Lula celebra Silvio Tendler: 'Nunca deixou de mostrar ameaças autoritárias'
Cineasta de 75 anos morreu nesta sexta-feira (5). Autor de documentários fundamentais, como "Jango" (1984), diretor recebeu de Lula a Ordem do Mérito Cultural, em maio deste ano
Silvio Tendler, um dos maiores documentaristas do Brasil, faleceu nesta sexta-feira, 5 de setembro, deixando uma obra fundamental para entendermos nosso país. Em seus filmes, soube resumir e explicar importantes momentos de nossa história, como os governos de Juscelino Kubitschek e João Goulart e a trajetória de Tancredo Neves durante a redemocratização.
Tendler nunca deixou de valorizar a democracia, nem de mostrar as ameaças autoritárias que insistem em ressurgir em nossa história. Sempre teve um olhar social agudo e o anseio por um desenvolvimento com justiça social. Pela sua importância para nosso país, tive a honra condecorá-lo com a Ordem de Rio Branco, em 2006, e do Mérito Cultural, agora em 2025.
Deixo meus sentimentos e minha solidariedade aos seus familiares e amigos.
Luiz Inácio Lula da Silva,
presidente da República
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A Fundação Nacional das Artes (Funarte) também divulgou nota sobre Tendler:
"A Funarte reverencia a vida e a obra do cineasta, historiador e professor carioca Silvio Tendler (1950-2025), um dos maiores documentaristas brasileiros, falecido em sua cidade natal neste 5 de setembro. Conhecido como “cineasta dos sonhos interrompidos”, por ter registrado a história de pessoas que tiveram suas trajetórias encurtadas pela repressão ou morte precoce, ele deixa um acervo com mais de 70 filmes e mais de 10 séries televisivas, feitos em mais de 50 anos de carreira. João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Marighella e Glauber Rocha foram algumas das personalidades retratadas em sua obra, compartilhando com o mundo a memória histórica e as lutas do Brasil.
Entre as inúmeras homenagens atribuídas pelo seu trabalho, em maio deste ano, Silvio Tendler recebeu das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Cultura Margareth Menezes a medalha de Comendador da Ordem do Mérito Cultural, maior honraria concedida a artistas pelo Estado Brasileiro.
A Funarte se solidariza com familiares, amigos, admiradores e toda comunidade do cinema brasileiro, e aplaude toda a contribuição artística e política dada ao nosso país."
Leitura-base para a live em Homenagem à memória de Silvio Tendler e seu cinema documental. Às 20h no Instagram romerojunior4503
Ator Orlando Vieira morre aos 94 anos em Aracaju
Morre o ator sergipano Orlando Vieira, aos 94 anos, em Aracaju
Por Redação do Portal A8SE
05/09/2025 13h37
O ator sergipano Orlando Vieira morreu, aos 94 anos, na manhã desta sexta-feira (5), em Aracaju. Natural de Capela, ele foi um dos principais nomes das artes cênicas de Sergipe, com carreira marcada por trabalhos no cinema, teatro e televisão.
Trajetória
Orlando começou a se dedicar à atuação ainda jovem e construiu uma trajetória reconhecida pela versatilidade e pelo compromisso com a cultura nordestina.
No cinema, participou de produções como Sargento Getúlio (1983), ao lado de Lima Duarte, papel que lhe rendeu o troféu Kikito no Festival de Gramado, em 1983. Também integrou o elenco de Quem Matou Pixote?, Narradores de Javé, Aos Ventos que Virão e do filme sergipano A Última Semana de Lampião.
Na televisão, atuou em produções como Tereza Batista, Uma Mulher Vestida de Sol e Irmãos Coragem (1994). No teatro, participou de montagens desde os anos 1960.
Ao longo da carreira, foi homenageado por instituições culturais e teve seu nome dado ao Núcleo de Produção Digital de Aracaju, em reconhecimento à contribuição para a formação de novos artistas e realizadores.
Prefeitura de Aracaju lamenta o falecimento do ator Orlando Vieira
Agência Aracaju de Notícias
05/09/2025 14h56
A prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, e secretário municipal de Cultura de Aracaju, Paulo Corrêa, manifestam profundo pesar pelo falecimento do ator Orlando Vieira.
Natural, da cidade de Capela e realizou trabalhos de destaque no teatro, cinema e TV. Em obras como o filme "Sargento Getúlio" que esse sergipano ganhou o maior reconhecimento nacional para o artista, com o troféu Kikito, no Festival de Gramado, em 1983. Ainda não foram divulgados horário de velório e sepultamento.
Neste momento de dor, a Prefeitura se solidariza com familiares, amigos, colegas de profissão e todos aqueles que conviveram com Orlando Vieira, reconhecendo sua contribuição à teledramaturgia nacional. Que sua memória siga como inspiração para as futuras gerações de atores.
O Núcleo de Produção Digital (NPD) Orlando Vieira foi um projeto cultural e educativo vinculado à Prefeitura de Aracaju (SE) e à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). Sua importância reside no fomento à produção audiovisual sergipana, na formação de novos realizadores e na promoção da inclusão digital e cultural. Abaixo, detalho suas principais contribuições e o que aconteceu com ele:
📌 Importância do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira:
Fomento ao Audiovisual Sergipano
O NPD foi criado em 2006 como parte da Rede Olhar Brasil, um programa federal do extinto Ministério da Cultura (MinC). Seu objetivo era capacitar novos realizadores, requalificar profissionais do mercado e promover a inclusão digital de jovens, além de divulgar a produção audiovisual local além das fronteiras estaduais .
Formação e Capacitação
Ofereceu oficinas, cursos e editais para formação técnica em audiovisual, como a Oficina de Realização em Cinema ministrada por profissionais renomados, como o diretor Anderson Craveiro . Também lançou editais para incentivar produções independentes, como o Edital de Oficinas Audiovisuais nos CEUs (Centros de Artes e Esportes Unificados) .
Exibição e Difusão Cultural
Possuía uma sala de exibição com capacidade para 89 pessoas, equipada com tecnologia digital 5.1 e projeção HD/3D. Era um espaço crucial para exibir curtas e documentários sergipanos, que muitas vezes não tinham espaço em circuitos comerciais . Eventos como o "Ocupe a Praça Orlando Vieira" exibiam filmes e promoviam debates .
Preservação da Memória Audiovisual
Digitalizou e preservou acervos de artistas locais, como o do ator Orlando Vieira, homenageado pelo projeto. Isso incluía fotos, documentos e filmes que marcavam a história do cinema sergipano .
Inclusão Social e Empoderamento
Priorizou ações afirmativas, como a reserva de vagas para mulheres cisgênero e trans/travestis em editais, e atuou em comunidades de alta vulnerabilidade social, usando a arte e a cultura como ferramentas de transformação .
📌 O que Aconteceu com o Núcleo:
Abandono e Sucateamento
A partir de 2013, o NPD enfrentou dificuldades devido ao desinteresse da gestão municipal da época. Equipamentos ficaram inutilizados, projetos foram engavetados, e circulavam rumores sobre seu fechamento .
Mudança de Sede
Em 2014, o Núcleo foi transferido para o Centro Cultural de Aracaju (antigo prédio da Alfândega), onde teve seu espaço reduzido, mas seguiu com atividades esporádicas, como mostras de cinema e oficinas .
Tentativas de Reativação
Em 2017, houve esforços para reativar o projeto com apoio da nova gestão municipal. A coordenadora Carol Westrup mencionou investimentos em equipamentos e convênios, além da retomada de atividades formativas e de exibição .
Atividades Recentes
Em 2019, o NPD celebrou 13 anos com uma programação especial, incluindo o "Mês Orlando Vieira", seminários sobre mulheres no audiovisual e lançamento de editais . Também participou de eventos externos, como a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis .
Situação Atual
Não há informações recentes (pós-2019) sobre o NPD, mas é provável que ainda exista de forma limitada, integrado ao Centro Cultural de Aracaju. Seu legado permanece através de projetos digitais e acervos preservados .
💎 Conclusão:
O NPD Orlando Vieira foi um projeto pioneiro no fomento ao audiovisual sergipano, mas enfrentou altos e baixos devido a mudanças políticas e falta de investimento contínuo. Apesar disso, seu legado inclui a formação de profissionais, a preservação da memória cultural e a promoção de inclusão social através da arte. Para informações atualizadas, recomenda-se contatar diretamente a Funcaju ou o Centro Cultural de Aracaju.
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