segunda-feira, 14 de agosto de 2023

O QUE FAZER? PARA SE CONTRAPOR A FORÇA DA BRASIL PARALELO, PRODUTORA DE AUDIOVISUAL DA EXTREMA DIREITA.

 


https://www.youtube.com/watch?v=u8hqptwlrF0


 Criada no ano de 2016 em Porto Alegre, a Empresa Brasil Paralelo Entretenimento e Educação S/A, mais conhecida por seu nome fantasia Brasil Paralelo, realiza produção de vídeos sobre história e política, baseando-se  em um viés de extrema-direita e neoliberal.

Surgiu no contexto da onda conservadora no Brasil na década de 2010. A produtora se coloca como uma "conexão com uma realidade paralela" e se propõe a produzir conteúdo dissonante das perspectivas de mundo mainstream entre intelectuais e jornalistas brasileiros, as quais considera dominadas pela esquerda. Suas produções apresentam conteúdos que defendem valores da direita política e do cristianismo de direita, no limite fascista.

Para responder, vamos à História brasileira contemporânea.

Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), foi um órgão gestado durante o primeiro governo Vargas e que foi inaugurado em 1936. O primeiro administrador do INCE foi Roquette-Pinto. Humberto Mauro, um dos pioneiros do nosso cinema teve grande relevância como diretor de filmes patrocinado pelo INCE.

Já nos dois governos Lula, uma das mais felizes iniciativas do governo na área do audiovisual, aparentemente descontinuada no governo Dilma, o programa DOC TV possibilitou a criação de quase 200 documentários e a exibição de mais de 3.000 horas de material nas TVs públicas de todo o país. O programa foi reeditado por outros países da América Latina e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Também nos dois governo Lula, outra feliz iniciativa do governo na área do audiovisual, aparentemente descontinuado no governo Dilma, o programa Revelando os Brasis, foi um projeto de formação e inclusão audiovisual para moradores de pequenas cidades do país. Qualquer brasileiro maior de 18 anos, residente em municípios com até 20 mil habitantes, podia se inscrever uma história original (real ou inventada) no Concurso Nacional de Histórias.

Os autores das histórias selecionadas participavam de oficinas preparatórias de Roteiro, Direção, Produção, Fotografia, Som, Edição, Direção de Arte, Direitos Autorais, Mobilização e Pesquisa com o objetivo de transformar suas histórias em filmes com duração de até 15 minutos.

E neste ano de 2023, as leis de fomento, Lei Paulo Gustavo e Aldir Blanc, poderão possibilitar a retomada disso que está escrito acima, além de novas criações ou invenções. E o que mais pode ser feito via Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) ?  

Paralelismos em disputa:

O papel da Brasil Paralelo na atual guerra cultural

A resenha analisa a produção audiovisual da Brasil Paralelo, produtora criada em 2016 que ecoa as mais polêmicas vozes da extrema direita brasileira, sobretudo a partir do revisionismo histórico e da defesa de valores neoliberais conservadores. Argumentamos que, mais do que complexificar ou enriquecer o debate público sobre temas diversos -que vão do meio ambiente aos movimentos minoritários, passando pela economia, política e filosofia -, suas retóricas tendem a miná-lo, cerceá-lo e reduzi-lo à sua própria interpretação da realidade, inflamando a guerra cultural em curso no Brasil.

A Produtora Brasil Paralelo na Guerra Cultural da Extrema Direita “1964: o Brasil entre Armas e Livros”

Data 2022 Autor Albuquerque, Bianca

O revisitar a História, movimento comum dentro da historiografia, em alguns casos, tem dado lugar a revisionismos negacionistas da História. O que pode ter forte impacto sobre a memória e, inclusive, sobre dinâmicas político-sociais no agora através da guerra cultural que implementam. Analisamos a origem da produtora Brasil Paralelo e seu documentário “1964: o Brasil entre armas e livros”. Produção audiovisual que imprime discurso revisionista/negacionista ao mesmo tempo que expressa posição anticomunista, carregado de teorias de conspiração como o “marxismo cultural” e da perspectiva militar do período de 1964-1985. No entanto, não é por acaso que essa ação tem se dado. A “nova direita”, (que inclui a orgânica e sistemática ação das think tanks) cuja hegemonia pertence à extrema direita, visa ressignificar fatos e processos da História do Brasil, a fim de estabelecer o domínio de uma cultura baseada nos preceitos conservadores e libertaristas ultraliberais. Esses militantes do revisionismo buscam forjar uma identidade nacionalista/patriótica autoritária na qual a mentalidade da responsabilização das vítimas pela violência sofrida é reforçada e não há espaço para o contraditório na sociedade. Por fim, esses grupos que por meio do audiovisual estão atuando na “educação do povo brasileiro” estão irmanados a grandes corporações e políticos - agem como um bloco oportunista. Não estão fechados e coesos, mas se respaldam mutuamente em determinadas ações, seja para financiar e propagar o conteúdo audiovisual de produtoras como a Brasil Paralelo, seja para a execução de trabalho de base (levando teorias conservadoras e libertaristas ultraliberais para comunidades e universidades do país), seja para a conquista da presidência da república.

Leia também:

Seminário Educação Popular, Audiovisual e Lei Paulo Gustavo acontece em Aracaju no próximo sábado, 19 de agosto 

Um programa de rádio e televisão semanal para dar visibilidade aos projetos contemplados na Lei Paulo Gustavo.  


RESPOSTAS - ATÉ 15/08/2023

E.S
 Jogar uma bomba nuclear nela resolve? Kkkkkkk
 Zezito de Oliveira: bombas semióticas. É isso que eles estão jogando.. rsrsrs

E.L 
Ótimo post
Acho um desserviço esse Brasil Paralelo. Porém são absurdamente ousados na divulgação e têm toda uma estética sedutora. Os leigos amam.
M.V
Acredito que um ponto fundamental é o apoio financeiro à mídia independente. Geralmente quem produz dessa forma está mais perto da classe trabalhadora. O Governo deveriar mapear e patrocinar os conteúdos. Pra que a nossa narrativa possa alcançar as massas.
DJ Bio
Já tem muito tempo que alerto, até encaminhei para o antes o Dep. Paulo Teixeira, hoje ministro e hoje o Dep.Estadual por SP Simão Pedro, é um absurdo o streaming deles, querem reescrever a história,  defendem o golpe de 64 abertamente,  tratam o comunismo e o socialismo como um sistema abominável. Eles têm investimentos enormes de pessoas da extrema direita,  dos monarquistas, dos ricos  escravocratas. Eles são um perigo para a nossa democracia.
 


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