sexta-feira, 22 de maio de 2020

Referências bibliográficas da Live Juventudes, Paulo Freire, AnimaAção Cultural


Link com a gravação da live Juventudes, Paulo Freire e AnimAÇÂO Cultural

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Ação Cultural para a Liberdade e  outros escritos de Paulo Freire, Ed. Paz e Terra.




Paulo Freire  de Celso Beisiegel, Ed. Massangana.

Documentário Paulo Freire na contemporaneidade, TV Escola.

AMIGAS, AMIGOS,
Perplexidade e busca de apuração. Aqui em Taperoá já temos 24 casos de contaminação. Morte só de uma criança de 4 meses. Torcendo para que essa coisinha, tão perigosa e assustadora, cuja origem e natureza não conhecemos e que nem vida parece ter, pegue leve aqui e continue pouco letal.
Reflexão do sábado
Como será a vida pessoal, profissional, espiritual depois desse abalo? Sei que ainda colocaremos a questão: capitalismo ou o que?" E será o que no jogo de forças se conseguir. E conseguirá mais quem for mais "sabido" e forte.
E o Brasil atual? Continua em jogo "Capitalismo ou o que..." O golpe em Dilma e a cassação de Lula foram para salvar a ordem capitalista (não os interesses de tais ou tais capitalistas). O inimigo central continua sendo os trabalhadores organizados ou mesmo seu fantasma, um partido dos trabalhadores.
E Bolsonaro? Para salvar a ordem ("vão-se os anéis, fiquem os dedos") todo esse pessoal do congresso e do judiciário elegeu quem estava mais organizado e usou técnicas eficazes de campanha, mesmo se tendo certeza de que se trata de um genocida doente. Agora bem provavelmente será mesma coisa. Para não comprometer a ordem e para que o fantasma popular não se torne real, aceitarão uma ditadura, até que se tenha um regime político mais bem sincronizado com a base econômica burguesa, bem confusa no atual estágio do desenvolvimento capitalista e de suas contradições.
E de nossa parte? Estamos longe de ter representantes revolucionários que coloquem com profundidade o caminho da substituição do sistema capitalista. Vamos, então, continuar praticando o bem viver e tentando ampliar o número de pessoas "sabidas" e fortes. Ser forte significa criar mecanismos para se fazer valer. SALVE e SAUDADES.
Ivandro da Costa Sales - sociólogo e professor aposentado da UFPE campus Caruaru

ANIMAÇÃO CULTURAL E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
Uma contribuição para debate lançado pelo CNE-MEC
                                                                                  Reginaldo Veloso
Desde o início dos anos 90, vem se desenvolvendo, na Região Metropolitana do Recife[1], uma experiência educativa, inspirada e enraizada no que foram as intuições pedagógicas, iniciativas e experimentos educacionais pioneiros dos anos 60, tais como o Movimento de Cultura Popular (MCP), o método de alfabetização de Paulo Freire, os Círculos de Cultura, o Movimento de Educação de Base (MEB), os Movimentos de Ação Católica Especializada (JOC-JAC-JEC) e, um pouco mais adiante, já no contexto do regime de exceção implantado pelo golpe militar de 1964, o Movimento de Adolescentes e Crianças (MAC), o Movimento de Jovens do Meio Popular (MJMP), as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e as Pastorais Sociais de algumas Igrejas Cristãs históricas, especialmente da Igreja Católica, inspiradas pela Teologia da Libertação.
Esta experiência consiste, essencialmente, numa proposta pedagógica que privilegia as Linguagens Artísticas e Lúdicas como espaço-tempo, “mote” e ferramenta de construção democrática e participativa de um novo ser humano e, consequentemente, de um novo estilo de sociedade, em torno de cinco eixos:
·         O cultivo da dignidade da pessoa, do reconhecimento do próprio valor e do querer bem a si mesmo/a = cultura da auto-estima;
·         O cultivo de relações interpessoais inspiradas no reconhecimento do valor dos/as demais, do respeito às diferenças, do diálogo enriquecedor com os/as diferentes, no querer bem aos demais, na vivência da solidariedade e do espírito de colaboração = cultura da amorosidade;
·         O cultivo das tradições e do jeito de ser do seu povo, o apropriar-se dos bens culturais de sua região, o amor e a curtição das “coisas nossas” = cultura da identidade cultural;
·         O cultivo do cuidado com o meio ambiente, do amor à natureza, da preservação ambiental = cultura da sustentabilidade;
·         O cultivo da consciência de direitos e responsabilidades, do amor a sua cidade, do espírito de iniciativa e participação na construção do bem-comum = cultura da cidadania.
A experiência artística e lúdica, por si mesma, já propicia, de maneira prazerosa, um sem número de oportunidades de crescimento pessoal e coletivo, favorecendo o desabrochar de talentos e potencialidades, o senso de disciplina, o empenho sistemático e a organização no lidar com seu tempo-espaço, com os meios de que dispõe, a começar pelo próprio corpo, o encontro e a convivência, a prática da construção coletiva e a conversa espontânea sobre os assuntos da vida pessoal e comunitária.
A dinâmica da “roda”, em todos os momentos, favorece e estimula o clima de escuta mútua e participação coletiva, na busca, entre todos/as, do entendimento entre as pessoas, da compreensão das questões postas; na tomada de decisões, na divisão das tarefas e responsabilidades, aprofundando as relações, ampliando os horizontes e empoderando as pessoas, individual e coletivamente.
A esta experiência educativa singular chamamos de ANIMAÇÃO CULTURAL e a consideramos uma oportunidade privilegiada de EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS. Efetivamente, cada GRUPO CULTURAL, independente da Linguagem Artística ou Lúdica nele praticada, tem sido um laboratório de EDH, pelo próprio empenho pedagógico dos/as ANIAMDORES/AS CULTURAIS, os/as quais, mais que “professores/as”, “dadores/as de aula”, capricham em atuar como “facilitadores/as” de um processo onde cada garoto/a, individualmente, e o grupo, como um coletivo, crescem como sujeitos do seu próprio crescimento humano e cidadão.
Aliás, é importante lembrar que, essa proposta de educação complementar, apesar de haver surgido num momento de crise, de perturbação social, especialmente nos bairros da periferia, em meio à juventude mais carente, seja como um mecanismo de autodefesa da sociedade, seja como prevenção, logo passou a ser entendida e desenvolvida, ela própria, como resposta a Direitos elementares do/a cidadão/ã criança-adolescente-jovem, explicitamente respaldada por quanto reza o E.C.A, no art. 4º, Título I, “Das Disposições Preliminares”, e, mais detalhadamente, nos artigos 58 e 59 do cap. IV. “Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer”.
Afinados/as, então, com o Projeto Político-Pedagógico da unidade educacional em que atuam, desde a elaboração do mesmo, sintonizados/as com a vida da comunidade escolar e da comunidade do entorno da mesma, atentos/as às emergências do dia-a-dia, na medida em que estas repercutem na vida e no interesse dos estudantes, sincronizados/as com cronograma do ensino das disciplinas e o calendário escolar, antenados/as com a agenda cultural da cidade, estes/as Animadores/as Culturais primam por aproveitar cada ensejo, para sondar o nível de informação desses Grupos Culturais que acompanham e animam; provocar-lhes a curiosidade e a busca de mais informação; o desenvolvimento da consciência crítica; a assimilação e cultivo dos valores humanos e da consciência ética; a superação dos preconceitos, do individualismo e da indiferença; o espírito de iniciativa e de luta organizada por direitos e melhorias.
A Colônia de Férias, nas férias de janeiro e no recesso de julho, funciona, ao mesmo tempo, como culminância e relançamento desse processo de Animação Cultural. O encerramento desse evento se constitui numa autêntica Mostra Cultural, ensejando a manifestação esplendorosa da criatividade, do desempenho artístico e lúdico e dos valores exercitados em diferentes oficinas, ao longo do tempo da colônia (de uma a duas semanas). 
A repercussão, na vida da escola e das famílias, não tarda a fazer-se sentir, pela mudança de atitudes e comportamentos, pela novidade e qualidade dos interesses, no jeito de ser, pensar e agir desses garotos e garotas, particularmente, por uma consciência de direitos e responsabilidades, que, não raro, surpreende e, até, pode incomodar.
À medida que a experiência se desenvolve, criam-se mecanismos de participação democrática e representação, tanto com relação à vida interna da experiência de Animação Cultural, quanto com relação à vida da comunidade escolar ou da comunidade do entorno da escola, quanto, ainda e com especial relevância, às instâncias de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente ou da Juventude: avaliação da participação do Grupo Cultural nas várias atividades e eventos, ao longo do ano; eleição de Representantes para diversas instâncias e oportunidades, como o Núcleo de Animação Cultural da escola, o Conselho Escolar, a Associação de Moradores, o Encontro de Representantes em preparação à Colônia de Férias, os Fóruns e Conselhos de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, os Fóruns e Conselhos da Juventude etc.
O que garante o êxito e o avanço permanente dessa experiência de Animação Cultural é a FORMAÇÃO CONTINUADA dos/as Animadores/as Culturais, artistas, artesãos/ãs e recreadores/as, convocados/as, não só pelo seu desempenho artístico e lúdico, mas, sobretudo, pela sua sintonia com a realidade infanto-juvenil e sua sensibilidade pedagógica: um Seminário de Formação Intensiva, no início de cada semestre; e um Encontro Semanal de Formação, por semana, para refletir sobre sua prática, seja   Encontro Geral, onde se reflete sobre os temas básicos, permanentes ou emergentes, da Animação Cultural... seja Encontro por Linguagem (artística/lúdica), onde se aprimora o desempenho técnico e didático e se reflete sobre as questões específicas de cada Linguagem... seja Encontro de Intercâmbio entre Linguagens.
Realizando-se no seio da escola, essa experiência tem tudo para contribuir com a implementação de um programa de Educação em Direitos Humanos, podendo funcionar como referência sugestiva e inspiradora, na perspectiva de um Ensino que se qualifique para o debate sobre os Direitos Humanos, a partir de mestres/as capacitados/as para abordar as questões específicas ensejadas por cada disciplina, utilizando as Linguagens Artísticas e Lúdicas.
Referências bibliográficas:
VELOSO, Reginaldo. Crianças em Ação. Petrópolis: Vozes, 1982.
VELOSO, Reginaldo. Um Movimento de Crianças. Rio de Janeiro: MAC - ACO, 1986
VELOSO, Reginaldo. Juventude em Movimento, um projeto para a vida. Recife: PCR, 1996.
MARCELLINO, Nelson Carvalho. Pedagogia da animação. Campinas, SP: Papirus, 1989.
BARON, Dan. Alfabetização Cultural: a luta íntima por uma nova humanidade. São Paulo: Alfarrabio, 2004.
MELO, Victor Andrade.  A animação cultural no Brasil: um panorama. Grupo de pesquisa “Lazer e Minorias Sociais”. Universidade do Rio de Janeiro -(http://www.lazer.eefd.ufrj.br), 2005.
__________________. Animação Cultural: conceitos e propostas. Campinas, SP: Papirus, 2006.
BENZAQUEM,Julia Figueiredo. A socialização para cooperação: Umaanálise de práticas de educação não-formal. Recife:NUPEP -UFPE – Bagaço, 2007
BARBOSA, Letícia Rameh. Movimento de Cultura Popular: impactos na sociedade pernambucana. Recife: Liceu, 2010.
Ainda inédita, uma dissertação de mestrado, na UFPE:                                             PONTES, Maria de Fátima. EDUCAÇÃO POPULAR - INTERLOCUÇÕES COM ANIMAÇÃO CULTURAL - OPrograma de Animação Cultural da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer doRecife (Orientadora Professora Doutora Tereza Luiza de França). Recife:  Universidade Federal de Pernambuco - Centro de Educação - Programa de Pós Graduação. 2009.
Reginaldo Veloso é assessor do Projeto de Animação Cultural – PROAC, PMJG/SEE, em Jaboatão dos Guararapes/PE



[1][1] 1993-1994, em Recife e Olinda, na gestão de Edla Soares como Secretária de Educação, Esportes e Lazer da PCR e Edineide Ferreira, como Secretária de Educação e esportes da PMO, com assessoria e coordenação de Custódio Amorim, Antonio Guinho, Inalda Baptista Neves, Reginaldo Veloso e João Simão Neto; em 1997, no Cabo de Santo Agostinho, na gestão de Arlindo Cavalcanti, como Secretário de Educação e Esportes da PMCSA, com assessoria e coordenação de João Simão Neto e Reginaldo Veloso ; em 2010, em Jaboatão dos Guararapes, na gestão de Edlene Soares, como Secretária Executiva de Educação da PMJG, com assessoria e coordenação de Maria Antonia Advíncula, João Simão Neto  e Reginaldo Veloso.


Álvaro Luiz Pantoja Leite
 A CONSTRUÇÃO PEDAGÓGICA DE SUJEITOS EM PROCESSOS FORMATIVOS.
– uma experiência com educadores e educadoras sociais no nordeste brasileiro
 Tese apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Univ.ersidade do Porto, para obtenção do grau de Doutor em Ciências da Educação




CANÇÕES UTILIZADAS NA LIVE





Quem não dormiu no sleeping-bag nem sequer sonhou. (1)
“A diferença de quem teve formação com base em animação cultural ou ação cultural, combinado com educação popular na adolescência e na juventude, é a forma de ser e estar no mundo adulto, com marcadores em que se destacam alegria,  solidariedade,  criatividade, sede de conhecimento e  compromisso com a paz e com a justica. O que significa dizer, precisamos dar mais atenção e investir mais nessa perspectiva.
Em geral,  sao pessoas que não foram doutrinadas nem do ponto de vista religioso e nem do ponto de vista politico, ou que se libertaram cedo disso, logo, são pessoas abertas a reconhecer  outras formas de expressões religiosas, diferente daquela em que nasceu. São pessoas que tem um gosto estético rico e diversificado, ao mesmo tempo, muitas vezes são  mais refratárias às estruturas hierárquicas e verticais das organizações politicas. Assim também como são mais livres com relação a sexualidade, tanto a sua, como a dos outros.
Daí, a dificuldade em conseguirmos realizar mais ações culturais combinados com educação popular, porque as estruturas de poder  que temos, não conseguem se sustentar  com a existência  de muita gente desse tipo. Mesmo assim, é possível buscar utilizar  brechas e atalhos no campo da institucionalidade, a depender de algumas realidades mais ou menos favorável . E institucionalidade aqui , me refiro não só as estruturas de poder ligadas ao aparelho estatal, como também aos partidos, às igrejas, aos sindicatos, ao movimento estudantil e etc..
Por outro lado, se não devemos gastar tanta energia assim com as estruturas tradicionais ou formais de poder, é fundamental  fortalecermo-nos enquanto  pessoas e coletivos de cidadãos que sabe  o quanto precisamos de  ação cultural e  educação popular permanente.
O que significa: Mais articulação, mais compartilhamento de saberes, quereres e fazeres e mais economia solidária.
Uma das conclusões possíves da 3ª live de quinta da Ação Cultural, realizada no dia 21 de maio de 2020.
Zezito de Oliveira em diálogo com Irene Smith

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