque / 1972 ]
Para o filme Quando o carnaval chegar de Cacá Diegues
Quem me vê sempre parado, distante
Garante que eu não sei sambar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
E não posso falar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando
Que eu vou aturar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
[ Chico Buarque / 1972 ]
Para o filme Quando o carnaval chegar de Cacá Diegues
Quem me vê sempre parado, distante
Garante que eu não sei sambar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando
E não posso falar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo
Molhado de maracujá
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando
Que eu vou aturar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar
Tou me guardando pra quando o carnaval chegar
Assista o clip da música AQUI
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ANTES QUE CHEGUE A QUARTA-FEIRA
Pastor Mozart Noronha
07 de Fevereiro de 2016
07 de Fevereiro de 2016
Fomos, o Pastor Jose Kowalska
Prelicz, Leonir Knaul Kowalska, Ana Sophia Knaul Kowalska, a Diácona Vilma
Petsch e eu, um Pastor Emérito, todos pertencentes, com certo orgulho, à Santa,
Católica e Apostólica Igreja Evangélica de Confissão Luterana.
Todos nós tínhamos estado no
culto matutino e participado da Santa Comunhão, antecipada da Confissão
Comunitária, através da qual fomos absolvidos dos nossos pecados que na verdade
nem eram tantos.Eu,por exemplo,tinha passado a noite dormindo e entendo que
enquanto dormimos não cometemos pecados pois "...aos seu amados o Senhor
dá enquanto dormem".(Sl.127,2)
Convictos do perdão antecipado fomos
ver um pouco do famoso carnaval de rua em Ipanema. Vimos gente de todas as
cores, de todos os sexos com uma incrível variedade de fantasias. Alguns jóvens
me abordaram admirados e procuravam tocar nas minhas barbas pensando que eu
estava fantasiado de Papai Noel. Logo descobrimos que a multidão não nos
permitia caminhar pelas ruas e resolvemos voltar para casa de Deus onde Ele
permite que moremos. Entretanto estávamos todos fascinados com as pessoas que
passavam pela Rua Barão da Torre, número noventa e oito, onde está encravada a
Paróquia Bom Samaritano.
Fizemos uma rápida assembléia e
tomamos, por unanimidade, a decisão de colocarmos cadeiras na porta do templo
que fica protegido por um grande portão. A ideia que partiu do Pastor José Kowalska
e da Diácona Vilma foi de transformarmos a tarde de hoje em uma oportunidade
para evangelização dos carnavalescos.
O pastor abriu a porta principal
de igreja. Leonir, fiel à tradição sulista, trouxe chimarrão e têrêrê(não sei
como se escreve), Vilma contribuiu com várias cervejas,Ana Sophia sentada emsua cadeira de praia distribuindo
simpatia. Tudo estava preparado.Agora deveríamos esperar os
evangelisáveis. Foi um sucesso! Logo um rapaz parou em frente do templo e leu a
inscrição: Paróquia Bom Samaritano (IECLB). Do lado de fora sorriu e disse:
Sou um padre da Igreja Católica na Paraiba. Abri o portão e ele entrou. Logo lhe foi oferecida a cuia de chimarrão. Ele tomou um gole e não gostou. Eu como um pernambucano agauchado disse-lhe que ele tinha que beber até o fim. Ele fez a gentileza e bebeu tudo. Só que jurou por todos os santos jamais passar perto de um ritual chimarrônico. Chegou a vezde se agir de forma diaconal. Três ou quatro mocinhas pararam em frente do portão principal, uma olhou para nós com cara de desespero e pediu para entrar e fazer xixi. Eu abri o portão e lhe disse: Menina, "aqui você tem lugar", inclusive para fazer xixi!
Sou um padre da Igreja Católica na Paraiba. Abri o portão e ele entrou. Logo lhe foi oferecida a cuia de chimarrão. Ele tomou um gole e não gostou. Eu como um pernambucano agauchado disse-lhe que ele tinha que beber até o fim. Ele fez a gentileza e bebeu tudo. Só que jurou por todos os santos jamais passar perto de um ritual chimarrônico. Chegou a vezde se agir de forma diaconal. Três ou quatro mocinhas pararam em frente do portão principal, uma olhou para nós com cara de desespero e pediu para entrar e fazer xixi. Eu abri o portão e lhe disse: Menina, "aqui você tem lugar", inclusive para fazer xixi!
Ana Sophia a conduziu ao toalete.
Ela agradeceu o nosso gesto de termos aplicado a pastoral do apóstolo Tiago de
que a fé sem obras é morta e ganhou folhetos evangelísticos da Comunhão Martim Lutero. Uma moça que já tinha bebido
umas dez cervejas não teve tempo de pedir para ir ao banheiro, fez xixi na
frente do portão. Os dois pastores fecharam os olhos. Não recorreram à
conhecida "lei do xixi". Aproveitamos aqueles momentos para resolver
todos os problemas da nossa querida e amada Igreja Luterana(IECLB).
Amanhã estaremos no mesmo lugar e no mesmo horário. Fiquei pensando se no próximo ano não seria interessante que a paróquia organizasse um Bloco de Carnaval com o lema Salvos Por Graça e Fé. A Diácona Vilma seria a Porta Bandeira e o Pastor José o Mestre Sala.
Amanhã estaremos no mesmo lugar e no mesmo horário. Fiquei pensando se no próximo ano não seria interessante que a paróquia organizasse um Bloco de Carnaval com o lema Salvos Por Graça e Fé. A Diácona Vilma seria a Porta Bandeira e o Pastor José o Mestre Sala.
Opinião da página "Ocupa a Rede Globo"
Há quem diga que o carnaval brasileiro é sinônimo
de alienação, que é errado gostar de carnaval, que é um sintoma de nossa
passividade e falta de consciência política. Na verdade, o carnaval em si não
tem culpa de nada.
Ao contrário, é uma das (poucas) coisas que realmente nós,
brasileiros, sabemos fazer bem feito. O carnaval brasileiro é um patrimônio
nacional! Uma festa impregnada de solidariedade e humanidade, um dos raros
momentos em que nos despimos da rigidez diária e nos permitimos juntos a
celebrar a vida, misturando classes e culturas. Portanto, não se deixe
influenciar pelos que querem culpar o carnaval pelo que ele não tem culpa. Se
você é consciente, politizado, se se importa com este país, com nossa Pátria,
então, mais do que ninguém VOCÊ tem o direito de ser feliz.
Desejamos a todos um excelente carnaval, repleto de felicidade, humanidade,
respeito à diversidade. Aproveite a vida, esteja junto de quem você ama e, se
possível, vista sua fantasia, pois nesses dias, é o que nos resta, e estar
vivo... não tem preço!
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# 07 de fevereiro | Bloco EPC em Folia - Ano X#
Circo e Carnaval tem tudo a ver. São parceiros, brincantes e foliões em sua essência, e é com o espírito carnavalesco a mil que brindamos o Carnaval que se aproxima.
Com
tanta folia acumulada o ano inteiro por que esperar até o sábado de Zé
Pereira? Como todo bom folião o carnaval da EPC já começa na
quinta-feira, 07 de fevereiro, com muita animação do nosso bloco “EPC em Folia - ano X".
A
nossa história com o carnaval é de longa data e por isso que há dez
anos a Escola Pernambucana de Circo bota seu bloco na rua levando muito
frevo e alegria para seus amigos, educadores, parceiros, alunos,
moradores da comunidade da macaxeira e para quem quiser vir brincar
conosco.
Este
ano a programação está bem recheada. A concentração começa às 14h
com apresentações circenses, desfile do maracatu nação Esperança e
concurso infanto-juvenil de fantasias e máscaras artística.
O bloco arrasta os foliões pelas ruas da comunidades às 16h prometendo não deixar ninguém parado.
Este ano teremos a parceria da Escola Municipal Cecília Meirelles que celebrará junto conosco a chegada do carnaval.
Bote sua fantasia, traga sua alegria e vem brincar com a gente!!!
SERVIÇO:
Bloco EPC em Folia - ano X
07 de fevereiro de 2013
A partir das 14h
Saída às 16h pelas ruas da comunidade da macaxeira
Sede da Escola Pernambucana de Circo
No carnaval o que vale
FELICIDADE
Vinicius de Moraes / Antônio Carlos
Jobim
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta feira
Circo e Carnaval tem tudo a ver. São parceiros, brincantes e foliões em sua essência, e é com o espírito carnavalesco a mil que brindamos o Carnaval que se aproxima.
Com
tanta folia acumulada o ano inteiro por que esperar até o sábado de Zé
Pereira? Como todo bom folião o carnaval da EPC já começa na
quinta-feira, 07 de fevereiro, com muita animação do nosso bloco “EPC em Folia - ano X".
A
nossa história com o carnaval é de longa data e por isso que há dez
anos a Escola Pernambucana de Circo bota seu bloco na rua levando muito
frevo e alegria para seus amigos, educadores, parceiros, alunos,
moradores da comunidade da macaxeira e para quem quiser vir brincar
conosco.
O bloco arrasta os foliões pelas ruas da comunidades às 16h prometendo não deixar ninguém parado.
Este ano teremos a parceria da Escola Municipal Cecília Meirelles que celebrará junto conosco a chegada do carnaval.
Bote sua fantasia, traga sua alegria e vem brincar com a gente!!!
SERVIÇO:
Bloco EPC em Folia - ano X
07 de fevereiro de 2013
A partir das 14h
Saída às 16h pelas ruas da comunidade da macaxeira
Sede da Escola Pernambucana de Circo
No carnaval o que vale
FELICIDADE
Vinicius de Moraes / Antônio Carlos
Jobim
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta feira
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta feira
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