quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Participação e Controle Social em Japaratuba, terra de Artur Bispo do Rosário

 


Ontem, 30 de agosto de 2023,  estive participando da conferência livre de cultura organizada pelo Conselho de Politicas Culturais de Japaratuba.  O tema proposto para a minha abordagem foi “Participação e Controle Social” .

Em geral,  antes de participar de eventos como mediador ou facilitador preparo um texto antecipadamente e publico no blog da Ação Cultural com alguns acréscimos incluídos no momento da participação, o que  neste segundo caso podemos considerar como falas a quente, não só minhas, como dos participantes. Mas por questões de tempo, não foi possível fazer isso.

Agora pela manhã lembrei de um verso da canção Estrada de Canindè, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e   que bem pode trazer o sentido e a importância da tarde memorável que vivemos ontem em Japaratuba. Vai olhando coisa a granéCoisa que prá mode ver. O cristão   tem que andar a .”.

Importante destacar que andei pouco a pé, mas na conversa no carro com Luciano Accioly ouvi coisas surpreendentes sob o ponto de vista virtuoso de uma gestão petista, virtuoso pero no mucho no campo da gestão cultural, mesmo assim avançada com relação a Aracaju, governado durante muitos anos por prefeitos ex-comunistas, petistas, comunistas e agora novamente por um ex-comunista.

E o que é virtuoso em Japaratuba no campo da politica cultural? A existência de um conselho de politicas culturais com maioria da sociedade civil, o que garante sempre a eleição de um representante dos fazedores de cultura do município para a presidência do conselho. Por outro lado, há que ressaltarmos o fato da contemporaneidade no nome como  conselho de politicas culturais, o contrário de denominações mais antigas, como conselho municipal de cultura, o que e o caso de Aracaju e Sergipe, no âmbito do governo estadual

Embora o conselho de politicas culturais de Japaratuba não seja deliberativo, pelo menos como espaço de discussão e de organização interna, a democracia e a formação/qualificação dos conselheiros e dos fazedores de cultura em Japaratuba tem maior possibilidade de acontecer, o que entra em choque com a postura de uma gestão municipal local que atua no modo indiferente, autoritário e de cooptação, pelo pouco que ouvi e percebi, o que infelizmente é a situação da maioria dos municípios brasileiros, em maior ou menor grau a depender da organização local e preparo dos fazedores de cultura.

Neste sentido,  a realização das conferências livres sob iniciativa do conselho de Japaratuba,  serve como um bom indicador de qualidade da participação social no municipio, a a despeito do perfil politico-ideológico da administração local, o que ocasionará a escolha de delegados com melhor conhecimento para discutir e apresentar propostas para os seis  eixos propostos no documento norteador das conferências de cultura 2023. E conhecimento/qualificação dos fazedores de cultura é o pulo do gato, até porque o financiamento à cultura não vive só da caridade de quem lhe detesta, há também os outros entes federados, estados e união, a iniciativa privada, o sistema S, as universidades públicas e a cooperação internacional.. 

Outro aspecto interessante foi a vaga destinada para um representante do sindicato dos professores no conselho de politicas culturais, uma das maneiras de aproximação da  cultura com a educação. E é essa vaga que Luciano Accioly ocupa, ele que já foi vereador pelo PT com três mandatos, 2001- 2004, 2005- 2008, 2013- 2016, presidente da câmara municipal por dois biênios 2013- 2016 e candidato a vice -prefeito.

E se em Japaratuba as gestões progressistas da aliança PT e PDMB não conseguiram  deixar o fundo e o plano de cultura como legado, completando assim o que falta para o necessário sistema municipal  de cultura, em Aracaju nem um conselho de politicas culturais ficou..

Ainda volto a contar em outro texto sobre a tarde de ontem cheia de magia.  Por ora fiquem com as informações abaixo e sugestão de leitura para quem quer aprofundar o assunto.

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Realizamos + Uma Conferência de Cultura! Fechamos Agosto com três Conferências  Livres!

A primeira e segunda tiveram como Tema: Patrimônio, Identidade e Memória!

 A de hoje, o tema foi Democracia e Participação.

 A Presença do Amigo Zezito Oliveira nos ajudou a debater e refletir sobre a importância da nossa participação. 

Na Próxima vamos debater o Orçamento da Gestão Municipal na Área de Cultura. 

Obrigado a Todas e Todos que construiram esse momento. Fizemos história! 

Que venha Setembro!

Luciano Accioly

As discussões das etapas da 4ª CNC serão realizadas a partir dos seguintes Eixos:

Eixo 1 – Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura Avançar no debate sobre marcos e instrumentos legais que contribuam para o amadurecimento de políticas culturais brasileiras, de forma a enfrentar as descontinuidades e a pouca institucionalização das políticas culturais. O Eixo 1 é o espaço para o fortalecimento da perspectiva sistêmica de políticas culturais, do aprofundamento do debate sobre políticas de Estado para a cultura, dando ênfase à perspectiva de ações simultâneas e complementares dos entes federados, da fundamental participação da sociedade nos espaços de construção e pactuação das políticas públicas para a cultura.

Eixo 2 – Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social Debater e recomendar a revisão de elementos que afetem o acesso à cultura e à arte, enfrentando desigualdades e assimetrias. Reforça-se neste Eixo como as dinâmicas de participação e escuta social são essenciais para a ampliação do diálogo, para a valorização do acesso à cultura e para o fortalecimento de nossa democracia.

Eixo 3 – Identidade, Patrimônio e Memória

Debater e reconhecer o direito à memória, ao patrimônio cultural e aos museus, valorizando as múltiplas identidades que compõem a sociedade brasileira, os bens culturais expressivos da diversidade étnica, regional e socioeconômica e as narrativas silenciadas e sensíveis da história nacional, de modo a contribuir para a preservação de seus valores democráticos.

Eixo 4 – Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na

Política Cultural

Este Eixo debate a criação de mecanismos que garantam o reconhecimento da diversidade das expressões culturais e a valorização e promoção da identidade dos territórios culturais brasileiros. Nesta seara, compreendemos também a importância de promover diversidades e garantia de direitos, respeitando a acessibilidade cultural e fazendo enfrentamento ao racismo, à LGBTQIA+ fobia, ao genocídio da população negra, ao extermínio de povos indígenas, ao feminicídio, ao racismo religioso, aos  estigmas contra comunidades ciganas, ao capacitismo e a todas as formas de  discriminações correlatas.

Eixo 5 – Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade

Ressaltar a importância da cultura para o desenvolvimento socioeconômico do país, por meio de políticas que fortaleçam as cadeias produtivas e as expressões artísticas e culturais, potencializem a geração de trabalho, emprego e renda, e ampliem a participação dos setores culturais e criativos no PIB do país.

Eixo 6 – Direito às Artes e Linguagens Digitais

Criação de espaços de diálogo, reflexão e construção coletiva acerca do papel das artes em sua diversidade de fazeres, territórios e agentes, e do acesso às linguagens artísticas e digitais no fortalecimento da democracia, na contemporaneidade, incluindo também o debate sobre o papel do Estado brasileiro e seus entes federados na construção de políticas públicas para o desenvolvimento das redes produtivas dos setores das artes no Brasil.

Para quem quer se aprofundar no assunto conselho de cultura.. Um texto longo  AQUI e outro curto AQUI 

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