"Domingão histórico na Avenida Atlântica, praia de Copacabana (Rio de Janeiro), tomada por uma multidão de manifestantes que viu-ouviu emocionada um grupo expressivo dos seus mais queridos artistas-trovadores - alguns deles presentes na famosa passeata dos 100 mil em 1968 (na Avenida Getúlio Vargas, Rio de Janeiro), protestando contra a ditadura militar."
Álvaro Pantoja Leite no facebook
Ao ver Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Djavan descendo de uma Van para o ato no Rio de Janeiro contra a PEC DA BANDIDAGEM e a ANISTIA AOS FASCISTAS, fiquei admirado e comovido com o esforço de todos eles. Hoje cedo recebi uma mensagem de um amigo me dizendo exatamente isso: “Nossos ídolos ainda são os mesmos”.
Verdade, em outros lugares ainda tivemos gente de nome do mundo artístico, como Daniela Mercury e Wagner Moura em Salvador, em algum outro lugar ainda estava o Lenine. Parece que a Anita também se manifestou, como outros que se manifestaram nas redes sociais.
Porém, alguém viu algum breganejo se manifestando? Alguém viu um desses cantores gospel se manifestando? Alguém viu essa nova geração de artistas em algum lugar dos palcos e avenidas? Vi alguns nas redes sociais.
Fora o Padre Lancellotti, o Pastor Henrique e a manifestação de alguns bispos católicos nas redes, alguém viu algum comentário nas Igrejas?
Não, eles não se misturam com as causas de nosso povo, são alérgicos e alheios à democracia, nem se importam com os direitos humanos, com as questões socioambientais. Uns falam em cerveja, vaquejada, mulheres (de forma bem machista) e outros elevam “louvores a Deus”, mas enterraram o segundo mandamento “amarás a teu próximo como a ti mesmo”. E por detrás desses há pastores, igrejas, religiões que cumprem exatamente seu papel ideológico de criar o “ópio do povo”.
Sim, nossos ídolos são os mesmos e não é por acaso.
Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.Chegou ao interior da Bahia em Janeiro de 1979, para ficar um mês nas comunidades rurais de Campo Alegre de Lourdes, divisa com o Piauí. Era um trabalho organizado pela paróquia da cidade.
Ali, um mês inteiro, numa comunidade chamada Pajeú, viveu um choque e uma mudança. Primeiro, a situação de pobreza da população, particularmente a água vermelha dos barreiros que o povo – e o seu grupo também – bebiam todos os dias. Segundo, em meio a tantas dificuldades, a imensa generosidade expressa no acolhimento do povo. São cenas que afirma não ter como esquecer jamais. Assim, decidiu ficar.
Em janeiro de 1980, voltou para morar. Ficou em Campo Alegre por quatro anos como voluntário. Então, incorporou-se definitivamente nas Pastorais Sociais da Diocese de Juazeiro, tendo sido Coordenador Nacional por aproximadamente 6 (seis) anos da Comissão Pastoral da Terra – CPT.
Ao longo dos anos, lutou contra o regime militar, na defesa dos direitos das populações realocadas em razão da barragem de Sobradinho, na luta pela convivência com o semiárido, expressa, sobretudo, na captação da água de chuva para beber e produzir.
Além disso, sempre atuou como escritor, seja escrevendo artigos, seja escrevendo livros, além de conciliar suas atividades com a composição de músicas, as quais revelam parte do seu trabalho político e do seu lado religioso.
Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos.
Atualmente, reside em Juazeiro-BA e atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.
Milton Nascimento - Nos Bailes Da Vida
Clube da Esquina 2 - Milton Nascimento
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