domingo, 31 de março de 2024

Celebrando a páscoa na comunidade bom pastor e lembrando igreja em saída.

 Celebrar a páscoa de 2024 com os irmãos e irmãs na  comunidade bom pastor, Aracaju,  é  como viver uma experiência renovada e atual  de igreja em saída como quer o Papa Francisco. 

Uma comunidade coordenada e mantida por leigos, celebrando  a páscoa com um grupo de pessoas que praticam de diversas maneiras a amizade social, tema da campanha da fraternidade de 2024, incluindo a partilha do pão material, assim como a partilha do pão espiritual, por meio de uma liturgia encarnada na vida cotidiana e em nossa cultura,  com o olhar e o coração direcionado para o Cristo Ressuscitado, àquele que se faz carne e sangue para saciar todos os que tem fome, os diversos tipos de fome.

Sobre a comunidade bom pastor leia neste blog

39 anos da Comunidade Bom Pastor em Aracaju na busca da sociedade do Bem Viver.






Acima, versos da canção de comunhão na celebração da comunidade bom pastor...


Abaixo, outra canção do querido irmão Zé Vicente cantada no final da celebração.


No livro AMABA:Circulo de Cultura trago um relato sobre essa igreja em saída que conheci na minha fase de adolescência e parte da juventude,  quanto morei na Baixada Fluminense (RJ) durante o período em que um bispo nascido em Sergipe, Dom Adriano Hipólito esteve por lá, deixando fortes marcas na vida de quem viveu de meados dos anos sessenta até meados dos anos noventa  naquela região. No meu caso, cheguei em 1969 e parti em 1982.

É bem verdade que não eram todas as paróquias  que avançavam na proporção desejada por  Dom Adriano , mas nenhuma ficou  imune a ação pastoral do saudoso bispo que deixou grandes marcas na história da igreja nos chamados anos de chumbo. A Igreja  Matriz de São João de Meriti onde morava e frequentava, por exemplo, tinha suas limitações, pelo menos na área central,  sede da paróquia, por se constituir em uma espécie de catedral, e ser o local frequentado por um grande número de famílias mais abastadas da cidade e de classe média, porém as comunidades localizadas em áreas mais distantes podiam avançar mais. Eram estas que visitei algumas vezes e que mais gostava.

Como sergipano praticamente desconhecido em nossa estado, um filho ilustre como Dom Adriano deveria merecer maior atenção de nossos pesquisadores e documentaristas.  Adriano Mandarino Hypólito na Wikipédia.  

E para não esquecer, além da comunidade bom pastor,  há padres na Arquidiocese de Aracaju,  pero no mucho, ou não muitos, mas existem,  que buscam caminhar em sintonia com o sonho da igreja em saída e sinodal de Francisco. Um destes na missa de páscoa na Paróquia São Pedro Pescador. "Final da missa pascal, esperança: no Bairro da resistência - Industrial - antes da benção final nos ajoelhamos e pedimos silêncio. BRAÇO erguido e Ditadura NUNCA MAIS. Rezamos pelo Frei Tito e recordei meu Pai que dizia, estamos lascados. Eu garoto de 4 anos 😰😰 já sentia no colo dele o grito de um homem sofrido."

E igreja em saída e igreja sinodal, o que o Papa Francisco quer dizer com isso? No primeiro caso: 

"“Sair em direção dos afastados, dos excluídos (...) sair em direção às periferias humanas ” (EG46). Uma Igreja fechada em seus muros e dogmas, na visão do papa, não corresponde às critérios do Evangelho. É preferível , para Francisco, “uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG49).

A Igreja em “saída” , desejada pelo Papa Francisco, significa uma Igreja que, desprovida de poder, ostentação e discriminação, acolha a sua fidelidade e vá ao encontro daqueles que fazem a amarga experiência da exclusão e do abandono. O Papa também nos relembra que a Igreja somos nós ; assim, “somos chamados a esta nova saída missionária” (EG20)."  https://www.a12.com/redacaoa12/igreja/o-que-significa-igreja-em-saida-proposta-pelo-papa-francisco

Já no segundo caso: "Ser Igreja sinodal é o esforço coletivo e a busca contínua de aprendermos a “caminhar juntos”, como irmãos e irmãs. É um jeito de ser Igreja no qual cada pessoa é importante, tem voz, é ouvida, capacitada e envolvida na realização da missão. Já não se trata de estar uns acima dos outros, mas de nos colocarmos unidos para, juntos, fazermos a experiência de fé diante dos desafios internos e externos que se apresentam em nosso dia a dia."  https://www.vidapastoral.com.br/edicao/por-uma-igreja-sinodal-reflexao-pastoral/

Zezito de Oliveira




Abaixo, alguns dos trechos do livro AMABA: O esquecido circulo de cultura da Aracaju dos anos 1980 em que faço referência as questões tratadas acima. 








Quem quiser adquirir o livro pode entrar em contato por meio do telefone/zap 79 9 8802-0711



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