*Cada um dá o que tem*
O Brasil possui 206 bilionários que, juntos, acumulam uma fortuna de mais de R$ 1,2 trilhão.
Esses 206 bilionários pagam proporcionalmente menos impostos que a classe média e os pobres.
Se o país criasse um imposto de apenas 3% por ano sobre a fortuna de R$ 1,2 trilhão, seria possível arrecadar R$ 36 bilhões anuais, valor superior ao orçamento de 1 ano de todo o programa Bolsa-Família.
A soma de toda a riqueza das famílias brasileiras é de cerca de R$ 16 trilhões de reais, estando a quase metade de toda essa riqueza - ou seja, R$ 8 trilhões - nas mãos de apenas 1 % das famílias.
Se o país taxasse o patrimônio trilionário dessas famílias em apenas 1%, seria possível arrecadar R$ 80 bilhões, o que equivale ao valor de toda a receita estimada em 2020 para o Estado de Minas Gerais, o segundo mais populoso do Brasil, com mais de 20 milhões de habitantes.
Façam as contas: R$ 36 bilhões cobrados sobre a renda dos 206 bilionários (+) R$ 80 bilhões cobrados sobre o patrimônio do 1% das famílias mais ricas ) R$ 116 bilhões.
Esses R$ 116 bilhões a mais nos cofres públicos sequer representam sacrifício para esse punhado de bilionários, mas equivale a praticamente todo o orçamento federal da saúde.
Se chamados a contribuir um pouquinho mais com o país, garanto que nenhum desses bilionários deixaria de frequentar os melhores restaurantes do mundo, satisfazer todos os seus desejos mais extravagantes ou deslocar-se nos seus jatinhos executivos de última geração.
Os donos do jornal O Globo fazem parte dos 206 bilionários e também das famílias brasileiras que detém, juntas, um patrimônio de R$ 8 trilhões.
Em editorial publicado no jornal de sua propriedade, edição desta sexta-feira (20), a bilionária família Marinho defendeu a redução dos salários dos servidores públicos como forma de colaborar com a crise gerada pela pandemia da Covid-19.
A família Marinho não se dispõe a abrir mão de uma parcela insignificante da sua fortuna para ajudar o país, mas se acha no direito de propor que os servidores públicos sejam confiscados em seus salários.
A contribuição em termos monetários que O Globo se dispôs a oferecer ao país num momento tão dramático foi um editorial indigno, desonesto e covarde.
Cada um dá o que tem, não é mesmo?
Coronavírus: Governo propõe empregado sem salário e fiscalização sem multa.
Leonardo Sakamoto
Leonardo Sakamoto
Colunista do UOL 23/03/2020 04h43
O governo Jair Bolsonaro autorizou empresas a suspenderem contratos com os empregados por quatro meses, mandando-os fazer cursos on-line em casa, sem salário. A justificativa - "preservação do emprego e da renda" - carece de lógica uma vez que a proposta deixa os trabalhadores sem dinheiro durante o período de isolamento social por conta do coronavírus. Com isso, o governo vai transferindo, principalmente, aos empregados, mas também a empregadores, os ônus da crise econômica decorrentes da crise sanitária. E mostra que tenta evitar uma explosão nominal ... - Veja mais
"MP de Bolsonaro permite que empresas fiquem 4 meses sem pagar salário..."
*NOTA SOBRE ESTA TRAGÉDIA
O óbvio tá na cara: bolsonaro e seu grupo são completamente incompetentes para qualquer tarefa no estado. Liquido e certo. Um parasita parlamentar durante mais duas décadas é a única coisa que é possível ser dita de bolsonaro. Isto é fato. A eleição em que o fez presidente da república aconteceu na mais completa fraude com mentiras, enganos e manipulações (e com apoio de boa parte da mídia nativa, de intelectuais obscuros e ressentidos e uma classe média medíocre e fanatizada em seu anticomunismo histórico). E o livro (definitivo) sobre o passado no exército de bolsonaro e suas práticas para chegar a política, já foram relatadas por Luiz Maklouf Carvalho no seu necessário livro: "O cadete e o capitão:a vida de Jair Bolsonaro no quartel". Metade do livro é de documentos. Diante desse breve introito, não se pode esperar outra coisa da figura na cadeira da presidência da república que não seja patetadas e favorecimento aos seus amigos empresários. É triste, mas real. Estamos na pior situação nos últimos 40 anos da política brasileira e porque estamos com uma figura completamente desqualificado para o cargo. Ele não tem a menor noção ou prática de gestão (à direita ou esquerda!). E se acercou de gente tão incompetente quanto ele. Pronto, este é o enredo em que estamos metidos e o pior: tendo no horizonte uma epidemia do "coronavírus". Uma grade parte de prefeitos e governadores de estado se "rebelaram" ao modelo federativo incapacitante. Estão fazendo por conta própria e risco a sua política local para prevenir o pior que tá chegando no que diz respeito ao vírus letal... Para chegar no ponto titulo: o que faz o presidente (além de entrevistas confusas e desorientadoras)? edita uma MP em que ajuda a quem não precisa: os ricos empresários. e deixa cada vez mais desprotegidos os mais pobres trabalhadores desse país que veem sendo massacrados desde uma barbaridade chamada "reforma trabalhista". bolsonaro joga ainda mais na sarjeta da miséria um contingente grande de trabalhadores e trabalhadoras. A fome e a miséria levará ao avanço da epidemia. Quem o vírus não matar, a fome fará o resto. A situação é grave. Gravíssima. A capacidade de reação é muito frágil ou quando não, impotente. Só as redes sociais e o bater panelas em janela não será necessário para uma ação efetiva contra esse desgoverno. O que é hegemônico em movimentos social, popular ou sindical têm se demonstrado limitados e insuficientes em suas pautas desde o governo Lula. A coisa mudou radicalmente de Temer a bolsonaro e uma grande parte da esquerda não percebeu e ficou nas mesmas crenças e bandeiras e as mobilizações foram minguando a cada ato. E isto faz a situação ser trágica. De impasse profundo e de derrota generalizada para a classe trabalhadora e todos os precarizados deste país. Com isto, não acredito em fim de mundo ou fim da história. É esgotamento de uma prática de esquerda e crescimento e consolidação de uma prática e de uma ideologia de extrema direita (que tá em todo canto desse país - igrejas, escolas, universidades, local de trabalho, sociedade civil, etc...). O coronavírus já foi ideologizado.
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