UM PUNHAL VERDE-AMARELO ATRAVESSANDO UMA DEMOCRACIA GELATINOSA?
Por Jorge Alexandre Alves
Menos de uma semana após ao ataque destrambelhado ao STF em Brasília, a Polícia Federal prendeu 5 pessoas envolvidas em um plano para assassinar o presidente Lula e o vice Alckmin em dezembro de 2022. Um general (hoje na reserva), três oficiais superiores do Exército Brasileiro e um policial federal.
O fato em si já é gravíssimo: um plano de assassinato de autoridades eleitas e de um Ministro da mais alta corte de justiça do país. Tudo isso dentro de um arco mais amplo que visava impedir a posse dos eleitos democraticamente em 22, com uma enormidade de gente acampada em porta de quartel impunemente e que culminou nos ataques golpistas do dia 08 de Janeiro de 2023.
Mas o mais grave é que, dos presos, quatro são militares, três na ativa e dois atuando nos eventos do G20, a reunião dos líderes das 20 nações mais ricas do mundo! (Obs: o Exército negou essa informação da PF - ainda assim é grave estarem na ativa até hoje) Como pode tudo isso ter passado despercebidamente pelo Ministério da Defesa, o Comando do Exército e o GSI?
Planos para lançar bombas na corte suprema e assassinar o Presidente da República são fatos gravíssimos! Coisa de bandido! E alguns desses sujeitos estavam lidando com a segurança de chefes de Estado de todo mundo? O policial federal preso fazia a segurança do hotel onde Lula se hospedava enquanto não tomava posse e frequentava o acampamento golpista no QG do Exército. Como pode?
Tudo isso revela o quanto o atual governo é politicamente fraco e está à mercê dos inimigos da democracia. Não teve condições políticas para fazer uma reforma nas forças armadas, desbolsonarizar as forças armadas e os órgãos de segurança e inteligência do Estado Brasileiro.
O fato desses golpistas criminosos continuarem trabalhando tranquilamente em suas carreiras militares é revelador. E nos faz pensar em que medida a política de apaziguamento dos ânimos e de conciliação com as FFAA foi o melhor que poderia ter sido feito.
A verdade é que o atual governo não é capaz ou não consegue formular uma política clara de Defesa alternativa à Doutrina de Segurança Nacional. Esta é filha da Escola Superior de Guerra, foi formatada há quase um século e ainda hoje olha o mundo como se estivéssemos ainda nos tempos da Guerra Fria.
Não sendo capaz de elaborar uma doutrina de defesa alternativa, revela a incapacidade das esquerdas em pensar ou ouvir quem pensa na defesa nacional, como também acontece na segurança pública. Não conseguindo impor uma política de defesa, revela a fraqueza do governo na matéria. Vale lembrar que praticamente não houve transição de governo nesta área.
A gravidade dos fatos exigiria a demissão sumária da cadeia de comando inteira do Ministério da Defesa e do comando do Exército. O governo terá coragem ou têm condições políticas para fazer o que precisa ser feito?
Por outro lado, com os últimos eventos, a quem interessa uma anistia? Quem seria acobertado por ela? Não pode haver anistia para envolvidos em planos de assassinatos!
Enfim, esses episódios mostram os efeitos perversos da ausência da incapacidade de se formular uma política soberana de defesa nacional e de subordinar, de fato, as Forças Armadas ao poder civil democraticamente eleito. Ao que parece, o que se fez até agora foi uma tentativa de apagar as digitais dos verdadeiros arquitetos da desordem institucional.
O que era para ser um dia de celebração pelo êxito da reunião do G20 e uma vitória da diplomacia e da presidência brasileira, com acordos de combate à fome, transição energética e taxação global dos super ricos; virou data onde assistimos estarrecidos a revelação de planos golpistas.
Em meio a essa trama perversa, o que teria acontecido ao país, a nossa gelatinosa democracia e as autoridades ameaçadas se Trump fosse o presidente americano em 2022? Com sua volta ao poder nas terras do Tio Sam, o governo brasileiro não pode continuar dormindo em berço esplêndido em matéria de segurança e defesa.
Enquanto isso, a extrema-direita avança, como mostraram as eleições municipais. E Lula e Alckmin literalmente dormem com os inimigos da democracia. Até quando terão um sono tranquilo?
*Jorge Alexandre Alves é sociólogo, professor do IFRJ e atua na Rede Fé e Política do Rio de Janeiro
EM PRIMEIRA MÃO
No dia que Lula morreria, Fórum denunciou general preso pela PF hoje
Plano de assassinato seria levado a cabo em 15 de dezembro de 2022, mesma data em que fonte transmitiu com exclusividade evento no Planalto com discurso golpista do militar.
No Fórum Onze e Meia de hoje: Presos os militares que tramaram matar Lula, Alckmin e Moraes na casa de Braga Netto, vice de Bolsonaro. Participam os jornalistas Felipe Pena e Henrique Rodrigues, o secretário Nacional de Participação Social da Presidência da República Renato Simões e o economista Paulo Nogueira Batista Jr. Apresentação de Dri Delorenzo e comentários de Renato Rovai.
0:00 - Em instantes
2:45 - Abertura
8:00 - A cronologia das ameaças contra Lula, Moraes e Alckmin
51:40 - Renato Simões comenta as ameaças contra Lula
1:04:57 - Renato Simões fala sobre o G20 Social
1 :24:06 - Renato Nogueira Batista Jr fala sobre a desdolarização
1:51:46 - Fala, Rovai ❗ A Revista Fórum está no TOP3 do Prêmio
AINDA ESTAMOS NESSA LUTA!
Há 10 anos e 7 meses foi instalado, na Câmara dos Deputados, o busto do engenheiro e deputado Rubens Paiva (PTB/SP).
Rubens teve seu mandato cassado pelo golpe de 64. Em janeiro de 1971 foi preso, torturado e morto. Seu corpo está desaparecido até hoje.
Impunidade: os cinco oficiais militares acusados nunca foram julgados. Três deles já faleceram.
A tragédia da família Paiva está retratada no filme “Ainda estou aqui”, dirigido por Walter Salles Jr, com foco na tenacidade da viúva, Eunice Paiva. Um milhão de pessoas já assistiram a obra, na sua 1ª semana de exibição: “Memória não morrerá!”.
Quando da inauguração do “Espaço Rubens Paiva”, o então deputado Jair Bolsonaro, passando perto do evento, vaiou e simulou uma cusparada. Seu gabinete exibia um cartaz hediondo: “Quem procura osso é cachorro”.
Hoje, às 14 h, deputado/as de vários partidos estarão no “Espaço Rubens Paiva”, para honrá-lo e cobrar a continuidade das investigações sobre o caso (e de outros 209 desaparecidos políticos no regime militar).
E para lançar uma campanha contra o PL que propõe anistia aos que atentaram, desde 2022, contra o Estado Democrático de Direito. Arquivo já! #SemAnistiaPraGolpista
ATENÇÃO! Operação Contragolpe, em curso desde hoje cedo pela PF, investiga a trama (“Punhal Verde-Amarelo”) de militares para assassinar os eleitos Lula e Alckmin e um ministro do STF, em dezembro de 2022. GRAVÍSSIMO, SEM PERDÃO!
"Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo
Daqueles que velam pela alegria do mundo."
"Dormia
A nossa pátria mãe tão
distraída
Sem perceber que era
subtraída
Em tenebrosas
transações."
JURISTA PERDEU A PACIÊNCIA COM IMPUNIDADE NA VIVA; "HORA DE PREVENTIVA PARA BOLSONARO?" | Cortes 247
OS BASTIDORES DO GOLPE MILITAR QUE PREVIA MATAR LULA, ALCKMIN E MORAES
Lula reagiu com "surpresa e indignação" ao saber de plano para matá-lo, conta diretor-geral da PF
Uma ação da PF prendeu quatro militares acusados de participação em uma trama golpista para matar Lula, Alckmin e Moraes
247 - O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou que comunicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a deflagração da Operação Contragolpe na manhã desta terça-feira (19), informa o G1. A ação da PF prendeu quatro militares acusados de participação em uma trama golpista para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Rodrigues, Lula reagiu com “surpresa e indignação” ao saber do plano. "Comuniquei ao presidente, por volta das 6h30, após o cumprimento das medidas, dada a gravidade dos fatos e as ameaças à sua vida e ao vice-presidente. Também comuniquei ao Alckmin", disse à jornalista Daniela Lima.
O plano para executar Lula, Alckmin e Moraes fazia parte de uma trama golpista que seria executada após as eleições presidenciais de 2022. Militares do grupo de elite “kids pretos” cogitaram a possibilidade de envenenar o presidente eleito e seu vice após uma reunião na casa do general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa com Jair Bolsonaro naquele ano.
O que são 'kids pretos'? Integrantes das Forças Especiais são presos suspeitos de planejar matar Lula, Alckmin e Moraes em 2022 https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/11/19/o-que-sao-kids-pretos-integrantes-das-forcas-especiais-sao-presos-suspeitos-de-planejar-matar-lula-alckmin-e-moraes-em-2022.ghtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário