segunda-feira, 4 de março de 2024

Roberto Malvezzi o Gogó, de volta a Aracaju para formação "O CUIDADO DA CASA COMUM COMO MISSÃO"

Em Aracaju estamos com esse incrível momento nos dias 12.13 e 14 de abril,  onde contamos mais uma vez com a  presença em nossa cidade de  Roberto Malvezzi, o Gogó. Teólogo, filósofo, cantor/compositor, escritor e estudioso das causas sociais e ambientalista.

Será um momento enriquecedor para todos nós. Por isso pedimos que articule o seu grupo, movimento, comunidade, etc. para essa oportunidade única da presença do Gogó!
O local onde a atividade será realizada é Casa de Retiro(Av.Gal. Calazans, n1050 - B. Industrial)
 Contamos com a participação de vocês. Segue o link da inscrição. aqui

Quem é Gogó

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Chegou ao interior da Bahia em Janeiro de 1979, para ficar um mês nas comunidades rurais de Campo Alegre de Lourdes, divisa com o Piauí. Era um trabalho organizado pela paróquia da cidade.

Ali, um mês inteiro, numa comunidade chamada Pajeú, viveu um choque e uma mudança. Primeiro, a situação de pobreza da população, particularmente a água vermelha dos barreiros que o povo – e o seu grupo também – bebiam todos os dias. Segundo, em meio a tantas dificuldades, a imensa generosidade expressa no acolhimento do povo. São cenas que afirma não ter como esquecer jamais. Assim, decidiu ficar.

Em janeiro de 1980, voltou para morar. Ficou em Campo Alegre por quatro anos como voluntário. Então, incorporou-se definitivamente nas Pastorais Sociais da Diocese de Juazeiro, tendo sido Coordenador Nacional por aproximadamente 6 (seis) anos da Comissão Pastoral da Terra – CPT.

Ao longo dos anos, lutou contra o regime militar, na defesa dos direitos das populações realocadas em razão da barragem de Sobradinho, na luta pela convivência com o semiárido, expressa, sobretudo, na captação da água de chuva para beber e produzir.

Além disso, sempre atuou como escritor, seja escrevendo artigos, seja escrevendo livros, além de conciliar suas atividades com a composição de músicas, as quais revelam parte do seu trabalho político e do seu lado religioso.

Viúvo, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos.

Atualmente, reside em Juazeiro-BA e atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

Para ouvir canções compostas e interpretadas por Gogó

Maria Ecologia - aqui 

Senhora do Cirio do Nazaré - AQUI

Belo Sertão - aqui 

“Louvado Seja”, Papa Francisco
 30 de maio de 2016  Roberto Malvezzi  Agreste


A encíclica ecológica do Papa começa na dose mais vasta e profunda que poderia ter: “Nós somos terra. Todo nosso corpo é constituído de elementos do planeta, seu ar é aquele que nos dá a respiração e sua água vivifica e restaura” (Tradução pessoal do texto italiano, número 2).
Esse é ponto de partido exato de qualquer reflexão sobre a vida sobre a Terra. Do ponto de vista biológico, somos qualquer animal, parte da terra, dependentes dela e, sem água, sem comida, sem ar, sem um ambiente próprio para a vida, morremos como todos os outros animais.
Lembrando São Francisco, o Papa diz que a Terra é “mãe e irmã”. Portanto, toda a comunidade da vida só pode ser entendida nessa irmanação universal.
O Papa não esquece, desde o início da encíclica, de lembrar que a Terra está “oprimida e devastada” e, retomando Paulo em Romanos 8, reafirma que ela “geme em dores de parto”.

Retoma Paulo VI no número 5 e recorda que os avanços técnicos, científicos, se sozinhos, podem conduzir a Terra e a humanidade a uma catástrofe, se não forem acompanhados de um autêntico desenvolvimento “social e moral”. Portanto, retoma a questão ética colada à técnica.
E propõe como saída a mudança do estilo de vida, também no modo de produção e consumo. E retoma Bento XVI para reafirmar que o problema é “estrutural”.
Ainda como fundamento da reflexão, Francisco lembra que a destruição do ambiente está vinculada à uma cultura de morte, que agride também o ser humano. Essa realidade a Pastoral da Terra experimenta e reflete há anos: “aqueles que destroem as florestas e rios, são os mesmos que mataram Chico Mende e Irmã Dorothy”.
O Papa segue a partir daí com fatos já sobejamente conhecidos: consumismo, deflorestação, lixo, mudanças climáticas e todas suas causas e efeitos, etc., fazendo do planeta um “lugar de imundícies” (número 24).
Destaca a questão da água e da biodiversidade, inclusive da invisível, fundamental para os solos, plantas e reprodução da vida (número 34).
Francisco ainda chama a atenção que “o grito da Terra é o grito dos pobres” (49), realçando que a questão é socioambiental.
No número 41 o Papa toca o dedo na ferida, afirmando que a responsabilidade fundamental por essa crise vem do Norte, dos países desenvolvidos, que exploram os países do sul, inclusive transferindo para esses a produção suja, que não querem ter em seus próprios territórios. Aquilo que chamamos de “injustiças socioambientais”.
Na parte do “julgar” – não está com esse nome, mas o documento segue a lógica do Ver, Julgar e Agir – a ênfase será no texto bíblico do “cultivar e guardar” (Gen. 2,15), no Cristo Cósmico e na redenção da criação (Rom. 8).
No agir, assume praticamente todas as boas lutas socioambientais que fazemos – agroecológica, energia, transportes, preservação das florestas, cidades dignas do ser humano, mecanismos globais para controle do efeito estufa, mudanças climáticas, etc. -, portanto, nada de novo. Por fim, a necessidade de mudar o “modelo global de desenvolvimento”(194). Essa é a grande síntese.
Para nós, cristãos, aponta a necessidade de uma “Espiritualidade Ecológica” (Capítulo Sexto, 202). Implica a mudança do “estilo de vida”, “uma educação para o respeito ao ambiente”, que começa nas atitudes do cotidiano e se amplia para a globalidade, enfim, a “conversão ecológica” (216), que é alegre, contemplativa, cuidadora, sóbria, que gosta de arte, de música, celebrações (inclusive eucaristia), enfim, sem o consumismo crasso da sociedade contemporânea.
O texto conclui com uma bela oração sobre a criação.
O novo desse texto para nós, aqueles que fazemos esse caminho há tantas décadas, é que agora nos vejamos plenamente contemplados num documento oficial do Vaticano.
Que o documento produza os frutos semeados.
Sem dúvida, sinal dos tempos

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