sexta-feira, 24 de abril de 2020

EXISTENCIALISMO, EIS UM TEMPO FAVORÁVEL e O NEOLIBERALISMO COMO FUNDAMENTO DA CULTURA DE MORTE.





Um ateu que lia a Biblia" Uma das questões legais que surgiu na live de Romero e o Pastor Marcos de Teresopólis, sobre o jornalista João da Penha. Autor de importantes livros no Brasil sobre o Existencialismo. Uma corrente de pensamento que me traz boas recordações do tempo da gradução,  incluindo texto dissertativo sobre Sartre e o Existencialismo. Nota 10. O professor Antonio Conceição foi professor substituto na UFS em meados dos anos de 1990 e era bem legal ao estilo dos dois professores que fizeram a live ontem , 19/04, sobre João da Penha.

O titulo que abre esse comentário também foi citado na live de ontem pelo professor Romero Venâncio, aqui repito a expressão que ele disse, mas utilizando uma frase biblica, depois da palavra Existencialismo.
Zezito de Oliveira




Faleceu no dia 16 de abril de 2020 , o  jornalista e filósofo João da Penha. Ele morreu  completamente solitário em Teresópolis. Foi do PCB - Rio nos anos 70 e 80. Escreveu na revista Civilização Brasileira durante anos... e tem alguns livros publicados. Era um profundo conhecedor da obra de Sartre... e ainda foi tradutor. Aquele clássico intelectual de esquerda e de convicções. 
João da Penha também colaborou em publicações culturais como  Cult e Tempo Brasileiro. Autor, dentre outros livros, de O que é existencialismo (Brasiliense, 2011, 17. ed.) e Períodos Filosóficos (Ática 2000, 4.ed.), traduziu para revistas e jornais poemas dos russos Sierguêi Iessiênin e Alieksandr Blok, e contos de José Maria Argüedas, Júlio Cortázar e Gabriel García Márquez, publicados em Os primeiros contos de dez mestres da narrativa latino-americana (Paz e Terra, 1978).

Profº Romero Venâncio


O NEOLIBERALISMO COMO FUNDAMENTO DA CULTURA DE MORTE.



Lendo sobre a década de 1980, por conta do livro que estou escrevendo, encontro aí, o momento em que a disputa foi vencida pelos que criaram as bases do materialismo capitalista, consumista e predatório que não poupou nenhuma instituição, incluindo parcelas consideráveis do cristianismo.

Portanto, foi nesse década que Deus ressurgiu de forma avalassadora como dinheiro, como uma espécie de mercadoria voltada basicamente para satisfazer as necessidades mais imediatas dos mortais. Foi nesse momento que o cristianismo deixou de ser uma promessa generosa de salvação integral, tanto no plano espiritual como humano, para se tornar uma espécie de tábua de salvação para os deserdados do sistema neoliberal e que desejavam entrar na restrita arca capitalista.

Essa que para uns entrar, tem que deixar outros de fora,abandonados a própria sorte, com as justificativas mais abjetas possiveis: Preguiçosos, incapazes, idólatras, pecaminosos, desviados, sem fé ou com pouca fé e etc.

. Daí esse tipo de situação que estamos vendo nessa pandemia em que pseudo cristãos, com exceções , ainda bem, a começar por Francisco, preferem defender o mercado, as finanças, os bilionários,em suma, a elite financeira e seus privilégios, a defender o verdadeiro projeto de Jesus Cristo "Em vim para que todos tenham vida e vida em abundância."

O Padre José Coblin foi fez uma excelente descrição e reflexão sobre esse momento de triunfo do neoliberalismo, através de um livro que vale a pena ser lido ou relido nestes tempos de grandes confusões e incertezas, ou de verdadeiro pandemonio, mais do que a pandemia do coronavirus. trata-se do livro. "O neoliberalismo, ideologia dominante na virada do século" (Petrópolis, 2000).

Aspecto importante e desafiador desse livro, é quando ele mostra como o neoliberalismo se tranformou em cultura dominante, incluindo a cultura gospel e a dos movimentos espiritualistas, na década de 1980 também chamado de new age ou nova era.

Como cultura não é propriamente o forte de uma esquerda que leu ou lê pouco, ainda mais em se tratando de Gramsci, Escola de Frankfurt e Paulo Freire, talvez esteja aqui uma das principais dificuldade que encontramos, ha tempos, para o enfrentamento.
Zezito de Oliveira

Nenhum comentário: