sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Playlist - Vendo Pelé pelas lentes da canção...

Sempre fui mais chegado as canções e a cultura de uma maneira em geral, menos ao futebol, salvo pela compreensão do futebol também como cultura, daí não poder ficar indiferente.

Quando comecei a me entender por gente, a partir de meados da década de 1970, Pelé ainda jogava futebol, porém com um carreira que se encerraria nestes mesmos anos. Seu último jogo como jogador de futebol profissional foi disputado em 1º de outubro de 1977, diante de uma multidão com ingressos esgotados no Giants Stadium e uma audiência global de televisão. 

Por outro lado, começar a me entender como gente, significou o começo da leitura de muitos jornais, o que aumentou consideravelmente  quando comecei a trabalhar em bancas de jornais, o que durou alguns anos, e pelo noticiário percebia um distanciamento de Pelé dos grandes temas da politica nacional e das grandes causas politicas e humanitárias do mundo, salvo  uma ou outra manifestação em favor das criancinhas pobres. Recentemente fiquei sabendo da manifestação de Pelé favorável as Diretas Já. 


Por outro lado, duas manifestações negativas de Pelé marcou a minha impressão sobre ele, mas isso nunca ocupou papel relevante em minhas preocupações. Somente lamentei... 

Com informações do site Uol vamos aos detalhes:

A primeira foi a afirmação em entrevista à Folha de S. Paulo, em 26/11/1977 em plena ditadura: " O povo brasileiro ainda não está em condições de votar por falta de prática, por falta de educação e ainda mais porque se vota, em geral, mais por amizade nos candidatos" . 

 Com o tempo, críticos passaram a atribuir ao Rei uma declaração ainda mais dura, de que "brasileiro não sabe votar", mas o atleta não disse isso à Folha ou em qualquer outra ocasião.

Em uma entrevista a Jô Soares em 1995, quando era ministro do Esporte de Fernando Henrique Cardoso, o Rei relembrou o episódio. Segundo Pelé explicou ao apresentador, o que ele quis dizer é que "o brasileiro, se quisesse reivindicar os seus direitos, tinha que tentar votar direito, não em cacareco". 

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/12/29/frase-pele-brasileiro-nao-sabe-votar.htm

A segunda, refere-se a filha que Pelé não reconheceu.

Pelé teve um caso polêmico na trajetória de pessoa pública. Durante anos, ele não reconheceu a filha Sandra Regina Machado, que faleceu em 2014, aos 42 anos, por falência múltipla dos órgãos.

Em 1991, Sandra entrou na Justiça para que Pelé a reconhecesse como filha. A defesa dela disse que o "Rei do Futebol" teve relações com a mãe dela, Anísia Machado, e a, então, faxineira acabou engravidando

Apenas no ano de 1996 a Justiça reconheceu Sandra Regina como filha de Pelé.

https://interior.ne10.uol.com.br/esportes/2022/12/15150606-filha-nao-reconhecida-de-pele-entenda-o-polemico-caso-de-pele-com-a-filha-sandra-regina.html

E por gostar de canções, em especial das canções de Caetano Veloso, lembro de quando ouvi pela primeira vez a canção Love, Love, Love de Caetano em homenagem a Edson  Arantes,  com base em uma frase proferida por ele.. 

E assim,  uma manifestação positiva do Pelé nos chega imortalizada em uma bela canção, embora somente agora sei do contexto em que se  deu...

Outra informação positiva, foi o fato de  Pelé ter sido o único  brasileiro mais  conhecido no mundo durante um bom tempo, o que só veio a ser igualado pelo Presidente Lula nos anos 2000.  O nome Pelé ,  a partir da década de 1960 passou  a ser conhecido por pessoas,  até nos recônditos da África e da Ásia, isso antes das grandes e potentes redes de comunicação global. 

Eu tive o privilégio que os brasileiros mais jovens não tiveram: eu vi o Pelé jogar, ao vivo, no Pacaembu e Morumbi. Jogar, não. Eu vi o Pelé dar show. Porque quando pegava na bola ele sempre fazia algo especial, que muitas vezes acabava em gol.
Confesso que tinha raiva do Pelé, porque ele sempre massacrava o meu Corinthians. Mas, antes de tudo, eu o admirava. E a raiva logo deu lugar à paixão de vê-lo jogar com a camisa 10 da Seleção Brasileira. Poucos brasileiros levaram o nome do nosso país tão longe feito ele. Por mais diferente do português que fosse o idioma, os estrangeiros dos quatros cantos do planeta logo davam um jeito de pronunciar a palavra mágica: "Pelé".
Pelé nos deixou hoje. Foi fazer tabelinha no céu com Coutinho, seu grande parceiro no Santos. Tem agora a companhia de tantos craques eternos: Didi, Garrincha, Nilton Santos, Sócrates, Maradona... Deixou uma certeza: nunca houve um camisa 10 como ele. Obrigado, Pelé.
Lula
📸@ricardostuckert

E navegando pelo site da Rádio Batuta, como faço vez em quando, me deparo com uma beleza de playlist com composições que homenagearam o Rei Pelé. Algumas mais recentes eu já conhecia, inclusive a bela Love, Love, Love.

Fica a dica e o reconhecimento do papel e da contribuição de Pelé ao futebol e ao Brasil.  Obrigado, Pelé...

Zezito de Oliveira 

Playlist  O nome do rei é Pelé

No adeus de Pelé, ele disse: LOVE LOVE LOVE, de Caetano Veloso - 1978

Logo depois do tri, no México, aos 30 anos, Pelé decidiu que não voltaria a defender a camisa amarela do Brasil. A imprensa seguiu especulando sobre uma possível volta, até a Copa de 1974, mas ele manteve-se fiel ao que tinha decidido: queria sair no auge. 1974 seria uma interrogação. Assim em 1971, em dois jogos, ele se despediu da seleção brasileira. E em 1974, se despediu do Santos.

Em 1971, vi Pelé jogar contra o Sport, na Ilha do Retiro e em 1973, o vi de novo, no Arruda, contra o Santa Cruz. Interessante, no jogo da Ilha o Sport perdeu. E no jogo do Arruda o Santa Cruz venceu por 3 X 2. Que timaço tinha o Santinha: Givanildo, Luciano, Ramon e Pedrinho no gol. E a firmeza de Levir Culpi na zaga.

Mas em 1975, aos 35 anos, Pelé aceitou convite do Cosmos e foi jogar e promover o futebol nos States. Fez bem. Na segunda temporada, foi campeão e na seguinte disse adeus definitivo ao futebol com 37 anos. Fez um discurso emocionado em defesa das crianças e no final gritou: "love, love, love". Ao seu lado, o não menos famoso Muhammad Ali, o maior do boxe de todos os tempos, falou: "o mundo todo devia te agradecer, Pelé".

"Estou muito feliz de estar aqui com vocês em um grande momento da minha vida. Agradeço a todos pelo que fazem por mim e quero aproveitar esta oportunidade em que todos no mundo olham para mim, para pedir atenção e cuidados aos jovens e às crianças ao redor do mundo. Creio e acredito que o amor é o mais importante que podemos oferecer. Tudo passa! Por isso peço que digam comigo três vezes: amor, amor e amor. Muito obrigado."

O discurso foi em inglês.

No ano seguinte, 1978, Caetano Veloso lançou o disco MUITO que trouxe a canção LOVE LOVE LOVE, uma das que mais gosto das inúmeras pérolas que produziu. Ele deu seu recado e repetiu Pelé musicalmente. Uma beleza que relembro hoje, 01/10/2021, exatamente 44 anos após a despedida do Rei Pelé. Desde então o mundo da bola ficou mais triste! (Abílio Neto)

LOVE, LOVE, LOVE – Letra e música de Caetano Veloso

Eu canto no ritmo, não tenho outro vício

Se o mundo é um lixo, eu não sou

Eu sou bonitinho, com muito carinho

É o que diz minha voz de cantor

Por Nosso Senhor!

Meu amor, te amo

Pelo mundo inteiro eu chamo

Essa chama que move

E Pelé disse love, love, love!

Absurdo!

O Brasil pode ser um absurdo

Até aí tudo bem, nada mal

Pode ser um absurdo, mas ele não é surdo

O Brasil tem ouvido musical

Que não é normal!

Meu amor, te quero

Pelo mundo inteiro espero

A visão que comove

E Pelé disse love, love, love!

Na maré da utopia

Banhar todo dia

A beleza do corpo convém

Olha o pulo da jia

Não tendo utopia

Não pia a beleza também

Digo pra ninguém!

Meu amor, desejo

Pelo mundo inteiro eu vejo

O que não tem quem prove

E Pelé disse love, love, love!

Na densa floresta feliz prolifera

A linhagem da fera feroz

Ciclones de estrelas desenham-se

Livres e fortes diante de nós

E eu com minha voz!

Meu amor, preciso

Pelo mundo inteiro aviso

Olha o noventa e nove

E Pelé disse love, love, love!

E Pelé disse love, love, love...

Edição do vídeo e texto: Abílio Neto, no YouTube.



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