09 de Abr de 2020, 23h12
Um mês após o primeiro caso de Covid-19 ser reportado, o Estado da Califórnia, aqui nos Estados Unidos, registrava 17 mil ocorrências e 450 mortes. O Estado de Nova Iorque, 140 mil casos e 5,5 mil mortos.
Importante destacar que a população no Estado da Califórnia é quase três vezes maior que a do Estado de Nova Iorque. E os dois Estados têm as mais densas cidades do país - Nova Iorque e São Francisco.
O que foi feito de diferente por cada uma? Em 16 de março, a cidade de São Francisco – Califórnia - foi a primeira nos EUA a propor medidas importantes de isolamento social.
No dia 2 de março, o prefeito de Nova Iorque fez uma postagem no Twitter incentivando a população a seguir com suas atividades usuais normalmente.
Neste mesmo dia, o prefeito de São Francisco, que já havia declarado estado de emergência em 25 de fevereiro, fez também uma postagem preparando a população para medidas ainda mais severas, como fechamento de escolas e de comércio não essencial.
O que vemos no final de março: 1 - Estado da Califórnia com aproximadamente 500 novos casos/dia. 2 - Estado de Nova Iorque, aproximadamente 5 mil novos casos/dia.
É preciso aprofundar estudos para entender se o isolamento precoce foi o único fator que produziu estes resultados. Não é possível saber, por exemplo, se no Estado de Nova Iorque ocorreram mais entradas de casos no início da epidemia.
O mesmo cenário foi observado em diferentes regiões da Itália. Veneto e Lombardia foram as primeiras a registrarem casos da Covid-19.
A região do Veneto impôs medidas de isolamento e testagem mais precocemente e, como consequência, obteve redução na velocidade de transmissão e letalidade.
Poderia ter sido o clima mais quente da Califórnia um fator de proteção? É preciso entender melhor. No entanto, essa importante diferença climática não existe nas regiões da Itália citadas.
A província de Wuhan, na China, saiu do isolamento na última quarta, 8, após 11 semanas de rígido confinamento em casa.
Enfim, não é melhor segurar firme e manter o isolamento do que assistir ao cortejo de caminhões funerários com corpos? De um jeito ou de outro, a economia será impactada. As evidências mostram que o isolamento traz a sublime vantagem de salvar mais vidas.
[*] É médica sanitarista e consultora em Atenção Primária à Saúde para a Organização PanAmericana de Saúde - Opas.
E NO EQUADOR?
Para comentar sobre esse cenário o Forum Debate de hoje conta com os epidemiologistas Francisco Pérez e Andres Viteri e o analista internacional Amauri Chamorro
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