Há 134 anos, na manhã de 15 de novembro, tropas ocuparam o Campo de Santana, no centro do Rio (capital do Império).
Marechal Deodoro da Fonseca, ao chegar, deu a ordem: "destituam o presidente do Conselho de Ministros, Visconde de Ouro Preto". E foi embora.
O imperador D. Pedro II desceu de Petrópolis, tentando salvar o trono.
Republicanos mais convictos já falavam abertamente no novo regime.
Pressionado por Benjamin Constant, Deodoro, em casa (estava adoentado), ao fim do dia, assinou decretos acabando com a monarquia e instituindo o 1o governo provisório da República.
Ao saber das queixas do seu amigo Imperador - indignado por ter que sair do Brasil "como um negro fugido" (!) - o velho marechal teria dito: "agora é tarde...".
Os fazendeiros de café do Vale do Paraíba, insatisfeitos com a (tardia) abolição da escravatura, deixaram de apoiar a Monarquia: "queremos a República, com indenização".
Assim nasceu a República brasileira: de uma intervenção militar. "O povo assistiu bestializado a proclamação", disse Aristides Lobo, insuspeito ministro do novo governo.
Desde então, nossa República - "res publicus" quer dizer "coisa pública", governo do povo - sofre deficiências: tutela militar e golpismo, falta de participação popular e de transparência (que favorece a corrupção e o compadrio, seus cupins).
Hoje é dia de, saindo do mundinho individualista, nos indagarmos a quantas anda nossa consciência republicana, nosso interesse pelo bem comum, nosso empenho na construção de um país mais justo, igualitário, ecologicamente equilibrado e soberano. Mais republicano, enfim.
https://www.youtube.com/watch?v=q4PtvLIGisk
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