Por Zezito de Oliveira
Já imaginaram quantos mortos teriam o país , caso as coisas tivessem dado certo para Bolsonaro e sua entourage ou entorno mais próximo ? Além da morte anunciada de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes? Qual seria o número de pessoas desaparecidas, exiladas e presas, sem direito ao processo legal que Bolsonaro e seu séquito mais próximo estão tendo? Sem contar a quantidade de desconfiança e delações que criaria um clima extremamente tóxico no campo das relações entre familiares, vizinhos, colegas de trabalho ou de escolas e universidades, irmãos nas igrejas e etc?
Para se conhecer mais fundo essa figura repugnante... Recomendo!!! (Prof.º Romero Venâncio)E como não lembrar de outros dois 11 de setembro, mas com final trágico, ao contrário desse nosso 11 de setembro também histórico para nós brasileiros, neste caso o 11 de Setembro de 1973, queda do presidente Allende no Chile, com apoio substancial dos EUA, e o atentados as torres gêmeas também em 11 de Setembro nos EUA, mas no ano de 2001.
E como evitar a tentativa de golpe outra vez? De militares inspirados nas ideias dessa turma que conspirou, que planejou atentados, como o do Riocentro em 01 de maio de 1981 e o que matou a secretária da OAB Lyda Monteiro da Silva, que morreu num atentado a 27 de agosto de 1980 após a explosão de uma carta-bomba enviada ao presidente da Ordem dos Advogados, que visava o regime militar.
Tudo isso em pleno regime militar e mais, que não traremos para cá, a fim de não alongar esse artigo, como iniciativa do grupo chamado "linha dura" que não aceitava a abertura do regime, defendida por um outro grupo de militares que estavam no governo, sendo presidente a época, o general João Batista de Figueiredo, fazendo este o papel de militar favorável a abertura, meio a contra gosto.
O ex-presidente Bolsonaro e o general Augusto Heleno são ligados ao primeiro grupo, e não à toa, quem conhece minimamente a História contemporânea do Brasil deve saber de continuidade disso anos depois, com a manifestação de Bolsonaro em favor da explosão de bombas, o qual conforme a revista Veja, em 25 de outubro de 1987, em matéria intitulada de "Pôr bombas nos quartéis" afirmava este e o capitão Fábio Passos da Silva, planejavam explodir bombas em várias unidades militares do Rio de Janeiro de modo a protestar contra a prisão do capitão Sadon Pereira Filho que entregara a seus superiores um manuscrito reivindicando melhores salários.
Para não ficar dúvidas sobre como Bolsonaro pensa de forma sincera os conceitos de democracia, respeito à vida, direitos humanos e liberdade, basta lembrar a declaração absurda que fez como deputado (sic) em 1999. “Através do voto você não vai mudar nada nesse país, nada, absolutamente nada! Só vai mudar, infelizmente, se um dia nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro, e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando com o FHC, não deixar para fora não, matando! Se vai morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente.”
E a tentativa recente fracassada de atentado a bomba ao aeroporto de Brasilia em 22 de dezembro de 2022? Segundo o portal Metropoles. "Era manhã do dia 24 de dezembro quando a notícia de que uma bomba havia sido acoplada a um caminhão-tanque, abastecido com 60 mil litros de querosene de aviação, que ia entrar na área do terminal. O veículo entraria no aeroporto da capital com o explosivo no mesmo momento em que centenas de famílias desembarcavam e embarcavam para encontrar seus parentes em outros estados ou países. Seria uma tragédia se o detonador não tivesse falhado. A justificativa para tentar explodir um caminhão-tanque no aeroporto da capital do Brasil era política. Insatisfeitos com a eleição do petista Luiz Inácio Lula da Silva, bolsonaristas queriam mudar o resultado das eleições gerais de 2022 espalhando o caos no país."
Ao saber desse atentado não poderíamos deixar de lembrar o atentado a bomba no Riocentro, o qual poderia ter levado a minha vida ou ter me deixado vivo mas com sequelas, como a muitos dos cerca de 20 mil pessoas, a maioria adolescentes e jovens como este que escreve à época, presentes ao local.
O atentado fracassado a um show no Riocentro em comemoração ao dia do trabalhador de 1980 e para apoio ao fundo de greve dos sindicatos que enfrentavam o empresariado e a ditadura militar de então, em especial os sindicatos do ABC, como citado, foi obra de setores da linha dura do Exército insatisfeitos com a abertura no governo Figueiredo. A bomba explodiu dentro do carro Puma onde estavam o sargento Guilherme Pereira do Rosário e o capitão Wilson Dias Machado. Era uma ação articulada para atribuir o atentado a grupos de esquerda. A investigação levou à renúncia do general Golbery do Couto e Silva, então chefe da Casa Civil da presidência. Quatro anos depois do atentado, terminava o governo militar. O caso faz parte de uma tradição de criar clima de insegurança para justificar repressão e fechamento político, como no famoso Plano Cohen (1937) e o caso Para-Sar (1968).
Mas deu tudo errado e dois militares, um sargento acabou morto e um capitão foi ferido, quando a bomba que transportavam explodiu por acidente no colo do sargento, ainda dentro do carro, enquanto ajustavam o detonador.
O capitão não foi expulso do exército e foi promovido a general, comprovando a conivência do exército com o atentado e a tentativa de assassinato dos civis. Houve um pacto onde o exército protegeu o capitão e, ao mesmo tempo, o capitão protegeu o exército.
O caso foi abafado pelo Exército em menos de um ano e, como sempre aconteceu na história do Brasil até antes de hoje, 11 de setembro de 2025, nenhum militar foi punido.
E nem só por causa desse atentado do Riocentro, o caso Para-Sar, pretendia levar para os ares o viaduto do Gasômetro no Rio de Janeiro, o que não aconteceu, graças a um capitão corajoso e consciente que enfrentou um brigadeiro golpista de tradição, na explosão, morreriam milhares de trabalhadores que estariam retornando pra casa após mais uma jornada laboral.
Mas, nenhum militar foi punido, vírgula, neste caso houve punição ao militar, porém ao capitão Sérgio Macaco, punido por ser corajoso e consciente, ao contrário do brigadeiro da Força Aérea Brasileira João Paulo Moreira Burnier, o qual além de golpista, também agente torturador.
Quanto a pergunta
"E como evitar, ou prevenir, a tentativa de golpe outra vez?". Fazer o que fez o
STF neste 11 de setembro de 2025 é um grande passo, mas insuficiente.
Ao fim e a cabo, precisamos nos engajar nas próximas eleições para eleger, além do presidente Lula, uma bancada maior de parlamentares do campo progressista e de esquerda, neste dois casos, os melhores posicionados, quando houver disputa dentro destes dois campos, progressistas mais moderados e os radicais mais a esquerda, como fizeram os franceses nas últimas eleições legislativas.
E realizar e/ou participar das muitas iniciativa pedagógicas, culturais e políticas que nos lembrem da importância de vivermos em um país democrático, diverso e plural e que sempre busca a justiça social e ambiental, assim como um país que valoriza a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia. O próprio show 01 de maio, realizado em dois momentos, foi/é um exemplo disso
Reitero, este julgamento no STF é um grande passo a frente no Brasil que pode ser, mas ainda precisando de muito conhecimento histórico, consciência de classe e interpretação de texto, para vir a ser com a potência que traz.
P.S.: 1 - Sobre depoimento em primeira pessoa acerca do show do Riocentro em 1981 vou escrever mais a frente, e será um texto em conjunto com uma colega professora da Universidade Federal Fluminense. O segundo que pretendemos escrever em conjunto. O primeiro pode ser conferido
AQUI
Sobre este mesmo assunto há uma postagem aqui no blog que vale a pena conferir.
É grave e parece a tentativa de repetir um filme antigo.... Como o primeiro, este também não deu certo,, ainda bem.. Mas será preciso ficarmos atentos e fortes....
Quem esteve presente aquele momento e quiser enviar depoimento, pode enviar para o email zezitodeoliveira@gmail,com, que publicaremos aqui no blog, em sequência ao texto da minha autoria e da colega citada . P.S.: 2 - Após a publicação desse artigo encontro publicado no perfil de um amigo no facebook, a canção símbolo daqueles anos, destes e dos anos que virão, de um artista,
Ivan Lins, que fez parte do cast dos artistas convidados para os shows 01 de maio, e que se apresentaram sem cachê. Ouça/Assista a canção
AQUINo novo tempo
Apesar dos castigos
Estamos crescidos
Estamos atentos
Estamos mais vivos
Pra nos socorrer
Pra nos socorrer
Pra nos socorrer
No novo tempo
Apesar dos perigos
Da força mais bruta
Da noite que assusta
Estamos na luta
Pra sobreviver
Pra sobreviver
Pra sobreviver
Pra que nossa esperança
Seja mais que vingança
Seja sempre um caminho
Que se deixa de herança
No novo tempo
Apesar dos castigos
De toda fadiga
De toda injustiça
Estamos na briga
Pra nos socorrer
Pra nos socorrer
Pra nos socorrer
No novo tempo
Apesar dos perigos
De todos os pecados
De todos enganos
Estamos marcados
Pra sobreviver
Pra sobreviver
Pra sobreviver
Pra que nossa esperança
Seja mais que vingança
Seja sempre um caminho
Que se deixa de herança
No novo tempo
Apesar dos castigos
Estamos em cena
Estamos na rua
Quebrando as algemas
Pra nos socorrer
Pra nos socorrer
Pra nos socorrer
No novo tempo
Apesar dos perigos
A gente se encontra
Cantando na praça
Fazendo pirraça
Pra sobreviver, ah
Pra sobreviver
Pra sobreviver
P.S.: 3 - Em resposta ao artigo acima recebi de Edidelson Silva, conceituado chargista e pintor sergipano, o seguinte:
P.S.: 4 - Já ontem, o amigo Pe. Soares, logo após o resultado do julgamento me envia canção do amigo e cantautor cearense Zé Vicente.
Tambores de Palmares. Ouça AQUI E agora a pouco me lembre de outra, do mesmo cantautor.
Eis nós aqui de novo. Ouça AQUI
P.S.: O dia em que Bolsonaro foi preso, 39 anos atrás. BBC-Brasil. AQUI
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