segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Nossos ídolos são os mesmos e não é por acaso! Roberto Malvezzi (Gogó) e + TODO ARTISTA TEM DE IR AONDE O POVO ESTÁ! & SONHOS NÃO ENVELHECEM!

"Domingão histórico na Avenida Atlântica, praia de Copacabana (Rio de Janeiro), tomada por uma multidão de manifestantes que viu-ouviu emocionada um grupo expressivo dos seus mais queridos artistas-trovadores - alguns deles presentes na famosa passeata dos 100 mil em 1968 (na Avenida Getúlio Vargas, Rio de Janeiro), protestando contra a ditadura militar."

          Álvaro Pantoja Leite no facebook


Ao ver Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Djavan descendo de uma Van para o ato no Rio de Janeiro contra a PEC DA BANDIDAGEM e a ANISTIA AOS FASCISTAS, fiquei admirado e comovido com o esforço de todos eles. Hoje cedo recebi uma mensagem de um amigo me dizendo exatamente isso: “Nossos ídolos ainda são os mesmos”.

Verdade, em outros lugares ainda tivemos gente de nome do mundo artístico, como Daniela Mercury e Wagner Moura em Salvador, em algum outro lugar ainda estava o Lenine. Parece que a Anita também se manifestou, como outros que se manifestaram nas redes sociais.

Porém, alguém viu algum breganejo se manifestando? Alguém viu um desses cantores gospel se manifestando? Alguém viu essa nova geração de artistas em algum lugar dos palcos e avenidas? Vi alguns nas redes sociais. 

Fora o Padre Lancellotti, o Pastor Henrique e a manifestação de alguns bispos católicos nas redes, alguém viu algum comentário nas Igrejas?

Não, eles não se misturam com as causas de nosso povo, são alérgicos e alheios à democracia, nem se importam com os direitos humanos, com as questões socioambientais. Uns falam em cerveja, vaquejada, mulheres (de forma bem machista) e outros elevam “louvores a Deus”, mas enterraram o segundo mandamento “amarás a teu próximo como a ti mesmo. E por detrás desses há pastores, igrejas, religiões que cumprem exatamente seu papel ideológico de criar o “ópio do povo”. 

Sim, nossos ídolos são os mesmos e não é por acaso.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Chegou ao interior da Bahia em Janeiro de 1979, para ficar um mês nas comunidades rurais de Campo Alegre de Lourdes, divisa com o Piauí. Era um trabalho organizado pela paróquia da cidade.

Ali, um mês inteiro, numa comunidade chamada Pajeú, viveu um choque e uma mudança. Primeiro, a situação de pobreza da população, particularmente a água vermelha dos barreiros que o povo – e o seu grupo também – bebiam todos os dias. Segundo, em meio a tantas dificuldades, a imensa generosidade expressa no acolhimento do povo. São cenas que afirma não ter como esquecer jamais. Assim, decidiu ficar.

Em janeiro de 1980, voltou para morar. Ficou em Campo Alegre por quatro anos como voluntário. Então, incorporou-se definitivamente nas Pastorais Sociais da Diocese de Juazeiro, tendo sido Coordenador Nacional por aproximadamente 6 (seis) anos da Comissão Pastoral da Terra – CPT.

Ao longo dos anos, lutou contra o regime militar, na defesa dos direitos das populações realocadas em razão da barragem de Sobradinho, na luta pela convivência com o semiárido, expressa, sobretudo, na captação da água de chuva para beber e produzir.

Além disso, sempre atuou como escritor, seja escrevendo artigos, seja escrevendo livros, além de conciliar suas atividades com a composição de músicas, as quais revelam parte do seu trabalho político e do seu lado religioso.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos.

Atualmente, reside em Juazeiro-BA e atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

Milton Nascimento - Nos Bailes Da Vida

Clube da Esquina 2 - Milton Nascimento




                                                                                                                          
- Os “velhos imorríveis” e a democracia:
Texto de Marcelo Barreto, no Instagram de Nelice Pompeu
Hoje as ruas tiveram gosto de história. Contra o projeto da bandidagem e a anistia indecente aos fascistas, quem roubou a cena não foram políticos em ascensão nem militantes de ocasião. Foram os velhos artistas — a maioria já na casa dos 80 — que, a passos lentos, mas cheios de dignidade, transformaram o asfalto em palco e trincheira.
Suas vozes, marcadas pelo tempo, soaram mais potentes que nos anos 60. Não eram ecos, eram trovões. Cantaram como se ainda estivessem na passeata dos 100 mil no Rio, lembrando a todos que a democracia nunca foi dádiva: sempre foi conquista, arrancada com suor, lágrimas e canções.
A ironia é cruel e pedagógica: enquanto alguns jovens golpistas  pedem indulgência para golpistas, são os octogenários que ainda gritam contra a impunidade. De articulações duras  e pulmões calejados, mostraram que resistência não tem prazo de validade e que a dignidade não se aposenta.
Hoje vimos que democracia não se defende com discursos burocráticos, mas com vozes que atravessam gerações. E, convenhamos, não há hino de farda capaz de silenciar os “velhinhos subversivos” quando decidem cantar.

🔥Contra PEC da Blindagem com Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Djavan, Chico Buarque🔥


Opera Mundi
·
A imprensa internacional destacou as manifestações deste domingo (21/09) que reuniram milhares de pessoas nas ruas das principais capitais brasileiras. Os atos protestaram contra a ameaça de anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e se levantaram contra a chamada “PEC da Blindagem”, que prevê a autorização do Congresso Nacional para condenações criminais de deputados e senadores.
The Guardian destacou o volume da manifestação, afirmando que “dezenas de milhares de brasileiros foram às ruas” contra a anistia do “populista de extrema direita”, “condenado a 27 anos de prisão no início deste mês por tentar se agarrar ilegalmente ao poder após perder a eleição presidencial de 2022″.
O jornal britânico destacou que “os protestos pró-democracia foram liderados por alguns dos músicos mais amados do Brasil, incluindo “um trio de compositores lendários que estavam na vanguarda da luta contra a brutal ditadura militar do país (1964-85): Caetano Veloso , Chico Buarque e Gilberto Gil.”


Nenhum comentário: