informações voltadas ao fortalecimento das ações culturais de base comunitária, contracultura, educação pública, educação popular, comunicação alternativa, teologia da libertação, memória histórica e economia solidária, assim como noticias e estudos referentes a análise de politica e gestão cultural, conjuntura, indústria cultural, direitos humanos, ecologia integral e etc., visando ao aumento de atividades que produzam geração de riqueza simbólica, afetiva e material = felicidade"
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
SP 470 anos: padre Júlio Lancelotti nos mostra que outra cidade é possível
Localizada no então chamado "Planalto de Piratininga", a pequena cabana de pau a pique, com cerca de 90 metros quadrados, serviu como escola, igreja, dormitório, refeitório, enfermaria e abrigou, com o adensamento população em seu entorno, a gênese da vida paulistana.
Muitos registros tentaram resgatar o significado simbólico desta construção. Hoje, também a Inteligência Artificial nos ajuda a vislumbrar este tempo distante e tão significativo da nossa história.
Visitar o Pateo do Collegio é também permitir-se uma viagem no tempo. ⏳️
São Paulo 470 anos: É hora de debater a cidade que queremos
É preciso comprometimento na construção de políticas públicas estruturadas para reduzir desigualdades e modernizar o município, escreve Guilherme Boulos Deputado e pré-candidato a Prefeitura de São Paulo diz que São Paulo do futuro não pode exigir nada menos do que a sua própria grandeza.
Estar em São Paulo é sobreviver dentro dos noticiários, enxergar o vai e vem da vida de perto, o sucesso e o fracasso, a extrema riqueza e tropeçar na abundante miséria, os grafites, esculturas, concertos, músicos de rua, temporadas de ópera, maestros e músicos de rua, rappers, moda de viola e vanguarda paulistana.
Sou carioca, filho de um piauisense de Alto Longá e de uma paulista de Santa Rosa de Viterbo. Portanto, do "interior do mato, da caatinga, do roçado". Prezo muito essa seiva.
Mas "alguma coisa acontece em meu coração, que só quando cruzo a Ipiranga e a avenida São João". São Paulo, que hoje completa 470 anos, com seus mais de 12 milhões de habitantes, é a maior cidade da América do Sul. De alguma maneira, está na vida de todos o(a)s brasileiro(a)s.
Desde que nasci passo por São Paulo. Meus tios Gabriel e Yara moravam, acreditem, num sobrado na Alameda Franca. Ali ficávamos 2 ou 3 dias antes de pegar não mais o trem da Mogiana, mas o "Danúbio Azul", ônibus que nos levava para o interior.
Gostava de ir a pé até a avenida Paulista, para ver prédios modernos da burguesia industrial, financeira e comercial constrastando com mansões da aristocracia do café - sobraram poucas...
Depois, as vivências de mística e revolução - muitas páscoas! - no Convento dos Dominicanos, nas Perdizes. Confrades permanentes, mesmo os vários já partidos...
"Túmulo do samba, mais possível novo quilombo de Zumbi", continuou a traduzí-la o baianoCaetano Veloso. Com a exatidão polêmica dos poetas.
O mineiro de Ladainha, Sérgio Vaz, criado na perifa de São Paulo, por sua vez, diz que "São Paulo é uma cidade no cio. Por isso transa com todo mundo em todos os lugares. É bonita porque é feia, e, como toda feia que se preza, beija mais gostoso (...) A cidade de São Paulo, que está no mapa, não é todo aquele tamanho: muita gente já tirou um pedaço, que faz falta na mesa do jantar, ou depositou numa conta corrente, que nada contra a corrente de quem ama esse lugar". Criolo, irmão, ainda existe amor em SP!
São Paulo teve origem com a fundação de um colégio jesuíta, por iniciativa de doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, para fixar no planalto de Piratininga (que quer dizer "peixe seco") o marco inicial da colonização. Os missionários queriam "civilizar" aqueles "povos viciosos" e ajudar a conquistar terras. Como em muitas outras cidades, "primeira missa, primeiro índio abatido também" (de Gil, sobre a Bahia).
E aí está São Paulo, pecadora com nome de santo (convertido), na sua imensa diversidade, na sua pujança, nas suas contradições. Com seu conservadorismo e seu futurismo. Com seus ladrões ricos, politiqueiros, e sua gente sem teto que busca marquise e dignidade.
Saboreio o paulistano Mário de Andrade (1893-1945), em seu genial "Macunaíma" (de 1928), quando relata a chegada do "herói sem nenhum caráter" à cidade de São Paulo: "A inteligência do herói estava muito perturbada. As cunhãs rindo tinham ensinado pra ele que saguiaçu não era saguim não, chamava elevador e era uma máquina. (...) Os tamanduás os boitatás as inajás de curuatás de fumo, em vez eram caminhões bondes anúncios luminosos relógios faróis rádios motocicletas telefones gorjetas postes chaminés... Eram máquinas e tudo na cidade era só máquina!".
Mesmo até hoje com a "inteligência perturbada" diante da urbi enorme, sei que em São Paulo nem tudo é máquina, concreto e aço. Há corações pulsantes, há muita gente boa e querida circulando na Cooperifa, no Ibirapuera, na Freguesia do Ó, nos sambas de Adoniran, nos raps e versos e elos do Emicida, nas Vai-vai ("nóis vai!"), nas lutas do "povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas".
Viva São Paulo!
"São Paulo 470 anos. Parabéns, Sampa!
Abaixo, grafite do artista Speto, em homenagem a João Gilberto, num dos prédios no Centro de São Paulo."
EVENTO NA PRAÇA VLADIMIR HERZOG CELEBRA470 ANOS DE SÃO PAULO
A primeira edição do ano do “Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer” acontece neste domingo (28), a partir do meio-dia na Praça Memorial Vladimir Herzog e Espaço Cultural a Céu Aberto Elifas Andreato, que fica no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo.
No palco, o Trio Gato com Fome canta o samba paulistano em homenagem ao aniversário da cidade, que completa 470 anos no dia 25. Formado por Cadu Ribeiro (pandeiro), Gregory Andréas (cavaquinho) e Renato Enoki (violão 7 cordas), o grupo, na estrada há mais de dez anos, apresenta repertório próprio e trabalhos de compositores como Alcebíades Nogueira, Osvaldinho da Cuíca, Rolando Boldrin, Adoniran Barbosa e Conde, autor de Bacharel de Gafieira, samba que inspirou o nome do trio com o verso “gato quando está com fome come até sabão”.
O evento conta ainda com uma sessão de autógrafos com Leonardo Boff e seu livro "Terra Madura", que será lançado oficialmente no dia 31, Eduardo Reina com "Cativeiro Sem Fim", e Gilvan Ribeiro com "Malês: A revolta dos escravizados na Bahia e seu legado".
Ronald Sclavi se encarrega do cardápio e prepara o “Cachorro-quente do futuro”, com o apoio de estudantes, recém-formados e repórteres de futuro. Como sempre, vale o mote: “Quem pode, paga. Quem não pode, pega”, com o quitutes para todos os participantes.
Por fim, acontecerá o terceiro sorteio para estadia de um final de semana na pousada da família de Alexandro Fernando em São João Del Rei entre os que adquirirem os cartões postai da Praça Vladimir Herzog, cuja venda visa contribuir com o fundo de manutenção do espaço.
O “Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer!” é uma realização do Instituto Elifas Andreato com o apoio da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de São Paulo, Banca Livraria dos Jornalistas Vladimir Herzog, Canal da Praça, Coletivo Café Sem Pauta, Coletivo Paulo Freire, Colibri & Associados Comunicações, FotosPúblicas.com, Instituto Paulo Freire, Instituto Premier, Instituto Vladimir Herzog, OBORÉ, Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo e da Câmara Municipal de São Paulo.
SERVIÇO
Todo Mundo Tem Que Falar, Cantar e Comer!
Data: 28 de janeiro
Horário: a partir do meio-dia
Local: Praça Memorial Vladimir Herzog – Espaço Cultural a Céu Aberto Elifas Andreato (atrás da Câmara Municipal de São Paulo e em frente à Praça da Bandeira)
Nenhum comentário:
Postar um comentário