Não
lembro o dia e nem o ano, mas possivelmente foi no ano de 1993, era um
final de tarde quando assisti a um ensaio aberto da banda meninos do
B.A, realizado na esquinas das ruas Groenlândia e Costa Rica no Bairro América, em frente a casa do menino maestro prodígio
Ito Evangelista e a emoção que senti foi grande. Pela primeira vez
contemplava um momento de ensaio público em que o grupo tocava e
acompanhava o canto da voz madura de Idelvan (Birro) outro menino
prodígio. Tempos de canções do bloco Olodum como campeãs de sucesso em emissoras de rádio.
Das lembranças sonoras que trago desse dia, são mais fortes as canções
Rosa, “ Ai se não me desse o seu amor, o que seria de mim deus meu? O que seria de mim? Ai se não me desse o seu calor. "
Deusa do Amor é outra lembrança especial, “Tudo fica mais bonito quando você está por perto, você me levou ao delírio por isso eu confesso, os seus beijos são ardentes, quando você se aproxima o meu corpo sente"
E por último, a forte canção Protesto Olodum: “Força e pudor, liberdade ao povo do Pelô, mãe que é mãe no parto sente dor e lá vou eu. Nordestópia , na Bahia existe etiópia, pro nordeste o país vira as costas e lá vou eu. “
Importante lembrar, eram tempos do governo FHC e não de Lula presidente, quando o nordeste passou a ser considerado fonte de desenvolvimento, criatividade e esperança para a nação.
Mas essa história de banda não começa no ano de 1993 evidentemente, não como essa que assisti na esquina das ruas formada por instrumentos oficiais. Essa história começa como banda de lata em meados de 1988, e será contada com mais detalhes no livro em tela.
Deusa do Amor é outra lembrança especial, “Tudo fica mais bonito quando você está por perto, você me levou ao delírio por isso eu confesso, os seus beijos são ardentes, quando você se aproxima o meu corpo sente"
E por último, a forte canção Protesto Olodum: “Força e pudor, liberdade ao povo do Pelô, mãe que é mãe no parto sente dor e lá vou eu. Nordestópia , na Bahia existe etiópia, pro nordeste o país vira as costas e lá vou eu. “
Importante lembrar, eram tempos do governo FHC e não de Lula presidente, quando o nordeste passou a ser considerado fonte de desenvolvimento, criatividade e esperança para a nação.
Mas essa história de banda não começa no ano de 1993 evidentemente, não como essa que assisti na esquina das ruas formada por instrumentos oficiais. Essa história começa como banda de lata em meados de 1988, e será contada com mais detalhes no livro em tela.
Dança era pra menina. Banda era pra menino.
"Fiquei na banda afro mirim pouco tempo. Para mim era normal
brincar no meio dos meninos, jogar bola. E hoje eu sou mulher, não deixei de
ser mulher por causa disso. Mas aí quando entrei na banda, onde só tinha menino
, uma menina ficou de mangação comigo
por causa disso. Aí eu peguei e saí da banda. E por eu ser menina, o adolescente instrutor
que ensinava a tocar também me ignorava,
não me dava muita atenção. Por isso fiquei somente na turma de dança mirim, das meninas menores." Depoimento de Jaqueline Andrade dos Anjos, que na época, 1994, contava com 11 anos de idade.
Pequeno exemplo de um fato que ocorreu em uma
iniciativa socio-educativa-cultural dos anos de 1990, mostrando de forma
prática porque se faz necessário a
discussão das questões de gênero nas
escolas e em iniciativas
semelhante ao projeto Reculturarte, tomando como base o que acontece no
cotidiano escolar, familiar e comunitário, no campo das relações entre meninos e meninas, entre homens e mulheres. Naquele tempo, essa discussão não foi tão fortalecida como tema prioritário. Mesmo assim, muitas meninas e meninos, quando participaram do projeto conseguiram crescer, evoluir e se relacionam bem com essa questão nos dias de hoje. Já outros demonstram, manter resquicios da cultura machista patriarcal que estrutura a sociedade brasileira desde a fundação do Brasil.
A partir dessa declaração, traremos o tema relações de gênero no projeto e depois, como destaque nos encontros de entrevista coletiva, pós entrevistas individuais, previstos para acontecer em março e abril de 2019.
Zezito de Oliveira - Pesquisador e produtor do texto para o livro em tela.
A partir dessa declaração, traremos o tema relações de gênero no projeto e depois, como destaque nos encontros de entrevista coletiva, pós entrevistas individuais, previstos para acontecer em março e abril de 2019.
Zezito de Oliveira - Pesquisador e produtor do texto para o livro em tela.
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Por que precisamos discutir gênero nas escolas?
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