quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Afinal, haverá ou não haverá diminuição do dinheiro do orçamento federal para a cultura?


 O que afirma o MINC...

Sobre a Medida Provisória da Lei Aldir Blanc: os R$ 15 bilhões para a cultura estão garantidos. Este é um compromisso reforçado pelo Governo Federal! A partir de 2025, os estados e municípios deverão comprovar investimentos em cultura para poder acessar os novos repasses de recursos. Isso fortalece o caráter estruturante da Aldir Blanc e amplia a responsabilidade compartilhada entre governo federal e governos locais no fomento à cultura.

A partir de 2025, os estados e municípios deverão comprovar investimentos em cultura para poder acessar os novos repasses de recursos. 

Isso fortalece o caráter estruturante da Aldir Blanc e amplia a responsabilidade compartilhada entre governo federal e governos locais no fomento à cultura.


Lei Aldir Blanc fortalecida! 💪

Com a Medida Provisória da Lei Aldir Blanc publicada hoje, os recursos para a cultura estão garantidos!

A MP também fortalece o Sistema Nacional de Cultura, nosso SUS da Cultura, reforçando a participação social e incentivando gestões públicas eficientes.

🚨 Atenção: não há qualquer risco de cortes ou redirecionamento dos valores destinados à cultura!

Veja alguns avanços trazidos pela MP:

* Critérios claros para a execução dos recursos pelos estados e municípios

* Estados e municípios só poderão receber novos recursos da PNAB se tiverem executado um percentual mínimo dos valores já recebidos

💡 Leia a nota completa do Ministério da Cultura e espalhe a informação: https://abrir.link/zhfvH

Já  as associações dos gestores estaduais e municipais, mesmo com tanto recurso da Lei Paulo Gustavo e da PNAB parado nas contas de muitos estados e municipios, afirmam: 

CARTA ABERTA

As 3 entidades representativas dos gestores públicos de cultura do Brasil, estaduais e municipais, publicaram conjuntamente uma Carta Aberta sobre a Medida Provisória que altera a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).

A preocupação é com a garantia dos repasses anuais de R$ 3 bilhões para estados e municípios, mesmo que no texto esteja estabelecido o valor total destinado à lei.

Leia a carta na íntegra abaixo:

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Bizarro! A oração do padre em favor do golpe neofascista que previa o assassinato de lideranças politicas democráticas...

 


A mensagem em que o padre pede orações por militares consta no relatório final da Polícia Federal, entregue ao STF
Mateus Salomão
26/11/2024 18:49, atualizado 26/11/2024 19:59

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, indiciado por participar de um plano para decretar um golpe de Estado no Brasil, teria criado e disseminado uma “oração do golpe”. É o que conclui a Polícia Federal (PF) em relatório que veio à tona nesta terça-feira (26/11), após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, após o término das eleições presidenciais, o padre enviou uma mensagem a um contato identificado como “Frei Gilson”, com uma mensagem em que todos os brasileiros, católicos e evangélicos incluam em suas orações os nomes do ministro da Defesa e de outros dezesseis Generais 4 estrelas.

O MAL QUE O BOLSONARISMO FEZ/FAZ A IGREJA CRISTÃ NO BRASIL. UMA REFLEXÃO
Romero Venâncio (UFS)
Novembro de 2024. A notícia: "A Polícia Federal indicia Bolsonaro, Braga Netto e mais 35 por tentativa de golpe. Dentre eles, um padre..." A informação poderia até passar despercebida em outro momento. Não no atual contexto de Brasil. Saudades daqueles tempos em que padre, bispo ou agente de pastoral da Igreja Católica eram acusados publicamente de ajudar camponeses em ocupação de terra, ocupações urbanas, em lutas populares ou na luta em defesa de pobres de toda sorte neste país. Uma memória que não pode ser esquecida. Religiosos já enfrentaram polícias na defesa de pessoas marginalizadas sem voz e sem vez. Criticados pela mídia da casa grande, esses religiosos mantinham a cabeça erguida pela consciência tranquila nas escolhas que haviam feito. Muito diferente é quando um padre se junta a um grupo de extrema direita violento que tem como objetivo destruir as frágeis instituições democráticas. Mais do que isto: foi um dos "mentores ideológicos" de uma tentativa de golpe de estado e trama macabra para assassinar pessoas. Isto é muito sério e merece uma reflexão mais séria ainda. Como chegamos a isto?
Desde 2013 que estamos assistindo um setor significativo do catolicismo brasileiro se ligar a um movimento de extrema direita. Aproximaram-se de figuras  como Olavo de Carvalho (vejamos as fotos com o pe. Paulo Ricardo exibindo armas), aprenderam a usar as redes digitais, criaram canais ou ficaram como youtubers, organizaram formação dentro de um catolicismo reacionário e militante, atacaram pessoas como Pe. Júlio Lancellotti, a CNBB, Leonardo Boff, Dom Vicente Ferreira, Dom Joaquim Mol, Pe. Manoel Godoy, pastora Romi Bencke... e tantos outros/outras. Elaboraram todo um material de estudos no que tem de mais conservador dentro do catolicismo: livros, traduções, vídeos, palestras, cursos... Com uma beligerância pouco visto na Igreja Católica no Século XX/XXI. 
Com esse "arsenal teológico", o caminho não poderia ser outro: a extrema direita católica encontra-se (naturalmente) com a extrema direita política e bolsonarista. Ainda mais, essa extrema direita católica sempre foi auxiliar do pior bolsonarismo. Um desses grupo de extrema direta, conhecido como Centro Dom Bosco tentou levar Bolsonaro (ainda presidente da República) para o feriado de Aparecida para rezar um Rosário em frente a uma Igreja e com a cidade lotada de gente. Quase ocorre o triste  e perigoso evento. Tudo devidamente registrado. Muitos católicos motivados por estas ideologias extremistas foram para a porta de quartéis pedir golpe e rezar por ele. Lembram? inesquecível. 
O pe. José Eduardo não é uma exceção e nem é um desconhecido nas redes digitais. O que foi, na verdade, ele foi o mais ávido nas relações com o núcleo do bolsonarismo e seus militares. O padre não é vitima, mas consequência de suas escolhas políticas e de toda uma extrema direita católica. A melhor definição de quem é e o que faz o padre em questão, foi dada num inquérito policial (quem diria!):
“Como apontado pela autoridade policial, José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas’”.
Ministro Alexandre de Moraes. Sobre o Pe. José Eduardo no inquérito que apura a tentativa de golpe de estado. In: Metrópoles, 21/11/2024.
Todas estas ações de uma extrema direita católica já deveria merecer mais atenção da CNBB e suas pastorais sociais. O caso desse padre José Eduardo que atua no pior esgoto de uma extrema direita golpista e violenta, merece uma profunda reflexão na Igreja Católica no Brasil. A coisa tá ficando séria e chegando às barras dos tribunais. Atentemos.










Golpe santo: Quem são os padres citados no relatório da PF

A última fase das apurações trouxe à tona a participação surpreendente de líderes religiosos, especialmente de alguns padres, na tentativa de causar instabilidade política no país


Os outros 2 padres citados pela PF no relatório do inquérito do golpe





Abaixo depoimento de um padre democrata sobre o filme "Ainda estou aqui"
Pe. Manuel Joaquim R. dos Santos 
Arquidiocese de Londrina
Enquanto assistia ao longa “Ainda estou aqui” percebi que minha amiga estava soluçando.  Não era a única na sala. No final, quando lhe perguntei qual a parte que mais a impactara, não hesitou: “foi quando a viúva, finalmente, conseguiu a certidão de óbito”! Não era pra menos! Aquele pedaço de papel representava, não apenas o reconhecimento (tardio) pelo Estado da morte de Rubens Paiva, como essencialmente o final de um processo demorado de luto, com todas as consequências nefastas para a família. 
O filme é extraordinário. Uma das melhores películas nacionais que já assisti. Retrata do jeito adequado os porões fétidos da ditadura militar e combate a sua negação, mostrando os fatos, que longe do passado, nos assombram agora fora das telas. Um período trágico da história brasileira que “ainda está por aqui”! Paiva é uma das 434 pessoas desaparecidas ou mortas, sem processos legais legítimos, sem defesa, assassinados pelo Estado que escondia a sua cara no anonimato de paisanos caricatos, com ar de autoridade. Segundo a Human Rights Watch, cerca de 20 mil cidadãos foram torturados.  Foi uma noite longa, a preto e branco, que podava sonhos com a mesma foice que segava as vidas de inocentes. Uma escuridão defendida até hoje por perversos mentirosos, que se locomovem na penumbra de uma memória coletiva ultrajada. Se o Carlos Ustra foi “brilhante”, como nos moveremos com segurança nos dias de hoje, sabendo que todos eles estão soltos e impunes? Como dar consistência à argamassa que nos torna um país forte, se usamos um cimento ruim e em quantidade ínfima? Se varremos para o abismo da história os que conspiraram contra ela, que garantias teremos de que fantasmas não assolarão o nosso presente e futuro?
“Ainda estou aqui” é mais do que um resgate histórico. O que já não seria pouco! Porém, encontramos nessas duas horas de filme, uma tentativa bem sucedida de dar o protagonismo a quem de fato merece! Chega de evidenciar na tinta dos jornais ou nas redes sociais, quem adquiriu com a sua maldade, um posto no lixo da história! O filme, muito sabiamente, dá voz e vez às vítimas, aos que “esperam contra toda a esperança”, aos que não desistem de lutar, aos que continuam a acreditar neste país! Um filme assim, presta um serviço extraordinário à sociedade brasileira, repondo as peças corretamente no tabuleiro do arcabouço social que nos constitui e provocando lágrimas nos que nunca deixaram de se iindignar com este período da nossa história. Minha amiga chorou! E eu também! 
Os acontecimentos recentes indiciando e condenando centenas que atentaram contra a Democracia e o Estado de Direito, revela o que o filme teme: Há, desde 1889, um conceito equivocado dentro das Forças Armadas de que elas poderão intervir na história com golpes e contra golpes, criando “estados de exceção”, podando liberdades e desconfigurando totalmente a própria missão das Forças Armadas. O último governo, ter levado para a esplanada dos ministérios militares, alimentou dentro das Forças desejos perniciosos ocultos de tomada de poder, como evidenciam as gravações do processo sobre Golpe de Estado. Eles ainda estão aqui!
Em 1974 os militares portugueses deram um golpe de Estado. Mas muito diferente dos seus homólogos chilenos, que em 1973 inauguraram uma das ditaduras mais cruéis da América latina. Em terras lusas, com cravos vermelhos nas metralhadoras, os “capitães de abril” devolveram o poder ao povo e imediatamente regressaram aos quartéis. Até hoje as Forças Armadas estão sujeitas ao poder civil legitimamente validado nas urnas. 
Ainda estou aqui, é um triste alerta. É um convite incisivo para que ninguém neste país baixe a guarda. Uma democracia, não se consolida com uma magnifica Constituição. É um processo histórico sobre o qual não se poderá jamais tergiversar. A anistia que Trump usará nos EUA é uma farsa fascista que não cabe no nosso país nem em qualquer outro que preze o Estado de Direito. 

Pe Manuel Joaquim R. dos Santos 
Arquidiocese de Londrina 


UMA OPORTUNIDADE HISTÓRICA
Romero Venâncio (UFS)
Vivemos um sentimento paradoxal nestas duas semanas neste Brasil quase-sempre-em-transe. Por um lado, estamos vendo/vivendo uma história que se desvela para quem quiser reparar com atenção. Por outro lado, parece que nada ocorre fora das redes digitais. Um país bestializado com o que vem sabendo? impotentes diante dos fatos revelados? ou descrença completa nas instituições?
Independente do que faremos com tudo isto revelado no inquérito da polícia federal e com a revelação de uma trama golpista que envolvia assassinatos e tudo o mais, a situação nos joga na cara algo grave e que será a herança desse "bolsonarismo" que castiga ideologicamente este Brasil.
Porém, uma aparente coincidência não poderá passar despercebido por todos nós: tudo isto ocorre no ano em que lembramos os 60 anos do golpe militar de 1964!!! Um golpe que matou, exilou, torturou, fez desaparecer corpos, nos empurrou para um modernização conservadora sem paralelo na história e legou uma inflação brutal que esmagou a vida da classe trabalhadora e concentrou renda como nunca na história. Pena que tudo isto não mobilize movimentos de rua que possa colocar esses militares no seu devido lugar na história. E pior, nem o governo de plantão que tem origem nas esquerdas e nas lutas democráticas percebeu a chance histórica que foi jogada em seu colo. Ou percebeu e nada acredita que pode fazer devido a seus compromissos e alianças. paciência. 
Termino lembrando uma frase do filósofo Herbert Marcuse que lemos no prefácio ao livro de Karl Marx: "O 18 Brumário de Luís Bonaparte":
"Como se chegou a essa situação em que a sociedade burguesa só pode ainda ser salva pela dominação autoritária, pelo exército, pela liquidação e traição das suas promessas e instituições liberais? (...) Isso é cômico, mas a própria comédia já é a tragédia, na qual tudo é jogado fora e sacrificado."
Em tempo!


Rudá Analisa: A Casa Caiu! Relatório da PF detalha o plano de crime de Bolsonaro



terça-feira, 26 de novembro de 2024

Programação do Festival de Arte de São Cristóvão (FASC) 2024

 






Versão FULL HD qualidade máxima da Live transmitida dia 3/4/2021










Confira abaixo a programação dos três dias -  sexta, sábado e domingo.


https://www.instagram.com/festivaldeartesdesaocristovao/



O Festival de Arte de São Cristóvão que temos e o FASC que podemos ter.

 Entrevista com Paola Santana FUMCTUR

https://acaoculturalse.blogspot.com/2024/11/o-festival-de-arte-de-sao-cristovao-que.html

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Zezito de Oliveira, um galo da cultura continua avisando, o Festival de Arte de São Cristóvão é bom, mas precisa ser melhor, para sustentar a sua continuidade caso no futuro lideres de extrema direita assumam os governos municipal, estadual ou federal..


 






segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Saludamos con mensajes, canciones y literatura a los hermanos del Frente Amplio de Uruguay por la victoria de Yamandu Orsi en las elecciones presidenciales de este domingo (24/11/2024)

 Celio Turino

Apenas um esclarecimento, o conceito de FRENTE AMPLA no Uruguai é diferente do compreendido no Brasil. Lá o eixo é o Movimento de Participação Popular (ex-Tupamaros), Socialistas e Partido Comunista, também incluindo social-democratas, verdes e trotskistas. Feito o esclarecimento, VIVA A VITÓRIA DA FRENTE AMPLA no Uruguai!
Romero Venâncio
Bons ventos chegam do Uruguai: Yamandú Orsi, de esquerda vence o 2º turno e volta ao poder no país.. Mas foi apertado... A direita cresce na América Latina e se consolida cada vez mais... Atentemos!

[Álbum] Daniel Viglietti - Canciones para mi América (1968)



Programa de 13/09/2021

24 min2021

Era o ano de 2008 e, na entrevista a Elizabeth Carvalho, o escritor uruguaio que denunciou a exploração da América Latina em sua obra mais conhecida lamentou que o mundo ainda fosse doente de racismo e outros “ismos”.

https://globoplay.globo.com/v/9688638/



Mario Benedetti, 101: cinco poemas e uma despedida

No aniversário do escritor uruguaio, falecido em 2009, um convite para revisitar sua obra. Entre afetos e a indignação, ele cantou a solidariedade e uma América Latina insubordinada, em tempos sombrios: lento mas vem/o futuro se aproxima.

https://outraspalavras.net/poeticas/mario-benedetti-101-cinco-poemas-e-uma-despedida/vem / o futuro se aproxima


A vitória da Esquerda no Uruguai e o engajamento de bases

Construção estratégica teve engajamento político intenso e ativismo de jovens, trabalhadores, sindicatos e movimentos.


Diplomacia 🤝🏻🌎

O presidente Lula (PT) e outras lideranças mundiais parabenizaram o novo presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, que venceu as eleições ontem (24). Com o apoio de José Pepe Mujica, Orsi venceu o candidato da coalização de direita Álvaro Delgado.

Em suas redes sociais, Lula publicou felicitações ao novo mandatário: “Quero parabenizar o povo uruguaio pela realização de eleições democráticas e pacíficas e, principalmente, o presidente eleito Yamandú Orsi, a Frente Ampla e o meu amigo Pepe Mujica pela vitória de hoje”.

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, saudou o novo presidente. “A Frente Ampla volta a governar pela vontade do povo uruguaio que, mais uma vez, demonstra sua vocação democrática e progressista”, escreveu.

Gabriel Boric, presidente do Chile, reafirmou que ligou para Orsi para parabenizá-lo pelo resultado. “Acabei de ligar e parabenizar Yamandú Orsi pela vitória no Uruguai. Conversamos sobre como seguir em frente juntos, como países irmãos, na justiça e na unidade.”

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, foi breve em suas felicitações. “Um grande abraço a Yamandú, novo presidente do Uruguai. Esta vitória reflete a vontade do povo latino-americano de unidade e mudança”, publicou em seu perfil no X. 

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, parabenizou Orsi e falou em construir uma “relação respeitosa e positiva e de cooperação e de apoio partilhado” entre os países. “Desejo o maior sucesso”, escreveu no Instagram.  

Da Argentina, comandada pelo presidente da extrema direita Javier Milei, apenas a chancelaria parabenizou “o povo uruguaio pela sua exemplar jornada cívica” e enviou saudações “ao presidente eleito pela sua vitória”. O mandatário argentino não se manifestou. 

https://www.brasildefato.com.br/2024/11/25/lideres-da-america-latina-parabenizam-o-novo-presidente-do-uruguai-yamandu-orsi

domingo, 24 de novembro de 2024

As criticas ao filme "Ainda Estou Aqui" Por Wesley Pereira de Castro. Jones Manuel, Frei Betto


 CRÍTICAS DE UM CINEMA NU - segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Wesley Pereira de Castro. 

Numa cena breve mas sintomática, uma das filhas adultas da protagonista pede dinheiro emprestado à sua mãe, pois viajará por algum tempo. Ela garante que pagará todo o valor, o que é confirmado por Eunice Paiva (Fernanda Torres), que, segurando uma caderneta, lhe diz: "não se preocupe, está tudo anotadinho aqui!". Com isso, fica evidente que as lembranças de família não possuem apenas valor mnemônico, de caráter afetivo. Servem também enquanto cobrança, à guisa de reparação das injustiças sofridas pela protagonista real, que forma-se em Direito, quase aos cinqüenta anos de idade, e torna-se uma aguerrida defensora das comunidades indígenas, numa época em que este assunto era francamente negligenciado - visto que a construção da Rodovia Transamazônica era divulgada como um indicativo de progresso, não como um atestado de devastação ambiental e humana! 

Os motivos para se elogiar esta pessoa, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva - autor do romance autobiográfico em que o roteiro é baseado - são múltiplos, mas, pelo que vemos no filme, não tão óbvios. Afinal, por mais que ela tenha sido presa sem motivos e sem compreender devidamente as razões para tal, não deixa de ser uma dona de casa privilegiada, que, enquanto lida com a ausência devastadora de seu marido engenheiro e ex-deputado, também precisa resolver questões como a demissão da empregada, a venda do terreno onde pretendia construir a residência dos sonhos, e a mudança para uma cidade longe da praia. As questões de classe, portanto, são sobrepostas às convenções melodramáticas, que muitos divulgam como centrais na obra. 

É interessante que, nos eventos de divulgação, a atriz Fernanda Torres critique quem chama a atenção para os vestidos que ela usa ("ao se falar sobre um filme como este, isso não é relevante", diz ela) e enfatiza que a direção de Walter Salles foi marcada por várias estratégias de subtração: Eunice Paiva não entrega-se ao choro barulhento que se espera dela, nem conversa com os filhos - quando crianças e adolescentes, ao menos - sobre o que aconteceu com seu esposo Rubens (Selton Mello, ótimo). Ao invés disso, ela finge ser tão feliz quanto as pessoas que observa - em câmera lenta, ao som de uma trilha musical merencória - numa sorveteria: é preciso sorrir e seguir em frente... 

Como estamos diante de uma visão filial sobre um entendimento político ocorrido a posteriori, as explicitudes discursivas são evitadas: Rubens e Eunice possuíam, de fato, vários amigos que simpatizavam com o comunismo, mas isso não era tão discutido quanto os militares pensavam. Eles preferiam dançar, em plena sala, canções que eram consideradas "subversivas", apenas por exaltar noções de brasilidade que não anulavam o sensualismo - e que, no filme, aparece como pretexto para vender um eventual álbum com a trilha sonora. E isso ocorre sob a lógica da possibilidade de acesso, em mais de um sentido: quando a jovem Vera (Valentina Herszage) viaja para Londres, por exemplo, sua mãe entrega-lhe um punhado de libras esterlinas, antecipando-se em aconselhar: "ao invés de gastar tudo isso com discos, compre um sapato"!

Cineasta dotado de vastos recursos financeiros e suficientemente reconhecido por público e crítica - graças, sobretudo, ao internacionalmente premiado "Central do Brasil" (1998) -, Walter Salles cerca-se de profissionais tarimbados, a fim de garantir que seu trabalho obtenha todo o primor técnico que o filme precisa, para converter-se no "arroz de festa" da atual temporada de premiações. O desempenho dos atores infantis (e canino) é excelente, de modo que o primeiro terço do filme, em que diálogos simultâneos traduzem o frenesi daquela harmonia familiar, é magistral. Depois da impactante seqüência dos interrogatórios a que Eunice é submetida, o filme muda de tom, como a própria família é obrigada a fazê-lo, frente à ausência de seu patriarca e provedor. Com isso, tanto a família quanto o filme perdem: no desfecho, Eunice é empurrada numa cadeira de rodas, em pungente vivificação silenciosa de Fernanda Montenegro, como se fosse um bibelô jornalístico, a fim de compensar a tortura de ela ser afligida pelo Mal de Alzheimer, que dizima justamente a memória. Ficam as fotografias, os escritos, a certidão de óbito tardia e os livros publicados por Marcelo Rubens Paiva, extremamente merecedores de adaptações cinematográficas. Esta em particular, a despeito de ser muito importante - em âmbito conjuntural pós-eleitoral -, não é das mais emocionantes, infelizmente. Era a intenção?

https://crticasdeumcinemanu.blogspot.com/2024/11/ainda-nao-aqui-2024-de-walter-salles.html?m=1&fbclid=IwY2xjawGwfs1leHRuA2FlbQIxMAABHc44iP0XgQZsvtFBVdBAxn2zTLPnkZ2v5ZzskBVKIXLs_abggL2TUpVAUw_aem_Cgl70SQruQ37UWxBfbPSOw




'Ainda Estou Aqui': Veja 7 livros para entender as ditaduras militares na América Latina

Obras foram escritas por autores do Brasil, Uruguai e Chile

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/verso/ainda-estou-aqui-veja-7-livros-para-entender-as-ditaduras-militares-na-america-latina-1.3582269?fbclid=IwY2xjawGwlXtleHRuA2FlbQIxMQABHT1fJVp3UfQSAqJ6Cmk-1G7spRl0yQWFSEpyX04nQRgtGbtgYghBh_fTSw_aem_WdeD8i-ak6rMzZ5esyGyLA

Ainda Estou Aqui e mais: 10 filmes bons sobre a Ditadura Militar no Brasil

Assim como Ainda Estou Aqui, existem diversos outros filmes que abordam o período da Ditadura Militar, como Marighella e Cabra-Cega; veja 10 longas sobre o período



Ainda Estou Aqui - Trilha sonora

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

O Festival de Arte de São Cristóvão que temos e o FASC que podemos ter.

 Entrevista com Paola Santana FUMCTUR


Um Festival que poderia/deveria ampliar a presença de outras linguagens como audiovisual, teatro, dança,  literatura, artes plásticas e artes visuais, para  ficar menos parecido com um festival quase musical, além de ampliar a presença territorial na cidade, para além do centro histórico, incluindo os povoados e a região do bairros Rosa Elze e suas  adjacências, bem como o  conjunto Eduardo Gomes. 
Um festival que poderia/deveria incluir  alunos  da   rede municipal e estadual  da cidade em uma espécie de festival estudantil paralelo ou alternativo, com a finalidade de fortalecer a adesão e fortalecimento da ação cultural nas escolas, a identidade cultural local e senso de pertencimento.
E por último,  um festival de arte como  um espaço de reflexão sobre a cultura em sua dimensão  mais abrangente, inclusive trazendo pensadores e fazedores de cultura de outros estados para refletir e intercambiar experiências culturais de caráter estético, cidadão e econômico...Ou Fascismo se espalhando e a gestão pensando e fazendo  um festival de arte limitado,  pontual  e concentrado. 
Mesmo que seja o melhor em terras de Serigy,  em meio a um cenário cultural devastador,  ainda mais limitado, pontual e concentrado, mesmo financiado com recursos públicos, como são o Natal Iluminado, o  Pré Caju, as festas de padroeiros (as)  do interior, o encontro cultural de Laranjeiras e etc.
E ainda bem que temos as Leis Paulo Gustavo e a Politica Nacional de Cultura Aldir Blanc (PNAB) e Lula como presidente..
Ainda bem que a gente tem a gente.

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Importante sugestão, Zezito, sobre a sustentabilidade do Festival em cenários adversos... Temos que aproveitar o momento, em que temos algum apoio para nossas produções, para nos fortalecermos e atuar para formar e consolidar público - participante e fruidor - de forma efetiva 👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿👏🏿

M.L - Grupo Agentes culturais democráticos

Imprescindível a sua fala, Zeito! Faz tempo que o  FASC tá assumindo essa tendência de se tornar um festival de música. Lembro que nos áureos tempos, havia um escoamento das atividades para além da cidade sede; eu , por exemplo, cheguei a fazer oficinas de dança e teatro no Cultart e Centro de Criatividade relacionadas à programação do FASC. Só o que você apresenta como proposta já seria de bom tamanho. 👏🏾

"Um festival de arte como um espaço de reflexão sobre a cultura em sua dimensão mais abrangente, inclusive trazendo pensadores e fazedores de cultura de outros estados para refletir e intercambiar experiências culturais de caráter estético, cidadão e econômico" = PERFEITO.

T.M.A



Estreia sergipana de "Longe do Paraíso" em Aracaju/SE 🎥🦋✨

 


Neste sábado, dia 23 de novembro, às 14h30, acontece a sessão do mais novo filme do baiano Orlando Senna, o aclamado diretor do clássico “Iracema - Uma Transa Amazônica” (1975), no Cine Vitória, em Aracaju.

Vencedor do Júri Popular no 53º Festival de Brasília, “ Longe do Paraíso ” é um faroeste brasileiro onde, Kim, interpretado por Ícaro Bittencourt, vive um pistoleiro contratado por latifundiários, que precisa escolher entre sua própria vida, ou a de sua irmã, Bel, interpretada por Emanuelle Araújo, uma liderança da luta por reforma agrária no interior da Bahia.

📅Sábado, 23 de novembro de 2024

📍Cine Vitória, às 14h30

Distribuição: Borboletas Filmes

Quem são os indiciados pela PF por tentativa de golpe de estado?

 





Cid implica Braga Netto em tentativa de golpe e tem delação mantida
Aguirre Talento, Mateus Coutinho, Laila Nery e Bruno LuizDo UOL, em Brasília e em São Paulo
21/11/2024 17h08
Atualizada em
21/11/2024 18h04

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), teve sua delação premiada mantida nesta quinta-feira (21) após prestar um novo depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o UOL apurou, o acordo foi mantido porque Cid deu novas informações envolvendo o general Braga Netto nas articulações golpistas.

O que aconteceu
Delação premiada estava em risco. O acordo podia ter sido anulado se Moraes concluísse q… - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/11/21/apos-depoimento-no-stf-moraes-mantem-acordo-de-delacao-de-mauro-cid.htm?cmpid=copiaecola


Reinaldo Azevedo, hoje, no UOL


PF INDICIA PADRE NO INQUÉRITO DO GOLPE

A Polícia Federal incluiu um padre católico na lista das 37 pessoas indiciadas no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para evitar a posse de Lula em 2022. Trata-se do padre José Eduardo de Oliveira e Silva.

O religioso, segundo as investigações, teria participado de uma das reuniões sobre o plano golpista no Palácio do Planalto. De acordo com a PF, a reunião ocorreu no dia 19 de novembro de 2022 e contou ainda com as presenças do ex-assessor para Assuntos Internacionais Filipe Martins e do advogado Amauri Feres Saad.

O sacerdote foi alvo de mandado de busca e apreensão pela PF em 8 de fevereiro de 2024. Na ocasião, o padre foi apontado como suspeito de integrar o 'núcleo jurídico' que daria apoio ao movimento. José Eduardo é ligado à Diocese de Osasco, na Grande São Paulo. Ele nega ter participado de debates com Bolsonaro sobre um golpe.

saiba mais em:

LULA FALA SOBRE TENTATIVA DE M4T4-LO: "NÃO DEU CERTO, ESTAMOS AQUI" | PLANTÃO