sábado, 20 de setembro de 2025

Angêla Rô Rô, Mônica e uma bela canção de protesto da década de 1980 contra o feminicidio..

  *“MORREU VIOLENTADA PORQUE QUIS ” — a frase cruel que marcou o caso Mônica Granuzzo*

Fonte: Página Mari Batista no facebook


Em 1985, o Brasil vivia tempos de mudanças. O fim da ditadura militar se aproximava, Tancredo Neves havia morrido antes de assumir a presidência, os jovens respiravam mais liberdade e o *Rock in Rio* agitava o país. Mas nesse mesmo ano, um crime brutal interrompeu a vida de uma adolescente de apenas 14 anos: Mônica Granuzzo.

👧 Mônica morava no bairro Humaitá, no Rio de Janeiro, com sua mãe, Marieta. Era uma menina estudiosa, ingênua, sonhadora, que adorava dançar e curtir a vida com amigos. Apesar da idade, era madura o suficiente para saber o que queria — e o que não queria.

🎶 Frequentava a danceteria *Mamão com Açúcar*, point dos adolescentes cariocas da época. Foi lá que conheceu *Ricardo Peixoto*, um rapaz de 22 anos que se apresentou mentindo: dizia ter 17. Bonito, modelo fotográfico, mas envolvido com drogas, prostituição e más companhias.

Dias depois, Ricardo ligou convidando Mônica para sair. Ela hesitou — precisava estudar. Mas acabou cedendo. Antes de irem à pizzaria, Ricardo a convenceu a passar em seu apartamento “para pegar um casaco” e conhecer seus supostos pais. Mônica nunca mais voltou para casa.

🚨 Dois dias depois, seu corpo foi encontrado enrolado em um cobertor vermelho, numa ribanceira da Estrada Dona Castorina, na Tijuca. A perícia mostrou que ela havia sido *espancada, abusada e arremessada do sétimo andar*.

Ricardo alegou uma versão absurda: disse que Mônica teria se revelado “travesti”, que ele teria “sentido nojo” e que ela mesma teria se jogado da varanda. Uma desculpa cruel, sem sentido.

Segundo o Ministério Público, a verdade era clara: Mônica foi torturada, abusada e assassinada por Ricardo, com a ajuda dos amigos Alfredo e Renato, que ajudaram a ocultar o corpo.

⚖️ Em 1990, os três foram a júri popular. Ricardo foi condenado a 20 anos de prisão, mas cumpriu apenas 8 em regime fechado. Alfredo e Renato pegaram apenas 1 ano e meio, em liberdade condicional.

📢 O caso gerou enorme repercussão. A mãe e o pai de Mônica lideraram protestos por justiça. A atriz *Daniela Perez*, ainda adolescente, chegou a ir às ruas com cartazes — ironicamente, anos depois, seria também vítima de feminicídio.

Enquanto a família lutava, parte da elite carioca atacava: diziam que “Mônica morreu porque quis”. Um poderoso da época chegou a chamar o pai dela de “palhaço” por insistir em buscar justiça. Em resposta, ele foi a um protesto com o rosto pintado, segurando cartazes contra a impunidade.

🎵 A indignação foi tão grande que até a cantora *Angela Ro Ro* compôs a música “Mônica”, denunciando a violência e a injustiça.

📌 E o destino dos envolvidos?

* Ricardo Peixoto, o assassino, hoje dá *aulas de vôlei de praia para adolescentes em Ipanema*, mas nunca comenta o caso.

* Alfredo morreu jovem, em 1992, vítima de uma parada cardíaca.

* Renato se tornou executivo em uma multinacional.

👩‍🦰 Já Mônica Granuzzo... teve a vida interrompida brutalmente aos 14 anos. Um símbolo da violência contra meninas no Brasil e da impunidade de quem tem dinheiro e poder.

#CasoMônicaGranuzzo #Justiça #CrimesQueChocaramOBrasil #TrueCrime #ViolênciaContraMulheres 


Garota, não vá se distrair
E acreditar que o mundo vive
A inocência desse teu olhar
Você se engana e se dá mal
Com tipinho anormal
E a sociedade vai te condenar

Morreu violentada porque quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz
Calada, acuada, castrada
Morreu violentada porque quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz

Agora não dá mais para sonhar
O seu diário na TV
Não há segredos mais pra ocultar
Todos vão saber que era criança
E que amava muito os pais
Que tinha um gato e outros pecados mais

Morreu violentada porque quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz
Calada, acuada, castrada
Morreu violentada porque quis
Saía, falava, dançava
Podia estar quieta e ser feliz

Aída Curi era rock
Aracelli, Balão Mágico
Cláudia Lessin, a geração de Reich
O que eu não vou classificar
É a dor do pai, a dor da mãe
Que ela poderia ser, mas não vai

Queremos o seguinte no jornal
Quem mata menina se dá mal
Sendo gente bem ou marginal
Quem fere uma irmã tem seu final
Queremos o seguinte no jornal
Quem mata menina se dá mal
Sendo gente bem ou marginal
Quem fere uma irmã tem seu final
Quem mata menina se dá mal
Quem mata menina
Quem mata menina
Quem mata menina
(Quem mata menina)

Morre Angela Ro Ro, ícone da MPB, aos 75 anos no Rio de Janeiro
Cantora morreu no Rio e deixa legado de mais de dez discos e parcerias com nomes como Cazuza e Maria Bethânia
08 de setembro de 2025, 14:34 h
247 - A cantora e compositora Angela Ro Ro morreu nesta segunda-feira, 8 de setembro de 2025, aos 75 anos, no Rio de Janeiro. Segundo o Metrópoles, ela apresentou uma nova infecção e não resistiu a uma parada cardíaca. A artista estava internada desde junho e chegou a passar 21 dias na UTI, após complicações que exigiram intubação e a realização de traqueostomia. No início de agosto, ela voltou a falar e lançou um site para receber doações, em meio a dificuldades financeiras.
A cantora, cujo nome de registro é Angela Maria Diniz Gonsalves, vivia há meses uma situação delicada: sem aposentadoria, contava com cerca de R$ 800 por mês de direitos autorais para custear despesas, inclusive as médicas. O cenário levou amigos, fãs e produtores a se mobilizarem para ajudar no tratamento.
Nascida no universo musical da década de 1970, Angela Ro Ro firmou-se rapidamente entre os nomes essenciais da música popular brasileira. Com timbre encorpado, interpretação intensa e postura artística sem concessões, emplacou canções como “Amor, Meu Grande Amor”, “Compasso” e “Fogueira”, além de parcerias marcantes com Maria Bethânia e Cazuza.
Ao longo de mais de dez álbuns, construiu uma obra autoral que mescla romantismo, melancolia e contundência. Sua presença em palco — ora explosiva, ora contida — moldou uma estética própria, facilmente reconhecível na forma de cantar e de compor. Foi também pioneira ao assumir publicamente sua sexualidade em período conservador, gesto que ajudou a abrir caminhos para novas gerações de artistas e fãs.
Mesmo com a saúde fragilizada, mantinha-se próxima do público, recorrendo às redes e a iniciativas de arrecadação para enfrentar a crise financeira e as sucessivas internações. A despedida, agora confirmada, provoca comoção entre colegas de profissão e admiradores que a acompanham desde os primeiros discos e também os que a descobriram em fases mais recentes da carreira.
Nascida no universo musical da década de 1970, Angela Ro Ro firmou-se rapidamente entre os nomes essenciais da música popular brasileira. Com timbre encorpado, interpretação intensa e postura artística sem concessões, emplacou canções como “Amor, Meu Grande Amor”, “Compasso” e “Fogueira”, além de parcerias marcantes com Maria Bethânia e Cazuza.
Ao longo de mais de dez álbuns, construiu uma obra autoral que mescla romantismo, melancolia e contundência. Sua presença em palco — ora explosiva, ora contida — moldou uma estética própria, facilmente reconhecível na forma de cantar e de compor. Foi também pioneira ao assumir publicamente sua sexualidade em período conservador, gesto que ajudou a abrir caminhos para novas gerações de artistas e fãs.
Mesmo com a saúde fragilizada, mantinha-se próxima do público, recorrendo às redes e a iniciativas de arrecadação para enfrentar a crise financeira e as sucessivas internações. A despedida, agora confirmada, provoca comoção entre colegas de profissão e admiradores que a acompanham desde os primeiros discos e também os que a descobriram em fases mais recentes da carreira.

Ouça a história e músicas de Ângela Rô Rô AQUI


Ângela Ro Ro tinha uma bela voz, de timbre inconfundível, e foi compositora inspirada. Emplacou menos sucesso do que seu talento merecia. Certamente por causa do temperamento tempestivo. A imprensa passou a dar mais vitrine pros rompantes de Angela do que à música.
O primeiro deles tornou-se um estigma que ela carregou vida afora. Em1980, foi assistir a um show de Zizi Possi, de quem foi namorada. De repente, Ro Ro invadiu o palco, e bradou: "Esta mulher já foi minha". Foram dois escândalos. O primeiro é óbvio. O segundo foi o ótimo álbum que Ângela Ro Ro lançou com o título de Escândalo, música de Caetano Veloso inspirada pelo episódio.
Entrevistei Ro Ro em 2017, quando lançou  seu último disco de estúdio, Selvagem (Biscoito Fino). O trabalho tem apenas ela e o produtor Ricardo McCord (também parceiro em quatro faixas). Boa parte dos artistas dá entrevistas como se tivesse sido obrigado. Ro Ro não. Falava e muito. Esclareceu o motivo de ter desacelerado a carreira em 1993. Entre outros fatores estava a obesidade: “Perdi 65 quilos, e estou com 66 anos” Feliz da Vida, o disco anterior, tinha a ver com a cantora estar realmente de bem com a vida, depois de se livrar do alcoolismo, e todas as drogas lícitas e ilícitas: “Sem dúvida alguma, quando se perde obesidade, ganha-se uma vida a mais. Não fiz bariátrica, com todo respeito a quem precisa.Vivo minha vida, não sei o que é politicamente correto, não me importo com estas besteiras”.
Diplomaticamente, evitou falar de suas aprontações e dos porres homéricos nos anos 80. Porém não dourava a pílula nem endossava mitos sobre ela, como por exemplo, ter integrado o grupo dos tropicalistas em exílio londrino. Passou pela turma, mas não pertenceu a ela (...) Leia mais no link:  AQUI






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