ABILIO NETO
Caros amigos,
Leiam a letra dessa canção abaixo e vejam que coisa linda. Quando se escuta a melodia posta na letra, constata-se que o baiano Augusto Jatobá, nascido em 1946, é um grande nome da MPB. Ele não só e poeta e compositor, mas arquiteto, produtor de disco, designer, enfim um gênio. Esse homem foi responsável pelas c apas de discos mais lindas que vi.
Em 1980, há exatamente 40 anos, fiquei fã dele, ao tomar conhecimento da canção PÉS DE MILHO, gravada no LP Capim do Vale, de Elba Ramalho, naquele tempo em que a voz dela feria um pouco meus ouvidos. Em 1981, conheci a mesma canção na voz de outro baiano, Xangai, compadre de Augusto Jatobá. Uma beleza de gravação!
Recentemente encontrei um vídeo com a cantora Danielle Bonfim, nascida no planalto central, descendente de nordestinos, cantando essa canção e fiquei encantado. A menina, de pouco mais de 20 anos, é considerada o uirapuru do cerrado. Além disso, toca mais de um instrumento. Voz linda de uma cantora de carreira promissora neste Brasil partido ao meio que nos mostra (felizmente!) ainda uma banda cultural e outra brega e sem valor, mas que rende milhões de reais à indústria do entretenimento.
Augusto Jatobá é autor de MATANÇA, uma das mais lindas canções de amor à natureza, gravada brilhantemente pelo violeiro e cantor Xangai.
Neste complicado tempo em que vivemos, é hora de ouvirmos PÉS DE MILHO, canção de amor à família e amigos, e também MATANÇA para não esquecermos a mãe natureza. É hora também de agradecermos a Augusto Jatobá por essas duas lindezas!
PÉS DE MILHO, canção de Augusto Jatobá - 1980
Pés de milho andarilhos
como os nossos filhos
procurando vinte milhas
pelas nossas filhas
protegendo milharais
como as nossas mães
perseguindo os animais
como os nossos pais
comparando a rouxinóis
tal nossos avós
flutuando pelos rios
como os nossos tios
fungos, cogumelos, limos
como nossos primos
tanta gente tão aflita
que eu nem sei ainda
se transformo trigo em pão,
pra nossos irmãos
ou transformo pão em trigo
pra nossos amigos
que estão salvos do perigo
do primeiro abrigo
procurando girassóis
como todos nós.
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