segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

60 anos do golpe de 1964.. Memória, verdade, justiça e compromisso...Subsidios para educadores, agentes culturais e comunicadores.

Romero Vernâncio - Curador dessa postagem com a assistência de Zezito de Oliveira

Um documentário do saudoso Alípio Freire sobre o golpe de 1964: razões, contexto, história e consequências... 

https://www.youtube.com/watch?v=GhoI8FdFF6w


Documentário quer explicar aos jovens as origens do golpe de 1964

Produzido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política e pela TVT, filme vai expor participação de industriais, latifundiários e dos EUA no movimento que levou à ditadura

https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/filme-quer-explicar-aos-jovens-porque-houve-resistencia-a-ditadura/



Como uma forma de melhor contar a história e trazer relatos com diferentes pontos de vista, a edição conta um pouco mais sobre a era ditatorial no país e seus efeitos na sociedade da época. Os militares, ao lado de seus aliados civis, tomaram o poder em março de 1964 e implantaram uma ditadura que durou 21 anos. Para isso, o regime recorreu à violência, à censura e à espionagem. Apesar de muitos terem obtido condições de vida mais prósperas com o “milagre econômico”, tantos outros se tornaram ainda mais probres e tiveram sua realidade ainda mais dificultada. Ainda no governo dos generais tiveram-se opositores, como exemplo de políticos, religiosos, estudantes, artistas e intelectuais. No entanto, foi a juventudade da época que, no desejo de implantar o socialismo no Brasil, pegaram em armas e combateram a ditadura. A transição de volta à democracia, assim como a própria duração do governo militar, foi longa demais. Ao fim (anos 80), operários entraram em cena, logo seguidos por trabalhadores rurais.

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Este fundamental livro: "1964: a Conquista do Estado - Ação Política, Poder e Golpe de Estado" de René Armand Dreifuss, juntamente com o "Brasil: nunca mais", são os dois mais importantes e impactantes livros sobre o golpe de 1964 e a ditadura que se seguiu... Dreifuss demonstra com farta documentação o papel do empresariado e de várias instituições da sociedade civil no apoio incondicional ao golpe de 64... Nesse ano de 2024, este livro merecia uma nova edição comentada.

 - Dois combatentes da luta contra a ditadura militar no Brasil se deparam, pela primeira vez, com fotografias de suas respectivas prisões, tiradas pela polícia. O passado retorna e, com ele, uma história de crimes perpetrados pelo Estado, até hoje, impunes.

https://www.youtube.com/watch?v=7tmN6VMaP8o&t=256s


O GOLPE DE 1964 E A DITADURA QUE SE SEGUIU. 55 PROGRAMAS. TV UNIVESP

O golpe é a primeira reportagem da série 1964 e trata do golpe civil-militar propriamente dito. Com a ajuda dos pesquisadores Jorge Ferreira (UFF), Carlos Fico (UFRJ), Luiz Moniz Bandeira (Universidade de Heidelberg) e João Roberto Martins Filho (UFSCar), a UNIVESP TV conta como foram os meses finais do governo João Goulart (1961-1964), culminando na deposição que levou o país a uma ditadura de 21 anos. Qual Brasil coube a Goulart governar? Quais foram os fatos que levaram ao golpe? Por que o presidente não resistiu? Essas são as perguntas que a reportagem tenta responder. Entrevistas, debates, matérias especiais, notícias e o resumo da programação na tela da UNIVESP TV.

https://www.youtube.com/watch?v=EVwlepPYp_o&list=PLxI8Can9yAHcxLg1t0wu8OdGrEFWxdFNX&index=2

https://www.youtube.com/watch?v=gTAF4Qbmx3k

https://www.youtube.com/watch?v=ldOJ1IjrBMc

https://www.youtube.com/watch?v=TKelh8mEiUU

https://www.youtube.com/watch?v=rieUrcCk6P4

https://www.youtube.com/watch?v=x3LJYYKaw2s


Esse ano o Brasil rememora 60 do golpe de 1964. Para os desafios do nosso tempo, a educação histórica é chave. 

Acaba de ser publicado um material excelente para produção de aulas, cursos e formações sobre o golpe, a ditadura e os limites da transição democrática. 

É a nova seção APOIO AO EDUCADOR do portal Memórias da Ditadura do Instituto Vladimir Herzog. Fiz a concepção, criação e supervisão pedagógica desse trabalho.

São 22 sequências didáticas temáticas, com abordagem atualizada e adaptáveis a qualquer contexto educacional (escolas, universidades, cursinhos, educação popular, formação política de sindicatos e movimentos). 

As sequências têm metodologias variadas: análise de imagens, interpretação de textos, contato com fontes primárias, sugestão de pesquisa, estudo dos relatórios da CNV, e videoaulas com especialistas gravadas exclusivamente para o portal. 

Tem também uma trilha de ensino por projetos com sugestões de formatos, etapas e ritmos de trabalho para assegurar o protagonismo criativo dos alunos.  

Ajudem a divulgar?⚡️📣

O Portal: https://memoriasdaditadura.org.br/apoio-ao-educador/

Destaque do meu insta explicando mais: https://www.instagram.com/s/aGlnaGxpZ2h0OjE3OTk1Mjg5NzMyNDA3MjY4

Abraços, 

Joana Salém

Um documentário que sempre me comove. Trata-se da vida de Maria Auxiliadora Lara Barcelos que foi uma militante política que lutou contra a ditadura militar instaurada no Brasil em 1964. Presa, torturada e banida do país, ela acabou por se suicidar durante o exílio em Berlim. Uma biografia sensorial e emocional de uma alma que foi, por tempo demais, clandestina. Memória para uso diário!!!


Um livro que pode ajudar na questão: COMO O CINEMA BRASILEIRO AJUDA NA COMPREENSÃO DO GOLPE DE 1964 E A DITADURA? HOJE, 16/1 - Terça -  As 20h. Teremos uma live no Instagram romerojunior4503 com este tema e bibliografia...

De como o cinema documental ajuda na compreensão do golpe e da ditadura pós-64..

1965. o primeiro filme pós-golpe de 64 que problematiza o golpe e a crise das esquerdas naquele contexto.
 O cinema e o golpe de 1964... FILME "O DESAFIO" de Paulo Cezar Saraceni




o livro "Ditadura em imagens e som" de Carolina Gomes, busca apreender os enunciados sociais e culturais construídos sobre o regime militar para analisar de que forma o cinema ressignificou e vem ressignificando o passado, verificar questões ainda obscurecidas, ambiguidades e tensões presentes na interpretação do processo histórico. Trata-se, assim, de apreender os filmes como “intérpretes” do passado a partir de seu lugar no presente, procurando compreender como a sociedade concebe a si mesma e a seu passado, dentro dos limites e condições de seu tempo. 

Ensaio do historiador Marco Napolitano sobre cinema e ditadura... Bibliografia importante para a live  COMO O CINEMA BRASILEIRO AJUDA NA COMPREENSÃO DO GOLPE DE 1964 E A DITADURA? 
 o papel do cinema, não no combate á ditadura, mas no apoio... sobre um cinema de propaganda que preparou o golpe de 1964. Vale a leitura. Recomendo!!!







"Retrato Calado" é um livro de memórias de como Salinas Fortes foi preso e torturado por ser suspeito de envolvimento na luta contra a ditadura militar, na década de 1970. O relato é marcado pela auto ironia, a sobriedade e o domínio da escrita. Salinas é comovente, sem no entanto “se valorizar, dar-se como exemplo ou vítima”, como observa Antonio Candido no posfácio.

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UMA LEMBRANÇA INCÔMODA 

Estou fazendo uma série de lives sobre os 60 anos do golpe de 1964. Na live  intitulada: "COMO O CINEMA BRASILEIRO AJUDA NA COMPREENSÃO DO GOLPE DE 1964 E A DITADURA?" no Instagram, fiz questão de lembrar de um cineasta que mudou de lado no final de sua vida e se bandeou para a direita, mas que fez três grandes filmes nos anos 70. Trata-se de Arnaldo Jabor. Ninguém foi tão implacável com a "classe média" brasileira como ele. Optou por revelar e problematizar o bizarro e abjeto das classes médias brasileira a partir de Nelson Rodrigues. Fez verdadeiras obras geniais entre 1973 a 1978. Relembro aqui: "Toda nudez será castigada (o melhor filme do Jabor), "O casamento" e "Tudo bem". Numa entrevista ele revelou porque tinha tanta raiva da classe média e respondeu assim: porque ela apoio o golpe de 64 e a ditadura que se seguiu. Vale a pena rever esses três filmes do Jabor nesse 2024 em que recobramos a memória dos 60 anos do golpe de 1964.


acrescentado a essa postagem em 18/01/2024
60 ANOS DO GOLPE DE 1964. UMA REFLEXÃO EM 2024
Aviso de saída: o tom será todo pessoal dessa breve (e talvez inútil) reflexão. Ela foi motivada por algumas leituras, alguns depoimentos escutados e o contato com pessoas que foram torturadas na época da ditadura pós-64 e que ainda estão vivas numa tentativa difícil de ter sobrevivido a todo um terror quase inimaginável e inenarrável. Percebo como o evelhecimento das pessoas que foram torturadas também significa um maior esquecimento das barbaridades que viveram no passado. É como se a cada geração mais nova no campo das esquerdas, o esquecimento se tornasse maior e a distância com a época do terror vai se tornando cada vez mais real. No máximo têm informações pelos livros ou alguns filmes. Mas nada disto parece ser fundamental em suas vidas. O tema das prisões, exílios, torturas e assassinatos no pós-64 e a relação com as pessoas que sofreram toda essas brutalidades, está se tornando cada vez mais formal e protocolar nas esquerdas atuais. Não vejo este comportamento como desonesto da parte das "novas gerações das esquerdas". Mas como uma espécie de "espírito de época".
Nossa época vive imensa na velocidade das redes digitais e esta velocidade passa a ser um tipo de comportamento de se envolver na politica, ficar celerada com as eleições parlamentares, em buscar cargos e posições. Essa esquerda sabe da memória, mas não se envolve com ela. Quando se envolve é como naqueles eventos protocolares de mesas arrumadas e pessoas bem vestidas para falarem obviedades treinadas. A cada década, lembrar/falar dos/das torturados/as e que sobreviveram entre as atuais esquerdas, se torna um "peso" ou uma "obrigação". Como uma aula que se ministra, mas que não envolve, que não engaja. A velha questão: que adianta o crime de tortura ser considerado pelas esquerdas imprescritível, mas cair cotidianamente no esquecimento? o crime de tortura não é apenas um conceito, mas um conceito que envolve corpos (alguns ainda vivos). 
Estas breves notas me vieram após ver dois documentários. Sobre pessoas concretas, homens e mulheres. Que combateram a ditadura na com seus copos jovens nos anos 60 e 70, que forma presos, que forma torturados, que foram exilados, que souberam de corpos desaparecidos de seus camaradas...
Primeiro. Um documentário que sempre me comove. Trata-se de: "Alma clandestina". Um filme sobre vida de Maria Auxiliadora Lara Barcelos que foi uma militante política que lutou contra a ditadura militar instaurada no Brasil em 1964. Presa, torturada e banida do país, ela acabou por se suicidar durante o exílio em Berlim em 1976. Uma biografia imagética em tom melancólico, sensorial e emocional de uma alma que foi, por tempo demais, clandestina. E continua sendo clandestina e cada vez mais invisibilizada.
Segundo. O marcante, "Eu me Lembro". Um documentário sobre os cinco anos das Caravanas da Anistia e que procura reconstruir a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça, com imagens de arquivo e de entrevistas. Foi um honrado trabalho do Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2014. Lembrava àquela época os 50 anos do golpe de 1964. Governava o país, a presidenta Dilma Rousseff.
Logo após ver os filmes e pensar um pouco, me veio a seguinte constatação: deve um horror para quem foi torturado/torturada e sobreviver num país que nenhum torturador (ainda vivos) não foi julgado e preso. Alguns têm cargos ou privilégios através do próprio estado. Deve ser terrível demais. Dolorido demais. 
Por fim, tenho tomado como comportamento pessoal uma atitude: sempre que converso com alguns jovens nas escolas, universidades, Igrejas ou mesmo nas ruas, procuro perguntar o que sabem sobre o golpe de 1964 e a ditadura que veio no pacote... Geralmente, sabem pouco. Imediatamente recomendo que leiam esse ano ainda (por conta dos 60 anos do golpe de 1964!!!) o livro "Brasil, nunca mais". Somente isto. E somente este livro. Tem em PDF, inclusive. Como um trato de pensarmos juntos. 
Romero Venâncio (UFS)

 
Um documentário sobre dois combatentes da luta armada no contra a ditadura militar no Brasil pós-64, trata-se de Eduardo Collen Leite conhecido pelo codinome “Bacuri”, foi o militante que, depois de preso, foi torturado por mais tempo pelos agentes da repressão, passando 109 dias nas mãos de seus algozes, sendo submetido a todo tipo de torturas até ser executado. Sua mulher, Denise Crispim, viu-o pela última vez depois de ser retirada da cadeia do Dops , grávida de sete meses, e levada pelos homens de Fleury à delegacia do bairro de Vila Rica, em São Paulo. O marido estava algemado e com hematomas e queimaduras por toda a pele.


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