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domingo, 21 de janeiro de 2024
Sexo e Amor de acordo com Papa Francisco, o Cântico dos Cânticos, Eduardo Galeano, Chico Buarque/Edu Lobo, Serge Gainsbourg/Jane Birkin, Leonard Cohen, Arnaldo Jabor/Rita Lee, Babi Fonteles/Zé Vicente e Luisa Sonza.
Papa Francisco sobre sexo «O prazer não é pecado». Entrevista com Marinella Perroni
O mal não é sexo, mas luxúria, “a objetificação do outro”. Um demônio que desfigura o prazer sexual, em si um “presente de Deus”. O Papa toma o seu distanciamento ainda mais explícito da visão obscurantista da sexualidade que dominou a doutrina católica durante séculos, pelo menos até o Vaticano II. Ele faz isso acompanhando suas catequeses sobre os vícios e virtudes cristãs e falando, o primeiro Pontífice a dizê-lo sem equívocos, da virtude da castidade não se confundir com abstinência sexual: “É o desejo de não possuir o outro”.
Irmãos e irmãs, depois de refletir sobre a gula, hoje detenho-me sobre outro vício que ronda o nosso coração desejando entrar nele: é a luxúria. Trata-se duma sofreguidão que devora as relações. Ao alertar para este veneno, o cristianismo não condena o instinto sexual. Na verdade, o enamoramento é um dos sentimentos mais puros: os enamorados desintoxicam-se de si mesmos ao pensarem constantemente na pessoa amada. Porém, esta bela experiência humana corre dois perigos: um é o querer submeter a outra pessoa a uma vontade egoísta; o outro é o vício da pornografia que “coisifica”. Para ambos, o remédio é construir a beleza duma história a dois, com respeito e liberdade.
Cântico dos Cânticos: o livro erótico que está na Bíblia Sagrada
No livro "TerraFutura: Dialoghi con Papa Francesco sull'Ecologia Integrale", uma coletânea de entrevistas do jornalista Carlo Petrini com o papa Francisco lançada neste mês na Itália, o líder máximo da Igreja Católica diz: "O prazer vem diretamente de Deus. Não é católico, nem cristão, nem nada parecido — é simplesmente divino".
"O prazer de comer serve para manter uma boa saúde, da mesma forma que o prazer sexual serve para embelezar o amor e garantir a continuidade da espécie. O prazer de comer e o prazer sexual vêm de Deus", afirma o papa.
Se declarações assim podem causar estranhamento aos conservadores católicos, vale ressaltar que a própria Bíblia Sagrada tem um livro erótico. Cântico dos Cânticos, que consta do Antigo Testamento, é o único poema das escrituras que celebra o amor sexual. Ou, nas palavras do professor de hebraico Robert Bernard Alter, da Universidade da Califórnia, em seu livro The Art of Biblical Poetry, trata-se de um texto sobre "dois amantes que se elogiam e se desejam com convites para o prazer mútuo".
Mas por que uma obra assim acabou incluída na Bíblia — tanto nas escrituras judaicas, o Tanakh, quanto no compilado de livros que os cristãos chamam de Antigo Testamento? Segundo o filósofo e teólogo Fernando Altemeyer Junior, chefe do departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), "não há a possibilidade de falar algo sobre Deus sem falar do amor erótico".
*Dentre os livros bíblicos, o Cântico dos Cânticos (também conhecido como “Cantares” é um dos mais relegados ao ostracismo. Nas poucas veze sem que alguém o utiliza, o faz orientado por uma interpretação alegórica de suas palavras. Poucas vezes a leitura é feita de modo natural, e mesmo quando se tenta fazer isso, a interpretação sofre os condicionamentos derivados de um certo consenso moral que se esquiva de algumas passagens, pelo incômodo que causam. Embora atribuído a Salomão, o cântico não surgiu em sua época. Alguns aramaísmos presentes no texto apontam para a época pós-exílica(“pardes”, por exemplo, palavra iraniana sob forma aramaica - Ct 3.9). Por isso diversos fatores levaram estudiosos do Antigo Testamento a considerara atribuição a Salomão como apelo a sua autoridade a fim de facilitar a
*Carlos Eduardo B. Calvani é Ministro Anglicano, Doutor em Ciências da Religião pela UMESP, Coordenador dos Cursos de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade Unida de Vitória - ES.46
Texto foi originalmente publicado pelo GLOBO em 17 de dezembro de 2002
COMPANHEIRA, acima, é da autoria de Babi Fonteles e contou com Zé Vicente na produção do icônico CD Em-Canto, assim como participação no vocal da gravação desta belissima canção que embalou/embala muitas rodas de cantoria e violão da juventude católica e ecumênica progressista, assim como muitos casamentos, inclusive do editor dessa postagem.
2 comentários:
Bom dia. Polêmico mais muito preciso o debate. Parabéns ao Blog da Cultura, por abordar esse tema.
Ah! Que bom que gostou... Grato pela visita......
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