domingo, 24 de junho de 2018

Conversas curtas com quem gosta de criar e produzir arte e cultura.


Se o capitalismo que mata as nossas festas, mata a nossa alma, então precisamos reaprender, buscando ressuscitar as memórias rebeldes esquecidas ou pouco lembradas.

Os jovens que fazem Saraus, no fundo estão agindo dessa maneira, porque trazem um modo de produzir cultura, muito em voga em tempos antigos, mas com as adaptações necessárias ao tempo presente.

No fundo, trazem uma forma de produzir cultura, mais comunitária, sem distanciamento de artistas, no grande palco e a platéia, uma forma de produzir cultura que cria vinculos pessoais e afetivos.

Porque ao produzir cultura, o homem também se produz e reproduz um modo de ser, de estar, de conviver, de projetar o futuro e acolher o passado.

Eis um brado retumbante: Arte ou barbárie.
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+ investimentos em arte e cultura e - despesas com o tratamento da depressão. Uma tendência para se contrapor a outra.
Para quem compreende o papel terapêutico da arte e da cultura, incluindo o papel da prevenção.
Seguindo as pegadas da doutora Nise da Silveira e do Papa Francisco, este último através do programa Schola Ocurrentes ou Escolas de Encontros.


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 Fortalecer nossas identidades para fortalecer o que nos faz únicos e plurais. Além de criativos e unidos.
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"Não se admire se um dia um beija flor disser (...)", que esse que gosta tanto da cultura popular, também aprecia um bom rap.
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Uma das chaves de explicação para o sucesso do golpe, é o enfraquecimento do nosso senso de pertença, das nossas identidades.
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 A luta do educador e agente cultural contra o sistema, é a luta em favor de mais acesso a educação, a cultura e à comunicação.

A  sambista Tereza Cristina gravando Caetano Veloso, o rapper Criolo gravando Cartola. Êta Brasil que eu gosto! 
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Como explicar o fato de Aracaju ser a 2ª cidade mais violenta do Brasil, de acordo com o atlas da violência, após um longo tempo de administrações de centro-esquerda, entremeado por uma devastadora gestão do DEM?

Uma das chaves para entender isso, pode ser uma ação semelhante a fagocitose que as células de defesa fazem em nosso organismo, contra as células invasoras. De forma simplificada , o mecanismo da fagocitose consiste em um cercamento da célula invasora , até ao ponto dessas poderem estar envolvidas totalmente pelas células de defesa, sem poderem reagir, quando nesse caso são digeridas por estas.

No caso de Aracaju, em que medida a cultura conservadora e o modus operandi das elites tradicionais, acabam por envolver totalmente os governos progressistas, fazendo com que em muitas vezes, não percebamos grandes diferenças entre um e outro, no decorrer de um certo tempo?

Quem quiser fazer um estudo aprofundado, pode escolher os primeiros quadriênios das gestões de Jackson Barreto e de Marcelo Déda na prefeitura de Aracaju. O primeiro nos tempos da chamada Nova Republica, anos de 1980 e o segundo iniciado juntamente com o primeiro governo Lula na presidência da república, aqui com margem de erro para mais ou para menos.

Outra hipótese que pode ser buscada como fonte de explicação, é o tratamento dado a educação e a cultura como espaços privilegiados de prevenção à violência, o que também pode ser associado a hipótese colocada acima, mas estudado com mais profundidade e como recorte.

No caso da educação, porque as gestões desse setor, não conseguiram realizar um planejamento educacional, capazes de demonstrar possibilidades de melhorar a qualidade do ensino, inclusive apresentando propostas e soluções inovadores para diminuir o analfabetismo funcional, a violência escolar e a evasão?

No caso da cultura, porque a realização de grandes eventos, quase sempre foi a tônica, em detrimento da ação cultural de base comunitária? Em que medida, a falta disso, influencia nas situações de violência que mais incide sobre as juventudes, em especial as pobres, pretas e periféricas.
Sugestão para estudos de pós graduação ou para TCC, no campo da graduação.
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O filme repetido da programação do Forrocaju, evento cultural, mas coordenado pela secretaria da comunicação, nos mesmos moldes de antigamente. 

Muito dinheiro da cultura empregado em um evento fulgás, meteórico ou como um cometa bonito, mas que que leva muito e deixa pouco. 

Enquanto isso, a educação e a saúde, que poderiam ter um grande apoio do investimento em ações culturais de base comunitária, clama por mais recursos.

A "grita" contra esse modelo de politica cultural, não acontece mais, porque um grande numero de artistas da terra são contemplados na programação.

Esse debate rolou no ano passado, ajudado pela não realização do evento. o que desacomodou muita gente, inclusive ligada a interesses econômicos /empresariais e polticos.

Assim é no Forró Siri , realizado no municipio de Socorro, região metropolitana de Aracaju, e em outras festas do interior. Não importando qual partido administre o municipio. 

Um padrão de festa de mercado, que se consolidou, inclusive no seio das administrações ditas de esquerda.

Detalhe importante. Não trata-se aqui de ser contra a realização de grandes eventos, a questão é não "torrar" grandes somas de dinheiro somente com esses. E mesmo, as altas somas de dinheiro, no seio do próprio evento, pode ter uma parte canalizada para ações ou atividades culturais de cunho mais formativo e comunitário, como proposto na seleção de posts do link abaixo da Ação Cultural, publicado no ano passado.

Ainda mais, porque o Forrocaju deste ano, tem o Ministério da Cultura, como o seu maior patrocinador..

P.S.: As organizações e partidos de esquerda também tem responsabilidade nisso, por falta da promoção de um debate mais constante e aprofundado sobre o papel da cultura na sociedade atual.

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