sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Uns vão, outros Eugênios vêm. Um EU cheio de gênio, de genialidade. Fez jornalismo com esmero, com imparcialidade.

 Uns vão,  outros Eugênios vêm. Um EU cheio de gênio, de genialidade. Fez jornalismo com esmero, com imparcialidade. Foi esposo da minha amiga Cristina Cerqueira da Graça,. Considero Eugênio um irmão. Somos oriundo da classe operária e do ARIBE. Aribe do poeta SANTO SOUSA,  de LINA SOUZA, de HILTON LOPES, de PANTERA, de PEDRO BARROSO, de SEVERO DACELINO, de PEDRINHO SANTOS, de TEREZA CRISTINA, de ANTÔNIO VIEIRA e tantos outros nomes que luziram na cena cultural do velho SIQUEIRA CAMPOS. FALTA-ME palavras, pois o sentimento de perda e emoção, mistura-se com gratidão, de ter aprendido muito com ele, da sua generosidade.

Essa hora não  é  injusta. Considero um dever cumprido. Um término da MISSÃO terrena. Aos familiares, Afonso, Paulinho e demais, minha SOLIDARIEDADE e meus sentimentos de  Luto. Que o legado de EUGÊNIO NASCIMENTO permaneça vivo na memória dos amigos  e do povo sergipana!!!

Agnaldo Nascimento

Tive um certo convívio com Eugênio na década de 1980, principalmente. Foi no período em que retornei a Aracaju. Tenho boas recordações dele, inteligente, tranquilo, bem humorado. Foi um dos fundadores do PT  e da CUT Sergipe, e foi em reuniões e eventos do partido onde nos conhecemos. Ele manifestava admiração pelo trabalho realizado na AMABA  com a nossa participação e de alguns companheiros ligado ao partido a época.  No decorrer dos anos 1990 o PT foi se afastando paulatinamente das bases construídas nos anos 1980,  e assim os espaços e oportunidades onde poderíamos nos encontrar com mais frequência foi diminuindo.  Com o tempo Eugênio Nascimento tornou-se um jornalista altamente respeitado e bem articulado por dentro do sistema de comunicação e da sociedade sergipana. 

Uma canção para Eugênio. Como todo jovem de esquerda e habitué dos bares e festas de universitários dos anos 1980 e 1990 devia gostar. "Clube da Esquina 2" de Milton Nascimento e pessoal do clube da esquina.

Siga bem companheiro, para outra espécie de  vinculo  em boas ondas e boas energias,  como as que  você andou, emanou.

Zezito de Oliveira


Perdi meu amigo e sócio, Eugênio Nascimento!

01/11/2024 / Cidade, Home / Por Kleber Santos

Por Kleber Santos

Comecei no Jornal da Cidade em 2004. Nos quase dez anos que trabalhei lá em duas passagens, uma das pessoas com quem desenvolvi uma afinidade e amizade que ultrapassaram a relação profissional foi Eugênio Nascimento. Por muito tempo, fui editor de esportes, enquanto ele era repórter e depois editor de política, até se tornar diretor de redação do JC.

Quando ele atuava nas duas primeiras funções, frequentemente sua cadeira ficava alinhada de frente para a minha. A rotina do jornal era sempre imprevisível, e não foram poucas as noites que ficamos por muito tempo na redação.

Entre a edição de uma matéria e outra, sempre havia tempo para um papo durante o trabalho. Eugênio gostava de contar histórias, e eu de ouvir. Ele tinha uma memória impressionante para datas, nomes e detalhes. Muitas vezes, eu o desafiava sobre a vida de alguma personalidade sergipana, e ele sempre sabia, compartilhando até informações pouco conhecidas.

Além de ótimo contador de histórias, Eugênio era bem-humorado. Se não fosse jornalista, poderia ter se destacado em algum programa de humor na TV. Essa era sua marca em nosso convívio no JC: o humor. Às vezes, parecia uma criança grande. Certamente enfrentava problemas como qualquer um, mas conseguia lidar com eles com graça, usando sempre uma história engraçada.

Outro traço marcante de sua personalidade era o desapego em relação a prêmios. Algumas vezes, fomos convidados a receber premiações, mas ele nunca se importou com isso, e, como eu também sou desapegado, acabávamos por não comparecer para receber a homenagem.

Apesar desse desapego, ele amava a vida – e a gastronomia. Contribuiu para o sucesso de alguns bares na cidade. Ele conhecia bem esse universo. Lembro-me de uma vez em que, a meu pedido, listou 50 bares da capital, cada um famoso por um prato especial. Pena que não sei onde guardei aquele guardanapo com os nomes.

Nascimento do blog e da parceria

Foi em uma dessas conversas informais que, sem muito planejamento, o convidei para lançarmos um blog em parceria. Era o final de 2010; as redes sociais ainda não eram tão populares no Brasil, exceto pelo Orkut, e a grande novidade era o blog e a função de blogueiro.

Ele aceitou na hora. Só não sabia como seria o projeto, mas logo expliquei que eu cuidaria de abrir uma empresa e contratar quem faria o blog. Ficou acertado que eu assumiria a editoria de variedades e esportes, e ele, de economia e política.

Poucos meses depois, em dezembro de 2010, lançamos o Blog Primeira Mão. Se não foi o primeiro, com certeza estava entre os primeiros blogs de jornalistas sergipanos. Já havia sites de notícias, mas, no formato de blog de jornalista, não me recordo de outro.

O blog começou devagar, mas foi crescendo e conquistando um público fiel. Aliás, no próximo mês completaremos 14 anos – mas, agora, sem o grande motor do blog: Eugênio Nascimento. E o bacana disso tudo é que, nestes anos todos, não tivemos nenhum problema de relacionamento.

Acredito que nossa parceria deu certo, principalmente, por três motivos: o humor, a confiança e o respeito mútuo. O respeito prevaleceu em várias coisas em que éramos diferentes: ele, ateu confesso, e eu, com minhas convicções espirituais. Mas isso nunca foi obstáculo; ao contrário, era motivo de muitas brincadeiras entre nós.

Outra diferença era o amor pelo jornalismo. Eu vejo o jornalismo como uma profissão, mas ele, como uma paixão, especialmente na área política.

Não foram poucas as vezes que ele me ligava ou mandava mensagens na madrugada pedindo para publicar algo. E nem o fim de semana interrompia seu ritmo: aos sábados e domingos, ele publicava sua coluna Primeira Mão, muito comentada nas segundas-feiras, sobretudo nos programas de rádio.

Outro exemplo de seu amor pelo jornalismo foi o fato de que, quando começamos o blog, passamos um ano e meio sem patrocínio. Confesso que comecei a me desmotivar com o trabalho “de graça”, mas ele não. Acredito que, se dependesse de mim, já teríamos encerrado o blog na época, mas ele se manteve firme. Para minha sorte, conseguimos patrocinadores e não paramos mais, mas sei que ele manteria o blog, mesmo sem nenhum patrocinador, só pelo prazer de escrever, de informar e de conversar com as fontes.

Enfim, essas são as lembranças que guardo de Eugênio: suas risadas, seu desapego e seu amor pelo jornalismo. Hoje, não perdi apenas um sócio, perdi um amigo. Um daqueles amigos que não precisa estar presente sempre para manter uma amizade sólida, mas alguém em quem você sabe que pode confiar. E acredite, no mundo atual, isto é raro!



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