terça-feira, 10 de março de 2020

O mundo explodindo e eu ainda aqui sonhando. Crash 2020, Economia derretendo, Itália inteira de quarentena por causa do Coronavirus, Bolsonaro queimando reservas acumuladas por Lula e Dilma.






AINDA AQUI SONHANDO
(Leo Cavalcanti) O mundo explodindo e eu ainda aqui sonhando em ter um amor o mundo explodindo e eu ainda aqui sonhando sonhando solitário a minha dor do fato dado de estar inundado por um sonho Barragens se rompendo e eu ainda aqui querendo aquele amor as lamas escorrendo e eu ardendo por um sonho um certo cara e o seu calor tão displicentemente ele entra nos meus sonhos sonhos de amor E ele já não me quer mais por que ele entrou assim no fundo de dentro de mim? Tanta gente sem amor e eu pedindo por favor pra ele me salvar de mim e o mundo em chamas por aí e não será a última vez Sete bilhões de solidões fascismo a todo vapor medo, ignorância e dor e eu sem saber mais de mim por que me sinto só assim? ele já tem um novo amor por que isso dói tanto aqui? eu achei que era amor Fascismo se espalhando e eu ainda insistindo em ser um cantor pessoas sendo mortas e eu ainda aqui com medo de ser alguém aquém de quem eu sou de não dar conta de cantar o canto dos meus sonhos cantos de amor Como se não coubesse em mim o canto que se pede aqui num mundo em pleno desamor medo, ignorância e dor e eu pedindo por favor pra ele me salvar de mim e o mundo em chamas por aí fascismo a todo vapor Ele já tem um novo amor por que ele entrou assim no fundo de dentro de mim? Sete bilhões de solidões Tanta gente sem amor E não será a última vez Por que me sinto só assim? Eu achei que era amor Eu achei que era amor Eu achei… O mundo explodindo e eu ainda aqui sonhando...




Milho Aos Pombos


Zé Geraldo





Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí
Queimando pestanas, organizando suas batalhas
Os guerrilheiros nas alcovas preparando na surdina suas
Mortalhas

A cada conflito mais escombros
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos

Entra ano, sai ano, cada vez fica mais difícil
O pão, o arroz, o feijão, o aluguel
Uma nova corrida do ouro
O homem comprando da sociedade o seu papel
Quando mais alto o cargo, maior o rombo
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Eu dando milho aos pombos no frio desse chão
Eu sei tanto quanto eles, se bater asas mais alto
Voam como gavião
Tiro ao homem, tiro ao pombo
Quanto mais alto o vôo, maior o tombo
Eu já nem sei o que mata mais
Se o trânsito, a fome ou a guerra
Se chega alguém querendo consertar
Vem logo a ordem de cima
"Pega esse idiota e enterra"
Todo mundo querendo descobrir seu ovo de Colombo
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos
Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça
Dando milho aos pombos


Local de origem da foto: http://linguagemgeografica.blogspot.com/2016/05/assistindo-o-mundo-pegar-fogo.html






Pequeno Perfil de Um Cidadão Comum

Belchior


Era um cidadão comum como esses que se vê na rua

Falava de negócios, ria, via show de mulher nua

Vivia o dia e não o sol, a noite e não a lua

Acordava sempre cedo (era um passarinho urbano)

Embarcava no metrô, o nosso metropolitano...

Era um homem de bons modos:

"Com licença; - Foi engano"

Era feito aquela gente honesta, boa e comovida

Que caminha para a morte pensando em vencer na vida

Era feito aquela gente honesta, boa e comovida

Que tem no fim da tarde a sensação

Da missão cumprida

Acreditava em Deus e em outras coisas invisíveis

Dizia sempre sim aos seus senhores infalíveis

Pois é; tendo dinheiro não há coisas impossíveis

Mas o anjo do Senhor (de quem nos fala o Livro Santo)

Desceu do céu pra uma cerveja, junto dele, no seu canto

E a morte o carregou, feito um pacote, no seu manto

Que a terra lhe seja leve


É com muita alegria que recebemos no nosso Quintal o cantor Leo Cavalcanti. A música que escolhemos é a belíssima " Ainda aqui sonhando", composta por Leo Cavalcanti e produzida por Gustavo Ruiz e Guilherme Held. Ainda aqui sonhando é um grito de dor, de questionamento, de sonhos, desejos, de amor (ou sobre o desamor?) ... Se deu certo essa mistura? MUITO!










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