Hoje é dia de quem é pai receber mensagens afetuosas, de perto e de longe. Algumas nem chega diretamente, mas de forma indistinta para quem está nos grupos de zap ou facebook, como em outras redes virtuais. E vale bastante, vale muito..
Das que recebi, tanto de uma forma, como de outra, seleciono as três abaixo. O título dessa postagem foi a resposta que dei a uma das pessoas que entraram em contato comigo diretamente..
A primeira abaixo, considero uma sequência das deliciosas crônicas dominicais do pai, professor, historiador, escritor e deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).
Leio-as com a mesma atenção e alegria como lia as crônicas de Dom Adriano Hipólito no folheto da missa dominical, saudoso bispo da diocese de Nova Iguaçu, região onde morei toda a minha adolescência e inicio da juventude, mais precisamente em São João de Meriti
DANDO A MÃO NA TEMPESTADE
(Breve reflexão para cristãos ou não)
Que bonita coincidência entre o texto do Evangelho de Mateus (14, 22-33), lido hoje em milhares de igrejas cristãs do mundo, e o DIA DOS PAIS, instituído no Brasil em 1953 (mais por razões comerciais que espirituais, reconheçamos).
"Deus é pai", reza o dito popular. Mais: é Pãe (pai e mãe), Irmão, "força maior que nos guia", cósmica e primordial energia.
Pois nessa passagem da barca dos apóstolos em mar revolto (existir é também encarar tormentas), Jesus se apresenta com os atributos de grandeza que deviam ser praticados por todos os pais (e mães, e irmãos experientes - navegantes em meio às ondas ameaçadoras do mundo da pressa, da avidez do ganho, dos vírus e das bombas destruidoras, da prepotência dos que se julgam donos até das forças da natureza).
Nesse episódio, Jesus exercita o recolhimento, para não ficar prisioneiro do barulho, do ativismo "militonto"; a ousadia, recomendando aos seus sair ao mar, "ir para o outro lado"; a firmeza da fé, que dá leveza e ajuda a vencer a liquidez das águas e até andar sobre elas; a tranquilidade, apesar das agitações, incertezas e riscos de naufrágios; a coragem de ir contra a corrente e animar os outros a fazê-lo; a generosidade de, sempre e sobretudo na hora do sufoco, dar a mão, socorrer, não faltar.
Pai é como esse Jesus no mar tempestuoso, certo de que virá bonança. Pai é aquele que diz que "navegar é preciso" e "coragem, não tenham medo: a paz esteja contigo".
Aquele que sabe arcar, cercar, zelar, velar, sem impedir ninguém de se lançar! Afastando fantasmas, singrando com confiança os oceanos de "ventos contrários" da vida.
Pai é aquele que se faz tão confiável que os filho(a)s se atiram nos seus braços, sem qualquer receio.
Que consigamos ser assim, ao menos um pouquinho. Como nossos pais tentaram. E os filhos dos filhos dos nossos filhos - todos filhos e filhas do Amoroso Deus - também tentarão. O imenso (a)mar está à nossa frente!
"Ó mar salgado, quanto de teu sal são lágrimas de Portugal? (...) Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quer passar além do (cabo) Bojador, tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu" (Fernando Pessoa, 1888-1935).
FELIZ DIA DOS PAIS!
(Chico Alencar)
www.comboni.org
A canção abaixo é uma canção melancólica,bela por isso também, assim como pelos ricos versos da autoria de Vinicius de Moraes, A música é da autoria do não menos genial Toquinho. Mas gosto dela também por trazer o ciclo completo, inicio, crescimento e final da relação definitiva entre pai e filho, pelo menos por um tempo para os que tem fé, e a continuidade quando o filho se torna pai e assim sucessivamente.
O vídeo abaixo foi preparado pelo filho Raoni Smith que segue e atualiza a trilha do pai e do avô paterno.
E por último, um curta-metragem da produtora Verbo Filmes. Vale a pena, para quem quer conversar sobre pais e filhos em sala de aula, na igreja,nos equipamentos públicos de saúde, cultura e etc.
Juventude(S) - 2.Tribos Urbanas
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