Assistir a certos 
filmes do cinema nacional, nos faz lembrar a opinião de que as respostas
 para  muito de nossos problemas estão dentro de nós mesmos, não apenas 
na forma individual, como define a conhecida  frase “conhece-te a ti 
mesmo” atribuída a Sócrates, como também do ponto de vista coletivo, 
neste caso sob a forma de obras de arte, como canções, filmes, 
literatura e etc.
No caso de muitos filmes,  sejam nacionais ou 
estrangeiros, há àqueles que valem por muitas aulas. Mesmo que o 
professor seja um apaixonado pelo tema e/ou pelo oficio de ensinar, e 
sendo dessa  maneira ,  melhor ainda poder  conversar com um (a) 
professor (a) assim,  depois de assistir a um bom filme, como no 
exemplo,  “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro” roteirizado e 
dirigido pela dupla  Leo Garcia e Zeca Brito, exibido no Cine Vitória de
 Aracaju, e em outros cinemas de rua e/ou de arte de diversas cidades 
brasileiras.
Este documentário trata da vida e do legado do 
jornalista Tarso  de Castro, filme sobre   personagem e situações pouco conhecidos 
para a  maioria dos brasileiros que não leram o Pasquim ou que leram 
pouco. Ou por àqueles que não leram ou que  leram pouco a Folha de São 
Paulo,  em sua época de ouro "democrática" (década de 1980 e 1990). 
Diga-se de passagem, Tarso de Castro foi um dos principais responsáveis pelo êxito inicial do Pasquim, um dos pioneiros e mais importantes jornais da chamada imprensa alternativa, e criado no denominado anos de chumbo (1968 até meados dos anos de 1970).
Diga-se de passagem, Tarso de Castro foi um dos principais responsáveis pelo êxito inicial do Pasquim, um dos pioneiros e mais importantes jornais da chamada imprensa alternativa, e criado no denominado anos de chumbo (1968 até meados dos anos de 1970).
Um filme obrigatório para aulas dos cursos de Jornalismo, História e 
afins. Em termos de lembrança,  destaco uma das fala de Sérgio Cabral 
(pai),  integrante  da equipe inicial dos fundadores do Pasquim.
“Em nenhum país do mundo que viveu sob ditadura e que depois retornou a 
“normalidade democrática”, a imprensa alternativa e independente não 
sobreviveu com pelo menos um ou dois jornais de grande circulação.”
A fala acima de Sérgio Cabral (pai),  lembra uma contribuição que  que 
fiz recentemente ,  acerca do inicio da crise da imprensa nos dias 
atuais, pela  não continuidade de uma trincheira de luta e de 
resistência,  no campo do jornalismo  pós redemocratização (anos de 
1980), o que poderia ter atenuado o sufoco que estamos vivendo em 
matéria de acesso a informação plural e qualificada. 
Essa opinião foi proferida na roda de conversa “Jornalismo e Fascismo”, sob a batuta do professor Romero Venâncio da UFS, a qual contou com a presença de uma seleta presença de profissionais e estudantes do campo da comunicação. Atividade que deu inicio a jornada de estudos e debates do Coletivo Carolina Maria de Jesus de pesquisa em jornalismo e cultural.
Essa opinião foi proferida na roda de conversa “Jornalismo e Fascismo”, sob a batuta do professor Romero Venâncio da UFS, a qual contou com a presença de uma seleta presença de profissionais e estudantes do campo da comunicação. Atividade que deu inicio a jornada de estudos e debates do Coletivo Carolina Maria de Jesus de pesquisa em jornalismo e cultural.
Disse: “ As razões da  
situação que estamos passando de monopólio brutal  no campo da 
comunicação em nosso país, precisa ser  buscada antes do PT assumir o 
governo, o qual não enfrentou  essa situação de frente. Por isso, além 
da critica aos governos petistas, com as ressalvas que quisermos fazer, 
penso ser necessário, conhecermos mais sobre a  “imprensa  alternativa 
ou independente” ,  para buscar  descobrir  novas maneiras de fazer 
jornalismo,  sem ficar preso tão somente ao modus operandi  de pensar e 
de fazer atrelado ao mercado ou ao estado, como aconteceu depois do fim 
da censura e da abertura de espaços generosos  nas grandes redações,  
para jornalistas ligados as lutas e a resistência contra o arbítrio e a 
ditadura."
Em que pese, como afirma alguns entrevistados do 
filme “A Vida Extra-Ordinária de Tarso de Castro”, na maioria das  
situações, não se pode dispensar o trabalho nos grandes veículos de 
comunicação. Afinal,  era e ainda é  nestes casos,  em que se pode  
ganhar um pouco mais de dinheiro.
Mas as perguntas que não querem
  calar. Quanto custou antigamente e quando custa nos dias de hoje ser 
um jornalista critico do sistema? Quantos aceitam pagar o preço de não 
ficar totalmente a disposição do mercado, inclusive em termos 
ideológicos ? Será que o mercado nos dias de hoje tolera um tipo de 
profissional semelhante a Tarso de Castro? Em que medida os sindicatos cutistas  e ligados a  outras centrais,  erraram em não investir na criação ou fortalecimento de  um ou mais orgãos de imprensa alternativa e independente?  
Boas questões para debater após assistir ao filme em tela. 
ZdO
Documentário de Leo Garcia e Zeca 
Brito revela várias facetas de um dos idealizadores do 'Pasquim': a 
paixão pelo jornalismo e pela boemia, a solidariedade com os amigos e os
 embates com os inimigos.
Biógrafo de Tarso de Castro denuncia perseguição da Folha à filme sobre jornalista
Biógrafo de Tarso de Castro denuncia perseguição da Folha à filme sobre jornalista
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